segunda-feira, 29 de outubro de 2012
"Jesus Cristo, a verdadeira novidade que responde às expectativas do homem"
Caros irmãos e irmãs!
Com a Santa Missa celebrada esta manhã na Basílica de São Pedro, terminou a XIII Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos. Por três semanas enfrentamos a realidade da nova evangelização para a transmissão da fé cristã: toda a Igreja estava representada e, portanto, envolvida nesse esforço, que não deixará de dar os seus frutos, com a graça do Senhor. Primeiro de tudo, no entanto, o Sínodo é sempre um momento de grande comunhão eclesial, e por isso eu quero agradecer a Deus com todos vocês, que mais uma vez nos fez experimentar a beleza de ser Igreja, e sê-lo hoje, neste mundo tal qual ele está, no meio desta humanidade com as suas dificuldades e esperanças. Muito significativa foi a coincidência desta Assembleia sinodal com o 50 º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, e portanto com o início do Ano da Fé. Repensar o Beato João XIII, o Servo de Deus Paulo VI, no tempo conciliar, tem sido muito bom, porque nos ajudou a reconhecer que a nova evangelização não é uma invenção nossa, mas é uma dinâmica que se desenvolveu na Igreja especialmente a partir da década de 50 do século passado, quando se tornou evidente que mesmo os Países de antiga tradição cristã tornaram-se, como acostumamos dizer, “terra de missão”. Assim surgiu a necessidade de um renovado anúncio do Evangelho nas sociedades secularizadas, na dupla certeza de que, por um lado, é só Ele, Jesus Cristo, a verdadeira novidade que responde às expectativas do homem de todas as épocas, e por outro, que a sua mensagem pede para ser transmitida de modo adequado nos diferentes contextos sociais e culturais.
O que podemos dizer depois destes intensos dias de trabalho? Da minha parte, eu escutei e reuni muitos pontos de reflexão e muitas propostas, que, com a ajuda da Secretaria do Sínodo e dos meus colaboradores, buscarei ordenar e elaborar, para oferecer a toda a Igreja uma síntese orgânica e indicações coerentes. Desde já podemos dizer que deste Sínodo sai um reforçado esforço para a renovação espiritual da mesma Igreja, para poder renovar espiritualmente o mundo secularizado; e esta renovação virá da redescoberta de Jesus Cristo, da sua verdade e da sua graça, da sua "face", tão humana e tão divina, sobre a qual brilha o mistério transcendente de Deus. Confiamos à Virgem Maria os frutos do trabalho da Assembleia Sinodal apenas concluido. Ela, Estrela da nova evangelização, nos ensine e nos ajude a levar Cristo a todos, com coragem e com alegria.
[Depois da recitação da oração do Ângelus, o Papa lançou o seguinte apelo:]
Começo com um apelo.
Nos últimos dias um furacão devastador atingiu com particular violência Cuba, Haiti, a Jamaica e as Bahamas, causando várias mortes e extensos danos, fazendo com que várias pessoas fossem obrigadas a deixar as próprias casas. Desejo assegurar a minha proximidade e lembrança a todos aqueles que foram atingidos por este desastre natural, enquanto convido a todos à oração e à solidariedade, para aliviar a dor dos familiares das vítimas e oferecer ajuda aos milhares de danificados.
[No final do Ângelus, o Papa cumprimentou os peregrinos. Em português disse:]
Dirijo agora uma calorosa saudação aos peregrinos de língua portuguesa, e de modo especial ao grupo vindo do Brasil - das dioceses de Guaxupé, São João da Boa Vista e Jundiaí. Ao concluir a Sínodo sobre a Nova Evangelização, confio à Virgem Santíssima os seus frutos e peço-Lhe que guie e proteja maternalmente os vossos passos ao serviço do anúncio e testemunho da Boa Nova de Jesus Cristo! A minha Bênção desça sobre vós, vossas famílias e comunidades cristãs.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Encontrado morto sacerdote ortodoxo sequestrado em Damasco
O corpo do sacerdote greco-ortodoxo, Padre Fadi Jamil Haddad, pároco da igreja de Santo Elias em Qatana, foi encontrado hoje no bairro de Jaramana (norte de Damasco) , não muito longe de onde ele foi sequestrado em 19 de outubro por um grupo armado não identificado.
A noticia foi confirmada à agência de notícias Fides por um membro da comunidade Greco-ortodoxa do padre Haddad, pedindo anonimato.
"Seu corpo foi terrivelmente torturado, atingindo-lhe os olhos - disse com lágrimas à Fides -. Padre Haddad é um mártir da nossa Igreja”.
Sobre a responsabilidade do ato terrível acusações são lançadas entre as forças da oposição (que acusam as milícias leais ao regime) e as autoridades do governo, que acusam as gangues armadas favoráveis a rebelião armada.
Os sequestradores pediram à família do sacerdote e à sua Igreja um resgate de 50 milhões de libras sírias (cerca de 550.000 euros). No entanto, foi impossível encontrar o dinheiro e satisfazer a essa demanda exorbitante.
Uma fonte consultada condena "a terrível prática, presente por meses nesta guerra suja, de sequestrar e matar civis inocentes".
Entre as várias comunidades cristãs na Síria, a greco- ortodoxa é a maior (com cerca de meio milhão de fiéis) e concentrou-se principalmente na parte ocidental do país e em Damasco.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
"O nosso tempo exige cristãos fascinados por Cristo"
Queridos irmãos e irmãs,
O nosso tempo exige cristãos fascinados por Cristo, que não se cansem de crescer na fé, por meio da familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. A fé não é apenas conhecimento e adesão a algumas verdades divinas; mas também um acto da vontade, pelo qual me entrego livremente a Deus, que é Pai e me ama. Crer é confiar-se, com toda a liberdade e com alegria, ao desígnio providencial de Deus sobre a história, como fez Maria de Nazaré. Nós podemos crer em Deus, porque Ele vem ao nosso encontro e nos toca. Na base do nosso caminho de fé, está o Baptismo, pelo qual nos tornamos filhos de Deus em Cristo e marca a entrada na comunidade de fé, na Igreja. Não se crê sozinho, mas juntamente com os nossos irmãos. Depois do Baptismo, cada cristão é chamado a viver e assumir a profissão da fé, juntamente com seus irmãos. Concluindo, a fé é um assentimento, pelo qual a nossa mente e o nosso coração dizem «sim» a Deus, confessando que Jesus é o Senhor. E este «sim» transforma a vida, tornando-a rica de significado e esperança segura.
* * *
Uma cordial saudação para todos os peregrinos de língua portuguesa, com menção particular dos grupos de diversas paróquias e cidades do Brasil, que aqui vieram movidos pelo desejo de afirmar e consolidar a sua fé e adesão a Cristo: o Senhor vos encha de alegria e o seu Espírito ilumine as decisões da vossa vida para realizardes fielmente o projecto de Deus a vosso respeito. Acompanha-vos a minha oração e a minha Bênção.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Como, onde e quando proclamar o Evangelho
Reproduzimos abaixo as palavras de dom Ladislav Nemet, SVD, bispo de Zrenjanin, na Sérvia, durante a 17ª congregação geral do sínodo dos bispos, ocorrida em 19 de outubro de 2012.
1. O Evangelho proclamado.
O Evangelho que deveria ser transmitido acende a esperança, porque encerra em si a promessa da vida eterna. Tem um conteúdo claro: o conhecimento de Deus, que se manifestouem Jesus Cristo. É um Evangelho de santificação.
2. O mundo em que o Evangelho é proclamado.
O mundo é criação de Deus. A nossa história e cultura se inscrevem na história salvífica de Deus. Precisamos entrar em diálogo com o mundo: com os homens de hoje. A evangelização na Igreja das origens sempre andou de mãos dadas com a procura das sementes da Palavra de Deus na cultura do presente.
3. Os lugares em que o Evangelho é proclamado.
A paróquia, ou comunidade eclesial, é o primeiro lugar da evangelização. Observamos também as fortes mudanças que acontecem nas paróquias, que se tornam cada vez maiores. Portanto, a nova evangelização deveria inaugurar caminhos e lugares de diálogo onde não existe contato com a paróquia nem com a pequena comunidade cristã.
4. Os homens que proclamam o Evangelho.
A família é um lugar privilegiado da transmissão da fé. Porém, não podemos deixar de notar que muitas uniões fracassam, e, assim, as famílias se rompem. É importante, para os países aqui representados pelos bispos do nosso círculo, que o contato ecumênico seja cultivado.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Entregue o "Summarium testium" de João Paulo I
Foi entregue dia 17 de outubro, à Congregação para as Causas dos Santos, nas mãos de seu prefeito, o cardeal Angelo Amato, o Summarium testium, que é o primeiro de quatro documentos que ajudarão a preparar a Positio sobre as virtudes heroicas do Servo de Deus João Paulo I.
O cardeal Amato explicou que a documentação apresentada hoje deve ser “acompanhada e complementada por outros arquivos que ainda estão faltando. Entre eles, a Informatio super virtutibus”, que, de acordo com a sua explicação, “é a parte mais significativa da documentação, porque diz respeito à prova de heroísmo das virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e das virtudes cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança), bem como das virtudes anexas, tais como a humildade, a pobreza, a obediência, a castidade...”. Esta parte, reforçou o cardeal, “é a mais relevante, porque fornece a chave para a compreensão do processo completo: é a disquisitio sobre a santidade do Servo de Deus”.
