O Papa volta a visitar a periferia da Europa. Depois da viagem para a Albânia, que realizou em Setembro de 2014, no próximo 6 de junho vai a Sarajevo, capital da Bósnia-Herzegovina. Será a oitava viagem internacional do Santo Padre, o décimo primeiro país que visita, o terceiro na Europa, explicou o diretor da Sala de Imprensa da Santa Sé, padre Federico Lombardi, em uma coletiva de imprensa realizada ontem, quinta-feira, sobre a próxima viagem do Papa.
O Papa Francisco retorna à essa Terra, já visitada pelo Papa Wojtyla, em uma viagem cujo lema é "A paz esteja convosco" e seu logotipo uma pomba da paz com um ramo de oliveira na boca.
A situação atual do país continua sendo protagonizada pelo desejo de reconstrução, depois de uma dramática guerra recente. Francisco vai estar apenas um dia na capital da Bósnia, mas espera-se, como de costume, um programa intensivo para essa jornada.
O padre Lombardi indicou que, devido a brevidade do vôo, não é esperado que Francisco dê uma coletiva de imprensa no avião. É possível que consiga responder a umas 4 ou 5 perguntas como fez voltando da Albânia.
Respondendo a pergunta de um repórter sobre se haverá qualquer intervenção do Santo Padre a respeito de Medjugorje, o padre Lombardi afirmou que "Eu não acho que o faça, mas o Papa é livre para falar a qualquer hora e em qualquer lugar". A este respeito, o porta-voz do Vaticano lembrou que a Comissão de investigação sobre Medjugorje já apresentou o seu relatório à Congregação para a Doutrina da Fé e está agora nas mãos do dicasterio pronunciar-se sobre o caso.
Fonte: Zenit.
domingo, 31 de maio de 2015
sábado, 30 de maio de 2015
Catequese com Adultos: os riscos no discurso trinitário
No artigo anterior comentávamos sobre a Solenidade do Pentecostes, quando vimos no discurso de Pedro a manifestação publica da Igreja, restabelecendo a unidade perdida na torre de Babel, mas, pela ação do Espírito Santo, todos se entendem, têm os canais para possuir a vida eterna pela conversão e remissão. Agora, depois do milagre de Pentecostes, a Igreja nos apresenta a Solenidade da Santíssima Trindade. É um mistério que nem o grande Santo Agostinho conseguiu entender, aceitando a linguagem da fé, crendo no Deus Uno e Trino.
O DISCURSO TRINITÁRIO, NO MUNDO MODERNO, PODE NOS LEVAR A TRÊS RISCOS
O primeiro é querer atualizar o dogma trinitário no conceito sócio-antropológico, levando-o ao questionamento homem-homem e reduzindo a divindade na dimensão puramente humana (antropológica), esquecendo-se da sua origem transcendente para um reducionismo de Deus. Esse raciocínio parte da humanização do Filho desvinculando-o da sua origem divina. Por exemplo: na cruz só ficou o homem, separando as duas naturezas do Filho para sacrificar somente a humana. Mas, como as Pessoas trinitárias são um só Deus, com a mesma essência e mesma substância, não somos capazes de compreender o mistério que não foi revelado pelo Filho, por isso “O sofrimento do Pai corresponde ao sofrimento do Filho, ‘que me amou e entregou a si mesmo por mim’ (Gl 2,20). Deus sofre na cruz como Pai que oferece, como Filho que se oferece, como Espírito que é o amor permanente de Jesus sofredor. A cruz é a história do amor trinitário de Deus pelo mundo: um amor que não se limita a suportar o sofrimento, mas o escolhe”[1].
Sabemos que o mistério trinitário não se encaixa na inteligência do homem, pois Deus não é criação humana, se assim o fosse seria uma invenção humana como são os ídolos.
O segundo risco, predominante em alguns seguimentos cristãos hodiernos, é o de isolar as Pessoas Trinitárias: a era do Pai, a do Filho e a do Espírito Santo. Alguém já disse: “estamos vivendo o tempo do Espírito Santo”. Quebra-se a unidade para reforçar a mensagem reducionista. Uns querem desassociar a ação trinitária para reforçar o sectarismo pentecostal e chegam a pinçar o Espirito Santo da unidade Trindade. Alguns já desejaram crucificar o Espírito Santo no lugar de Jesus.
A dificuldade de se falar sobre a Trindade não está na Teologia Dogmática, mas nos “exegetas dos últimos tempos”.
Não podemos querer que o Deus Trino desça a nós para esquadrinhá-lo à nossa inteligência, mas que a nossa compreensão seja emoldurada a Ele. O dogma contém a unidade nas Pessoas que está além da nossa razão, embora a razão nos ajude a procurá-Lo. “O dogma contém o mistério de Deus e se fosse interpretado só com a razão seria necessariamente profanado”[2].
É por isso que a razão se escandaliza diante da unidade na Trindade. O mistério é o desenvolvimento histórico da economia trinitária para ser proclamado com o obséquio da fé.
O terceiro risco está na linguagem. Os símbolos usados na linguagem nem sempre refletem o que designam. É a pobreza da linguagem humana para se referir a Deus. Daí se apodera da filosofia para querer explicar o mistério trinitário que nem Cristo nem os apóstolos dele se preocuparam; “Nem Jesus nem os apóstolos apresentaram uma doutrina com formulação clara da distinção das Três Pessoas na unidade da Natureza Única de Deus. Aliás, nem mesmo as palavras como ‘pessoa’, ‘substância’ ou ‘natureza’ são usadas nem pelo divino Mestre nem por seus discípulos imediatos”[3].
AS DIFICULDADES PARA ENTENDER DEUS-PAI NA UNIDADE TRINITÁRIA
Sem entrar nos conceitos bíblicos sobre a paternidade de Deus, hoje a dificuldade se baseia principalmente:
Falar de Deus Trindade requer, antes de tudo, o obséquio da fé. A dimensão do amor de Deus exige do homem e da mulher um desapego e renúncia dos conceitos mal elaborados. O que vemos hoje são imagens ofuscadas como árvores que se movem. Precisamos dos ícones para auxiliar a comunicação, mas não colocá-los como verdades conclusivas.
UMA CONCLUSÃO DE SÃO TOMÁS DE AQUINO
No homem podemos considerar três coisas: existe em sua natureza, no seu intelecto, no seu amor, mas não constituem algo único porque seu entender não é seu ser nem seu amar e nele subsiste apenas a natureza humana. Em Deus, todavia, são o mesmo o ser, o inteligir e o amar. Deus existe em sua natureza, em seu intelecto, em seu amor como uno, mas cada um é subsistente em si mesmo. Assim, em Deus há três pessoas, a saber, o Pai, e o Filho e o Espírito Santo, mas formam uma unidade de amor, de ser, de inteligência[5].
Isto requer de nossa inteligência aceitar que o Pai, o Filho, o Espirito Santo são três pessoas que subsistem em si mesmo, com sua essência divina e com subsistência completa. Nada há que acrescentar.
José Barbosa de Miranda
O DISCURSO TRINITÁRIO, NO MUNDO MODERNO, PODE NOS LEVAR A TRÊS RISCOS
O primeiro é querer atualizar o dogma trinitário no conceito sócio-antropológico, levando-o ao questionamento homem-homem e reduzindo a divindade na dimensão puramente humana (antropológica), esquecendo-se da sua origem transcendente para um reducionismo de Deus. Esse raciocínio parte da humanização do Filho desvinculando-o da sua origem divina. Por exemplo: na cruz só ficou o homem, separando as duas naturezas do Filho para sacrificar somente a humana. Mas, como as Pessoas trinitárias são um só Deus, com a mesma essência e mesma substância, não somos capazes de compreender o mistério que não foi revelado pelo Filho, por isso “O sofrimento do Pai corresponde ao sofrimento do Filho, ‘que me amou e entregou a si mesmo por mim’ (Gl 2,20). Deus sofre na cruz como Pai que oferece, como Filho que se oferece, como Espírito que é o amor permanente de Jesus sofredor. A cruz é a história do amor trinitário de Deus pelo mundo: um amor que não se limita a suportar o sofrimento, mas o escolhe”[1].
Sabemos que o mistério trinitário não se encaixa na inteligência do homem, pois Deus não é criação humana, se assim o fosse seria uma invenção humana como são os ídolos.
O segundo risco, predominante em alguns seguimentos cristãos hodiernos, é o de isolar as Pessoas Trinitárias: a era do Pai, a do Filho e a do Espírito Santo. Alguém já disse: “estamos vivendo o tempo do Espírito Santo”. Quebra-se a unidade para reforçar a mensagem reducionista. Uns querem desassociar a ação trinitária para reforçar o sectarismo pentecostal e chegam a pinçar o Espirito Santo da unidade Trindade. Alguns já desejaram crucificar o Espírito Santo no lugar de Jesus.
A dificuldade de se falar sobre a Trindade não está na Teologia Dogmática, mas nos “exegetas dos últimos tempos”.
Não podemos querer que o Deus Trino desça a nós para esquadrinhá-lo à nossa inteligência, mas que a nossa compreensão seja emoldurada a Ele. O dogma contém a unidade nas Pessoas que está além da nossa razão, embora a razão nos ajude a procurá-Lo. “O dogma contém o mistério de Deus e se fosse interpretado só com a razão seria necessariamente profanado”[2].
É por isso que a razão se escandaliza diante da unidade na Trindade. O mistério é o desenvolvimento histórico da economia trinitária para ser proclamado com o obséquio da fé.
O terceiro risco está na linguagem. Os símbolos usados na linguagem nem sempre refletem o que designam. É a pobreza da linguagem humana para se referir a Deus. Daí se apodera da filosofia para querer explicar o mistério trinitário que nem Cristo nem os apóstolos dele se preocuparam; “Nem Jesus nem os apóstolos apresentaram uma doutrina com formulação clara da distinção das Três Pessoas na unidade da Natureza Única de Deus. Aliás, nem mesmo as palavras como ‘pessoa’, ‘substância’ ou ‘natureza’ são usadas nem pelo divino Mestre nem por seus discípulos imediatos”[3].
Sem entrar nos conceitos bíblicos sobre a paternidade de Deus, hoje a dificuldade se baseia principalmente:
- Referência na unidade familiar que se desintegra com os apelos hodiernos: questionamento da autoridade paterna; a renúncia da paternidade que gera mas não assume; a disputa de espaços e poder no núcleo familiar. O mal hodierno que deseja mudar o princípio criativo de Deus, descaracterizando a união paterna-materna com missões específicas[4].
- As feridas sociais: marginalização dos pobres; exclusão racial; abandono de órfãos; trabalhos escravos, exploração infantil.
- Má distribuição de rendas: concentração de riquezas e poder; ampliação de grupos que nada têm para a sua sobrevivência. Dir-se-ia que a dificuldade para compreender Deus-Pai está na família. Há uma cultura atéia que se quer implantar: destrói-se a família para destruir Deus.
Falar de Deus Trindade requer, antes de tudo, o obséquio da fé. A dimensão do amor de Deus exige do homem e da mulher um desapego e renúncia dos conceitos mal elaborados. O que vemos hoje são imagens ofuscadas como árvores que se movem. Precisamos dos ícones para auxiliar a comunicação, mas não colocá-los como verdades conclusivas.
UMA CONCLUSÃO DE SÃO TOMÁS DE AQUINO
No homem podemos considerar três coisas: existe em sua natureza, no seu intelecto, no seu amor, mas não constituem algo único porque seu entender não é seu ser nem seu amar e nele subsiste apenas a natureza humana. Em Deus, todavia, são o mesmo o ser, o inteligir e o amar. Deus existe em sua natureza, em seu intelecto, em seu amor como uno, mas cada um é subsistente em si mesmo. Assim, em Deus há três pessoas, a saber, o Pai, e o Filho e o Espírito Santo, mas formam uma unidade de amor, de ser, de inteligência[5].
Isto requer de nossa inteligência aceitar que o Pai, o Filho, o Espirito Santo são três pessoas que subsistem em si mesmo, com sua essência divina e com subsistência completa. Nada há que acrescentar.
José Barbosa de Miranda
sexta-feira, 29 de maio de 2015
Olhando para o Céu, se enxerga mais e melhor a terra
"Amai-vos uns aos outros como eu vos amei" (Jo 13, 34; Jo 15, 12). Ao saberem do mandamento que agrada mais a Jesus, seus discípulos de todos os tempos se surpreendem e descobrem horizontes abertos e antes inimagináveis para sua vivência do seguimento de Jesus. A novidade e o segredo se encontram numa palavra, "como"! Nosso Senhor não lhes oferece normas de bom comportamento ou civilidade, ou regras para o trânsito da vida, numa convivência respeitosa. Em nosso tempo, há sociedades extremamente organizadas, com os limites bem definidos em direitos e deveres, e que ao mesmo tempo se tornam frias e secas no relacionamento humano. É que as fontes das decisões ficaram restritas à terra, sem que as pessoas se abram ao transcendente, à vida que vem do Céu! A pretendida laicidade do Estado tem produzido muitos frutos negativos. Já o Concílio Vaticano II (Gaudium et Spes, 36), alertava: "Se com as palavras 'autonomia das realidades temporais' se entende que as criaturas não dependem de Deus e que o homem pode usar delas sem as ordenar ao Criador, ninguém que acredite em Deus deixa de ver a falsidade de tais assertos. Pois, sem o Criador, a criatura não subsiste. De resto, todos os crentes, de qualquer religião, sempre souberam ouvir a sua voz e manifestação na linguagem das criaturas. Antes, se se esquece Deus, a própria criatura se obscurece".
Se praticamente todos os seres humanos, em algum momento, reconhecem a existência de Deus, há um valor que só pode ser experimentado por revelação, o fato de sermos filhos de Deus. Só aquele que é o Filho eterno do Pai, desde toda eternidade compartilhando a alegria do amor que é o Espírito Santo, pode anunciar e abrir as portas para que a humanidade compartilhe este valor único, "somos filhos de Deus". E é do alto, por dom de Deus, que desce gratuitamente o presente do amor da Santíssima Trindade, para que nos amemos na terra como fomos amados. Jesus traz consigo uma "cultura" diferente das lutas pelos interesses individualistas presentes na humanidade, cujos resultados são sobejamente conhecidos, e têm nomes como guerras, opressão, violência e muitos outros.
Podemos pedir licença e entrar na casa da Santíssima Trindade, verificando como vivem as pessoas divinas, com a ajuda dos ensinamentos da Igreja (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 45-48): "O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Deus deixou alguns traços do seu ser trinitário na criação e no Antigo Testamento, mas a intimidade do seu Ser como Trindade Santa constitui um mistério inacessível à razão humana sozinha, e mesmo à fé de Israel, antes da Encarnação do Filho de Deus e do envio do Espírito Santo. Tal mistério foi revelado por Jesus Cristo e é a fonte de todos os outros mistérios. Jesus Cristo nos revela que Deus é Pai, não só enquanto é Criador do universo e do homem, mas sobretudo porque, no seu seio, gera eternamente o Filho, que é o seu Verbo, 'resplendor da sua glória, e imagem da sua substância' (Hb 1, 3). O Espírito Santo, que Jesus Cristo nos revelou, é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele é Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho. Ele procede do Pai (Jo 15, 26), o qual, princípio sem princípio, é a origem de toda a vida trinitária. E procede também do Filho, pelo dom eterno que o Pai faz de Si ao Filho. Enviado pelo Pai e pelo Filho encarnado, o Espírito Santo conduz a Igreja 'ao conhecimento da Verdade total' (Jo 16, 13). A Igreja exprime a sua fé trinitária confessando um só Deus em três Pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. As três Pessoas divinas são um só Deus, porque cada uma delas é idêntica à plenitude da única e indivisível natureza divina. Elas são realmente distintas entre si, pelas relações que as referenciam umas às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho".
O Pai vive "fora de si", gerando e amando o Filho, desde toda a eternidade. O Filho vive totalmente para o Pai e o Espírito Santo é amor do Pai e do Filho. A lei é esta! Não se vive para si, mas na doação contínua, desde a eternidade. "Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo, o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo, todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho" (Catecismo da Igreja Católica, 255).
