sexta-feira, 19 de outubro de 2012
"A fome de riqueza já infectou muitos cristãos"
Nos cenários da nova evangelização, passamos de uma resistência e de uma oposição muito forte contra Deus e contra a Igreja para um tom mais suave, que, no entanto, afetou a vida diária ao provocar uma mentalidade hedonista e consumista, que vem banalizando muitos valores e dando prevalência prática àquilo que tornava possível a obtenção dos fins pretendidos, ou seja, o dinheiro.
Se é verdade que “homo sine pecunia imago mortis” [em latim, “o homem sem dinheiro é a imagem da morte”, ndr], também é verdade que a fome deplorável de riqueza já contagiou muitos cristãos. A Igreja, desde sempre, enfrenta o problema da economia dentro do quadro mais amplo dos direitos do homem e dos povos, bem como do destino universal dos bens. As primeiras experiências de comunhão de bens foram esclarecedoras para aqueles que viviam na primeira comunidade cristã.
Não foi possível prosseguir aquela experiência, mas, no decorrer dos séculos seguintes, várias vezes, as iniciativas da Igreja nos campos econômico e social foram muito concretas. Assim, a comunidade cristã tem sido promotora de experiências humanas e de solidariedade que vão além da necessidade de testemunhar a caridade, porque tocam o próprio domínio da justiça. Hoje não vivemos somente o tsunami da secularização, mas também o tsunami da crise financeira, que tem as suas raízes plantadas em comportamentos que não se coadunam com o evangelho.
Como no passado, também hoje a Igreja deve ser capaz de descobrir uma maneira de lidar com a economia que respeite a "ecologia da pessoa humana", como diz o papa Bento XVI na Caritas in Veritate, em seu número 51.
"É, portanto, principalmente por meio da sua conduta e da sua vida que a Igreja evangelizará o mundo. Ou seja, é através do seu testemunho vivido de fidelidade ao Senhor Jesus, de liberdade perante os poderes deste mundo; em uma palavra, de santidade" (Paulo VI, Ev. Nun. 31-32). Trata-se de uma solicitação que, sem dúvida, é provocativa, e que deveria converter qualquer um dos nossos estilos de vida eclesiástica.
Quem está em busca de sentido para a sua vida, ou está angustiado com as dificuldades do tempo presente, poderá nos seguir somente se tiver a esperança de que, seguindo o nosso caminho enraizado em Cristo, estará no caminho da salvação.
Fonte: Zenit.
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