Sobre os prazos de conclusão do processo, o cardeal Amato afirmou que o processo é longo e complexo. "É um procedimento canônico refinado, porque a beatificação e a canonização de uma pessoa requerem uma avaliação séria das virtudes cristãs. Não é com base em ouvir dizer, mas com fundamento em documentação objetiva".
A respeito de quando será a beatificação, Amato respondeu: "O tempo que vai até a beatificação é um tempo abençoado. Não é um tempo vazio, mas pleno: ele deve ser preenchido com o conhecimento do Servo de Deus, com a admiração das suas virtudes, com a contemplação da sua vida e, especialmente, com a imitação da sua santidade. Além disso, é um tempo de oração e de súplica ao Servo de Deus para obter a sua intercessão com graças e milagres. Enfim, é um momento abençoado, que irá ajudar todos nós a pensar sobre a nossa santificação pessoal".
Amato finalmente agradeceu ao postulador da causa, o bispo dom Enrico dal Covolo, pelo seu "entusiasmo contagiante", que "levará a bom termo, o mais cedo possível" o que chamou de “um gigantesco empreendimento”. Dal Covolo também agradeceu a Amato e à congregação que ele preside pela solicitude com que consideram a causa e pelos esforços pastorais empregados.
“As causas”, enfatizou o reitor da Pontifícia Universidade Lateranense, “não são momentos burocráticos, mas oportunidades vivas para a promoção da santidade”. E destacou a coincidência providencial entre este dia da entrega (17 de outubro é também o centenário do nascimento de Albino Luciani) e o Sínodo dos Bispos que está em andamento.
"Tenho certeza de que João Paulo I pode ser um modelo de nova evangelização pela transmissão da fé, justamente por causa da sua extraordinária capacidade de se comunicar com os fiéis. Por isso, eu estou feliz com esta apresentação de hoje na assembleia sinodal".
O bispo compartilhou ainda o porquê da beatitude e da santidade de João Paulo I: "Porque ele é um modelo do bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas".
Fonte: Zenit.
sábado, 20 de outubro de 2012
Os latinos são uma bênção para a sociedade norte-americana
O arcebispo de Los Angeles, dom José Gómez, na conferência sobre os trabalhos do sínodo para a nova evangelização, fez uma serie de declarações sobre a importância dos leigos de origem latino-americana que vivem nos Estados Unidos.
"Os latinos podem dar uma contribuição muito importante para a Igreja porque eles têm muita fé e raízes profundas, e porque existem fortes relações entre a fé e a comunidade (...) Os bispos estadunidenses afirmam que os latinos são uma bênção para esta sociedade".
Gómez ressalta que os bispos dos Estados Unidos são muito conscientes da realidade dos latino-americanos que residem no país. “Praticamente cada diocese criou programas para os latinos nas paróquias. É uma realidade que a Igreja acompanha com atenção”.
ZENIT perguntou ao arcebispo como é feito o trabalho com os hispanos para que a Igreja dos EUA não acabe se tornando uma comunidade apenas latino-americana. Gómez considera que este problema pode ser superado principalmente “porque existe um processo de integração”, observando também que o fenômeno migratório inclui muitas culturas. “Em Los Angeles, por exemplo, temos missas em 42 idiomas. A Igreja nos Estados Unidos é realmente universal e integra as muitas culturas da família de Deus na família paroquial”.
ZENIT perguntou ainda sobre as dificuldades para a reunificação familiar dos imigrantes devido às leis migratórias dos Estados Unidos. O arcebispo reconhece que "uma das preocupações que temos é esta. As leis migratórias estão separando as famílias. Por isso pedimos tanto ao presidente Obama quanto ao congresso para fazerem o quanto antes uma reforma migratória. É urgente. Já faz muitos anos que trabalhamos nisso e esperamos que aconteça em breve”.
Respondendo a uma pergunta da jornalista mexicana Valentina Alazraki, da rede Televisa, que recebeu do papa uma cópia da “Mensagem ao Povo de Deus” na cerimônia de abertura do sínodo, o bispo de Los Angeles informou a respeito da comunicação da fé: “Sobre a mudança de linguagem, hoje prevalecem os meios eletrônicos. Antes nós tínhamos o catecismo tradicional, e agora quase nem lemos livros. Estamos muito tempo nos meios eletrônicos e no Facebook. Eu disse outro dia que os evangelhos são o Facebook de Jesus, lá está tudo escrito, de onde ele vinha, para onde ele ia, as fotos dos discípulos, etc. Essa é uma maneira de trabalhar na nova evangelização, para a qual o papa nos chama”.
Gómez recordou que “é necessário nos reatualizarmos, digamos assim, para proclamar melhor a beleza das verdades da fé católica e especialmente a pessoa de Nosso Senhor Jesus Cristo”, porque “talvez as cosas que fazíamos antes não sejam mais atrativas para os mais jovens”. Afirmou ainda que, além de uma linguagem melhorada, é necessário melhorar principalmente o exemplo. “Os dois são muito importantes, o testemunho pessoal e a maneira de comunicar as verdades da fé”.
Dom José Gómez reiterou, entretanto, que “os ensinamentos da Igreja não mudaram e não vão mudar nunca, mas a sociedade em que vivemos muda. Por isso, temos que nos renovar interiormente, como Igreja, para transmitir as verdades com entusiasmo”.
A jornalista Paloma Ovejero, da rede Cope, perguntou sobre as atividades paroquias e ouviu do arcebispo: “Em cada diocese existem coisas muito interessantes. Por exemplo,em Los Angeles, nós temos anualmente um congresso de educação religiosa com quarenta mil pessoas e é um sucesso. Esse tipo de atividade vai sendo compartilhado. E também há coisas práticas nas paróquias, ação social, para que os jovens aprendam as verdades da fé não só intelectualmente, mas também na prática. A caridade não é só intelectual, é o ato de ajudar os outros”.
Questionado pela jornalista Mercedes dela Torresobre a influência da presença católica na sociedade dos Estados Unidos e a semelhança com o processo migratório na Europa, o arcebispo destacou: “Os imigrantes latino-americanos têm um papel muito importante, com a sua fé e cultura tão unidas na cultura hispana. Nós temos que conhecer a nossa fé. Sabemos quem somos, acreditamos em Deus, que é um Deus pessoal que nos ama, e acreditamos que temos a intercessão da nossa mãe santíssima, a Virgem de Guadalupe. E podemos, sim, agir numa sociedade secularizada, que não se interessa muito por Deus, e recristianizá-la”.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
"A fome de riqueza já infectou muitos cristãos"
Nos cenários da nova evangelização, passamos de uma resistência e de uma oposição muito forte contra Deus e contra a Igreja para um tom mais suave, que, no entanto, afetou a vida diária ao provocar uma mentalidade hedonista e consumista, que vem banalizando muitos valores e dando prevalência prática àquilo que tornava possível a obtenção dos fins pretendidos, ou seja, o dinheiro.
Se é verdade que “homo sine pecunia imago mortis” [em latim, “o homem sem dinheiro é a imagem da morte”, ndr], também é verdade que a fome deplorável de riqueza já contagiou muitos cristãos. A Igreja, desde sempre, enfrenta o problema da economia dentro do quadro mais amplo dos direitos do homem e dos povos, bem como do destino universal dos bens. As primeiras experiências de comunhão de bens foram esclarecedoras para aqueles que viviam na primeira comunidade cristã.
Não foi possível prosseguir aquela experiência, mas, no decorrer dos séculos seguintes, várias vezes, as iniciativas da Igreja nos campos econômico e social foram muito concretas. Assim, a comunidade cristã tem sido promotora de experiências humanas e de solidariedade que vão além da necessidade de testemunhar a caridade, porque tocam o próprio domínio da justiça. Hoje não vivemos somente o tsunami da secularização, mas também o tsunami da crise financeira, que tem as suas raízes plantadas em comportamentos que não se coadunam com o evangelho.
Como no passado, também hoje a Igreja deve ser capaz de descobrir uma maneira de lidar com a economia que respeite a "ecologia da pessoa humana", como diz o papa Bento XVI na Caritas in Veritate, em seu número 51.
"É, portanto, principalmente por meio da sua conduta e da sua vida que a Igreja evangelizará o mundo. Ou seja, é através do seu testemunho vivido de fidelidade ao Senhor Jesus, de liberdade perante os poderes deste mundo; em uma palavra, de santidade" (Paulo VI, Ev. Nun. 31-32). Trata-se de uma solicitação que, sem dúvida, é provocativa, e que deveria converter qualquer um dos nossos estilos de vida eclesiástica.
Quem está em busca de sentido para a sua vida, ou está angustiado com as dificuldades do tempo presente, poderá nos seguir somente se tiver a esperança de que, seguindo o nosso caminho enraizado em Cristo, estará no caminho da salvação.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
A boa nova deve ser anunciada também "digitalmente"
A nova evangelização nos pede estar atentos para a "novidade" do contexto cultural em que somos chamados a anunciar a boa nova, mas também à "novidade" dos métodos a ser utilizados. As novas mídias estão mudando radicalmente a cultura em que vivemos e oferecem novas maneiras de compartilhar a mensagem do evangelho. As novas tecnologias não só mudaram a maneira como nos comunicamos, mas transformaram a comunicação em si, criando uma nova infraestrutura cultural que está influenciando o ambiente da comunicação. E nós não podemos continuar a fazer o que sempre fizemos, mesmo usando as novas tecnologias.