Jesus propõe nada menos do que esta vida para seus discípulos, quando propõe como "seu" mandamento o amor recíproco. É que trazia dentro de si a experiência da eternidade vivida na comunhão da Santíssima Trindade! E ele diz que "este mandamento é 'novo'. 'Eu vos dou um novo mandamento'. 'Novo significa: feito para os 'tempos novos'. Então, de que se trata? Veja: Jesus morreu por nós. Portanto, nos amou até a medida extrema. Mas que tipo de amor era o seu? Certamente não era como o nosso. O seu amor era, e é, um amor 'divino. Ele disse: 'Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo' (Jo 15,9). Ele nos amou, portanto, com o mesmo amor com qual Ele e o Pai se amam. E com esse mesmo amor nós devemos nos amar mutuamente para realizar o mandamento 'novo'. Na realidade, porém, você como homem, como mulher, não possui um amor dessa natureza. Mas se alegre porque, como cristão, você o recebe. E quem é que o doa? É o Espírito Santo que o infunde no seu coração, nos corações de todos os que têm fé. Existe, então, uma afinidade entre o Pai, o Filho e nós cristãos, graças ao único amor divino que possuímos. É esse amor que nos insere na Trindade. É esse amor que nos torna filhos de Deus. É por esse amor que o Céu e a terra estão unidos como que por uma grande corrente. Por esse amor a comunidade cristã se insere na esfera de Deus e a realidade divina vive na terra lá onde existe o amor entre os que creem" (Chiara Lubich, 25 de abril de 1980).
Temos uma nova lei a implantar, primeiro em nossos corações, para depois contagiar outras pessoas e a sociedade, "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Não se trata de fazer uma cruzada para forçar pessoas à conversão, mas testemunho corajoso de valores diferentes. Quem assume como própria esta lei começa a ouvir mais, vai ao encontro dos outros para servir, toma sempre a iniciativa do amor, espalha o perdão, tem calma suficiente para não atropelar os passos no relacionamento com os outros, valoriza o que é diferente e tem ideias novas. Olhando para o Céu, enxerga mais e melhor a terra, para transformá-la segundo plano de Deus.
Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo metropolitano de Belém do Pará
Se praticamente todos os seres humanos, em algum momento, reconhecem a existência de Deus, há um valor que só pode ser experimentado por revelação, o fato de sermos filhos de Deus. Só aquele que é o Filho eterno do Pai, desde toda eternidade compartilhando a alegria do amor que é o Espírito Santo, pode anunciar e abrir as portas para que a humanidade compartilhe este valor único, "somos filhos de Deus". E é do alto, por dom de Deus, que desce gratuitamente o presente do amor da Santíssima Trindade, para que nos amemos na terra como fomos amados. Jesus traz consigo uma "cultura" diferente das lutas pelos interesses individualistas presentes na humanidade, cujos resultados são sobejamente conhecidos, e têm nomes como guerras, opressão, violência e muitos outros.
Podemos pedir licença e entrar na casa da Santíssima Trindade, verificando como vivem as pessoas divinas, com a ajuda dos ensinamentos da Igreja (Compêndio do Catecismo da Igreja Católica, 45-48): "O mistério central da fé e da vida cristã é o mistério da Santíssima Trindade. Os cristãos são batizados no nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Deus deixou alguns traços do seu ser trinitário na criação e no Antigo Testamento, mas a intimidade do seu Ser como Trindade Santa constitui um mistério inacessível à razão humana sozinha, e mesmo à fé de Israel, antes da Encarnação do Filho de Deus e do envio do Espírito Santo. Tal mistério foi revelado por Jesus Cristo e é a fonte de todos os outros mistérios. Jesus Cristo nos revela que Deus é Pai, não só enquanto é Criador do universo e do homem, mas sobretudo porque, no seu seio, gera eternamente o Filho, que é o seu Verbo, 'resplendor da sua glória, e imagem da sua substância' (Hb 1, 3). O Espírito Santo, que Jesus Cristo nos revelou, é a terceira Pessoa da Santíssima Trindade. Ele é Deus, uno e igual ao Pai e ao Filho. Ele procede do Pai (Jo 15, 26), o qual, princípio sem princípio, é a origem de toda a vida trinitária. E procede também do Filho, pelo dom eterno que o Pai faz de Si ao Filho. Enviado pelo Pai e pelo Filho encarnado, o Espírito Santo conduz a Igreja 'ao conhecimento da Verdade total' (Jo 16, 13). A Igreja exprime a sua fé trinitária confessando um só Deus em três Pessoas: Pai e Filho e Espírito Santo. As três Pessoas divinas são um só Deus, porque cada uma delas é idêntica à plenitude da única e indivisível natureza divina. Elas são realmente distintas entre si, pelas relações que as referenciam umas às outras: o Pai gera o Filho, o Filho é gerado pelo Pai, o Espírito Santo procede do Pai e do Filho".
O Pai vive "fora de si", gerando e amando o Filho, desde toda a eternidade. O Filho vive totalmente para o Pai e o Espírito Santo é amor do Pai e do Filho. A lei é esta! Não se vive para si, mas na doação contínua, desde a eternidade. "Por causa desta unidade, o Pai está todo inteiro no Filho, todo inteiro no Espírito Santo, o Filho está todo inteiro no Pai, todo inteiro no Espírito Santo; o Espírito Santo, todo inteiro no Pai, todo inteiro no Filho" (Catecismo da Igreja Católica, 255).
Jesus propõe nada menos do que esta vida para seus discípulos, quando propõe como "seu" mandamento o amor recíproco. É que trazia dentro de si a experiência da eternidade vivida na comunhão da Santíssima Trindade! E ele diz que "este mandamento é 'novo'. 'Eu vos dou um novo mandamento'. 'Novo significa: feito para os 'tempos novos'. Então, de que se trata? Veja: Jesus morreu por nós. Portanto, nos amou até a medida extrema. Mas que tipo de amor era o seu? Certamente não era como o nosso. O seu amor era, e é, um amor 'divino. Ele disse: 'Como meu Pai me ama, assim também eu vos amo' (Jo 15,9). Ele nos amou, portanto, com o mesmo amor com qual Ele e o Pai se amam. E com esse mesmo amor nós devemos nos amar mutuamente para realizar o mandamento 'novo'. Na realidade, porém, você como homem, como mulher, não possui um amor dessa natureza. Mas se alegre porque, como cristão, você o recebe. E quem é que o doa? É o Espírito Santo que o infunde no seu coração, nos corações de todos os que têm fé. Existe, então, uma afinidade entre o Pai, o Filho e nós cristãos, graças ao único amor divino que possuímos. É esse amor que nos insere na Trindade. É esse amor que nos torna filhos de Deus. É por esse amor que o Céu e a terra estão unidos como que por uma grande corrente. Por esse amor a comunidade cristã se insere na esfera de Deus e a realidade divina vive na terra lá onde existe o amor entre os que creem" (Chiara Lubich, 25 de abril de 1980).
Temos uma nova lei a implantar, primeiro em nossos corações, para depois contagiar outras pessoas e a sociedade, "em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo". Não se trata de fazer uma cruzada para forçar pessoas à conversão, mas testemunho corajoso de valores diferentes. Quem assume como própria esta lei começa a ouvir mais, vai ao encontro dos outros para servir, toma sempre a iniciativa do amor, espalha o perdão, tem calma suficiente para não atropelar os passos no relacionamento com os outros, valoriza o que é diferente e tem ideias novas. Olhando para o Céu, enxerga mais e melhor a terra, para transformá-la segundo plano de Deus.
Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo metropolitano de Belém do Pará
quinta-feira, 28 de maio de 2015
Nigéria: novo ataque do Boko Haram deixa ao menos 43 mortos
Pelo menos 43 pessoas foram mortas neste fim de semana durante um ataque do Boko Haram à cidade de Gubio, no estado de Borno, região nordeste da Nigéria.
Um grupo de cinquenta combatentes da organização jihadista irrompeu na localidade por volta das 16h30 do horário local, no último sábado, e partiu cinco horas depois, deixando a cidade arrasada, informaram fontes militares. Esse tipo de ataque costuma ser descoberto dias depois, devido às dificuldades de comunicação nas áreas remotas do nordeste nigeriano.
O grupo terrorista, que já opera na Nigéria, em Camarões, no Níger e no Chade, se transformou em uma organização crescentemente sofisticada e difícil de combater. Nos últimos 4 anos, os atentados do Boko Haram assassinaram pelo menos 11 mil pessoas.
As contínuas ofensivas da seita radical, que passou dos atentados a bomba contra cristãos às chacinas indiscriminadas com armas do tipo Kalashnikov, provocaram uma onda de fugas massivas para o Chade. Entre este país, o Níger e Camarões, há mais de um milhão e meio de refugiados que tentam escapar da violência promovida pela organização terrorista, cujo líder é Abubakar Shekau.
No ano passado, Shekau passou a ordenar sequestros de mulheres e meninas. A nova ordem do líder surgiu como resposta à campanha de repressão contra o terrorismo, que o exército nigeriano tinha lançado no norte do país.
O nome oficial da organização fundamentalista, desde a sua fundação, era “Povo Comprometido com a Propagação dos Ensinamentos do Profeta e da Jihad”. A recente mudança de nome para “Província da África Ocidental do Estado Islâmico” também é oficial e ocorreu após o juramento de lealdade feito pelo Boko Haram ao grupo Estado Islâmico, liderado por Abu Bakr al-Baghdadi.
Fonte: Zenit.
Um grupo de cinquenta combatentes da organização jihadista irrompeu na localidade por volta das 16h30 do horário local, no último sábado, e partiu cinco horas depois, deixando a cidade arrasada, informaram fontes militares. Esse tipo de ataque costuma ser descoberto dias depois, devido às dificuldades de comunicação nas áreas remotas do nordeste nigeriano.
O grupo terrorista, que já opera na Nigéria, em Camarões, no Níger e no Chade, se transformou em uma organização crescentemente sofisticada e difícil de combater. Nos últimos 4 anos, os atentados do Boko Haram assassinaram pelo menos 11 mil pessoas.
As contínuas ofensivas da seita radical, que passou dos atentados a bomba contra cristãos às chacinas indiscriminadas com armas do tipo Kalashnikov, provocaram uma onda de fugas massivas para o Chade. Entre este país, o Níger e Camarões, há mais de um milhão e meio de refugiados que tentam escapar da violência promovida pela organização terrorista, cujo líder é Abubakar Shekau.
No ano passado, Shekau passou a ordenar sequestros de mulheres e meninas. A nova ordem do líder surgiu como resposta à campanha de repressão contra o terrorismo, que o exército nigeriano tinha lançado no norte do país.
O nome oficial da organização fundamentalista, desde a sua fundação, era “Povo Comprometido com a Propagação dos Ensinamentos do Profeta e da Jihad”. A recente mudança de nome para “Província da África Ocidental do Estado Islâmico” também é oficial e ocorreu após o juramento de lealdade feito pelo Boko Haram ao grupo Estado Islâmico, liderado por Abu Bakr al-Baghdadi.
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 27 de maio de 2015
Congo: episcopado de Buvaku denuncia o sequestro de um bispo
O jihadismo ameaça cada vez mais a África central. De acordo com a mensagem da Assembleia Episcopal Provincial de Buvaku, na República Democrática do Congo, os "três maiores perigos" são "um clima de genocídio, um foco de fundamentalismo jihadista e um processo de balcanização".
Os bispos denunciaram a presença de "inumeráveis grupos armados" que estão perpetrando crimes contra a humanidade, inclusive os mais cruéis: da mutilação de crianças ao aborto forçado. Particularmente no maciço de Ruwenzori, estão se espalhando muitos "grupos que insuflam o espírito jihadista em seus recrutas, treinados para o terrorismo internacional".
Os jovens afetados são de várias nacionalidades, incluindo os próprios congoleses, "enganados por recrutadores inescrupulosos que prometem bolsas de estudo no Oriente Médio, na Europa e no Canadá. É preciso esperar que esta situação piore para que amanhã a comunidade internacional faça cair um dilúvio de fogo sobre a região a pretexto de combater o jihadismo?", interrogam os bispos.
Os grupos terroristas contam com "um contexto de máfia econômica e política, alimentada pela pilhagem em larga escala dos abundantes recursos minerais, florestais, animais e petrolíferos", acrescentam os prelados.
Uma das consequências da escalada jihadista são os sequestros de homens da Igreja: dom Placide Lubamba, bispo de Kasongo, foi sequestrado em 12 de maio em Lulingu-Shabunda. Os bispos da província de Buvaku, além de denunciarem este rapto, se disseram igualmente "indignados com o silêncio sobre os três padres assuncionistas raptados em 19 de outubro de 2012" e indagaram se "eles estão vivos ou mortos".
Afirmando a sua "dificuldade em entender as ambiguidades, as tergiversações e os paradoxos" do seu governo, os bispos lançam um apelo ao Estado congolês e à comunidade internacional para intervir e proteger as populações locais.
Fonte: Zenit.
Os bispos denunciaram a presença de "inumeráveis grupos armados" que estão perpetrando crimes contra a humanidade, inclusive os mais cruéis: da mutilação de crianças ao aborto forçado. Particularmente no maciço de Ruwenzori, estão se espalhando muitos "grupos que insuflam o espírito jihadista em seus recrutas, treinados para o terrorismo internacional".
Os jovens afetados são de várias nacionalidades, incluindo os próprios congoleses, "enganados por recrutadores inescrupulosos que prometem bolsas de estudo no Oriente Médio, na Europa e no Canadá. É preciso esperar que esta situação piore para que amanhã a comunidade internacional faça cair um dilúvio de fogo sobre a região a pretexto de combater o jihadismo?", interrogam os bispos.
Os grupos terroristas contam com "um contexto de máfia econômica e política, alimentada pela pilhagem em larga escala dos abundantes recursos minerais, florestais, animais e petrolíferos", acrescentam os prelados.
Uma das consequências da escalada jihadista são os sequestros de homens da Igreja: dom Placide Lubamba, bispo de Kasongo, foi sequestrado em 12 de maio em Lulingu-Shabunda. Os bispos da província de Buvaku, além de denunciarem este rapto, se disseram igualmente "indignados com o silêncio sobre os três padres assuncionistas raptados em 19 de outubro de 2012" e indagaram se "eles estão vivos ou mortos".
Afirmando a sua "dificuldade em entender as ambiguidades, as tergiversações e os paradoxos" do seu governo, os bispos lançam um apelo ao Estado congolês e à comunidade internacional para intervir e proteger as populações locais.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 26 de maio de 2015
China: novos ordenados nesse mês de Maio
Servir e compartilhar a única fé, sentir-se parte de um único rebanho e ter um único pastor: é a exortação recorrente da comunidade católica chinesa aos diáconos e aos novos sacerdotes ordenados neste período. Muitas dioceses celebraram as ordenações durante o mês mariano, para que Maria custodie a vocação dos novos pastores.
Segundo informações apuradas pela Agência Fides, no dia da festa de Nossa Senhora de Fátima, 13 de maio, a diocese de Nan Chong, da província de Si Chuan, celebrou a ordenação de um diácono e de um sacerdote. Alguns fiéis que participaram do rito destacaram que “os novos operários da vinha do Senhor são preciosos”, e fizeram um convite “a todos os jovens para responderem ao chamado do Senhor, mesmo se não forem da nossa diocese, porque somos todos do mesmo rebanho”.
Mais de 3 mil fiéis participaram da ordenação sacerdotal de dois diáconos da diocese de An Yang, na província de He Nan. Os novos sacerdotes, no final da celebração, agradeceram Nossa Senhora, que os acompanhou e guiou ao longo de seu caminho vocacional. Também a comunidade católica da província de Guang Xi, no sul do continente, acolheu um grupo de seis novos sacerdotes. A ordenação aconteceu no dia primeiro de maio, festividade de São José trabalhador e primeiro dia do mês mariano.
Fonte: Zenit.
