sábado, 20 de outubro de 2012
Os latinos são uma bênção para a sociedade norte-americana
O arcebispo de Los Angeles, dom José Gómez, na conferência sobre os trabalhos do sínodo para a nova evangelização, fez uma serie de declarações sobre a importância dos leigos de origem latino-americana que vivem nos Estados Unidos.
"Os latinos podem dar uma contribuição muito importante para a Igreja porque eles têm muita fé e raízes profundas, e porque existem fortes relações entre a fé e a comunidade (...) Os bispos estadunidenses afirmam que os latinos são uma bênção para esta sociedade".
Gómez ressalta que os bispos dos Estados Unidos são muito conscientes da realidade dos latino-americanos que residem no país. “Praticamente cada diocese criou programas para os latinos nas paróquias. É uma realidade que a Igreja acompanha com atenção”.
ZENIT perguntou ao arcebispo como é feito o trabalho com os hispanos para que a Igreja dos EUA não acabe se tornando uma comunidade apenas latino-americana. Gómez considera que este problema pode ser superado principalmente “porque existe um processo de integração”, observando também que o fenômeno migratório inclui muitas culturas. “Em Los Angeles, por exemplo, temos missas em 42 idiomas. A Igreja nos Estados Unidos é realmente universal e integra as muitas culturas da família de Deus na família paroquial”.
ZENIT perguntou ainda sobre as dificuldades para a reunificação familiar dos imigrantes devido às leis migratórias dos Estados Unidos. O arcebispo reconhece que "uma das preocupações que temos é esta. As leis migratórias estão separando as famílias. Por isso pedimos tanto ao presidente Obama quanto ao congresso para fazerem o quanto antes uma reforma migratória. É urgente. Já faz muitos anos que trabalhamos nisso e esperamos que aconteça em breve”.
Respondendo a uma pergunta da jornalista mexicana Valentina Alazraki, da rede Televisa, que recebeu do papa uma cópia da “Mensagem ao Povo de Deus” na cerimônia de abertura do sínodo, o bispo de Los Angeles informou a respeito da comunicação da fé: “Sobre a mudança de linguagem, hoje prevalecem os meios eletrônicos. Antes nós tínhamos o catecismo tradicional, e agora quase nem lemos livros. Estamos muito tempo nos meios eletrônicos e no Facebook. Eu disse outro dia que os evangelhos são o Facebook de Jesus, lá está tudo escrito, de onde ele vinha, para onde ele ia, as fotos dos discípulos, etc. Essa é uma maneira de trabalhar na nova evangelização, para a qual o papa nos chama”.
Gómez recordou que “é necessário nos reatualizarmos, digamos assim, para proclamar melhor a beleza das verdades da fé católica e especialmente a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo”, porque “talvez as cosas que fazíamos antes não sejam mais atrativas para os mais jovens”. Afirmou ainda que, além de uma linguagem melhorada, é necessário melhorar principalmente o exemplo. “Os dois são muito importantes, o testemunho pessoal e a maneira de comunicar as verdades da fé”.
Dom José Gómez reiterou, entretanto, que “os ensinamentos da Igreja não mudaram e não vão mudar nunca, mas a sociedade em que vivemos muda. Por isso, temos que nos renovar interiormente, como Igreja, para transmitir as verdades com entusiasmo”.
A jornalista Paloma Ovejero, da rede Cope, perguntou sobre as atividades paroquias e ouviu do arcebispo: “Em cada diocese existem coisas muito interessantes. Por exemplo,em Los Angeles, nós temos anualmente um congresso de educação religiosa com quarenta mil pessoas e é um sucesso. Esse tipo de atividade vai sendo compartilhado. E também há coisas práticas nas paróquias, ação social, para que os jovens aprendam as verdades da fé não só intelectualmente, mas também na prática. A caridade não é só intelectual, é o ato de ajudar os outros”.
Questionado pela jornalista Mercedes dela Torresobre a influência da presença católica na sociedade dos Estados Unidos e a semelhança com o processo migratório na Europa, o arcebispo destacou: “Os imigrantes latino-americanos têm um papel muito importante, com a sua fé e cultura tão unidas na cultura hispana. Nós temos que conhecer a nossa fé. Sabemos quem somos, acreditamos em Deus, que é um Deus pessoal que nos ama, e acreditamos que temos a intercessão da nossa mãe santíssima, a Virgem de Guadalupe. E podemos, sim, agir numa sociedade secularizada, que não se interessa muito por Deus, e recristianizá-la”.
Fonte: Zenit.
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