A arena digital não é um espaço "virtual" menos importante do que o mundo "real", e, se o evangelho não é proclamado também "digitalmente", corremos o risco de abandonar muita gente para quem este é o mundo em que eles “vivem”.
A Igreja está presente, já, no espaço digital, mas o próximo desafio é mudar o nosso estilo de comunicação para tornar esta presença eficiente, ocupando-nos principalmente da questão da linguagem. No fórum digital, a comunicação é espontânea, interativa e participativa; na Igreja, estamos acostumados a usar a palavra escrita como a forma normal de comunicação. Eu não sei se esta forma pode falar para os jovens, acostumados a uma linguagem enraizada na convergência de palavras, sons e imagens. Nós temos um chamado a comunicar com o nosso testemunho, compartilhando nas relações pessoais a esperança que habitaem nós. Nãopodemos diluir o conteúdo da nossa fé, mas encontrar novas maneiras de expressá-lo na sua plenitude.
Somos obrigados a nos expressar de uma forma que envolva os outros, que, por sua vez, poderão compartilhar as nossas ideias com os seus amigos e "seguidores". Temos a necessidade de reforçar as "vozes" dos muitos católicos presentes nos blogs, para que eles possam evangelizar, apresentar os ensinamentos da Igreja e responder às perguntas dos outros. Eu penso na Igreja que foi chamada a estabelecer um diálogo respeitoso com todos, a dar a todos a razão da esperança que ela traz no coração
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 17 de outubro de 2012
Bispos do Brasil e o Dia Nacional da Valorização da Vida: 21 de outubro
A partir desse ano, no Brasil, o Dia 21 de Outubro será o Dia Nacional da Valorização da Família. Essa comemoração foi instituída pela Lei nº 12.647, publicada no Diário Oficial da União no dia 17 de maio de 2012.
O Secretário Geral da CNBB, Dom Leonardo Ulrich Steiner e o Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Vida e Família (CEPVF) da CNBB, Dom João Carlos Petrini, pediram, em carta enviada a todos os bispos do Brasil, que se valorize esse dia nas próprias dioceses.
A carta explica que o dia 21 de outubro pode tornar-se um precioso recurso para promover a Família como espaço privilegiado e insubstituível para que um homem e uma mulher possam, através do matrimônio, gerar e educar seus filhos. (cf. Carta às Família, 10) no exercício da família cidadã.
A carta também sugere que, pela proximidade da data, valorizemos este dia através de instrumentos publicitários de propaganda, com as insígnias católicas da Diocese e/ou Pastoral Familiar e/ou da CNBB (placa de outdoor, faixas, cartazes, ou algo semelhante), bem como, Celebrações e atividades evangelizadoras em prol da família e, ainda, propõe que seja divulgado este dia na perspectiva católica através dos meios de comunicação.
Segundo Pe. Wladimir Porreca, assessor nacional, para este ano será disponibilizada e enviada uma oração de pedido a Deus pela família, com forma de unidade evangelizadora e motivação pastoral.
Para ler a carta completa, obter frases sugestivas do Papa para o dia e sugestão de cartaz da CNBB, acesse: http://www.cnpf.org.br/ .
Para maiores informações: familia@cnbb.org.br
terça-feira, 16 de outubro de 2012
Os jovens são os "novos agentes" da evangelização
a intervenção de S. E. R. Mons. Leonardo Ulrich Steiner, O.F.M., Bispo titular de Tisiduo e Auxiliar de Brasília, na décima Congregação Ordinária do Sínodo dos Bispos (13 de Outubro 2012).
***
Gostaria de fazer referência aos sujeitos da transmissão da fé. A Lumen Gentium afirma que "Por sua vocação é próprio dos leigos buscar o reino de Deus tratando as coisas temporais e ordenando-as segundo Deus. [...] eles são chamados por Deus para contribuir, a partir de dentro, como fermento, da santificação do mundo exercitando o próprio trabalho sob a orientação do espírito evangélico, e desta forma manifestar Cristo aos outros principalmente com o testemunho da sua própria vida e com o resplandor da sua fé, da sua esperança e caridade” (LG 31).
A Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi recorda que "os leigos podem também sentir-se chamados ou ser chamados a colaborar com os seus Pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e vitalidade da mesma, exercitando ministérios muito diferentes, segundo a graça e os carismas que o Senhor lhes dispensar" (n. 73).
A Exortação Apostólica Christifideles laici é tomada na Conferência dos Bispos da América Latina em Santo Domingo, ao propor: "Que todos os leigos sejam protagonistas da nova evangelização, da promoção humana e da cultura cristã. É necessário a constante promoção do laicado, livre de todo clericalismo e sem redução ao intra-eclesial. Que os batizados não evangelizados sejam os principais destinatários da nova evangelização. Essa será efetivamente realizada se os leigos, conscientes do seu batismo, responderem ao chamado de Cristo de se converterem em protagonistas da nova evangelização” (n º 97).
A nova evangelização deveria levar em consideração como “novos agentes” da evangelização os jovens: jovens que evangelizam jovens. Prepará-los para a catequese, por meio da participação na vida da Comunidade da fé e das experiências missionárias para poder obrar na Comunidade e na sociedade. Considerar os novos areópagos dos mesmos jovens como o mundo da educação, da mídia, da internet, da arte e outros. Espaços essenciais para a nova evangelização.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 15 de outubro de 2012
Congresso Mundial da Misericórdia acontece na América Latina pela primeira vez
Depois de Roma e Cracóvia, em 2008 e 2011, esta será a primeira vez que um Congresso da Divina Misericórdia acontece fora da Europa. O cardeal Schönborn indica que a capital colombiana foi selecionada pela sua capacidade de chegar ao coração do Evangelho e por servir de inspiração para a Igreja de hoje.
O Congresso avaliará o quanto o tema da misericórdia é fundamental para a vida cristã dos nossos contemporâneos. Através da Divina Misericórdia, novas pessoas sempre encontram um novo acesso ao evangelho.
Sua Excelência, dom Garcia, anunciou que, durante o Congresso, a Misericórdia Divina mostrará todo o seu significado como serviço do impulso missionário da Igreja. O bispo sul-americano foi encarregado da preparação do congresso por parte da Conferência Episcopal da Colômbia.
"Sem a missão, a Igreja morre", enfatizou dom Garcia. O zelo missionário da comunidade cristã não pode se desenvolver sem que seja a partir de uma experiência pessoal da Misericórdia. Além desta conversão pessoal, há uma conversão pastoral, que também será decisiva para o futuro da Igreja".
“A misericórdia consiste no fato de não esperarmos que as pessoas venham até nós. Pelo contrário, nós é que vamos ao encontro delas, casa por casa, para levar a mensagem da misericórdia". Dom Garcia agrega: "Se uma paróquia não é missionária, ela não tem misericórdia”.
Além de um forte impulso para a renovação da Igreja, o catolicismo colombiano espera do Congresso Mundial uma contribuição para uma paz estável no país, marcado por décadas de guerra civil e de conflitos devidos às drogas. "A estrada da Divina Misericórdia, para nós, é uma estrada de confiança, porque a Colômbia precisa de um caminho de paz", disse ainda o bispo de Istmina.
A misericórdia como o paradigma
A Misericórdia Divina é um termo chave no pontificado do papa João Paulo II (1978 -2005). Durante o Grande Jubileu do Ano 2000, ele transformou o primeiro domingo depois da Páscoa na Festa da Divina Misericórdia. Em seguida, canonizou a Irmã Faustina Kowalska (1905 -1938), cujas visões desempenharam um papel decisivo na espiritualidade da Misericórdia. João Paulo II morreu precisamente na vigília do Domingo da Divina Misericórdia. Durante a sua última visita à Polônia, em 2002, ele inaugurou em Cracóvia o novo Santuário da Divina Misericórdia, insistindo: "Não há outra fonte de esperança para as pessoas a não ser a misericórdia de Deus".
Um tema comum para o futuro
A ideia de um Congresso Mundial da Misericórdia nasceu após a morte do papa João Paulo II, durante uma reunião de bispos e sacerdotes com o cardeal Schönborn, em Cracóvia. A ideia foi amplamente incentivada pelo papa Bento XVI. No programa do congresso, haverá momentos de conferências, testemunhos, possibilidades de encontros para troca de experiências. A oração, como de costume, será a parte principal.
O padre Patrice Chocholski nos lembra que, junto com os congressos mundiais, são desenvolvidos há muitos anos os congressos continentais e nacionais da Misericórdia. Por exemplo, no final de outubro, em Bangcoc, Tailândia, acontecerá o segundo Congresso Asiático da Misericórdia. O padre francês ressalta que as comunidades budistas também participarão deste encontro de três dias na capital tailandesa. Como secretário-geral dos Congressos Mundiais e como pároco em Lyon, ele acrescenta: "Isto nos mostra que, para os católicos, para os outros cristãos e para os budistas, a Misericórdia é um tema comum determinante, que temos que compartilhar tendo em vista o futuro mundo globalizado".