Segundo informações apuradas pela Agência Fides, no dia da festa de Nossa Senhora de Fátima, 13 de maio, a diocese de Nan Chong, da província de Si Chuan, celebrou a ordenação de um diácono e de um sacerdote. Alguns fiéis que participaram do rito destacaram que “os novos operários da vinha do Senhor são preciosos”, e fizeram um convite “a todos os jovens para responderem ao chamado do Senhor, mesmo se não forem da nossa diocese, porque somos todos do mesmo rebanho”.
Mais de 3 mil fiéis participaram da ordenação sacerdotal de dois diáconos da diocese de An Yang, na província de He Nan. Os novos sacerdotes, no final da celebração, agradeceram Nossa Senhora, que os acompanhou e guiou ao longo de seu caminho vocacional. Também a comunidade católica da província de Guang Xi, no sul do continente, acolheu um grupo de seis novos sacerdotes. A ordenação aconteceu no dia primeiro de maio, festividade de São José trabalhador e primeiro dia do mês mariano.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 25 de maio de 2015
Papa Francisco: "A desunião é uma ferida no corpo da Igreja"
"A desunião é uma ferida no corpo da Igreja e de Cristo. Uma ferida que não queremos que permaneça. A desunião é obra do pai da mentira, do pai da discórdia que sempre procura fazer com que irmãos estejam divididos". Alertou o Papa Francisco em uma vídeo-mensagem enviada por ocasião da jornada de oração pela Unidade dos Cristãos, que aconteceu no sábado, 23 de maio, promovida pela Diocese de Phoenix (Estados Unidos) junto com um grupo de pastores evangélicos. O Papa exprime a sua união espiritual a eles todos nessa procura da graça da unidade. “A unidade –prossegue - que está germinando em nós, a unidade que começa selada por um só batismo, e que todos nós temos. A unidade que buscamos juntos no caminho. A unidade espiritual da oração, uns pelos outros. A unidade do trabalho comum em ajudar os irmãos que creem na soberania de Cristo”.
Francisco convida a “pedir ao Pai que envie o Espírito de Jesus, o Espírito Santo, e nos dê a graça de que todos sejam um, para que o mundo creia". Em seguida, ele explicou algo "que pode ser uma loucura, ou talvez uma heresia, não sei". O Santo Padre declarou-se convicto de que não obstante as diferenças “somos um”. “Aquele que persegue hoje os cristãos, nos unge com o martírio, sabe que os cristãos são discípulos de Cristo, que são um, que são irmãos. A ele – acrescenta- não importa se somos evangélicos, ortodoxos, luteranos, católicos e apostólicos... não interessa! São cristãos”.
Hoje - prosseguiu recordando os novos mártires - estamos vivendo “o ecumenismo do sangue” e isto, disse, deve nos animar no que estamos fazendo: rezar, dialogar entre nós, encurtar as distâncias, irmanados cada vez mais”.
O Papa acredita que a unidade não é feita pelos teólogos. “Os teólogos nos ajudam, a ciência dos teólogos nos ajudará, mas se esperamos que os teólogos entrem num acordo, a unidade só chegará no dia seguinte ao Juízo Final". “Quem faz a unidade – destaca Bergoglio– é o Espírito Santo”.
Por fim, o Papa renova sua união com os destinatários da mensagem "neste dia de oração, de amizade, de proximidade, de reflexão". E conclui "com a certeza de que temos um só Senhor, Jesus é o Senhor. Com a certeza de que o Senhor está vivo: Jesus vive, O Senhor vive em cada um de nós. Com a certeza de que nos enviou o Espírito que prometeu para realizar esta "harmonia entre todos os seus discípulos".
Fonte: Zenit.
Francisco convida a “pedir ao Pai que envie o Espírito de Jesus, o Espírito Santo, e nos dê a graça de que todos sejam um, para que o mundo creia". Em seguida, ele explicou algo "que pode ser uma loucura, ou talvez uma heresia, não sei". O Santo Padre declarou-se convicto de que não obstante as diferenças “somos um”. “Aquele que persegue hoje os cristãos, nos unge com o martírio, sabe que os cristãos são discípulos de Cristo, que são um, que são irmãos. A ele – acrescenta- não importa se somos evangélicos, ortodoxos, luteranos, católicos e apostólicos... não interessa! São cristãos”.
Hoje - prosseguiu recordando os novos mártires - estamos vivendo “o ecumenismo do sangue” e isto, disse, deve nos animar no que estamos fazendo: rezar, dialogar entre nós, encurtar as distâncias, irmanados cada vez mais”.
O Papa acredita que a unidade não é feita pelos teólogos. “Os teólogos nos ajudam, a ciência dos teólogos nos ajudará, mas se esperamos que os teólogos entrem num acordo, a unidade só chegará no dia seguinte ao Juízo Final". “Quem faz a unidade – destaca Bergoglio– é o Espírito Santo”.
Por fim, o Papa renova sua união com os destinatários da mensagem "neste dia de oração, de amizade, de proximidade, de reflexão". E conclui "com a certeza de que temos um só Senhor, Jesus é o Senhor. Com a certeza de que o Senhor está vivo: Jesus vive, O Senhor vive em cada um de nós. Com a certeza de que nos enviou o Espírito que prometeu para realizar esta "harmonia entre todos os seus discípulos".
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 22 de maio de 2015
Santa Rita de Cássia
Rita nasceu no dia 22 de maio de 1381 na região da Úmbria em um lugarejo chamado Roccaporena na Itália. Filha do casal Antônio Mancini e Amada Ferri, Rita foi fruto da velhice do casal que pedia a Deus a graça de conceberem. Trabalhavam na lavoura e apesar de serem analfabetos, os pais de Rita transmitiram-lhe com zelo e fervor o conhecimento de Jesus Cristo e das virtudes cristãs.
A jovem crescia em graça e santidade e o conhecimento de Deus a impulsionava cada vez mais a consagrar sua vida. Meditava por horas recolhida em seu quarto e fazia penitência. Mas seu impulso foi contido pela proposta de casamento imposta por seus pais. A jovem não queria contrariá-los e casou-se com um jovem chamado Paolo di Ferdinando. Rita sofreu muito, pois seu esposo era um homem revoltado, violento e sem temor a Deus. Suportou com resignação e piedade todas as dificuldades vividas neste tempo e o casal deu a luz a duas crianças: Giovanni Tiago e Paolo Maria. Tamanho foi o testemunho dado por Rita que o esposo veio a mudar sua conduta e caminhar para Deus, mas logo foi assassinado por seus inimigos e os filhos após um ano da morte do pai vieram a falecer também.
A imensa dor vivida por Rita gerou grandes frutos de santidade e amor. Iniciou um trabalho de acolhimento e assistência aos pobres e enfermos e pediu ingresso no Convento das Irmãs Agostinianas de Santa Maria Madalena. Encontrou resistência, pois na época viúvas não eram aceitas, mas sua paciência, piedade e a intercessão de seus santos protetores lhe concederam a almejada aceitação. Dedicou-se ainda mais aos trabalhos de caridade e certa vez foi colocada à prova tendo que regar um ramo de videira seco que depois de um ano fez brotar galhos verdes e viçosos. No ano de 1443, foi à cidade de Cássia para vivenciar a Quaresma e tamanha foi sua experiência de amor com Cristo crucificado que em oração desejou participar de seu sofrimento. Recebeu então em sua testa um espinho da coroa de Jesus. Este estigma a acompanhou por quinze anos.
Rita de Cássia faleceu no dia 22 de maio de 1457. Em 1900 foi beatificada pelo Papa Leão XIII. Seu corpo permanece até hoje incorruptível.
Fonte: Zenit.
A jovem crescia em graça e santidade e o conhecimento de Deus a impulsionava cada vez mais a consagrar sua vida. Meditava por horas recolhida em seu quarto e fazia penitência. Mas seu impulso foi contido pela proposta de casamento imposta por seus pais. A jovem não queria contrariá-los e casou-se com um jovem chamado Paolo di Ferdinando. Rita sofreu muito, pois seu esposo era um homem revoltado, violento e sem temor a Deus. Suportou com resignação e piedade todas as dificuldades vividas neste tempo e o casal deu a luz a duas crianças: Giovanni Tiago e Paolo Maria. Tamanho foi o testemunho dado por Rita que o esposo veio a mudar sua conduta e caminhar para Deus, mas logo foi assassinado por seus inimigos e os filhos após um ano da morte do pai vieram a falecer também.
A imensa dor vivida por Rita gerou grandes frutos de santidade e amor. Iniciou um trabalho de acolhimento e assistência aos pobres e enfermos e pediu ingresso no Convento das Irmãs Agostinianas de Santa Maria Madalena. Encontrou resistência, pois na época viúvas não eram aceitas, mas sua paciência, piedade e a intercessão de seus santos protetores lhe concederam a almejada aceitação. Dedicou-se ainda mais aos trabalhos de caridade e certa vez foi colocada à prova tendo que regar um ramo de videira seco que depois de um ano fez brotar galhos verdes e viçosos. No ano de 1443, foi à cidade de Cássia para vivenciar a Quaresma e tamanha foi sua experiência de amor com Cristo crucificado que em oração desejou participar de seu sofrimento. Recebeu então em sua testa um espinho da coroa de Jesus. Este estigma a acompanhou por quinze anos.
Rita de Cássia faleceu no dia 22 de maio de 1457. Em 1900 foi beatificada pelo Papa Leão XIII. Seu corpo permanece até hoje incorruptível.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 21 de maio de 2015
Papa recorda que a liberdade religiosa é um direito humano inalienável
"Pediremos a Maria que ajude os católicos na China a serem sempre testemunhas críveis deste amor misericordioso em meio a seu povo e a viver espiritualmente unidos à rocha de Pedro sobre a qual a Igreja foi construída”. Este foi o convite do Santo Padre na Audiência Geral desta quarta-feira ao recordar que "em 24 de maio, os católicos na China rezarão com devoção à Bem-Aventurada Virgem Maria, Auxílio dos Cristãos, venerada no Santuário de Sheshan em Xangai". E destacou que “neste Santuário, a imagem de Maria levanta seu Filho, apresentando-o ao mundo em gesto de amor e de misericórdia”.
O Papa Francisco comentou também a iniciativa promovida pela Conferência Episcopal Italiana, que propôs às Dioceses uma vigília de oração, por ocasião de Pentecostes, pelos cristãos exilados ou mortos por causa da fé. "São mártires", afirmou. Portanto, "faço votos que este momento de oração aumente a consciência de que a liberdade religiosa é um direito humano inalienável, aumente a sensibilização sobre o drama dos cristãos perseguidos no nosso tempo e que se ponha fim a este crime inaceitável”.
Como toda quarta-feira, o Santo Padre Francisco percorreu a Praça de São Pedro no papamóvel antes de catequese, saudando os fiéis de todo o mundo. Os presentes expressaram muita emoção ao ver o Papa, agitando as bandeiras dos países de origem e gritando Francisco, Francisco!
Durante o percurso o Papa trocou o solidéu com alguns que se aproximavam. As crianças, mais uma vez, foram protagonistas desta parte da audiência, recebendo o carinho e a bênção do Papa. Famílias, jovens, crianças grupos paroquiais, trabalhadores; diversos grupos. Enquanto Francisco fazia o tour pela Praça, um grupo de meninas asiáticas vestidas em trajes tradicionais, tocavam sinos enquanto outras tocavam instrumentos de percussão ‘enchendo’ a praça com uma melodia típica.
Esta manhã, o Pontífice continuou o ciclo de catequeses sobre a família, refletindo sobre a educação das crianças como vocação natural da família.
Resumindo em português, ele destacou que “uma das caraterísticas essenciais da família é a educação dos filhos”, mas hoje, “esta função, que é como que a coluna vertebral do humanismo, enfrenta dificuldades”, afirmou.
Ele notou que há “uma crise na aliança educativa da sociedade com a família”. E falou sobre “o protagonismo de certos especialistas na educação que acabam por substituir o papel dos pais na educação dos filhos”. “Estes, inseguros, correm o risco de se auto-excluir da vida dos filhos”.
Por outro lado, continuou o Papa, “muitos pais se veem ‘sequestrados’ pelo trabalho e nunca têm tempo para os filhos”. Por isso, ele aconselhou que “é preciso reafirmar o papel insubstituível dos pais na educação dos filhos”. E explicou que “não se trata de contentar-se com um diálogo superficial, mas de acompanhar os filhos, compreendendo-os e corrigindo-os quando necessário”.
Ele disse também que “as comunidades cristãs estão chamadas a auxiliar os pais na sua missão educativa, em primeiro lugar, a luz da Palavra de Deus, que nos recorda que o próprio Jesus foi educado em uma família”. E concluiu pedindo ao Senhor que “conceda às famílias cristãs a fé, a liberdade e a coragem necessárias para a sua missão!”.
Em seguida, o Papa Francisco cumprimentou os peregrinos de língua portuguesa, “especialmente os grupos vindos do Brasil, Cabo Verde e Portugal. Supliquemos a vinda do Espírito santo sobre todos os educadores, em particular os pais, para que, com o seu exemplo, ajudem os mais jovens a crescer em sabedoria, estatura e graça. Que Deus vos abençoe”.
Por fim, como de costume, ele disse algumas palavras especialmente para os jovens, os doentes e recém-casados. Francisco recordou que hoje é festa de São Bernardino de Sena. Por isso, expressou aos jovens o desejo de que o amor do santo pela eucaristia lhes mostre "a centralidade de Deus na vida". Ele motivou os doentes a "enfrentarem com serenidade os momentos de sofrimento" e aos recém-casados pediu para fundar a família "no amor de Deus”.
O Papa Francisco comentou também a iniciativa promovida pela Conferência Episcopal Italiana, que propôs às Dioceses uma vigília de oração, por ocasião de Pentecostes, pelos cristãos exilados ou mortos por causa da fé. "São mártires", afirmou. Portanto, "faço votos que este momento de oração aumente a consciência de que a liberdade religiosa é um direito humano inalienável, aumente a sensibilização sobre o drama dos cristãos perseguidos no nosso tempo e que se ponha fim a este crime inaceitável”.
Como toda quarta-feira, o Santo Padre Francisco percorreu a Praça de São Pedro no papamóvel antes de catequese, saudando os fiéis de todo o mundo. Os presentes expressaram muita emoção ao ver o Papa, agitando as bandeiras dos países de origem e gritando Francisco, Francisco!
Durante o percurso o Papa trocou o solidéu com alguns que se aproximavam. As crianças, mais uma vez, foram protagonistas desta parte da audiência, recebendo o carinho e a bênção do Papa. Famílias, jovens, crianças grupos paroquiais, trabalhadores; diversos grupos. Enquanto Francisco fazia o tour pela Praça, um grupo de meninas asiáticas vestidas em trajes tradicionais, tocavam sinos enquanto outras tocavam instrumentos de percussão ‘enchendo’ a praça com uma melodia típica.
Esta manhã, o Pontífice continuou o ciclo de catequeses sobre a família, refletindo sobre a educação das crianças como vocação natural da família.
Resumindo em português, ele destacou que “uma das caraterísticas essenciais da família é a educação dos filhos”, mas hoje, “esta função, que é como que a coluna vertebral do humanismo, enfrenta dificuldades”, afirmou.
Ele notou que há “uma crise na aliança educativa da sociedade com a família”. E falou sobre “o protagonismo de certos especialistas na educação que acabam por substituir o papel dos pais na educação dos filhos”. “Estes, inseguros, correm o risco de se auto-excluir da vida dos filhos”.
Por outro lado, continuou o Papa, “muitos pais se veem ‘sequestrados’ pelo trabalho e nunca têm tempo para os filhos”. Por isso, ele aconselhou que “é preciso reafirmar o papel insubstituível dos pais na educação dos filhos”. E explicou que “não se trata de contentar-se com um diálogo superficial, mas de acompanhar os filhos, compreendendo-os e corrigindo-os quando necessário”.
Ele disse também que “as comunidades cristãs estão chamadas a auxiliar os pais na sua missão educativa, em primeiro lugar, a luz da Palavra de Deus, que nos recorda que o próprio Jesus foi educado em uma família”. E concluiu pedindo ao Senhor que “conceda às famílias cristãs a fé, a liberdade e a coragem necessárias para a sua missão!”.
