Com a administração de Putin, a Rússia começou a superar a China, tanto em termos econômicos, como em políticas familiares. Embora mantendo elevado o número dos divórcios (um de dois matrimônios fracassam), caiu vertiginosamente o número dos abortos: dos 4 milhões de 20 anos atrás aos 800 mil de hoje.
A Rússia é também um símbolo do renascimento cristão: as pessoas não só voltam a acreditar em Deus e irem à Igreja, mas o governo está financiando a reconstrução de muitos edifícios sagrados, demolidos durante a ditadura soviética.
Esta realidade, não muito bem conhecida na Europa Ocidental, foi ilustrada nas últimas semanas por Aleksej Komov, conhecido expoente pró-vida russo, que acompanhado pelo Diretor de Notícias Pro Life, Antonio Brandi, realizou uma turnê de palestras pela Itália, que terminou ontem com uma conferência a Peregrinos no ciberespaço, a reunião dos jornais católicos, que está acontecendo em Grottammare (AP).
Aleksej Komov, 42 anos e 5 filhos, trabalha para a Fundação "São Basílio, o Grande", uma das mais importantes da Rússia. Além do mais, representa a Comissão para a Família da Igreja Ortodoxa e é um embaixador do Congresso Mundial para as Famílias na ONU; esta última é a maior plataforma para as associações mundiais da família, presente em 80 países ao redor do mundo.
"Nos dias 10, 11 e 12 de Setembro desse ano, vamos realizar o Fórum do Congresso Mundial da Família em Moscou, primeiro no Kremlin, depois na Catedral de Cristo Salvador: convido os leitores de ZENIT a participar!", disse Komov abrindo a sua entrevista concedida a ZENIT.
Embaixador Komov, realmente parece que a Rússia esteja a caminho de se tornar o país líder na luta pela defesa da vida e da família ...
Komov: É verdade, a Rússia é provavelmente o único grande país que nos últimos dez anos, tem defendido os valores da família e os valores tradicionais no cenário internacional. Em nosso país passaram recentemente várias leis muito boas: por exemplo, desde o ano passado a propaganda do aborto é proibida, da mesma forma em que foram proibidas as propagandas de comportamentos homossexuais entre as crianças e entre os menores de 18 anos. Esta última normativa tem suscitado muitas críticas, especialmente entre os poderosos lobbies LGBT internacionais. É uma lei sobre a qual pesa muito a desinformação e as mentiras se pensamos que, na Rússia existem muitos lugares gays, a propaganda entre os maiores de idade é lícita e ninguém persegue os homossexuais. Trata-se só de proteger as crianças e este é um princípio fundamental. No que diz respeito às políticas familiares, na Rússia, a cada segundo filho, o governo concede 10.000 € para a família, enquanto que para o nascimento do terceiro filho, os pais têm direito à terra.
Você acaba de voltar de uma série de conferências ministradas na Itália. Acha que no nosso país exista uma boa sensibilidade para as questões da vida?
Komov: Graças a contribuição de Toni Brandi e Pro Vita Onlus, foi possível organizar um tour por dez cidades italianas que acabou de terminar. Nestes dias encontrei-me com vários representantes do movimento pró-vida na Itália, que me parece uma realidade muito sólida: as pessoas querem defender os próprios valores e o cristianismo. Porém, como em outros países do mundo, nos últimos anos há um ataque a esses valores. Uma minoria de 2-3% de ativistas LGBT emprega meios de comunicação altamente influentes, pretendendo impor um estilo de vida não saudável a uma população que é 90% contra.
Na Rússia, pelo contrário, há esta aproximação aos valores tradicionais. Somos um país que por 70 anos tem sofrido com a ditadura comunista: sabemos, portanto, o que significa viver em um país sem Deus. Queremos, assim, compartilhar a nossa experiência de defesa destes valores, com os nossos irmãos e irmãs na Itália e em outros países.
Como está se manifestando o renascimento espiritual e cristão na Rússia?
Komov: A Rússia é cristã por mais de um milênio e o cristianismo penetrou muito profundamente no coração e na alma do país: um patrimônio que não se dissolveu nos 70 anos de comunismo e de perseguição anti-cristã, durante os quais tivemos milhares de mártires que agora estão orando por nós e que nos estão ajudando a reerguer a Rússia. Nos últimos vinte anos reconstruimos mais de 30 mil igrejas e cerca de 800 mosteiros: um fato verdadeiramente surpreendente.
O Papa Francisco está tentando fortalecer o máximo possível o diálogo com as igrejas ortodoxas, iniciado pelos seus antecessores imediatos. Qual é a sua visão desta aproximação ecuménica? Uma reconciliação é possível?
Komov: Os católicos e os ortodoxos devem, sem dúvida, estar mais juntos entre si, cooperando para a defesa da vida desde a concepção até a morte natural, na defesa da comum civilização cristã que hoje está sob ataque. A Europa tem de respirar com "dois pulmões", sendo o catolicismo e a ortodoxia os dois pulmões da Europa. Espero, portanto, que haja sempre mais diálogo e cooperação, embora será Deus a determinar quando as duas igrejas estarão unidas novamente: esperemos que aconteça rápido, certamente não dependerá de nós seres humanos, já que se sedimentaram muitas diferenças em mil anos. De qualquer forma, será a vontade de Deus que encontrará um modo para realizar esta reconciliação.
Fonte: Zenit.
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