Para mais informações, por favor, visite www.wacom2014.org
Fonte: Zenit.
sábado, 13 de outubro de 2012
Intolerância e discriminação contra os cristãos: Alemanha é denunciada na ONU
Crescem na Alemanha a intolerância e a discriminação contra os cristãos. A denúncia é do sociólogo italiano Massimo Introvigne, coordenador do Observatório da Liberdade Religiosa, estabelecido pelo Ministério de Assuntos Exteriores da Itália.
“O Observatório”, diz Introvigne, “iniciou as atividades em junho com uma conferência de imprensa sobre as ameaças à liberdade religiosa nos Estados Unidos. Sua preocupação, portanto, não é apenas com a Ásia e com a África. Nós acompanhamos de perto o processo da denúncia contra a Alemanha, que acaba de ser apresentada ao Conselho dos Direitos Humanos das Nações Unidas pelo Observatório da Intolerância e da Discriminação contra os Cristãos, de Viena, uma importante instituição católica não-governamental que várias vezes foi elogiada pela Santa Sé".
“A denúncia contém seis acusações contra a Alemanha. Primeiro, a violação dos direitos dos pais cristãos, pelas severas limitações que afetam a educação domiciliar, ou seja, a possibilidade de as famílias darem aulas para os filhos em casa, o chamado homeschooling.
Segundo, apesar de uma circular ministerial de 1986, continua dúbio o direito de um farmacêutico cristão de não vender a pílula abortiva por objeção de consciência.
Terceiro, as organizações que se opõem ao aborto têm muitas vezes proibidas, especialmente em Munique e Friburgo, as manifestações pacíficas e até mesmo a simples presença perto dos hospitais e das clínicas que praticam abortos.
Em quarto lugar, os tribunais não punem, ou tratam com grande leniência, os casos de ofensas e insultos contra o cristianismo e contra a religião católica, mas intervêm com maior rigidez quando são ofendidas outras religiões.
Quinto, cresce o vandalismo contra igrejas e cemitérios cristãos.
Sexto, os alunos não podem ser isentos das aulas de educação sexual que inculcam princípios diametralmente opostos à moralidade ensinada pela Igreja Católica e por outras denominações cristãs".
“Ninguém”, prossegue Introvigne, “quer comparar a discriminação e a intolerância contra os cristãos praticados na Alemanha, ou nos Estados Unidos por parte da administração Obama, ou de outros países ocidentais, com a tortura e os assassinatos de cristãos na África e na Ásia. A Alemanha é um país que, em outros aspectos, está empenhado em proteger a liberdade religiosa, e esse compromisso deve ser reconhecido. Mas o nosso Observatório se esforça para deixar claro que, no campo de aversão ao cristianismo, há uma lógica do plano inclinado. Ela começa com a intolerância, que é uma coisa cultural. A partir daí, pode-se passar para a discriminação, que é um conjunto de normas jurídicas. E, finalmente, chega-se à terceira fase: os crimes de ódio reais, a violência contra os cristãos. Se não se quer chegar à violência, deve-se parar antes, deve-se parar a intolerância e a discriminação. Por isto é que o caso da Alemanha é importante".
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 12 de outubro de 2012
"A minha pessoa não conta: é um irmão que fala com vocês"
É, sem dúvida, o mais famoso e comovedor discurso de todo o pontificado de Angelo Roncalli. Entrou para a história como o "Sermão da Lua": trata-se da saudação do papa João XXIII, na noite de quinta-feira, 11 de outubro de 1962, aos numerosíssimos fiéis e peregrinos que participaram da vigília organizada para a abertura do Concílio Vaticano II.
Hoje, cinquenta anos depois, transcrevemos esse discurso feito de palavras simples e sinceras, que não perderam nada da sua extraordinária autenticidade.
***
Caros filhinhos, ouço as vossas vozes. A minha é apenas uma, mas condensa a voz do mundo inteiro. Todo o mundo está aqui representado.
Parece que até a lua antecipou-se esta noite – observai-a no alto – para contemplar este espetáculo. É que encerramos uma grande jornada de paz. Sim, de paz: Glória a Deus e paz aos homens de boa vontade.
A minha pessoa não conta para nada, quem vos fala é um irmão, que se tornou pai por vontade de Nosso Senhor, mas tudo junto – paternidade e fraternidade – é graça de Deus, tudo, tudo.
Continuemos, pois, a amar-nos, a querer-nos bem, a querer-nos bem; olhando-nos mutuamente no encontro, recolhendo aquilo que nos une, deixando de lado qualquer coisa que nos possa criar dificuldade: nada. Fratres sumus .
Esta manhã aconteceu um espetáculo que nem a basílica de São Pedro, que tem quatro séculos de história, alguma vez pôde contemplar.
Honremos as impressões desta noite. Que os nossos sentimentos permaneçam sempre como agora os manifestamos diante do Céu e da terra. Fé, esperança, caridade, amor de Deus, amor de irmãos. E assim, todos juntos, mutuamente apoiados, na santa paz do Senhor, nas obras do bem.
Quando regressardes a casa, encontrareis os vossos meninos. Fazei uma carícia às vossas crianças e dizei: «esta é a carícia do Papa». Encontrareis algumas lágrimas por enxugar, fazei alguma coisa… dizei uma boa palavra: «o Papa está conosco, especialmente nas horas de tristeza e de amargura».
E assim, todos juntos, animemo-nos, cantando, suspirando, chorando, mas sempre, sempre cheios de confiança em Cristo que nos ajuda e nos escuta, para avançarmos e retomarmos o nosso caminho.
E, agora, tende a gentileza de atender à bênção que vos dou e também ao boa-noite que me permito desejar-vos.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012
Existe mais consciência sobre o lugar da Palavra de Deus
Durante a tarde de ontem, na Quarta Congregação Geral (ou sessão) da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, que acontece no Vaticano sobre “A Nova Evangelização para a transmissão da fé cristã”, o cardeal Marc Ouellet, PSS, prefeito da Congregação para os Bispos, abordou a aplicação da exortação pós-sinodal Verbum Domini.
O prelado recordou que a Verbum Domini foi assinada pelo papa Bento XVI em 2010, depois de uma reflexão sinodal de 2006. A abertura desta nova assembleia, disse ele, “nos leva a refletir sobre a recepção deste documento pós-sinodal, para fazer um balanço sobre a prática das suas orientações, que querem renovar a fé da Igreja”.
Desenvolvimento doutrinal e de exegese
Sem pretender adiantar um julgamento sobre a recepção do documento em seu conjunto, Ouellet garantiu que hoje existe mais interesse dos fiéis pela Palavra de Deus. Estão sendo realizadas “numerosas iniciativas que evidenciam uma conscientização progressiva do lugar central da Palavra de Deus na vida paroquial. Um bom número de países vem utilizando os meios de comunicação social para divulgar a exortação apostólica e as suas implicações na vida eclesial”.
Quanto à liturgia, a profunda convicção confirmada pela Verbum Domini de que a liturgia é o lugar privilegiado onde Deus nos fala “teve grande eco entre os pastores, os liturgistas e os catequistas, em especial os italianos, hispanos e de língua inglesa”, observou.
Sobre a pesquisa científica e a relação fundamental entre exegese e teologia, “não devemos esperar uma mudança rápida no modo de pensar”, mas existe uma abertura a um diálogo construtivo e rigoroso, “que respeita as diferenças de carisma e os métodos”. O cardeal reconheceu também que os ambientes universitários em geral reagem lentamente às intervenções do magistério eclesial, o que não significa necessariamente oposição ou indiferença.
“Observamos com satisfação a originalidade e a novidade do desenvolvimento doutrinal da Verbum Domini sobre a Palavra de Deus, cujos múltiplos significados têm Cristo como ponto de referência principal”, ressaltou o cardeal Ouellet, fazendo referência ao fato de que esta “cristologia da Palavra” recopila as intuições teológicas de eminentes teólogos depois de Karl Barth, “cujo cristocentrismo teve uma grande influência ecumênica”.
A comunidade vive melhor a palavra de Deus
Outro tema importante que chamou a atenção dos presentes foi a referência à chamada “atuação da Palavra”, ou seja, “o seu carácter dinâmico e eficaz, que assume, no contexto litúrgico, uma dimensão sacramental”. A explicação do padre sinodal a este respeito procurou mostrar que a colocação natural da Palavra em prática “atinge também o nível propriamente sacramental de uma comunhão pessoal”, o que demostra que a Palavra de Deus “é mais do que uma informação e um ensinamento”.
É importante, assim, fazer com que a hermenêutica que se realiza na Igreja sobre a Escritura “se enraíze na própria natureza da Escritura como testemunho conjunto do Espírito e da Igreja”. Para o cardeal Ouellet, esta hermenêutica “pressupõe uma integração harmoniosa da fé e da razão, uma comunhão na vida da Igreja e o conhecimento da vida dos santos, cânones viventes de interpretação”.
No contexto do Sínodo sobre a Nova Evangelização, que acontece cinquenta anos depois do concílio Vaticano II, o também presidente da Comissão Pontifícia para a América Latina assegurou que “a reforma empreendida com a constituição dogmática Dei Verbum se confirma e até se desenvolve, e, neste sentido, a Verbum Domini é um grande exercício de recepção do concílio ecumênico Vaticano II”.
Após o discurso de Ouellet, os padres sinodais tiveram a oportunidade de comentar livremente os assuntos abordados e diversos aspectos pontuais do que ouviram.
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 10 de outubro de 2012
África: "Levanta-te e anda!"
