sexta-feira, 10 de agosto de 2012

IGREJA ETÍOPE ALIMENTA A ESPERANÇA DE 180 MIL CRIANÇAS

Tudo começou num pequeno cemitério de Addis Abeba, a capital etíope, onde, durante décadas, os leprosos, pobres e sem-teto se refugiavam. Quarenta anos atrás, dois homens, comovidos com a sina de tantas crianças obrigadas a viver em meio aos túmulos, quiseram dar a elas educação e oportunidade para uma vida melhor. E, antes de deixar a cidade para continuar os estudos, eles confiaram o trabalho às Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo. As irmãs criaram uma escola e um abrigo e até hoje continuam trabalhando perto do cemitério para cuidar dos seus alunos. "Uma boa educação é a única maneira de sair da pobreza", declara a diretor da unidade, Irmã Belaynesh Woltesi, para a organização Ajuda à Igreja que Sofre. Neste ano, as irmãs deram aulas para 813 crianças. Foi necessário dividi-las em dois turnos, já que a escola se localiza no topo de uma colina à beira de um precipício: o espaço é realmente pequeno. Apesar disso, as freiras conseguiram montar uma pequena biblioteca e até um campinho de jogo. “Aqui é tudo em miniatura”, diz a diretora, “mas não falta nada para os nossos pequenos: livros, uniformes e, especialmente, comida. Por outro lado, com os preços aumentando o tempo todo, está cada vez mais difícil para nós a compra dos alimentos". Todos os alunos vêm de famílias pobres e a maioria dos pais têm aids ou lepra. As crianças nascidas com o vírus HIV são muitas, mas as Filhas da Caridade não sabem o número exato. Na Etiópia, embora generalizada, a aids ainda é um tabu: as religiosas evitam até mesmo pronunciar o nome da síndrome na frente dos doentes. Muitos alunos foram recolhidos das ruas da capital, onde mendigavam para sustentar a família. Alguns vendiam bilhetes de loteria, balas e chicletes. Outros pertenciam a grupos de "mendigos profissionais", que se vestem de palhaços e fazem acrobacias para chamar a atenção dos transeuntes. Mendigar é ilegal na Etiópia e, por isso, os pais mandam os filhos pedir esmolas somente à tarde, quando o número de policiais em serviço é menor. A prostituição também é tristemente generalizada. As irmãs continuam procurando os pequenos mendigos pela cidade. “Mas não é fácil”, explica a Irmã Belaynesh, “porque muitas vezes o dinheiro que eles arrecadam como esmola é a única fonte de renda da família. Além disso, as crianças que conhecem as regras da rua não querem aceitar que alguém cuide delas". Em 2011, a Ajuda à Igreja que Sofre doou para a Igreja católica etíope mais de 620 mil euros. Parte das ofertas sustentou os muitos religiosos e religiosas que ajudam os pobres e necessitados de todo o país. Na Etiópia, mais de 10 milhões de pessoas se beneficiam da imensa obra de caridade da Igreja, apesar de os fiéis católicos serem apenas 700 mil. A Igreja gerencia 203 creches e 222 escolas, frequentadas por mais de 180 mil alunos de todas as religiões. Fonte: Zenit.

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