Em seguida, o Papa Francisco cumprimentou os peregrinos de língua portuguesa, “especialmente os grupos vindos do Brasil, Cabo Verde e Portugal. Supliquemos a vinda do Espírito santo sobre todos os educadores, em particular os pais, para que, com o seu exemplo, ajudem os mais jovens a crescer em sabedoria, estatura e graça. Que Deus vos abençoe”.
Por fim, como de costume, ele disse algumas palavras especialmente para os jovens, os doentes e recém-casados. Francisco recordou que hoje é festa de São Bernardino de Sena. Por isso, expressou aos jovens o desejo de que o amor do santo pela eucaristia lhes mostre "a centralidade de Deus na vida". Ele motivou os doentes a "enfrentarem com serenidade os momentos de sofrimento" e aos recém-casados pediu para fundar a família "no amor de Deus”.
quarta-feira, 20 de maio de 2015
A cristianofobia se espalha pela Europa: 57 países tratam do assunto em Viena
Foi aberta na manhã de ontem, em Viena, a segunda conferência internacional da OSCE (Organização para a Segurança e Cooperação na Europa) sobre a prevenção e a repressão da intolerância, discriminação e crimes de ódio contra os cristãos, com delegações de 57 países e numerosas ONGs.
A primeira conferência sobre o tema foi realizada em Roma em 12 de setembro de 2011, promovida pelo sociólogo italiano Massimo Introvigne, então representante da OSCE para o combate ao racismo, à xenofobia e à intolerância e discriminação contra cristãos e membros de outras religiões.
A OSCE confiou ao mesmo Introvigne o discurso inaugural da conferência em Viena para retomar o elo com a primeira reunião. A Conferência Italiana de 2011, disse o sociólogo, “é lembrada pelo ‘Modelo de Roma’, que descreveu o declive que leva da intolerância à discriminação e da discriminação aos crimes de ódio e à perseguição. Um grupo religioso ou étnico, que pode ser formado por judeus, muçulmanos ou ciganos, mas que hoje é muitas vezes formado pelos cristãos, é ridicularizado e vilipendiado primeiro pela intolerância, que é um fato cultural; depois, discriminado por leis e medidas administrativas; finalmente, chega-se aos crimes de ódio e à perseguição, quando alguns ou muitos pagam com a vida”.
Sobre a intolerância, Introvigne observou a dificuldade de se fixar o limite entre a liberdade de expressão e a sátira a serviço da intolerância. "A liberdade de expressão e a liberdade de arte são importantes, mas não são ilimitadas. Por exemplo, todos nós concordamos que filmes nazistas como o famoso ‘Süss, o Judeu’, eram instrumentos da intolerância antissemita. O caso Charlie Hebdo reavivou dramaticamente esse problema: é preciso condenar com muita firmeza os assassinos terroristas, mas também é preciso avaliar serenamente se certas caricaturas publicadas pelo semanário francês não eram elas próprias intolerantes".
Massimo Introvigne recordou também as duras críticas do então cardeal Bergoglio a certas obras que ele descreveu como "blasfemas" e "vergonhosas", realizadas pelo famoso artista argentino pós-moderno León Ferrari, “reconhecido entre os mais significativos da arte argentina contemporânea, mas que muitas vezes teimava em retratar Jesus Cristo de modo provocativo”.
Quanto à discriminação, o especialista chamou de "ambíguo" o papel desempenhado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, de Estrasburgo, que ora protege os direitos dos cristãos, ora considera a liberdade religiosa menos importante que outros direitos, negando aos funcionários cristãos municipais, por exemplo, o direito à objeção de consciência e, com base nela, a não celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. "E nos Estados Unidos, floristas, confeiteiros e fotógrafos cristãos já foram punidos por não aceitarem prestar seus serviços em casamentos de pessoas do mesmo sexo por razões de consciência", ilustrou o sociólogo.
Introvigne afirma que as leis discriminatórias contra grupos cristãos assumiram muitos aspectos, citando a legislação fascista contra os pentecostais, mencionada pelo papa Francisco em sua visita de julho de 2014 a uma comunidade pentecostal italiana, quando pediu desculpas pela participação de católicos na preparação e na aplicação de tais leis.
"Erra quem pensa que os crimes de ódio contra os cristãos afetam exclusivamente a África e a Ásia. Eles ocorrem também na Europa e as estatísticas o provam: agressões, profanação de igrejas, estátuas vandalizadas ou destruídas. Os dados estatísticos, aliás, demonstram que os crimes de ódio contra os cristãos estão crescendo a cada ano", disse o estudioso italiano, que pediu medidas mais contínuas e consistentes para evitar e punir tais crimes. Introvigne também afirmou que o diálogo entre as religiões, assim como entre a religião e os não crentes e os governos, é crucial para evitar a espiral de intolerância que leva inevitavelmente à violência.
A conferência continuou durante o dia de hoje com relatórios apresentados, entre outros, pelo padre Vsevolod Chaplin, diretor de relações exteriores do patriarcado de Moscou, e pela Dra. Gudrun Kugler, diretora do Observatório da Intolerância e da Discriminação contra os Cristãos, de Viena. O encerramento coube a Michael Georg Link, que, no ano passado, depois de trabalhar como Ministro de Assuntos Europeus da Alemanha, assumiu o Gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da OSCE.
Fonte: Zenit.
A primeira conferência sobre o tema foi realizada em Roma em 12 de setembro de 2011, promovida pelo sociólogo italiano Massimo Introvigne, então representante da OSCE para o combate ao racismo, à xenofobia e à intolerância e discriminação contra cristãos e membros de outras religiões.
A OSCE confiou ao mesmo Introvigne o discurso inaugural da conferência em Viena para retomar o elo com a primeira reunião. A Conferência Italiana de 2011, disse o sociólogo, “é lembrada pelo ‘Modelo de Roma’, que descreveu o declive que leva da intolerância à discriminação e da discriminação aos crimes de ódio e à perseguição. Um grupo religioso ou étnico, que pode ser formado por judeus, muçulmanos ou ciganos, mas que hoje é muitas vezes formado pelos cristãos, é ridicularizado e vilipendiado primeiro pela intolerância, que é um fato cultural; depois, discriminado por leis e medidas administrativas; finalmente, chega-se aos crimes de ódio e à perseguição, quando alguns ou muitos pagam com a vida”.
Sobre a intolerância, Introvigne observou a dificuldade de se fixar o limite entre a liberdade de expressão e a sátira a serviço da intolerância. "A liberdade de expressão e a liberdade de arte são importantes, mas não são ilimitadas. Por exemplo, todos nós concordamos que filmes nazistas como o famoso ‘Süss, o Judeu’, eram instrumentos da intolerância antissemita. O caso Charlie Hebdo reavivou dramaticamente esse problema: é preciso condenar com muita firmeza os assassinos terroristas, mas também é preciso avaliar serenamente se certas caricaturas publicadas pelo semanário francês não eram elas próprias intolerantes".
Massimo Introvigne recordou também as duras críticas do então cardeal Bergoglio a certas obras que ele descreveu como "blasfemas" e "vergonhosas", realizadas pelo famoso artista argentino pós-moderno León Ferrari, “reconhecido entre os mais significativos da arte argentina contemporânea, mas que muitas vezes teimava em retratar Jesus Cristo de modo provocativo”.
Quanto à discriminação, o especialista chamou de "ambíguo" o papel desempenhado pelo Tribunal Europeu dos Direitos do Homem, de Estrasburgo, que ora protege os direitos dos cristãos, ora considera a liberdade religiosa menos importante que outros direitos, negando aos funcionários cristãos municipais, por exemplo, o direito à objeção de consciência e, com base nela, a não celebrar casamentos entre pessoas do mesmo sexo. "E nos Estados Unidos, floristas, confeiteiros e fotógrafos cristãos já foram punidos por não aceitarem prestar seus serviços em casamentos de pessoas do mesmo sexo por razões de consciência", ilustrou o sociólogo.
Introvigne afirma que as leis discriminatórias contra grupos cristãos assumiram muitos aspectos, citando a legislação fascista contra os pentecostais, mencionada pelo papa Francisco em sua visita de julho de 2014 a uma comunidade pentecostal italiana, quando pediu desculpas pela participação de católicos na preparação e na aplicação de tais leis.
"Erra quem pensa que os crimes de ódio contra os cristãos afetam exclusivamente a África e a Ásia. Eles ocorrem também na Europa e as estatísticas o provam: agressões, profanação de igrejas, estátuas vandalizadas ou destruídas. Os dados estatísticos, aliás, demonstram que os crimes de ódio contra os cristãos estão crescendo a cada ano", disse o estudioso italiano, que pediu medidas mais contínuas e consistentes para evitar e punir tais crimes. Introvigne também afirmou que o diálogo entre as religiões, assim como entre a religião e os não crentes e os governos, é crucial para evitar a espiral de intolerância que leva inevitavelmente à violência.
A conferência continuou durante o dia de hoje com relatórios apresentados, entre outros, pelo padre Vsevolod Chaplin, diretor de relações exteriores do patriarcado de Moscou, e pela Dra. Gudrun Kugler, diretora do Observatório da Intolerância e da Discriminação contra os Cristãos, de Viena. O encerramento coube a Michael Georg Link, que, no ano passado, depois de trabalhar como Ministro de Assuntos Europeus da Alemanha, assumiu o Gabinete de Instituições Democráticas e Direitos Humanos da OSCE.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 19 de maio de 2015
A Igreja Católica de volta para os católicos!
Reflexões de Paulo Jacobina, Procurador Regional da República e Mestre em Direito Econômico. Pleitear a devolução da Igreja para os católicos não significa, de jeito nenhum, descuidar do grande diálogo com o mundo e com a cultura contemporânea
Há um momento oportuno, com a renovação na direção da CNBB, para que finalmente soltemos um grito que está preso há muitos anos nas gargantas dos católicos do Brasil: precisamos da CNBB cada vez mais para os católicos. Precisamos acabar com este vago desconforto que os católicos mais simples, os que acreditam no Credo e tentam viver como manda a Igreja, sentem quando entram em muitas paróquias, sedes diocesanas e outros órgãos eclesiais católicos, de que estão entrando em centros de política partidária de esquerda, altamente laicizados.
Pode parecer pretensioso que um leigo se ponha a externar propostas de caminhos ou reformas na vida religiosa da Igreja; mas uma vez que nossos Bispos estão promovendo movimentos de rompimento constitucional na vida política, coletando assinaturas para reformas políticas visivelmente de esquerda e inclusive propondo a instalação de assembleia constituinte para modificar a Constituição Federal no meio da crise econômica e política mais séria que o Brasil já teve desde a redemocratização, e motivada pelas más opções ideológicas que estão presidindo a vida pública no Brasil - tomadas exatamente pelos grupos que serão beneficiados pela reforma política que a Igreja brasileira agora promove - essa fronteira fica, digamos, borrada: se os clérigos empenham seu precioso tempo em complicar os assuntos políticos, resta a nós, leigos, arcar com a situação um tanto desorganizada que se apresenta na nossa vida religiosa negligenciada. É preciso rezar. Alguém tem que fazê-lo.
Compreendemos que, no período da ditadura militar e da empolgação com uma leitura “descontinualista”, ou "de ruptura", do Vaticano II, e com a empolgação com uma “teologia da libertação” que nasceu na Alemanha e na URSS e foi trazida para a América Latina por alguns teólogos que estudaram ali no final da década de sessenta e na década de setenta, como se fosse uma “teologia latino-americana”, mas que na verdade é uma ideologia estrangeira que apenas tirou Jesus do centro da fé, retirando da Bíblia e da Tradição sua autoridade de Revelação, para substituí-los pelo socialismo, pelo “Pobre” e “Oprimido”, e por Marx e Gramsci, tenhamos perdido uma parte da Igreja brasileira para os esquerdistas, marxistas e socialistas. Isto decorreu, em grande parte, da circunstância política de então e, muitas vezes, da omissão dos bons católicos. Não se pode negar que alguma coisa boa ficou. Mas muita coisa péssima, também. Mas ainda há tempo de mudar.
É necessário iniciar uma grande corrente de oração, em frente às cúrias diocesanas, sedes de institutos religiosos e da CNBB ou mesmo paróquias pelo Brasil inteiro: a Igreja Católica de volta para os católicos! Seria talvez o caso de reunir semanalmente um grupo de leigos para rezar o terço nesta intenção, nas portas desses lugares, ou seja, cumprir o pedido do Papa Francisco de que todos rezemos pela fé dos nossos padres e bispos. É preciso que os bons padres e principalmente os bons bispos vejam que nós, povo católico, queremos que eles se posicionem mais corajosamente frente àqueles que já não têm fé, mas apenas querem usar a Igreja para fazer política ideológica. Eles podem parecer fortes, podem parecer maioria, mas não são. Estamos do lado de vocês: desafiem-nos com a verdade cristã! Deixemos de lado o engajamento político eclesial socialista, proponham-nos a verdadeira fé cristã, e sua verdadeira doutrina social. Quanto mais resgatarmos a verdadeira fé, mais gente haverá com vocês, do lado de Deus e da fé católica. E mais nossos pobres serão amados e nossos ricos, evangelizados. Ousemos retomar nossa identidade!
Pleitear a devolução da Igreja para os católicos não significa, de jeito nenhum, descuidar do grande diálogo com o mundo e com a cultura contemporânea, nem de abandonar o fervor missionário e evangelizador, nem de diminuir eventuais esforços de diálogo ecumênico e inter-religioso. o problema é que, muitas vezes a pretexto de diálogos assim, nós católicos perdemos a noção de quem somos. Vemos alguns de nossos pastores, ou seus delegados, a título de "diálogo com o mundo contemporâneo", tornarem-se algumas vezes tão mundanos quanto o mundo. A título de "diálogo com a cultura atual", renegarem o legado da Tradição católica. Ou a título de diálogo ecumênico, tornarem-se mais protestantes que os protestantes. para que o diálogo entre os católicos e estas realidades aconteça realmente, é preciso que do lado dos católicos haja verdadeiros católicos. Dialogar não significa renunciar nossa identidade, nem encher a Igreja de gente sem fé. Se não, não se trata de diálogo, mas de renúncia e destruição da própria Igreja.
Assim, como proposta de intenções a serem incorporadas nessa grande reza do terço em prol da fé católica em nosso país, sugerimos as seguintes:- Que os sacerdotes estejam disponíveis aos fiéis leigos para as celebrações sacramentais, e que aconselhem o povo de Deus a frequentar a missa e educar seus filhos na fé católica.
- Que os sacerdotes voltem a estar disponíveis para confessar o povo, e ensinem aos leigos que a confissão sacramental, aliás a participação efetiva na vida sacramental como um todo, nunca foi revogada pelo Concílio Vaticano II.
- Os sacerdotes voltem a usar trajes eclesiásticos, conforme o direito canônico.
- Os religiosos voltem a rezar, e a usar os hábitos estabelecidos pelas respectivas regras de vida. Em especial os de vida ativa.
- As escolas e universidades católicas voltem a ser confessionais, e não apenas vagamente “espiritualizadas”.
- Os professores e formadores de seminário ensinem aos seminaristas a reta fé cristã, exposta em documentos como a “Dominus Jesus” e a “Libertatis Nuntius”, e sejam, caridosamente, impedidos de usar autores que solapam e destroem a fé católica, já notificados ou não pela Congregação da Doutrina da Fé. Que todo marxismo, toda teologia liberal protestante e todo enfraquecimento das normas de castidade e de disciplina sacerdotal seja banido dos seminários.
- Que a liturgia da Igreja tenha sua referência no Missal romano atualmente em vigor no mundo inteiro, revisando-se as traduções aberrantes como por exemplo falar “Ele está no meio de nós” quando toda a Igreja do mundo inteiro, durante os últimos dois mil anos, falou “et cum spiritu tuum”.
- Que invencionices locais bizarras, como o uso de música popular, as “respostas às orações eucarísticas” e a substituição de textos canônicos por poemas e outros textos não-bíblicos sejam proibidos. Que se eliminem as “homilias” paralelas feitas por “apresentadores” e “comentaristas” da missa que mais parecem os verdadeiros presidentes das celebrações, e que introduzem ritos descabidos e invencionices que descaracterizam o verdadeiro rito litúrgico, a ponto de o fiel desavisado duvidar se está mesmo na missa.