Falo em nome do Simpósio das Conferências Episcopais da África e de Madagascar (SECAM).
A evangelização do continente africano ocorreu desde os primeiros dias da Igreja. Prova disto é o encontro entre o eunuco etíope e o diácono Filipe (cf. Atos 8: 26-39).
No entanto, na maior parte da África Subsaariana, a obra de evangelização é mais recente e, por isso mesmo, é muito difícil distinguir entre Antiga e Nova Evangelização. Parece oportuno, de qualquer modo, falar de Nova Evangelização da África a partir do desafio lançado pelo papa Paulo VI em 1969: "Africanos, sede missionários de vós mesmos" (Paulo VI, Homilia na missa de encerramento do simpósio organizado pelos bispos africanos, Kampala, Uganda, 31 de julho de 1969). Para nós, este desafio significa ser verdadeiramente africanos e verdadeiramente católicos. Isto exige uma Igreja madura no continente.
Para enfrentar o desafio, foram estabelecidas e reforçadas as estruturas pastorais necessárias nos âmbitos nacionais e regionais. Na mesma linha, em 1969, foi estabelecido o SECAM, para "preservar e promover a comunhão, a colaboração e a ação conjunta das Conferências Episcopais da África e das ilhas adjacentes" (ver www.uecon.org/SECAM.html). A criação ou o reforço das estruturas pastorais explica o atual número extraordinário de bispos, sacerdotes, religiosos e catequistas africanos.
Uma instituição fundamental para a Nova Evangelização na África é feita pelas pequenas comunidades cristãs. Elas já se tornaram centros vivos de evangelização do continente.
Quanto aos aspectos negativos, existem vários fatores que impedem o necessário aprofundamento da fé na África. A globalização, por exemplo, introduz rapidamente valores estranhos não assimilados, o que torna difícil que os cristãos do continente sejam verdadeiramente africanos. A fé cristã, portanto, também é transformada em grande medida numa fé estranha.
É muito difícil pôr em prática os valores tradicionais, como o respeito pela vida e as estreitas relações sociais familiares.
Por outro lado, na África, há elementos culturais que impedem uma verdadeira evangelização. Entre esses fatores, podemos citar os conflitos intermináveis de base tribal, as doenças, a corrupção, o tráfico de seres humanos, a atrocidade dos abusos e da violência contra crianças, contra menores e contra mulheres.
Outro obstáculo que a Nova Evangelização na África não pode ignorar é a atualidade do fundamentalismo islâmico no continente. A este respeito, os evangelizadores têm de enfrentar a dificuldade de se comunicar com a grande maioria dos bons muçulmanos, que, porém, não se expressam, e com os pequenos grupos de fundamentalistas, que não estão dispostos a aceitar nem sequer a verdade objetiva que se contrapõe à sua posição preconcebida e preconceituosa.
A Nova Evangelização na África também exige que os evangelizadores africanos vão além do pedido do papa Paulo VI: "Africanos, sede missionários de vós mesmos".
A evangelização africana já levou missionários para as igrejas ocidentais, como nos Estados Unidos e na Europa. Embora esta iniciativa seja muito louvável, é preciso mencionar um possível aspecto negativo, que é a busca de ganho material por parte desses evangelizadores, antes até de buscarem uma autêntica evangelização, em detrimento da Igreja por ambas as partes. A Igreja na África fica privada dos evangelizadores mais qualificados, enquanto a Igreja ocidental, que é rica em termos materiais, recebe evangelizadores cujo objetivo principal é o ganho material.
Considerando-se tudo isto, fica fácil observar que o Sínodo sobre a Nova Evangelização é um evento muito apreciado. Ele é, como disse Sua Santidade, o papa Bento XVI, um convite para a África: "Levanta-te, toma o teu leito e anda" (Africae Munus, nº 148.). Eu acredito que, com uma fé renovada graças a este sínodo, a África pode superar os problemas profundamente enraizados que se manifestam hoje no continente.
À luz das duas exortações apostólicas pós-sinodais, Ecclesia in Africa, de 1995, e Africae Munus, de 2011, bem como do Catecismo da Igreja Católica e do Compêndio da Doutrina Social da Igreja, a Igreja na África espera com justiça, deste sínodo, um messe muito rica.
terça-feira, 9 de outubro de 2012
A peregrina
“Guarda os peregrinos nesta caminhada, dá-lhes companhia, pois também um dia foste peregrina de Belém”, canta o povo brasileiro. Para nós, a Virgem Maria continua a “Peregrina” de sempre, cujo ícone, sua imagem acolhida por todos os que não resistem ao Círio de Nazaré, percorreu todos os recantos da Arquidiocese de Belém. Foram muitas as peregrinações daquela que chamamos “Santinha”, preparadas com carinho e emoção. Com toda certeza, o Céu se envolveu na verdadeira missão que se espalhou, visitando as Paróquias, Residências, Hospitais, Repartições públicas, Escolas, Universidades, Clubes, Organismos da sociedade civil e Prisões. Nos quinze encontros das peregrinações em grupos de famílias, foram mais de cento e dez mil famílias visitadas! Ninguém é propositalmente excluído e o tempo se multiplica, as pessoas se organizam de modo admirável e tudo dá certo! No Círio, milagrosamente tudo dá certo!
Durante o ano, muitos outros lugares solicitam a visita da Imagem peregrina, unindo-se à devoção que a generosidade de Deus plantou em nossa terra. Ser de Belém e ser do Pará já significa ser propagador da devoção a Nossa Senhora de Nazaré. Não é possível separar o que Deus uniu! Chegaremos juntos, seremos missionários de Nossa Senhora, Estrela da Evangelização, e assim, Belém e o Pará contribuirão no grande esforço para que a Boa Nova chegue a todos. E agora, chegou mais uma vez o coração do Círio de Nazaré, para a glória de Deus, a honra devida à Virgem de Nazaré, a edificação da Igreja, e o Reino de Deus se espalhe. Sejam bem vindos todos os que se fazem peregrinos, romeiros de Nazaré, recebendo conosco a graça da festa que vivemos!
O Círio de 2012 é a primeira atividade da Arquidiocese de Belém no “Ano da Fé”, convocado pelo Papa Bento XVI e aberto no dia 11 de outubro, “com o objetivo de ilustrar a todos os fiéis a força e a beleza da fé” (Porta Fidei 1), para se estender até a Solenidade de Cristo Rei do próximo ano. O tema escolhido para este Círio expressa a grande peregrinação de nossa vida, em busca da vida plena que nos trouxe nosso Salvador, Jesus Cristo. Nossa aventura humana na terra é uma grande romaria, que se dirige “ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, com Maria e do jeito de Maria”.
Tudo de bom que acontece chega ao Pai por Cristo, com Cristo, em Cristo, na unidade do Espírito Santo. As orações eucarísticas se concluem com a “doxologia”, proclamação da glória de Deus! Tudo expressa o louvor, a glória, a honra, a bênção, a adoração. Nossa vida cristã é acolher a vida que vem de Deus e caminhar para a Trindade, a comunhão plena com Deus, por Cristo, com Cristo, em Cristo. De fato, Ele é a porta das ovelhas (Cf. Jo 10, 9)!
“O Evangelho conta que uma estrela guiou os Magos até Jerusalém e depois até Belém. As profecias antigas comparam o futuro Messias com um astro celeste. Foi também atribuído a Maria este emblema: se Cristo é a estrela que conduz a Deus, Maria é a estrela que leva até Jesus” (João Paulo II, 6 de janeiro de 2003). Nós a saudamos como discípula fiel, filha de Deus Pai, esposa do Espírito Santo, mãe de Deus Filho.
Só na resposta ao amor de Deus nascerá uma prática adequada da sua lei. Maria deu sua resposta a Deus, disse seu sim ao próximo e percorreu o caminho da fidelidade à lei. Ela viveu a fé da Igreja, de modo excelente e humilde, numa plenitude de graça que é insuperável. Quando dizemos em todas as missas “não olheis os nossos pecados, mas a fé que anima a vossa Igreja”, esta oração não seria tão real se não tivesse existido alguém – Maria –que viveu assim, em plenitude, a fé (cf. Giacomo Tandardini em “Trinta Dias”, n. 7.8 de 2011).
O Concílio Vaticano II, cujo cinquentenário de abertura se celebra na abertura do ano da Fé, oferece a justa compreensão das celebrações marianas e nazarenas que agora fazemos: “Ao passo que, na Santíssima Virgem, a Igreja alcançou já aquela perfeição sem mancha nem ruga que lhe é própria (Cf. Ef 5,27), os fiéis ainda têm de trabalhar por vencer o pecado e crescer na santidade; e por isso levantam os olhos para Maria, que brilha como modelo de virtudes sobre toda a família dos eleitos. A Igreja, meditando piedosamente na Virgem, e contemplando-a à luz do Verbo feito homem, penetra mais profundamente, cheia de respeito, no insondável mistério da Encarnação, e mais e mais se conforma com o seu Esposo. Pois Maria, que entrou intimamente na história da salvação, e, por assim dizer, reúne em si e reflete os imperativos mais altos da nossa fé, ao ser exaltada e venerada, atrai os fiéis ao Filho, ao seu sacrifício e ao amor do Pai. Por sua parte, a Igreja, procurando a glória de Cristo, torna-se mais semelhante àquela que é seu tipo e sublime figura, progredindo continuamente na fé, na esperança e na caridade, e buscando e fazendo em tudo a vontade divina. Daqui vem igualmente que, na sua ação apostólica, a Igreja olha com razão para aquela que gerou a Cristo, o qual foi concebido por ação do Espírito Santo e nasceu da Virgem precisamente para nascer e crescer também no coração dos fiéis, por meio da Igreja. E, na sua vida, deu a Virgem exemplo daquele afeto maternal de que devem estar animados todos que cooperam na missão apostólica que a Igreja tem de regenerar os homens” (LG 65).
