quarta-feira, 10 de julho de 2013

Teresa de Los Andes, uma jovem fala aos jovens



A Igreja não é museu, é viva, feita de gente que caminha conosco aqui e agora, que caminhou conosco e que agora vive na eternidade e continua a suplicar a Deus por nós. E entre aqueles que caminharam conosco a Igreja escolhe alguns que durante a vida se distinguiram com suas palavras, suas obras e especialmente seu testemunho de vida. São os santos e santas nossos irmãos que já chegaram a pátria celeste, mas que tem uma palavra a nos dizer.

Nada de mais belo e emocionante que constatar que a santidade floresce em todas as idades, não é fruto de velhice ou de idade madura, de juventude ou de infância, é fruto do ramo verdadeiramente unido a videira Cristo e que tem como missão de “produzir muitos frutos”. Podemos contemplar santos e santas que viveram mais de cem anos, outros 50, outros 25, outros 15 e outros ainda 9 anos. Contemplar os santos é a melhor maneira para nunca desanimar.
A Jornada Mundial da Juventude que está às portas de sua realização na cidade do Rio de Janeiro, não podia esquecer santos jovens para poder apresentá-los aos jovens e estimulá-los no seguimento de Cristo. Vemos vários deles: a Beata Albertina Berkenbrock, Teresa de Lisieux, Teresa de los Andes, o Beato Frederico Ozanam e o Beato João Paulo II, o idealizador, o dócil servo que escutando a voz do Espírito Santo idealizou a JMJ. Santos jovens que tem uma palavra forte para dizer aos jovens e aos que querem, embora a idade, manter o coração jovem, isto é, aberto e cheio de entusiasmo para Deus e para a missão.
Mas quem foi Teresa de los Andes? É a primeira santa do Chile, a primeira santa carmelita Descalça de clausura da América Latina. É aquela santa que no Carmelo é a mais jovem, com menos tempo de vida claustral, uma jovem comprometida com Deus e com os outros, uma jovem que escutou a voz do Senhor e soube colocá-la em prática abandonando uma vida confortável, um afeto familiar, e uma “roda de amigas e amigos”, que a amavam de verdade. Nascida numa família cristã sentiu-se chamada desde pequena a ser generosa com os pobres e com as crianças da fazenda do seu avô, administrada pelo seu pai e quando o pai, por causa de uma má administração, se encontra em dificuldades, “Juanita” - este era o seu nome antes de entrar no Carmelo - deu ao seu pai o apoio, a sua força, sempre terá com ele uma palavra de coragem. Entrando no Carmelo aos 19 anos quis escolher o Carmelo mais pobre do Chile, onde experimentou frio, fome, dificuldades de todo tipo. Mas o seu grande amor por Cristo a sustentou em todos os momentos. Sentiu que sua vocação era amar a Deus como fonte de alegria: “Deus é alegria infinita”, dizia ela. Mas viveu uma profunda noite escura onde Deus a purificou de todos os sentimentos, de todo apego das coisas e das pessoas. Teresa, dócil aos sentimentos do seu diretor espiritual e de suas formadoras, se deixou plasmar pela bondade de Deus, foi desenvolvendo um grande amor pela Virgem Maria, pela Eucaristia, especialmente provada, soube amar o sofrimento como uma participação profunda a Cristo Jesus e a todos os sofredores.
Quando foi atingida pela doença do tifo, soube suportar tudo com resignação. Se ofereceu a Deus como vítima santa, e uma profetiza que tem uma palavra para dizer aos homens e mulheres de hoje, especialmente aos jovens. No amor devemos amar totalmente e doar-nos sem medida. Será uma das suas maiores preocupações rezar pelos sacerdotes e pelos pecadores. Cristo foi o seu único ideal se enamorou dele e este amor a levou a buscar somente a sua vontade. Deus para ela é alegria, é amor e paz. Com seu sorriso sabia alegrar as pessoas que viviam ao seu redor. Hoje, mais do que nunca, devemos redescobrir a alegria de ser cristão, de ser consagrados, de ser jovens a serviço de Deus e do próximo. Viveu no Carmelo somente 11 meses e alcançou mais a sublime santidade. Os jovens do Chile, da América Latina, do mundo, na JMJ terão possibilidade de rezar com Teresa dos Andes na tenda vocacional e de pedir a esta jovem santa que infunda nos jovens do mundo inteiro a experiência de que sofrimento e alegria não são contraditórios, mas são irmãos de quem ama Jesus, o diário de Teresa de los Andes, publicado no Brasil pelas Edições Loyola é sem dúvida o caminho melhor para conhecer a trajetória humana e espiritual desta jovem santa que foi escolhida protetora da JMJ do Rio de Janeiro. Outra vez falarei da Padroeira das “Jornadas mundiais da Juventude”: Santa Teresa do Menino Jesus.

Artigo gentilmente enviado a Zenit por Frei Patricio Sciadini,ocd, delegado geral da Ordem Carmelita no Egito. - Fonte: Zenit.

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