- Que se esvaziem os presbitérios das multidões de leigos uniformizados, devolvendo o centro da vida litúrgica para os sacerdotes e o centro da vida social e política para os leigos. Pela reversão da tendência de "clericização dos leigos", juntamente com a tendência de "laicização do clero".
- Que os catequistas ensinem aos catequizandos a verdadeira doutrina católica, e não uma “sociologia das religiões” ou uma espiritualidade meio difusa estilo new age. Que os sacerdotes se comprometam com a catequese, e acompanhem efetivamente os catequistas leigos no seu dia-a-dia.
- Não se trata de fazer a missa voltar a ser celebrada em latim. Mas que a língua utilizada nas celebrações litúrgicas seja ao menos uma língua utilizada pelos seres humanos, deixando as línguas angélicas para as celebrações ocorridas nas esferas dos anjos.
- Que as homilias passem a ser de novo para a edificação das almas na fé e na moral, e não para a “luta social” ou para a promoção de um “ecumenismo” vago ou uma “religiosidade” abstrata.
- Que as editoras católicas publiquem a verdadeira doutrina católica, e sejam fortemente recomendadas a retirar de catálogo autores já notificados pela Congregação da Doutrina da Fé da Santa Sé ou das respectivas Conferências Episcopais dos países de origem.
- Que os Bispos voltem a ser nossos guias seguros de fé e moral em todas as dioceses.
- Que os marxistas, os ateus e os não-católicos em geral que atualmente compõem as “comissões de Justiça e Paz” no Brasil inteiro sejam convidados a se converter e sejam efetivamente evangelizados, inclusive encaminhados para viver efetivamente uma vida sacramental.
- Que as campanhas da fraternidade e as “vias-sacras”, bem como os documentos da CNBB, deixem de lado as categorias sociológicas da “opressão” e da “luta de classes”, e a ideia de que os “pobres”, e não Jesus Cristo, são o centro da fé, para refletir a verdadeira Doutrina Social da igreja existente no respectivo Compêndio.
- Que nossos bispos e padres deixem de ser “intelectuais orgânicos”, líderes políticos ou militantes sociais e voltem a ser bispos e padres católicos.
Esta relação é exemplificativa, mas mostra como poderíamos usar, construtivamente, a energia que hoje usamos para combater o projeto de reforma política desastrosa que está sendo gerada no seio da Igreja brasileira para fazer aquilo que, acredito, é o anseio de muitos: ter, no Brasil, uma Igreja Católica cada vez mais santa, para construir um povo brasileiro mais santo, mais feliz, mais livre e mais próspero de verdade. Sem Marx. Sem Gramsci. Com Jesus.
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Francisco convida os cristãos do Oriente Médio a imitarem as novas santas palestinas
Depois da Santa Missa celebrada na frente da Basílica de São Pedro por ocasião da canonização de quatro religiosas, as duas primeiras santas da Palestina, uma italiana e uma francesa, e antes de rezar o Regina Coeli cantado pelo coro da Capela Sistina, Francisco pronunciou as seguintes palavras:
No final desta celebração, desejo saudar todos vocês que vieram para prestar homenagem às novas Santas, especialmente as Delegações oficiais da Palestina, França, Itália, Israel e Jordânia. Saúdo com afeto os Cardeais, Bispos, sacerdotes, assim como as filhas espirituais das quatro Santas. Através da intercessão delas, o Senhor conceda um novo impulso missionário aos respectivos países de origem. Inspirados por seu exemplo de misericórdia, caridade e reconciliação, os cristãos destas terras olhem com esperança para o futuro, prosseguindo no caminho da solidariedade e da convivência fraterna.
Estendo a minha saudação às famílias, grupos paroquiais, associações e escolas presentes, em particular os crismandos da Arquidiocese de Gênova. Dirijo um pensamento especial aos fiéis da República Checa, reunidos no santuário de Svaty Kopećek, perto de Olomouc, que recordam hoje o vigésimo aniversário da visita de São João Paulo II.
Ontem, em Veneza, foi proclamado Beato o padre Luigi Caburlotto, pároco, educador e fundador das Filhas de São José. Graças sejam dadas a Deus por este Pastor exemplar, que teve uma intensa vida espiritual e apostólica, totalmente dedicada ao bem das almas.
Também gostaria de convidá-los a rezar pelo querido povo do Burundi, que está passando por um momento delicado: que o Senhor ajude a todos a fugir da violência e agir de forma responsável para o bem do país.
Com amor filial nos voltamos agora à Virgem Maria, Mãe da Igreja, Rainha dos Santos e modelo de todos os cristãos.
Fonte: Zenit.
No final desta celebração, desejo saudar todos vocês que vieram para prestar homenagem às novas Santas, especialmente as Delegações oficiais da Palestina, França, Itália, Israel e Jordânia. Saúdo com afeto os Cardeais, Bispos, sacerdotes, assim como as filhas espirituais das quatro Santas. Através da intercessão delas, o Senhor conceda um novo impulso missionário aos respectivos países de origem. Inspirados por seu exemplo de misericórdia, caridade e reconciliação, os cristãos destas terras olhem com esperança para o futuro, prosseguindo no caminho da solidariedade e da convivência fraterna.
Estendo a minha saudação às famílias, grupos paroquiais, associações e escolas presentes, em particular os crismandos da Arquidiocese de Gênova. Dirijo um pensamento especial aos fiéis da República Checa, reunidos no santuário de Svaty Kopećek, perto de Olomouc, que recordam hoje o vigésimo aniversário da visita de São João Paulo II.
Ontem, em Veneza, foi proclamado Beato o padre Luigi Caburlotto, pároco, educador e fundador das Filhas de São José. Graças sejam dadas a Deus por este Pastor exemplar, que teve uma intensa vida espiritual e apostólica, totalmente dedicada ao bem das almas.
Também gostaria de convidá-los a rezar pelo querido povo do Burundi, que está passando por um momento delicado: que o Senhor ajude a todos a fugir da violência e agir de forma responsável para o bem do país.
Com amor filial nos voltamos agora à Virgem Maria, Mãe da Igreja, Rainha dos Santos e modelo de todos os cristãos.
Fonte: Zenit.
domingo, 17 de maio de 2015
Avançam os preparativos para viagem do Papa ao Equador, Bolívia e Paraguai
A América Latina se prepara, mais uma vez, para receber o Santo Padre Francisco. Falta menos de dois meses para a chegada do primeiro papa latino-americano ao Equador, Bolívia e Paraguai. Estes são os três países que receberão Francisco de 5 a 12 de julho. Os preparativos estão avançando e os três países criaram canais de comunicação para manter todos os internautas informados sobre os últimos acontecimentos.
Para saber detalhes da viagem ao Equador basta acessar http://papafranciscoenecuador.com
Para saber mais sobre a viagem à Bolívia está disponível a página http://www.franciscoenbolivia.org, além do perfil no Facebook https://www.facebook.com/franciscoenbolivia e Twitter @PapaEnBolivia
O Paraguai também disponibilizou o site http://www.franciscoenparaguay.org e tem a página www.facebook.com/PapaEnPy, o perfil no Twitter @PapaEnPY e Instagram www.instagram.com/papaenpyPapaEnPy .
Nestes links você pode encontrar informações úteis sobre como ser voluntário nos respectivos países. Além disso, pode ouvir os hinos
Para saber detalhes da viagem ao Equador basta acessar http://papafranciscoenecuador.com
Para saber mais sobre a viagem à Bolívia está disponível a página http://www.franciscoenbolivia.org, além do perfil no Facebook https://www.facebook.com/franciscoenbolivia e Twitter @PapaEnBolivia
O Paraguai também disponibilizou o site http://www.franciscoenparaguay.org e tem a página www.facebook.com/PapaEnPy, o perfil no Twitter @PapaEnPY e Instagram www.instagram.com/papaenpyPapaEnPy .
Nestes links você pode encontrar informações úteis sobre como ser voluntário nos respectivos países. Além disso, pode ouvir os hinos
sábado, 16 de maio de 2015
Papa Francisco: “O medo não é uma atitude cristã"
Comunidades que têm medo e não têm alegria estão doentes, não são comunidades cristãs. Foi o que o Santo Padre destacou na homilia de ontem sexta-feira (15/05) na Missa celebrada na capela da Casa Santa Marta. Ele centrou sua homilia nas palavras "medo" e "alegria", e disse que "o medo é uma atitude que nos faz mal; nos enfraquece, nos limita e até nos paralisa".
O Santo Padre explicou que uma pessoa que tem medo "não faz nada, não sabe o que fazer. Concentra-se em si mesmo para que não lhe aconteça nada de mal; o medo leva a um 'egocentrismo egoísta', que paralisa. O cristão medroso é aquele que não entendeu a mensagem de Jesus”.
E explicou que por isso Jesus diz a Paulo: "’Não tenha medo, continue a falar’. O medo não é cristão; é um comportamento de quem tem a alma aprisionada, presa, sem liberdade de olhar em frente, de criar algo, de fazer o bem”. Assim, Francisco convidou a “não ter medo de pedir a graça da coragem, da coragem do Espírito Santo que nos envia”.
“Existem comunidades medrosas, que apostam sempre no certeiro: ‘Não, não vamos fazer isso... isso não, não pode...’ - continuou o Papa- É como se na porta de entrada estivesse escrito ‘proibido’: tudo é proibido, por medo. E quando se entra numa comunidade assim, se sente o marasmo, porque é uma comunidade doente”.
“O medo – explicou Francisco– deve ser distinguido do ‘temor de Deus’, que é santo, é o temor da adoração diante do Senhor. O temor de Deus é uma virtude: não é limitativo, não enfraquece, não paralisa: faz ir adiante para cumprir a missão dada pelo Senhor”.
A segunda palavra da homilia de hoje foi "alegria". O Santo Padre Francisco lembrou que Jesus diz que ninguém pode tirar a nossa alegria. E também salientou que "nos momentos mais tristes, nos momentos de dor, a alegria se torna paz”. Ao contrário, um divertimento no momento da dor se torna sombrio, por isso, “um cristão sem alegria não é um cristão; um cristão que continuamente vive na tristeza, não é cristão. E um cristão que no momento da provação, das doenças ou das dificuldades, perde a paz, é porque lhe falta algo”.
Portanto, continuou o Papa, "a alegria cristã não é diversão, não é uma alegria passageira; a alegria cristã é um dom, é um dom do Espírito Santo. É ter o coração sempre alegre porque o Senhor venceu, o Senhor reina, o Senhor está à direita do Pai, o Senhor olhou para mim e me enviou; me deu a sua graça e me fez filho do Pai ... esta é a alegria cristã. Um cristão vive na alegria".
O Pontífice afirmou que "uma comunidade sem alegria é uma comunidade doente". Talvez seja uma "comunidade divertida", mas é "doente de mundanidade”, porque não tem a alegria de Jesus Cristo". Assim, "quando a Igreja está com medo e não recebe a alegria do Espírito Santo, a Igreja adoece, as comunidades adoecem e os fiéis adoecem".
Ao concluir sua homilia, o Papa Francisco rezou: “Elevai-nos Senhor, ao Cristo, sentado à direita do Pai; elevai o nosso espírito. Despojai-nos de todo o medo e dai-nos a alegria e a paz”.
Rádio Vaticano/ Adaptado por Zenit
O Santo Padre explicou que uma pessoa que tem medo "não faz nada, não sabe o que fazer. Concentra-se em si mesmo para que não lhe aconteça nada de mal; o medo leva a um 'egocentrismo egoísta', que paralisa. O cristão medroso é aquele que não entendeu a mensagem de Jesus”.
E explicou que por isso Jesus diz a Paulo: "’Não tenha medo, continue a falar’. O medo não é cristão; é um comportamento de quem tem a alma aprisionada, presa, sem liberdade de olhar em frente, de criar algo, de fazer o bem”. Assim, Francisco convidou a “não ter medo de pedir a graça da coragem, da coragem do Espírito Santo que nos envia”.
“Existem comunidades medrosas, que apostam sempre no certeiro: ‘Não, não vamos fazer isso... isso não, não pode...’ - continuou o Papa- É como se na porta de entrada estivesse escrito ‘proibido’: tudo é proibido, por medo. E quando se entra numa comunidade assim, se sente o marasmo, porque é uma comunidade doente”.
“O medo – explicou Francisco– deve ser distinguido do ‘temor de Deus’, que é santo, é o temor da adoração diante do Senhor. O temor de Deus é uma virtude: não é limitativo, não enfraquece, não paralisa: faz ir adiante para cumprir a missão dada pelo Senhor”.
A segunda palavra da homilia de hoje foi "alegria". O Santo Padre Francisco lembrou que Jesus diz que ninguém pode tirar a nossa alegria. E também salientou que "nos momentos mais tristes, nos momentos de dor, a alegria se torna paz”. Ao contrário, um divertimento no momento da dor se torna sombrio, por isso, “um cristão sem alegria não é um cristão; um cristão que continuamente vive na tristeza, não é cristão. E um cristão que no momento da provação, das doenças ou das dificuldades, perde a paz, é porque lhe falta algo”.
Portanto, continuou o Papa, "a alegria cristã não é diversão, não é uma alegria passageira; a alegria cristã é um dom, é um dom do Espírito Santo. É ter o coração sempre alegre porque o Senhor venceu, o Senhor reina, o Senhor está à direita do Pai, o Senhor olhou para mim e me enviou; me deu a sua graça e me fez filho do Pai ... esta é a alegria cristã. Um cristão vive na alegria".
O Pontífice afirmou que "uma comunidade sem alegria é uma comunidade doente". Talvez seja uma "comunidade divertida", mas é "doente de mundanidade”, porque não tem a alegria de Jesus Cristo". Assim, "quando a Igreja está com medo e não recebe a alegria do Espírito Santo, a Igreja adoece, as comunidades adoecem e os fiéis adoecem".
Ao concluir sua homilia, o Papa Francisco rezou: “Elevai-nos Senhor, ao Cristo, sentado à direita do Pai; elevai o nosso espírito. Despojai-nos de todo o medo e dai-nos a alegria e a paz”.
Rádio Vaticano/ Adaptado por Zenit
sexta-feira, 15 de maio de 2015
A Igreja e a reforma política
A grande celeuma criada a partir da 53.ª Assembleia da CNBB, realizada em abril de 2015, se deve a alguns mal-entendidos. Primeiramente, é defeso à Igreja receitar uma reforma política. Não existe a chamada “solução católica”, como expliquei no meu livro “A Responsabilidade Cristã na Administração Pública” (Paulus, 2011). Cabe à conferência episcopal, ou a cada bispo isoladamente, apresentar os princípios cristãos que norteiam a política. Segundamente, a Igreja, através de qualquer bispo, deve intervir sempre que algum direito natural estiver ameaçado, como a vida e a propriedade privada, por exemplo. Terceiramente, não deve a Igreja encampar a reforma política delineada por uma agremiação partidária específica. Quem lê as encíclicas sociais de são João Paulo II percebe uma veemente defesa da reforma agrária, contudo, jamais encontrará naqueles documentos explicitações pormenorizadas acerca de como executar a tal reforma no Brasil ou em qualquer canto da Terra.
A hierarquia tem de entender que a reforma política é um assunto a ser resolvido pelos outros membros da Igreja de Cristo, ou seja, pelos leigos, cujo múnus batismal é exatamente animar e aperfeiçoar a ordem temporal à luz do evangelho de Cristo (cânon 225, parágrafo 2.º). Os leigos e as leigas, por sua vez, deixem de brincar de padre, com jalecos e quejandos, e assumam seu papel profético na sociedade, principalmente no mundo da política!
Infelizmente, muitos assessores da CNBB são de linha esquerdista. Isto vem desde os tempos caliginosos da teologia da libertação e persiste até hoje. O corpo assessório da conferência episcopal precisa ser composto por uma equipe positivamente multifacetada, onde haja também peritos que pensem como um Olavo de Carvalho, um Delfim Neto e um Ives Gandra, entre outros.