O Círio de Nazaré no Ano da Fé quer glorificar a Trindade Santíssima, com a Virgem Maria e do jeito de Maria. Com Maria, Virgem da Escuta e Modelo de virtude, queremos viver os mandamentos da Lei de Deus. “Ao Pai, por Cristo, no Espírito Santo, com Maria e do jeito de Maria”.
Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo Metropolitano de Belém
segunda-feira, 8 de outubro de 2012
Ano da Fé
Por ocasião do Ano da Fé, o Papa Bento XVI concede o dom da Indulgência Plenária.
A Penitenciaria Apostólica estabeleceu as seguintes disposições para obter a Indulgência plenária válidas de 11 de outubro de 2012 a 24 de novembro de 2013:
Poderão obtê-la todos os fiéis verdadeiramente arrependidos, que tenham expiado os próprios pecados com a penitência sacramental e elevado orações segundo as intenções do Sumo Pontífice:
- toda vez que participarem de pelo menos três momentos de pregações durante as Santas Missões, ou de pelo menos três lições sobre as Atas do Concílio Vaticano II e sobre os Artigos do Catecismo da Igreja Católica, em qualquer igreja ou local idôneo;
- toda vez que visitarem em forma de peregrinação uma Basílica Papal, um catacumba cristã, uma Igreja Catedral, um local sagrado designado pelo Ordinário do lugar para o Ano da Fé, e ali participarem de alguma função sagrada ou se detiverem para um tempo de recolhimento, concluindo com a oração do Pai-Nosso, o Credo, as invocações a Nossa Senhora e, de acordo com o caso, aos Santos Apóstolos ou Padroeiros;
- toda vez que, nos dias determinados pelo Ordinário do lugar para o Ano da Fé, em algum local sagrado participarem de uma solene celebração eucarística ou da Liturgia das Horas, acrescentando a Profissão de Fé em qualquer forma legítima;
- um dia livremente escolhido, durante o Ano da Fé, para a visita do batistério ou de outro lugar no qual receberam o sacramento do Batismo, se renovarem as promessas batismais em qualquer fórmula legítima.
Aos idosos, doentes e a todos os que por motivos legítimos não puderem sair de casa, concede-se de igual modo a Indulgência plenária nas condições de costume se, unidos com o espírito e com o pensamento aos fiéis presentes, especialmente nos momentos em que as palavras do Pontífice ou dos Bispos Diocesanos forem transmitidas pela televisão ou pelo rádio, recitarem na própria casa ou onde estiverem o Pai-Nosso, o Credo e outras orações conformes às finalidades do Ano da Fé, oferecendo seus sofrimentos ou as dificuldades da própria vida.
Fonte: Rádio Vaticano
domingo, 7 de outubro de 2012
Devemos rezar o terço pessoalmente, em família e em comunidade
Ao finalizar a santa missa celebrada na Praça de São Pedro, por causa da proclamação de São João de Ávila e de Santa Hildegarda de Bingen como doutores da Igreja e da abertura da XIII Assembleia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos, o santo padre Bento XVI falou aos fieis antes da oração do Ângelus.
Enfatizou especialmente a festa da Virgem do Rosário que a Igreja Universal celebra hoje, pedindo que todos os fieis valorizem mais a oração do santo rosário durante o próximo Ano da Fé, que será inaugurado por ele mesmo nesta quinta-feira, 11 de outubro.
"Com o Rosário - disse o Papa – nos deixamos guiar por Maria, modelo de fé, na meditação dos mistérios de Cristo, para que a cada dia, possamos assimilar o Evangelho, de tal forma que modele toda a nossa vida”.
Ele lembrou que, há dez anos, o agora Beato João Paulo II assinou a Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, convocando os fiéis - em continuidade com o seu antecessor - "a rezarem o terço pessoalmente, em família e em comunidade, participando da escola de Maria, que nos leva a Cristo, centro vivo da nossa fé".
sábado, 6 de outubro de 2012
Compromisso cidadão
Às vésperas das eleições municipais é oportuno ecoar o sentido e o alcance da ida às urnas como compromisso cidadão. Trata-se de um dever com determinante importância nos rumos dos municípios no próximo quadriênio. Um tempo que não é longo, mas, se for perdido, por incompetências ou por falta de envergadura moral, contabiliza prejuízos que se desdobram durante décadas.
Não se pode arriscar entregando governos municipais e responsabilidades de vereança a quem carece de competências para fazer avançar cada um dos municípios. A campanha eleitoral foi oportunidade para todos acompanharem as propostas, os programas de governo e os compromissos. Sabe-se, contudo, que o acompanhamento da campanha eleitoral, especialmente pelos meios de comunicação, embora muito importante, não tem a força necessária para o adequado discernimento nas escolhas dos candidatos.
Muitos eleitores estão indecisos, outros já planejam votar em determinado candidato, mas ainda há tempo de confrontar suas escolhas a partir de critérios éticos. Ressalvada a sua importância, o ideário partidário não é suficiente para decidir em quem votar. Na verdade, às vésperas das eleições, cessada a campanha eleitoral, por dispositivo legal e controle das instâncias competentes, é importante deixar ecoar os critérios éticos e morais para balizar escolhas adequadas. Já não é mais, portanto, campanha eleitoral, mas o início daquela etapa em que o eleitor é chamado a recolher-se no mais recôndito de sua consciência.
Nesse exercício, o cidadão deve sopesar critérios éticos e morais, necessidades e competências, além de avaliar, no seu município, o que está em andamento, o que é necessário e urgente, para escolher bons candidatos. O voto secreto, além do respeito à liberdade e autonomia de cada pessoa na sua escolha, é também referência ao confidencial da consciência, que precisa ser iluminada suficientemente para não se escolher por razões frágeis. No horizonte, deve sempre estar a importância do compromisso cidadão, sua repercussão na vida da sociedade e de cada pessoa.
Esse momento tem, portanto, grande importância no fortalecimento da democracia brasileira, e incidência determinante na vida cotidiana. Não se pode entregar a responsabilidade de governar a quem não consegue corresponder às exigências próprias dessa missão. É preciso escolher aqueles que estão verdadeiramente comprometidos com a tarefa de construir uma sociedade mais justa. O executivo municipal tem que ser caracterizado pela rapidez nos encaminhamentos e respostas e não por discursos repetitivos, retóricos e estéreis. Deve buscar, criativamente, o uso de recursos, parcerias e projetos que debelem atrasos históricos na solução de questões habitacionais, educacionais, saúde, transportes e outras. Também não se pode arriscar na formação de uma câmara municipal que burocratiza, emperra processos ou funcione na estreiteza das dinâmicas cartoriais.
Mais importante do que o partidário é considerar a força da ética e da moral no processo eletivo. É indispensável avaliar a condição moral de cada candidato. Não é por simples moralismo. Ora, sem autoridade moral a competência pode resvalar em direções contrárias ao bem comum. A autoridade a ser exercida num cargo político também não pode ancorar-se apenas na competência técnica. Mais importante é deixar-se guiar pela ordenação moral. Uma ordem que é sustentadora e tem a força para promover o desenvolvimento de competências técnicas e fidelidades partidárias.
A Presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em nota, sublinha que “o político deve cumprir seu mandato, no Executivo ou no Legislativo, para todos, independentemente das opções ideológicas e partidárias.” Incentiva, também, “a sociedade organizada e cada eleitor em particular, passadas as eleições, a acompanharem a gestão dos eleitos, mantendo o controle social sobre seus mandatos e cobrando deles o cumprimento das propostas apresentadas durante a campanha. Quanto mais se intensifica a participação popular na gestão pública, tanto mais se assegura a construção de uma sociedade democrática.” As eleições são uma festa da democracia. Que esta festa seja vivida com a mais lúcida consciência deste compromisso cidadão, construindo um tempo mais promissor nas cidades.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
Criança na missa
Uma das exigências da formação cristã é a prática das virtudes (Exortação Apostólica Catechesi Tradendae – Papa João Paulo II – 1979), e uma delas é a oração. Podemos ler isso na carta de São Paulo aos Romanos (12,12), na qual ele convida para que sejamos alegres na esperança e perseverantes na oração. Assim também devem ser as crianças, desde bem pequeninas!
Elas precisam crescer num ambiente onde a oração faz parte dos hábitos da família, e aprender que elas têm um compromisso com Deus, todos os finais de semana, na Missa.
Segundo o Catecismo, a educação da consciência é uma tarefa de toda a vida, e as crianças, desde os seus primeiros anos precisam ser alertadas para uma educação prudente que ensina as virtudes... (Cf. CIC 1784).
Quando seus pais as levam na Missa, eles estão cumprindo com a responsabilidade de cristãos que são, e as crianças vão formando, no inconsciente, os conceitos de perseverança na oração, de louvor a Deus, e de respeito aos Mandamentos, em especial ao 3º que é 'guardar os domingos e dias de festas para dar graças a Deus'.