Os sucessores dos apóstolos, congregados na CNBB, têm prestado uma contribuição relevantíssima ao Brasil. No entanto, é imperioso que os hierarcas continuem a dar o melhor que possuem, porquanto eles não trazem nem ouro nem prata (Atos 3, 6), mas podem alumiar a realidade política com a lucipotente palavra de Jesus.
Fonte: Zenit.
A hierarquia tem de entender que a reforma política é um assunto a ser resolvido pelos outros membros da Igreja de Cristo, ou seja, pelos leigos, cujo múnus batismal é exatamente animar e aperfeiçoar a ordem temporal à luz do evangelho de Cristo (cânon 225, parágrafo 2.º). Os leigos e as leigas, por sua vez, deixem de brincar de padre, com jalecos e quejandos, e assumam seu papel profético na sociedade, principalmente no mundo da política!
Infelizmente, muitos assessores da CNBB são de linha esquerdista. Isto vem desde os tempos caliginosos da teologia da libertação e persiste até hoje. O corpo assessório da conferência episcopal precisa ser composto por uma equipe positivamente multifacetada, onde haja também peritos que pensem como um Olavo de Carvalho, um Delfim Neto e um Ives Gandra, entre outros.
Os sucessores dos apóstolos, congregados na CNBB, têm prestado uma contribuição relevantíssima ao Brasil. No entanto, é imperioso que os hierarcas continuem a dar o melhor que possuem, porquanto eles não trazem nem ouro nem prata (Atos 3, 6), mas podem alumiar a realidade política com a lucipotente palavra de Jesus.
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 13 de maio de 2015
Fátima e Aparecida, a mesma «Senhora Imaculada»
Dentro das comemorações do Tricentenário do encontro da imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida [1717-2017] e o Centenário [1917-2017] das célebres mariofanias (aparições marianas) de Nossa Senhora do Rosário de Fátima em Portugal, ambos os santuários tiveram uma feliz ideia de irmanar-se com gestos recíprocos de troca de imagens marianas. O santuário de Fátima doou uma imagem de Fátima para o santuário aparecidense e o santuário de Aparecida, uma imagem para o santuário português. Este gesto simbólico é sinal de fraternidade e conduta amigável de unidade, concórdia e forte testemunho de piedade marial. Mas por traz existe um ato que dá significado destas “duas” Senhoras.
Embora com datas e acontecimentos diferentes ao qual Deus quis se manifestar através da presença da Virgem, estas duas mariofanias estão intimamente interligadas teologicamente. O encontro da imagem aparecidense entra no esquema das mariofanias e dai possui uma tônica de ação divina pelos acontecimentos subsequentes.
Fátima, devoção iniciada em 1917 e Aparecida em 1717 trouxeram benefícios espirituais muito fortes para Igreja em continentes diferentes. Fátima, com sua tonalidade espiritual e política, influenciou no combate a ideologia do Comunismo contrário aos valores e dignidade do homem. Assim como sua forte mensagem de conversão e penitência.
Aparecida por sua vez caminhou na história da Igreja no Brasil e só no Brasil, sem nenhuma influência externa ou sem nenhum interesse internacional justamente por causa de uma falta de estudos mais profundos. Porém é uma das manifestações marinas populares apreciada e admirada também fora do Brasil pela quantidade de fiéis que visitam o santuário, pela grandiosidade física do santuário. Contudo, entre Fátima e Aparecida os laços mariológicos são muito fortes por vários motivos centrados em simbologias e mariologias:
1º A imagem aparecidense possui traços da arte portuguesa, embora o escultor seja considerado brasileiro recebeu toda a sua formação teológica em Portugal. Pois atribui-se a confecção da imagem aparecidense ao monge beneditino, Frei Agostinho de Jesus († 1661). Segundo alguns autores, querem encontrar na imagem, traços brasileiros (índio, negro e branco). Mas a imagem possui traços tipicamente portugueses com matizes bíblica inspirada no Cântico dos Cânticos, como o foi todas as iconografias e esculturas da Imaculada Conceição ao longo dos séculos.
2º Embora a invocação em Fátima queira se chamar a «Senhora do Rosário». Título inusitado em uma mariofania, no entanto traz em si as características físicas da Imaculada Conceição. Como? Vejamos alguns detalhes fatimida:
a) Ela aparece toda vestida de branco, onde associamos às várias iconografias da Imaculada de antigas datadas. Ora, o branco sempre foi a cor simbólica da isenção do pecado em Maria.
b) Nossa Senhora aparece sobre uma árvore, onde encontramos forte relação com Gn 3,22, «a árvore da vida», a escolha entre o bem e o mau, assim como a vitória do Redentor (cf. Gn 3,15) e, a árvore da Cruz (Teodoro Estudita, † 826). Vemos que em Fátima a Virgem pergunta aos pastorinhos se querem ajudar a salvar, a se sacrificar pelos pecadores… etc. O símbolo da árvore em Fátima, está associado à escolha, a decisões que devemos fazer, frente ao Bem e ao Mau. Assim, como Deus fez aos nossos primeiros pais na sua inocência antes do pecado, onde quiseram livremente aderir à desobediência. Ainda, a árvore está relacionado à imortalidade Gn 3,22, que se refere a Assunção de Maria.
Lembremos que, a nação portuguesa e suas colonias (Brasil) foi consagrado pelo então rei de Portugal, Dom João IV em 1646 a Nossa Senhora da Conceição. Como também foi proclamada Rainha da nação portuguesa e de suas colônias pelo mesmo rei. Ora, nada impede de detectar que nas mariofanias em Fátima, Nossa Senhora venha caracterizada do que Ela é na sua essência para esta nação e para o mundo, «Imaculada». A identidade de Nossa Senhora por decisão do soberano, seja para Portugal, seja para o Brasil, é Nossa Senhora da Conceição, hoje conhecida como a Imaculada Conceição da Virgem Maria.
3º Os apelos de ambas as mariofanias são idênticos: Fátima à conversão e a penitência. Um voltar integral a unidade com Deus e aos irmãos pela paz. Aparecida embora ser um encontro de uma imagem e ser silenciosa, também nos convida a unidade através do encontro de duas partes quebradas de uma só imagem. E sua cor escura não é em sentido a identificação aos escravos, mas à paz interna e externa da Igreja. Sobre o tema da unidade aparecidense que apresentamos aqui, já refletimos por três vezes em vários artigos como nas revistas Grande Sinal…, Paróquias & Casa Religiosas… e, no site da Academia Marial de Aparecida… Recentemente abordamos amplamente na obra “Guadalupe, Aparecida Lourdes. Três mariofanias, uma mesma mensagem”. Edições Mensageiro de Santo Antônio: SP 2014.
Portanto, que seja estes gestos de união entre estes dois belíssimos santuários motivo para nós, batizados reavaliarmos nossa conduta de amor a Cristo e ao Evangelho, assim como autênticos devotos de Maria, propagar o reino de unidade e de paz. Recuperar os irmãos sem expulsá-los do nosso meio, principalmente os que erram. Fazendo assim, a Igreja será vista como sinal concreto que pertencemos e tralhamos pelo Reino do Senhor.
Pe. Rafael Maria é doutor em mariologia pela Pontifícia Faculdade Teológica «Marianum» de Roma. Ministra dois cursos de Mariologia em www.cursos católicos.com.br . É formado para Postulação para Beatificação e Canonização pela Causa dos Santos. Informações: d.rafaelmariaosb@hotmail.com
Embora com datas e acontecimentos diferentes ao qual Deus quis se manifestar através da presença da Virgem, estas duas mariofanias estão intimamente interligadas teologicamente. O encontro da imagem aparecidense entra no esquema das mariofanias e dai possui uma tônica de ação divina pelos acontecimentos subsequentes.
Fátima, devoção iniciada em 1917 e Aparecida em 1717 trouxeram benefícios espirituais muito fortes para Igreja em continentes diferentes. Fátima, com sua tonalidade espiritual e política, influenciou no combate a ideologia do Comunismo contrário aos valores e dignidade do homem. Assim como sua forte mensagem de conversão e penitência.
Aparecida por sua vez caminhou na história da Igreja no Brasil e só no Brasil, sem nenhuma influência externa ou sem nenhum interesse internacional justamente por causa de uma falta de estudos mais profundos. Porém é uma das manifestações marinas populares apreciada e admirada também fora do Brasil pela quantidade de fiéis que visitam o santuário, pela grandiosidade física do santuário. Contudo, entre Fátima e Aparecida os laços mariológicos são muito fortes por vários motivos centrados em simbologias e mariologias:
1º A imagem aparecidense possui traços da arte portuguesa, embora o escultor seja considerado brasileiro recebeu toda a sua formação teológica em Portugal. Pois atribui-se a confecção da imagem aparecidense ao monge beneditino, Frei Agostinho de Jesus († 1661). Segundo alguns autores, querem encontrar na imagem, traços brasileiros (índio, negro e branco). Mas a imagem possui traços tipicamente portugueses com matizes bíblica inspirada no Cântico dos Cânticos, como o foi todas as iconografias e esculturas da Imaculada Conceição ao longo dos séculos.
2º Embora a invocação em Fátima queira se chamar a «Senhora do Rosário». Título inusitado em uma mariofania, no entanto traz em si as características físicas da Imaculada Conceição. Como? Vejamos alguns detalhes fatimida:
a) Ela aparece toda vestida de branco, onde associamos às várias iconografias da Imaculada de antigas datadas. Ora, o branco sempre foi a cor simbólica da isenção do pecado em Maria.
b) Nossa Senhora aparece sobre uma árvore, onde encontramos forte relação com Gn 3,22, «a árvore da vida», a escolha entre o bem e o mau, assim como a vitória do Redentor (cf. Gn 3,15) e, a árvore da Cruz (Teodoro Estudita, † 826). Vemos que em Fátima a Virgem pergunta aos pastorinhos se querem ajudar a salvar, a se sacrificar pelos pecadores… etc. O símbolo da árvore em Fátima, está associado à escolha, a decisões que devemos fazer, frente ao Bem e ao Mau. Assim, como Deus fez aos nossos primeiros pais na sua inocência antes do pecado, onde quiseram livremente aderir à desobediência. Ainda, a árvore está relacionado à imortalidade Gn 3,22, que se refere a Assunção de Maria.
Lembremos que, a nação portuguesa e suas colonias (Brasil) foi consagrado pelo então rei de Portugal, Dom João IV em 1646 a Nossa Senhora da Conceição. Como também foi proclamada Rainha da nação portuguesa e de suas colônias pelo mesmo rei. Ora, nada impede de detectar que nas mariofanias em Fátima, Nossa Senhora venha caracterizada do que Ela é na sua essência para esta nação e para o mundo, «Imaculada». A identidade de Nossa Senhora por decisão do soberano, seja para Portugal, seja para o Brasil, é Nossa Senhora da Conceição, hoje conhecida como a Imaculada Conceição da Virgem Maria.
3º Os apelos de ambas as mariofanias são idênticos: Fátima à conversão e a penitência. Um voltar integral a unidade com Deus e aos irmãos pela paz. Aparecida embora ser um encontro de uma imagem e ser silenciosa, também nos convida a unidade através do encontro de duas partes quebradas de uma só imagem. E sua cor escura não é em sentido a identificação aos escravos, mas à paz interna e externa da Igreja. Sobre o tema da unidade aparecidense que apresentamos aqui, já refletimos por três vezes em vários artigos como nas revistas Grande Sinal…, Paróquias & Casa Religiosas… e, no site da Academia Marial de Aparecida… Recentemente abordamos amplamente na obra “Guadalupe, Aparecida Lourdes. Três mariofanias, uma mesma mensagem”. Edições Mensageiro de Santo Antônio: SP 2014.
Portanto, que seja estes gestos de união entre estes dois belíssimos santuários motivo para nós, batizados reavaliarmos nossa conduta de amor a Cristo e ao Evangelho, assim como autênticos devotos de Maria, propagar o reino de unidade e de paz. Recuperar os irmãos sem expulsá-los do nosso meio, principalmente os que erram. Fazendo assim, a Igreja será vista como sinal concreto que pertencemos e tralhamos pelo Reino do Senhor.
Pe. Rafael Maria é doutor em mariologia pela Pontifícia Faculdade Teológica «Marianum» de Roma. Ministra dois cursos de Mariologia em www.cursos católicos.com.br . É formado para Postulação para Beatificação e Canonização pela Causa dos Santos. Informações: d.rafaelmariaosb@hotmail.com
terça-feira, 12 de maio de 2015
Gustavo Gutiérrez: a teologia da libertação hoje
“Não houve nunca uma condenação à teologia da libertação, apesar de que os meios de comunicação às vezes mostrem as coisas dessa forma”. A declaração é do teólogo e sacerdote Gustavo Gutiérrez, um dos “pais” da teologia da libertação. Sim, houve um diálogo com a Congregação para a Doutrina da Fé – e foi um diálogo muito crítico em alguns momentos; mas nunca houve uma condenação, reitera ele, respondendo à pergunta de um jornalista durante a apresentação da Assembleia Geral da Cáritas Internacional, da qual participará como expoente. O teólogo disse que a noção central da teologia da libertação é o que chamamos de “opção preferencial pelos pobres”: isto “é 90% da teologia da libertação”, asseverou.
Gutiérrez declarou que esta opção é agora mais clara com o testemunho do papa Francisco, para quem “a opção preferencial pelos pobres” é uma questão teológica. “Se você abre a Bíblia, o tema dos pobres está lá”, completou o teólogo peruano.
“Acho que foi dado um passo muito importante nesta relação, mas, ao mesmo tempo, repito que a teologia é um ato secundário. Nós dissemos isto desde o princípio. Não é secundário em sentido pejorativo. Eu, pessoalmente, aos 40 anos não falava de teologia e acho que eu era cristão. Sim, foi possível, para mim, ser cristão antes da teologia e espero ser cristão depois da teologia”. A questão não é, para Gutiérrez, afastar-se da teologia: “É uma parte da minha vida e eu gosto muito de fazer teologia. Mas é uma parte da vida da Igreja, da vida das pessoas também, e tivemos aquele diálogo que, em certos momentos, foi difícil, mas nunca uma condenação. Isto não existiu”.
Por outro lado, um jornalista lhe perguntou se escreveria de novo o que já escreveu sobre teologia. O padre Gutiérrez disse que antes não sabia responder a esta questão “porque, se dissesse que sim, esta não seria a resposta certa, mas, se dissesse que não, tampouco estaria certo”. E contou que, em uma entrevista, encontrou o “matiz” adequado: a sua relação com a teologia sendo comparada com a de um casal. “Depois de vinte anos de casamento, se você escreve uma carta para a sua esposa, não escreve a mesma coisa que teria escrito no namoro. Bom, aqui seria igual. O amor é o mesmo, mas a forma de escrever muda. Para mim, fazer teologia é escrever uma carta de amor ao Deus da minha fé, à Igreja a que eu pertenço e ao meu povo”. A teologia, finalizou, é a hermenêutica da esperança.
Perguntado por ZENIT sobre a sua interpretação teológica quanto à necessidade de fazer os pobres entrarem no mundo do bem-estar ou fazer com que a sociedade adote um sistema de vida mais austero, Gutiérrez respondeu que não é possível ter solidariedade para com os pobres sem viver certa pobreza: "Não são dois caminhos diferentes; eles seguem juntos. A solidariedade com os pobres tem a condição de viver perto deles"; não seríamos solidários para com os pobres se não fôssemos amigos dos pobres. O teólogo constatou que existe hoje a maior distância já registrada na história entre riqueza e pobreza. Por isto, a "noção de amizade é muito importante e exige certa proximidade dessas pessoas". Ele reconheceu, no entanto, que "tem consequências políticas e econômicas falar assim".
Fonte: Zenit.
Gutiérrez declarou que esta opção é agora mais clara com o testemunho do papa Francisco, para quem “a opção preferencial pelos pobres” é uma questão teológica. “Se você abre a Bíblia, o tema dos pobres está lá”, completou o teólogo peruano.