A Igreja é o lugar onde se realiza a educação da fé das crianças pela catequese, portanto, precisa estar preparada para recebê-las e acolhê-las, também nas Missas, desde bem pequeninas, para que sejam inseridas na vida cristã a partir dos hábitos cristãos, inicialmente acompanhando seus pais, onde aprendem a rezar 'em comunidade' e ouvir os ensinamentos de Jesus.
Conforme a Exortação Apostólica Evangelii Nuntiandi (44), a catequese deve ser adaptada à idade, à cultura e à capacidade do catequizando, procurando sempre fazer com que ele grave na memória, na inteligência e no coração, as verdades essenciais que deverão permanecer durante toda a sua vida. E os catequistas devem ser bem preparados e demonstrar-se cuidadosos, procurando conhecer cada vez mais esta arte superior, indispensável e exigente da catequese.
Esta proposta de uma catequese-litúrgica para os pequeninos, que se dá no momento da Missa, requer também uma linguagem e um espaço adequados para que eles: vivenciem a comum união com os amiguinhos, 'onde a Palavra de Deus seja meditada na oração pessoal, atualizada na oração litúrgica e interiorizada em todo o tempo' (Cf. CIC 2688); partilhem o que aprendem e o que descobrem durante a semana; cresçam na fé ouvindo as histórias da vida de Jesus; e conheçam o Amor sentindo-se filhas de um Deus que também é Pai. E tudo isso de modo lúdico, apropriado e na linguagem delas, ou seja, brincando, caminhando passo a passo com Jesus, pelos evangelhos dominicais, enquanto são acolhidas nas missas.
A formação cristã das crianças menores está, primeiramente, nas mãos dos pais que devem perseverar com elas na oração, nos hábitos e nas virtudes cristãs; mas também sob os cuidados da Igreja que precisa apontar o Caminho que elas devem seguir, acolhendo-as assim como Jesus acolheu os pequeninos, os seus preferidos.
*Rachel Lemos Abdalla é Fundadora e presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor e Coordenadora da Catequese de Famílias da Paróquia Nossa Senhora das Dores em Campinas, São Paulo; apresenta o 'Programete Pequeninos do Senhor', dentro do Programa 'Povo de Deus' da Arquidiocese de Campinas, na Rádio Brasil Campinas; e é membro da 'Equipe de Trabalho' do 'Ambiente Virtual de Formação' da Arquidiocese de Campinas.
Site: www.pequeninosdosenhor.com.br
Se desejar enviar perguntas ou expressar opiniões sobre os temas tocados pela coluna organizada por Rachel Lemos Abdalla, enviar email para: contato@pequeninosdosenhor.com.br
quarta-feira, 3 de outubro de 2012
Ser Discípulo sem discriminações
Todos sabem como Moisés dedicou toda a sua vida pelo povo de Israel. Vemos isto na Primeira Leitura de hoje: Nm 11, 25-29. Porém, já próximo do final de sua jornada ele se mostrava muito cansado e esgotado. Os problemas só iam aumentando diante da indisciplina dos israelitas que viviam se queixando e provocando revoltas. No mesmo Livro dos Números (11, 10-15) Moisés recorre a Deus dizendo que não aguenta suportar o fardo sozinho. Daí Deus ordena que ele escolha 70 homens para colaborar na missão.
Os 70 homens se colocaram juntos na tenda onde Deus falava com Moisés e lá receberam o espírito que os tornou profetas. No entanto dois anciãos – Eldad e Medad – não estavam entre os 70 e, também, receberam o mesmo espírito. Isto causou enorme confusão entre eles. Se questionavam: como pode alguém estranho ter recebido o mesmo espírito? Isto seria um mal? Claro que não! Deveria até ser motivo de alegria. Mas houve quem retrucou com Moisés.
O mesmo pode-se dizer que acontece hoje em nossas comunidades. Muitas vezes os líderes comunitários se veem cansados e desiludidos com a caminhada da comunidade. Infelizmente existem ainda padres, catequistas e líderes leigos que pretendem fazer tudo sozinhos, impedindo novas forças para um novo vigor na comunidade.
Quando alguém se torna fanático, prende a ação de Deus só para si ou para seu grupo. Isto causa enormes danos na comunidade, pois impede que novas forças construam novos horizontes. Deve-se lembrar de que o espírito de Deus sopra onde quer; é como o vento. Ali está a liberdade de Deus.
Na Segunda Leitura (Tg 5, 1-6) vemos Tiago se dirigindo aos nobres, os ricos. Ele não distingue os ricos bons dos ricos maus. Fala apenas em “ricos”. Já na primeira parte da perícope de hoje vemos um tom de ameaça: “Ricos, chorai e gemei por causa das desgraças que sobre vós virão”. (vv. 1-3). Tudo o que acumularam será destruído. A ferrugem irá corroer os metais preciosos, os produtos dos campos apodrecerão ou serão queimados e as traças irão devorar as suas roupas. Porém Tiago não está contra a fartura dos bens. Apenas está indignado com o egoísmo daqueles que acumulam sem dividir nada com os mais necessitados ou pior: explorando os mais fracos.
A segunda parte da Leitura (vv. 4-6) mostra a fonte da riqueza acumulada. Ela vem da opressão sobre os mais pobres, a injustiça para com os necessitados. Tiago lembra que roubar o salário de um trabalhador é a mesma coisa que matá-lo. Vemos que a severidade de Tiago é compreensível se levarmos em conta que o acúmulo de riquezas levantado nas costas dos mais fracos é incompatível com a cultura cristã.
Já o Evangelho (Mc 9, 38-48) convida a um olhar mais apurado para as relações interpessoais: distinguir os amigos dos inimigos. Muitas vezes aquele que consideramos ser o melhor dos amigos pode um dia mostrar sua outra face quando cai na traição. Assim como aquele que muitas vezes é perseguido e caluniado revela-se um aliado na luta por uma mesma causa. Como então distinguir quem está conosco e quem está contra nós? Muitas vezes podemos nos sentir sós e desanimados, mas de repente vemos que existem outras pessoas que também estão aliadas às mesmas causas, porém, o véu da inveja encobre nosso olhar mais atento para com estas pessoas. Afinal quem está do nosso lado?
Uma vez João se dirigiu a Jesus dizendo que os discípulos haviam proibido certo homem de fazer curas pois usavam o nome Dele em suas práticas. Ele curava as pessoas, mas “não nos seguia”. Os discípulos não aceitavam que outra pessoa que não “os seguia” fizesse o bem. Infelizmente isto ainda acontece nos dias de hoje com os discípulos missionários que buscam esconder o bem que outra pessoa faz ao outro sem mesmo professar a fé em Jesus.
Os discípulos devem se alegrar quando alguém luta por uma boa causa, mesmo que não conheça uma página do Evangelho. Nesta pessoa também está o dom de Deus para fazer o bem. Nós, discípulos de hoje, devemos abandonar as marcas da arrogância e exclusividade. Devemos aprender com a tolerância, honestidade, lealdade e a hospitalidade. Com certeza muitas guerras religiosas deixariam de existir. Aos “fanáticos” Jesus tem uma palavra: “Quem quer que trabalhe em benefício do ser humano, é dos nossos”. Com isso, Jesus nos convida a abrir os olhos para ver o bem acontecendo onde talvez nossas forças não conseguem atingir bons resultados. É nesta diversidade de dons que se proclamam as maravilhas do Reino.
A segunda parte do Evangelho (vv. 41-48) mostra um agrupamento de vários ensinamentos de Jesus independentes entre si. Marcos deve ter recolhido estes ensinamentos dos vários momentos em que Jesus se dirigia às multidões.
A hospitalidade vem em primeiro lugar (v. 41). Veja que quem oferece um copo d´água é alguém que não pertence ao grupo dos discípulos. Jesus afirma que este gesto receberá sua recompensa. Em seguida temos uma observação rígida quanto aos escândalos (v. 42). Escandalizar os pequenos significava não permitir que aquelas pessoas que estavam dando seus primeiros passos ao encontro com o Mestre sejam afastadas pelo caminho, motivo de seu curriculum vitae.
Os versículos 43-48 chamam atenção para os escândalos que vêm do íntimo do ser humano, provocados pelos pés, mãos e pelos olhos. Para os judeus da época estes órgãos levavam o ser humano a inclinar-se para escolhas e atitudes imorais. Jesus ensina que as atitudes erradas devem ser cortadas pela raiz já que não condizem com a linha cristã. Tudo que estraga a própria vida e a dos outros deve ser corrigido.
Torna-se necessário “amputar” todas atitudes que levam ao pecado e nos afastam do diálogo com Deus e com os irmãos. Quem não dominar suas próprias paixões, e não cultivar uma disciplina cristã corre o risco de ser lançado na “Geena” onde o verme não morre e o fogo não se apaga.
Geena era um lugar imundo ao sul de Jerusalém onde haviam túmulos e era queimado o lixo da cidade. Quem de nós não conhece a imundície dos lixões nas grandes cidades hoje? Pois bem, este era o lugar simbólico para os que se entregavam à imundície do pecado.