“Acho que foi dado um passo muito importante nesta relação, mas, ao mesmo tempo, repito que a teologia é um ato secundário. Nós dissemos isto desde o princípio. Não é secundário em sentido pejorativo. Eu, pessoalmente, aos 40 anos não falava de teologia e acho que eu era cristão. Sim, foi possível, para mim, ser cristão antes da teologia e espero ser cristão depois da teologia”. A questão não é, para Gutiérrez, afastar-se da teologia: “É uma parte da minha vida e eu gosto muito de fazer teologia. Mas é uma parte da vida da Igreja, da vida das pessoas também, e tivemos aquele diálogo que, em certos momentos, foi difícil, mas nunca uma condenação. Isto não existiu”.
Por outro lado, um jornalista lhe perguntou se escreveria de novo o que já escreveu sobre teologia. O padre Gutiérrez disse que antes não sabia responder a esta questão “porque, se dissesse que sim, esta não seria a resposta certa, mas, se dissesse que não, tampouco estaria certo”. E contou que, em uma entrevista, encontrou o “matiz” adequado: a sua relação com a teologia sendo comparada com a de um casal. “Depois de vinte anos de casamento, se você escreve uma carta para a sua esposa, não escreve a mesma coisa que teria escrito no namoro. Bom, aqui seria igual. O amor é o mesmo, mas a forma de escrever muda. Para mim, fazer teologia é escrever uma carta de amor ao Deus da minha fé, à Igreja a que eu pertenço e ao meu povo”. A teologia, finalizou, é a hermenêutica da esperança.
Perguntado por ZENIT sobre a sua interpretação teológica quanto à necessidade de fazer os pobres entrarem no mundo do bem-estar ou fazer com que a sociedade adote um sistema de vida mais austero, Gutiérrez respondeu que não é possível ter solidariedade para com os pobres sem viver certa pobreza: "Não são dois caminhos diferentes; eles seguem juntos. A solidariedade com os pobres tem a condição de viver perto deles"; não seríamos solidários para com os pobres se não fôssemos amigos dos pobres. O teólogo constatou que existe hoje a maior distância já registrada na história entre riqueza e pobreza. Por isto, a "noção de amizade é muito importante e exige certa proximidade dessas pessoas". Ele reconheceu, no entanto, que "tem consequências políticas e econômicas falar assim".
Fonte: Zenit.
domingo, 10 de maio de 2015
África do Sul: doação dos bispos às vítimas da xenofobia
Os atos de violência causados pela xenofobia nas últimas semanas levaram à morte de mais de setenta pessoas na África do Sul. Os bispos do país condenaram esta onda que vitima estrangeiros de outros países da África e da Ásia.
Através da fundação que mantêm, os bispos doaram 100.000 rands às vítimas dos recentes ataques. A quantia foi destinada ao centro de pastoral para os refugiados da arquidiocese de Durban, uma das cidades mais atingidas pelos ataques.
A maior parte da doação será destinada ao centro de acolhimento das pessoas deslocadas na cidade, mantido pela Igreja católica. O coordenador do projeto, Makusha Hupenyu, agradeceu aos bispos pela doação.
A violência contra estrangeiros explodiu no final de março em algumas áreas de Durban e depois se estendeu a Joanesburgo. Quase quatro mil imigrantes de diferentes países africanos abandonaram o país por causa da situação.
Fonte: Zenit.
Através da fundação que mantêm, os bispos doaram 100.000 rands às vítimas dos recentes ataques. A quantia foi destinada ao centro de pastoral para os refugiados da arquidiocese de Durban, uma das cidades mais atingidas pelos ataques.
A maior parte da doação será destinada ao centro de acolhimento das pessoas deslocadas na cidade, mantido pela Igreja católica. O coordenador do projeto, Makusha Hupenyu, agradeceu aos bispos pela doação.
A violência contra estrangeiros explodiu no final de março em algumas áreas de Durban e depois se estendeu a Joanesburgo. Quase quatro mil imigrantes de diferentes países africanos abandonaram o país por causa da situação.
Fonte: Zenit.
sábado, 9 de maio de 2015
América Latina: a viagem mais longa de Francisco
Agendada do 5 ao 13 de Julho de 2015, será a maior viagem ao exterior que o Papa Francisco fará no começo desde o começo do seu Pontificado. O Santo Padre visitará o Equador, a Bolívia e o Paraguai, seguindo um programa oficializado hoje pela Sala de Imprensa da Santa Sé.
Para a segunda visita pastoral de Francisco à América Latina (depois daquela no Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013), a partida está prevista do aeroporto de Roma-Fiumicino, domingo 5 de julho, às 9 horas. O Papa vai pousar no aeroporto Internacional "Mariscali Sucre" de Quito, às 15hs, hora local: na escala da capital equatoriana acontecerá a cerimônia de boas-vindas a Bergoglio que, para a ocasião, dará o seu primeiro discurso.
Na manhã de segunda-feira, 6 de julho, será transferido de avião para Guayaquil, onde o Papa celebrará a Santa Missa às 11:15 em frente do Santuário da Divina Misericórdia. Após o almoço no Colégio Javier com a Comunidade dos Jesuítas e com a comitiva papal, Francisco voltará a Quito, onde, às 19hs, se encontrará com o presidente da República do Equador, Rafael Correa, no Palácio Presidencial "Carondelet". O dia terminará às 20:10, com a visita à Catedral de Quito.
Terça-feira, 7 de julho, às 9 hs, o Papa se reunirá com os bispos equatorianos no Centro de Congressos do Parque Bicentenário; às 10:30 presidirá a Eucaristia no Parque. As próximas reuniões estão agendadas com o pessoal da Escola e da Universidade na Pontifícia Universidade Católica do Equador (às 16:30) e com a sociedade civil na igreja de San Francisco (18 hs). Às 19:15, o Santo Padre fará uma visita privada à Igreja da Companhia.
Na quarta-feira, 8 de Julho, começará o dia com a visita à casa de repouso das Missionárias da Caridade (9:30), seguida pelo encontro com o clero, os religiosos e as religiosas e os seminaristas no Santuário Nacional Mariano El Quinche (10:30).
A chegada ao aeroporto internacional de El Alto, em La Paz, está prevista às 16h15, com relativa cerimônia de boas vindas. Seguirá, às 18hs, a visita de cortesia ao presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Evo Morales, no Palácio do Governo, e, às 19hs, o encontro com as autoridades civis na Catedral de La Paz. À noite, às 21:15, o Papa Francisco vai aterrar no aeroporto internacional Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra.
Quinta-feira, 9 julho, às 10hs, o Santo Padre presidirá a Santa Missa na praça do Cristo Redentor. Às 16hs se encontrará com os sacerdotes, os religiosos, as religiosas e os seminaristas na escola “Dom Bosco”. Às 17hs o Pontífice dará um discurso no Segundo Encontro Mundial dos Movimentos Populares no centro de exposições Expo Feria.
O dia mais intenso para o Papa será sexta-feira, 10 de julho começando com a visita ao centro de reeducação Santa Cruz - Palmaso (às 9hs). Seguirá o encontro com os bispos da Bolívia na igreja paroquial de Santa Cruz (10 hs).
Após a cerimônia de despedida no aeroporto Viru Viru (12:45), o avião papal vai aterrar no aeroporto internacional "Silvio Pettirossi" de Asunción às 15hs, com a relativa cerimônia de boas vindas. Às 18hs, haverá a visita de cortesia ao presidente da República do Paraguai, Horacio Cartes, no Palácio de Lopez. Em seguida, às 18:45, o Santo Padre se encontrará com as autoridades e o corpo diplomático no jardim do mesmo edifício.
No sábado, 11 de Julho, às 8h30 visitará o hospital geral pediátrico "Niños de Acosta Ñu". Às 10h30, o Papa presidirá a Santa Missa na praça do Santuário Mariano de Caacupé. Às 16h30 se reunirá com representantes da sociedade civil no estádio León Condou da escola San José. Às 18:15, haverá a celebração das Vésperas com os bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas e movimentos católicos na Catedral Metropolitana da Assunção.
O último dia, Domingo, 12 de julho, começará às 8:15, com a visita à população do Bañado Norte, na capela de San Juan Bautista. Às 10hs a celebração da Missa no campo grande de Ñu Guazú. Às 13hs o Santo Padre se encontrará com os bispos do Paraguai no Centro Cultural da Nunciatura Apostólica: com os mesmos bispos e comitiva papal, Francis vai almoçar depois. Último evento da visita no Paraguai será um encontro com os jovens sobre a margem do rio "Costanera" às 17hs.
O avião papal vai decolar de Assunção às 19hs, para chegar ao aeroporto de Roma-Ciampino segunda-feira, 13 de julho, às 13h45.
Fonte: Zenit.
Para a segunda visita pastoral de Francisco à América Latina (depois daquela no Brasil, por ocasião da Jornada Mundial da Juventude Rio 2013), a partida está prevista do aeroporto de Roma-Fiumicino, domingo 5 de julho, às 9 horas. O Papa vai pousar no aeroporto Internacional "Mariscali Sucre" de Quito, às 15hs, hora local: na escala da capital equatoriana acontecerá a cerimônia de boas-vindas a Bergoglio que, para a ocasião, dará o seu primeiro discurso.
Na manhã de segunda-feira, 6 de julho, será transferido de avião para Guayaquil, onde o Papa celebrará a Santa Missa às 11:15 em frente do Santuário da Divina Misericórdia. Após o almoço no Colégio Javier com a Comunidade dos Jesuítas e com a comitiva papal, Francisco voltará a Quito, onde, às 19hs, se encontrará com o presidente da República do Equador, Rafael Correa, no Palácio Presidencial "Carondelet". O dia terminará às 20:10, com a visita à Catedral de Quito.
Terça-feira, 7 de julho, às 9 hs, o Papa se reunirá com os bispos equatorianos no Centro de Congressos do Parque Bicentenário; às 10:30 presidirá a Eucaristia no Parque. As próximas reuniões estão agendadas com o pessoal da Escola e da Universidade na Pontifícia Universidade Católica do Equador (às 16:30) e com a sociedade civil na igreja de San Francisco (18 hs). Às 19:15, o Santo Padre fará uma visita privada à Igreja da Companhia.
Na quarta-feira, 8 de Julho, começará o dia com a visita à casa de repouso das Missionárias da Caridade (9:30), seguida pelo encontro com o clero, os religiosos e as religiosas e os seminaristas no Santuário Nacional Mariano El Quinche (10:30).
A chegada ao aeroporto internacional de El Alto, em La Paz, está prevista às 16h15, com relativa cerimônia de boas vindas. Seguirá, às 18hs, a visita de cortesia ao presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, Evo Morales, no Palácio do Governo, e, às 19hs, o encontro com as autoridades civis na Catedral de La Paz. À noite, às 21:15, o Papa Francisco vai aterrar no aeroporto internacional Viru Viru, em Santa Cruz de la Sierra.
Quinta-feira, 9 julho, às 10hs, o Santo Padre presidirá a Santa Missa na praça do Cristo Redentor. Às 16hs se encontrará com os sacerdotes, os religiosos, as religiosas e os seminaristas na escola “Dom Bosco”. Às 17hs o Pontífice dará um discurso no Segundo Encontro Mundial dos Movimentos Populares no centro de exposições Expo Feria.
O dia mais intenso para o Papa será sexta-feira, 10 de julho começando com a visita ao centro de reeducação Santa Cruz - Palmaso (às 9hs). Seguirá o encontro com os bispos da Bolívia na igreja paroquial de Santa Cruz (10 hs).
Após a cerimônia de despedida no aeroporto Viru Viru (12:45), o avião papal vai aterrar no aeroporto internacional "Silvio Pettirossi" de Asunción às 15hs, com a relativa cerimônia de boas vindas. Às 18hs, haverá a visita de cortesia ao presidente da República do Paraguai, Horacio Cartes, no Palácio de Lopez. Em seguida, às 18:45, o Santo Padre se encontrará com as autoridades e o corpo diplomático no jardim do mesmo edifício.
No sábado, 11 de Julho, às 8h30 visitará o hospital geral pediátrico "Niños de Acosta Ñu". Às 10h30, o Papa presidirá a Santa Missa na praça do Santuário Mariano de Caacupé. Às 16h30 se reunirá com representantes da sociedade civil no estádio León Condou da escola San José. Às 18:15, haverá a celebração das Vésperas com os bispos, sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, seminaristas e movimentos católicos na Catedral Metropolitana da Assunção.
O último dia, Domingo, 12 de julho, começará às 8:15, com a visita à população do Bañado Norte, na capela de San Juan Bautista. Às 10hs a celebração da Missa no campo grande de Ñu Guazú. Às 13hs o Santo Padre se encontrará com os bispos do Paraguai no Centro Cultural da Nunciatura Apostólica: com os mesmos bispos e comitiva papal, Francis vai almoçar depois. Último evento da visita no Paraguai será um encontro com os jovens sobre a margem do rio "Costanera" às 17hs.
O avião papal vai decolar de Assunção às 19hs, para chegar ao aeroporto de Roma-Ciampino segunda-feira, 13 de julho, às 13h45.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 8 de maio de 2015
Matrimônio entre pessoas do mesmo sexo? Como assim?
Aliás, a questão do casamento civil entre pessoas do mesmo sexo compete à Igreja? Ou, por outro lado, só lhe corresponderia se viessem pedir-lhe o reconhecimento religioso e sacramental?
Quem responde a essa questão é o Pe. Celso Nogueira, natural de Porto Alegre, RS, formado em Comunicação Social e Filosofia e também mestre em Teologia.
Então, “quer dizer que a Igreja deve calar em assuntos não especificamente ligados ao culto religioso? Como justiça social? Como aborto? Como guerra? Lamentável essa visão redutiva sobre o ser humano e a missão da Igreja”, afirmou o Pe. Celso Nogueira nessa entrevista a ZENIT.
Publicamos a seguir a entrevista na íntegra:
Sobre o tema ‘matrimônio’ de pessoas do mesmo sexo, é verdade que a Igreja fica querendo “dar pitaco” em tudo? Não seria melhor ela falar e “doutrinar” só para os seus fieis e deixar o Estado legislar para a sociedade como um todo?
Pe. Celso: A Igreja não impõe nada, nem aos seus próprios fiéis, nem muito menos à sociedade. Não tem corpo de polícia para fazer isso, nem quer ter. Ela só exige o direito de se expressar, numa sociedade livre, sobre qualquer tema que quiser.
Em segundo lugar, a natureza humana é um dado objetivo, não muda de acordo com os tempos, lugares, crenças ou descrenças. O matrimônio não é uma realidade religiosa, ele tem uma profundidade antropológica que transcende qualquer credo.
A Igreja não precisa se "imiscuir" nos assuntos da vida civil, porque faz parte dela. E é dever, não só da Igreja, mas de qualquer outra instituição ou pessoa, ficar ao lado da verdade do ser humano e da justiça contra as arbitrariedades do poder político.
Gostaria de volver ao contrário a pergunta: por que o Estado quer legislar sobre um fato absolutamente privado como é o do relacionamento homoafetivo, um fato que não traz nenhuma consequência para a vida social como é a geração de filhos? Para contratos e testamentos entre pessoas privadas não existem desde sempre os instrumentos jurídicos apropriados? A troco de quê os casais gays têm que ter os mesmos incentivos fiscais que os cônjuges, se não dão a mesma contrapartida que é a geração e educação de uma prole?
E mais: qual o interesse do Estado em se apropriar do conceito de matrimônio e de família? Quem atribui um conceito pode retirá-lo a seu bel-prazer. Não se encontra aí exposta a velha raiz totalitária do Estado Moderno? Aquela que fazia o Fürher (com o perdão do argumento hitleriano) exclamar "eu é que decido quem é judeu e quem não é"?
Por que é tão difícil conversar sobre esses temas com pessoas que pensam diferente? É muito comum que quem se posicione de forma contrária seja visto como promotor de "discursos de ódio". Por quê? O que fazer?
Pe. Celso: Diante da gritaria geral, da falta de diálogo respeitoso e preparado, naquilo que chamo a fascistização geral dos discursos, a estratégia cômoda é a omissão, lavar as mãos como Pilatos, dizer "este tema não me diz respeito".