Estas figuras de linguagem eram frequentemente utilizadas pelos rabinos na educação dos israelitas. Utilizadas por Jesus ganham nova roupagem para que cada um de nós se conscientize do valor da vida, zele pelo tempo que está vivendo, já que o passado ninguém pode restituir. E lembrar-se sempre que este pode ser um excelente tempo de qualidade para romper, “amputar” com os erros do passado, afinal Deus sempre nos dá uma nova chance. Ele se alegra com o pecador arrependido, pois sabe que na sua conversão está o testemunho silencioso de quem compreendeu os valores do Reino.
+ Orani João Tempesta, O. Cist.
Arcebispo Metropolitano de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ.
terça-feira, 2 de outubro de 2012
Tadjiquistão: uma igreja jovem que continua crescendo
A missão sui iuris erigida em 29 de setembro de 1997 pelo papa João Paulo II no Tadjiquistão celebra seu XV aniversário. Pouco a pouco, esta Igreja jovem, que existe no território há cerca de quarenta anos, vai se consolidando e crescendo. A missão foi encomendada ao Instituto do Verbo Encarnado (IVE) e, como superior eclesiástico, foi nomeado o padre Carlos Ávila, de origem argentina assim como o instituto.
As missões sui iuris são territórios de missão que não fazem parte de nenhum vicariato nem prefeitura apostólica. Tais territórios são comandados por um superior eclesiástico de quem dependem as estações missionárias e o pessoal missionário do território.
“Hoje, no Tadjiquistão”, explica o padre Carlos Ávila a ZENIT, “existem três paróquias, a de São José, a de São Roque e a de Santa Teresa do Menino Jesus. Trabalham quatro sacerdotes do Instituto do Verbo Encarnado, três religiosas do Instituto do Senhor e da Virgem de Matará, também de origem argentina, e quatro missionárias da caridade da Madre Teresa de Calcutá”.
“Nos últimos quinze anos, Deus nos abençoou com algumas vocações de jovens do Tadjiquistão, entre os quais três seminaristas e três religiosas”.
A Igreja católica no Tadjiquistão existe há cerca de 40 anos. A partir de 1974, ela começa a se desenvolver e consolidar sua estrutura, quando os fiéis católicos constroem os primeiros templos na cidade de Dushanbe, a capital, e no sul do país, na cidade de Kurgan Tubie.
Os primeiros católicos, em sua maioria de origem alemã, chegaram da Rússia, da Ucrânia e da Lituânia, nas deportações da época da União Soviética. “Eles foram os pioneiros que trouxeram a semente da fé católica”, afirma o padre Ávila.
A comunidade católica do Tadjiquistão permaneceu, durante muitos anos, isolada da Igreja católica do resto do mundo e do seu centro em Roma, por causa do regime comunista. Estas circunstâncias contribuíram para identificação da Igreja católica com uma espécie de “igreja alemã”: era assim que a Igreja era denominada pela população local, “porque a maioria dos católicos era de origem alemã e eles tinham o idioma alemão como língua usada na liturgia”.
A comunidade católica foi crescendo ao longo dos anos e chegou a ser uma das mais numerosas da União Soviética. A partir da trágica guerra civil de 1992-1993, começa o grande êxodo não só dos fiéis católicos, mas de uma grande maioria de outras etnias, que decidem abandonar o país por causa da situação, difícil de suportar.
“As igrejas católicas começaram a ficar vazias e houve um tempo em que nem sequer havia mais sacerdotes. A comunidade católica continuou graças ao esforço dos poucos fiéis que ficaram e à valiosa assistência espiritual e material das missionárias da caridade da Madre Teresa de Calcutá, que impediu a dispersão total da comunidade”, lembra o superior da missão.
Mais recentemente, começaram a chegar sacerdotes de maneira periódica, vindos da vizinha república do Cazaquistão, para atender as necessidades mais urgentes dos fiéis.
“Deste modo”, conclui o padre Ávila, “apesar dos momentos duros que teve que atravessar, a Igreja católica se mantém de pé [nesse país]. A queda da União Soviética foi problemática em todos os aspectos. Depois veio a tragédia de uma guerra civil, que fez muitos fiéis abandonarem o país. Mas a Igreja católica no Tadjiquistão não deixou de existir. Pelo contrário, começa a crescer, a renascer uma nova comunidade, com características próprias, que não se identifica mais com a antiga ‘igreja alemã’, mas sim com a Igreja Católica Apostólica Romana”.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 1 de outubro de 2012
Conhecer para amar a Palavra de Deus
Quando se apresentavam palavras tuas, eu as devorava: tuas palavras eram para mim contentamento e alegria de meu coração” (Jr 15,16).
Quando se apresentavam palavras tuas, eu as devorava: tuas palavras eram para mim contentamento e alegria de meu coração” (Jr 15,16).
Aproximar-se da Palavra de Deus gera alegria no coração. O mês dedicado à Bíblia quer mais uma vez lembrar de sua importância em nossa caminhada cristã. Ler, escutar atentamente, conhecer existencialmente, contemplar, amar, deixar-se transformar pela Palavra, é o melhor caminho para o encontro pessoal com o Senhor. “De manhã em manhã ele me desperta, sim, desperta o meu ouvido para que eu ouça como os discípulos” (Is 50,4).
Toda a História da Salvação comprova que a Palavra de Deus é viva. Quem toma a iniciativa de se comunicar é o próprio Deus, fonte da vida (cf. Lc 20, 38). A sua Palavra dirige-se ao ser humano, criado para ser capaz de entrar em comunicação com o seu Criador. A Palavra de Deus acompanha o ser humano desde a criação até o fim de sua peregrinação terrena.
Manifestou-se de diversos modos, atingindo o ápice na Encarnação do Verbo, por obra do Espírito Santo (cf. Jo 1, 1. 14). Jesus Cristo, morto e ressuscitado, é “Aquele que vive” (Ap 1, 18), Aquele que tem palavras de vida eterna (cf. Jo 6, 68).
Na Bíblia encontramos tudo o que Deus tem a nos comunicar. Antes de se fazer carne e alimento eucarístico, o Verbo se fez escritura, Palavra de vida e de amor, revelação de sua bondade e infinita misericórdia.
O homem e a mulher de hoje sentem uma grande necessidade de ouvir Deus e falar com Ele. Há uma abertura apaixonada pela Palavra de Deus. A escuta religiosa da Palavra de Deus é fundamental para o encontro com Ele. Vivemos a vida segundo o Espírito em proporção da capacidade de dar espaço à Palavra, de fazer nascer o Verbo de Deus no nosso coração. A essa abertura do ser humano Deus invisível fala aos seres humanos como a amigos e conversa com eles, para convidá-los e recebê-los em comunhão com Ele (cf. DV 2).
A leitura freqüente da Bíblia nos habituará à voz do Espírito, ajudar-nos-á a reconhecê-la nas diversas circunstâncias da vida, nos ensinará a contar nossos dias e a ter um coração sábio (cf. Sl 89,12).
A Palavra nos faz mergulhar em Deus, leva-nos a uma união sempre mais íntima com ele, cria em nós o “senso bíblico”, uma mentalidade segundo o autor sagrado.
A compreensão e penetração da Escritura sagrada acontece na razão direta com a transparência de coração e a santidade de vida. A alma que lesse a Palavra sem a preocupação de vivê-la e pôr em prática sua mensagem, morreria de sede à beira dessa fonte de água viva... É questão de abandonar-se ao louvor silencioso do coração, num clima de oração adoradora, como a Virgem do silêncio e da escuta, porque todas as palavras de Deus se resumem e devem ser vividas no amor (cf. Dt 6, 5; Jo 13, 34-35).
A exemplo de Maria Santíssima, somos convidados a redescobrir a maravilha da Palavra de Deus, que é “viva, eficaz e mais penetrante que qualquer espada de dois gumes” (Hb 4, 12). Redescobrir sua eficácia no próprio coração da Igreja, na sua liturgia e na oração, na evangelização e na catequese, na vida pessoal e comunitária. A Palavra de Deus qualifica a presença da Igreja na sociedade como fermento de um mundo mais humano.
O ideal seria transplantar a Palavra de Deus para dentro de nós, apoderando-nos dela, convertendo-nos totalmente a ela. Assim, nossos pensamentos, sentimentos e desejos, dariam lugar ao pensar, sentir, querer e amar de Cristo Jesus. Feitos discípulos/as de Jesus, poderemos experimentar o sabor da Palavra de Deus (cf. Hb 6, 5), vivendo-a na comunidade eclesial e anunciá-la aos de perto e aos de longe, tornando atual o convite de Jesus, Palavra feita carne: “o Reino de Deus está próximo. Convertei-vos e crede na Boa-Nova” (Mc 1, 15).
O mais desejável, portanto, é que cada um de nós tenha apetite sempre mais delicioso para a Palavra de Deus, e adquira um verdadeiro ”espírito bíblico” em seu peregrinar de volta para a casa do Pai. Empenhando-nos em conformar nossa vida ao que lemos, a Palavra nos transformará e nos renovará espiritualmente. Não endureçamos, pois, os nossos corações, nem engrossemos o número daqueles que ouviram a palavra e de nada adiantou. Antes, ouçamos “hoje” a sua voz, “pois a Palavra de Deus é viva e eficaz” (cf. Hb 4, 2.7.12). O espírito dócil e disponível lê, ouve, medita, reza, contempla e vive a Palavra de Deus.
Autor: +Dom Nelson Westrupp
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