No entanto, por trás de todos esses temas há pessoas concretas, necessitadas de compreensão, não de mãos lavadas. Posturas não assumidas deixam um rastro muitas vezes tornado invisível, mas tão real e dramático, ou mais, do que opções equivocadas.
A questão não é o obscurecimento da verdade? Como dialogar, então? Fale-nos mais sobre essa “fascistização” geral dos discursos:
Pe. Celso: Você tocou um aspecto de fundo que é o obscurecimento da noção de verdade. Quando se perde a perspectiva de uma verdade comum que possa ser buscada e compartilhada através do diálogo, a sua única finalidade passa a ser identificar o inimigo a ser esmagado pela força. Isso é o que chamo de "fascistização do discurso".
A "razão moderna", ao operar uma redução no horizonte do conhecimento, abriu a porta para que a última palavra seja dada não pela razão, mas pela força. Apesar disso, continuo teimando na minha crença na capacidade do ser humano de dialogar e compartilhar conhecimento. Esse é o meu ato de resistência.
Hoje se fala muito de legalizar uniões do mesmo sexo, equiparando-as a matrimônio, a casamento. O que é realmente o matrimônio?
Pe. Celso: O matrimônio parte de uma realidade que é a forma como nascem e crescem os animais do gênero e espécie "homo sapiens". Eles são fruto de uma gestação curta, porque do contrário não passariam pelo canal de uma bacia construída para a posição ereta. Essa gestação curta faz com que o filhote humano nasça com um nível de autonomia muitíssimo inferior ao dos demais filhotes de mamíferos ao nascerem (de fato só alcançará o mesmo nível depois de um ano após o nascimento), exigindo, portanto, cuidados intensivos que não podem ser gerenciados pela fêmea sem a ajuda de outros indivíduos. O filhote só chegará ao estágio físico adulto depois de 18 longos anos.
Uma outra peculiaridade é que, ao contrário dos demais animais que nascem com a forma e o fundo do instinto, e com uma ligação estreita entre ambas, o bicho-homem nasce com o fundo, mas a forma lhe é dada pela cultura; essa é a razão das diferenças que encontramos na maneira de executar funções básicas como o comer, o comunicar-se, etc.
É em torno desse ser desprotegido, indeterminado e absolutamente necessitado da convivência da sua espécie para sua sobrevivência e humanização, que se forma e encontra seu sentido a família.
O ser humano, usando a razão, é capaz de perceber o vínculo do novo ser com os que lhe deram origem, e portanto, também a responsabilização que se deriva disso, ou seja, o direito de receber dos próprios genitores a necessária ajuda para a sobrevivência, crescimento e humanização. Para garantir essa responsabilização, os futuros genitores assumem um compromisso diante da comunidade. Garantirão a fidelidade de um ao outro, para que sempre seja identificável a origem e portanto a responsabilização de ambos sobre os filhos que virão. Garantirão também a estabilidade, para que esse vínculo não se desfaça de forma arbitrária, causando sérios danos e prejuízos a todos os envolvidos e também, em última instância à comunidade. Esse vínculo específico e bem delimitado é o que se chama "matrimônio".
Então, quando falamos do matrimônio, estamos falando de uma estrutura que dá origem a todo o universo do "humano" e que por sua vez se deriva da estrutura específica do ser humano. Toda e qualquer outra forma de vínculo e relacionamento entre seres humanos não é "matrimônio"; não se trata de mera questão semântica, porque há uma realidade objetivamente distinta por detrás da palavra.
Então, o que são as uniões homossexuais aprovadas pelas leis de um país?
Pe. Celso: A equiparação jurídica, por parte do Estado, das uniões civis ao matrimônio, extrapola completamente as competências do Estado, uma vez que tratar da mesma forma duas realidades diferentes é declarar que são iguais. Fazendo isso, o Estado opera uma redefinição arbitrária e abusiva do matrimônio, instituição que lhe é anterior e superior.
Mas, dizem alguns, que o homossexualismo foi verificado em todas as culturas, e em todas as épocas (foi verificado até em animais) e afirmam que qualquer discriminação feita a um portador da inclinação homossexual, portanto, seria igual à discriminação feita ao portador de qualquer outra tendência biologicamente determinada (como a calvície, por exemplo).
Pe. Celso: Nunca foi provada a condição biológica da inclinação homossexual. A alegada homossexualidade dos animais é mito, baseado em comportamentos aparentes que têm outras explicações já evidenciadas pela ciência. Mesmo que alguém, depois dos milhões gastos em vão na iniciativa, evidenciasse alguma origem biológica, não passaria de uma anomalia como várias que existem, pois a natureza não faz coisas inúteis e estamos falando aqui do âmbito da reprodução e seu instinto correlato.
O fato de que a homossexualidade é tão antiga quanto a humanidade, mas em nenhuma cultura foi jamais equiparada ao matrimônio, só confirma o meu argumento. As várias deturpações do matrimônio que apontou não tocam a raiz da instituição matrimonial, que existe independentemente de qualquer religião ou ideologia, pois é um vínculo antropológico insubstituível. Portanto, não compete à Igreja nem definir nem redefinir isso, e ela não o faz. A iniciativa dessa redefinição vem do Estado, e ainda por cima de maneira arbitrária e antidemocrática.
Mas, então, por que não conceder aos casais homossexuais a educação de uma prole, permitindo-lhes a adoção, já que tantos casais heterossexuais abandonam os seus filhos à sorte?
Pe. Celso: No caso de crianças que não possam ter atendido o seu direito a ser criadas por seu pai e sua mãe, deve-se buscar o ambiente mais próximo disso, ou seja, um casal formado por uma mulher e um homem. A psicologia já demostrou em abundância o dano que advém a um ser humano quando essa necessidade não é atendida da forma adequada. E esse talvez seja o aspecto mais aterrador de todos esses atentados contra o matrimônio: o uso das crianças como cobaias em experimentos sociológicos, ideológicos e de engenharia social.
E discuto muito a afirmação de que as crianças saem ilesas de divórcios e outras experimentações no campo da família.
A situação da adoção é complexa; para um certo perfil de criança há muito mais casais querendo adotar que as crianças disponíveis. Mas essa é uma discussão que não vem ao caso. Estamos falando aqui do que é conforme aos direitos e à dignidade do ser humano. Um escravo bem tratado vive melhor que um empregado mal-pago. Isso não faz da escravidão uma situação mais conforme à dignidade humana do que o trabalho assalariado. Uma criança que o Estado entrega a um casal homoafetivo pode até viver melhor do que com um casal de homem e mulher; mas o fato é que o Estado a desrespeitou, lhe negou o direito de ter um pai e uma mãe.
Mas, a sociedade já não aceitou o divórcio, como também não está aceitando o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo?
Pe. Celso: Os argumentos baseados nos costumes dos povos não definem grande coisa. O fato de uma sociedade se tornar tolerante com algo não diz nada da moralidade intrínseca das ações. Por exemplo, a escravidão. Governos fascistas de direita e esquerda foram eleitos pela maioria. Já foram tolerados e aprovados a luta de gladiadores, os sacrifícios humanos, um montão de barbaridades.
Quando o pensamento ecológico chegou no mundo, grande parte do dano à natureza já tinha sido feito. Temo que vai acontecer o mesmo quando a "ecologia humana" começar a ser discutida e levada a sério.
E, como Igreja, qual é a melhor forma de dialogar com a sociedade sobre esse tema?
Pe. Celso: A questão é que não se pode usar num debate com a sociedade civil, num país laico, argumentos de fé; é preciso expressar razões acessíveis a quem não crê também. Do contrário poderiam nos dizer, como já fazem, "voltem para a sacristia e guardem a fé para vocês". Como se a Igreja estivesse querendo que o Estado obrigue a todos a ir à missa aos domingos...
E repito, a família baseada no matrimônio entre homem e mulher não é uma mera convenção, ela deriva da própria natureza humana como já expliquei acima. Esses termos "matrimônio tradicional", "família convencional", já operam uma adjetivação que tem como pressuposto a inclusão de realidades que nada têm a ver com matrimônio e família, que são essencialmente distintas.
Fonte: Zenit.
Quem responde a essa questão é o Pe. Celso Nogueira, natural de Porto Alegre, RS, formado em Comunicação Social e Filosofia e também mestre em Teologia.
Então, “quer dizer que a Igreja deve calar em assuntos não especificamente ligados ao culto religioso? Como justiça social? Como aborto? Como guerra? Lamentável essa visão redutiva sobre o ser humano e a missão da Igreja”, afirmou o Pe. Celso Nogueira nessa entrevista a ZENIT.
Publicamos a seguir a entrevista na íntegra:
Sobre o tema ‘matrimônio’ de pessoas do mesmo sexo, é verdade que a Igreja fica querendo “dar pitaco” em tudo? Não seria melhor ela falar e “doutrinar” só para os seus fieis e deixar o Estado legislar para a sociedade como um todo?
Pe. Celso: A Igreja não impõe nada, nem aos seus próprios fiéis, nem muito menos à sociedade. Não tem corpo de polícia para fazer isso, nem quer ter. Ela só exige o direito de se expressar, numa sociedade livre, sobre qualquer tema que quiser.
Em segundo lugar, a natureza humana é um dado objetivo, não muda de acordo com os tempos, lugares, crenças ou descrenças. O matrimônio não é uma realidade religiosa, ele tem uma profundidade antropológica que transcende qualquer credo.
A Igreja não precisa se "imiscuir" nos assuntos da vida civil, porque faz parte dela. E é dever, não só da Igreja, mas de qualquer outra instituição ou pessoa, ficar ao lado da verdade do ser humano e da justiça contra as arbitrariedades do poder político.
Gostaria de volver ao contrário a pergunta: por que o Estado quer legislar sobre um fato absolutamente privado como é o do relacionamento homoafetivo, um fato que não traz nenhuma consequência para a vida social como é a geração de filhos? Para contratos e testamentos entre pessoas privadas não existem desde sempre os instrumentos jurídicos apropriados? A troco de quê os casais gays têm que ter os mesmos incentivos fiscais que os cônjuges, se não dão a mesma contrapartida que é a geração e educação de uma prole?
E mais: qual o interesse do Estado em se apropriar do conceito de matrimônio e de família? Quem atribui um conceito pode retirá-lo a seu bel-prazer. Não se encontra aí exposta a velha raiz totalitária do Estado Moderno? Aquela que fazia o Fürher (com o perdão do argumento hitleriano) exclamar "eu é que decido quem é judeu e quem não é"?
Por que é tão difícil conversar sobre esses temas com pessoas que pensam diferente? É muito comum que quem se posicione de forma contrária seja visto como promotor de "discursos de ódio". Por quê? O que fazer?
Pe. Celso: Diante da gritaria geral, da falta de diálogo respeitoso e preparado, naquilo que chamo a fascistização geral dos discursos, a estratégia cômoda é a omissão, lavar as mãos como Pilatos, dizer "este tema não me diz respeito".
No entanto, por trás de todos esses temas há pessoas concretas, necessitadas de compreensão, não de mãos lavadas. Posturas não assumidas deixam um rastro muitas vezes tornado invisível, mas tão real e dramático, ou mais, do que opções equivocadas.
A questão não é o obscurecimento da verdade? Como dialogar, então? Fale-nos mais sobre essa “fascistização” geral dos discursos:
Pe. Celso: Você tocou um aspecto de fundo que é o obscurecimento da noção de verdade. Quando se perde a perspectiva de uma verdade comum que possa ser buscada e compartilhada através do diálogo, a sua única finalidade passa a ser identificar o inimigo a ser esmagado pela força. Isso é o que chamo de "fascistização do discurso".
A "razão moderna", ao operar uma redução no horizonte do conhecimento, abriu a porta para que a última palavra seja dada não pela razão, mas pela força. Apesar disso, continuo teimando na minha crença na capacidade do ser humano de dialogar e compartilhar conhecimento. Esse é o meu ato de resistência.
Hoje se fala muito de legalizar uniões do mesmo sexo, equiparando-as a matrimônio, a casamento. O que é realmente o matrimônio?
Pe. Celso: O matrimônio parte de uma realidade que é a forma como nascem e crescem os animais do gênero e espécie "homo sapiens". Eles são fruto de uma gestação curta, porque do contrário não passariam pelo canal de uma bacia construída para a posição ereta. Essa gestação curta faz com que o filhote humano nasça com um nível de autonomia muitíssimo inferior ao dos demais filhotes de mamíferos ao nascerem (de fato só alcançará o mesmo nível depois de um ano após o nascimento), exigindo, portanto, cuidados intensivos que não podem ser gerenciados pela fêmea sem a ajuda de outros indivíduos. O filhote só chegará ao estágio físico adulto depois de 18 longos anos.
Uma outra peculiaridade é que, ao contrário dos demais animais que nascem com a forma e o fundo do instinto, e com uma ligação estreita entre ambas, o bicho-homem nasce com o fundo, mas a forma lhe é dada pela cultura; essa é a razão das diferenças que encontramos na maneira de executar funções básicas como o comer, o comunicar-se, etc.
É em torno desse ser desprotegido, indeterminado e absolutamente necessitado da convivência da sua espécie para sua sobrevivência e humanização, que se forma e encontra seu sentido a família.
O ser humano, usando a razão, é capaz de perceber o vínculo do novo ser com os que lhe deram origem, e portanto, também a responsabilização que se deriva disso, ou seja, o direito de receber dos próprios genitores a necessária ajuda para a sobrevivência, crescimento e humanização. Para garantir essa responsabilização, os futuros genitores assumem um compromisso diante da comunidade. Garantirão a fidelidade de um ao outro, para que sempre seja identificável a origem e portanto a responsabilização de ambos sobre os filhos que virão. Garantirão também a estabilidade, para que esse vínculo não se desfaça de forma arbitrária, causando sérios danos e prejuízos a todos os envolvidos e também, em última instância à comunidade. Esse vínculo específico e bem delimitado é o que se chama "matrimônio".
Então, quando falamos do matrimônio, estamos falando de uma estrutura que dá origem a todo o universo do "humano" e que por sua vez se deriva da estrutura específica do ser humano. Toda e qualquer outra forma de vínculo e relacionamento entre seres humanos não é "matrimônio"; não se trata de mera questão semântica, porque há uma realidade objetivamente distinta por detrás da palavra.
Então, o que são as uniões homossexuais aprovadas pelas leis de um país?
Pe. Celso: A equiparação jurídica, por parte do Estado, das uniões civis ao matrimônio, extrapola completamente as competências do Estado, uma vez que tratar da mesma forma duas realidades diferentes é declarar que são iguais. Fazendo isso, o Estado opera uma redefinição arbitrária e abusiva do matrimônio, instituição que lhe é anterior e superior.
Mas, dizem alguns, que o homossexualismo foi verificado em todas as culturas, e em todas as épocas (foi verificado até em animais) e afirmam que qualquer discriminação feita a um portador da inclinação homossexual, portanto, seria igual à discriminação feita ao portador de qualquer outra tendência biologicamente determinada (como a calvície, por exemplo).
Pe. Celso: Nunca foi provada a condição biológica da inclinação homossexual. A alegada homossexualidade dos animais é mito, baseado em comportamentos aparentes que têm outras explicações já evidenciadas pela ciência. Mesmo que alguém, depois dos milhões gastos em vão na iniciativa, evidenciasse alguma origem biológica, não passaria de uma anomalia como várias que existem, pois a natureza não faz coisas inúteis e estamos falando aqui do âmbito da reprodução e seu instinto correlato.
O fato de que a homossexualidade é tão antiga quanto a humanidade, mas em nenhuma cultura foi jamais equiparada ao matrimônio, só confirma o meu argumento. As várias deturpações do matrimônio que apontou não tocam a raiz da instituição matrimonial, que existe independentemente de qualquer religião ou ideologia, pois é um vínculo antropológico insubstituível. Portanto, não compete à Igreja nem definir nem redefinir isso, e ela não o faz. A iniciativa dessa redefinição vem do Estado, e ainda por cima de maneira arbitrária e antidemocrática.
Mas, então, por que não conceder aos casais homossexuais a educação de uma prole, permitindo-lhes a adoção, já que tantos casais heterossexuais abandonam os seus filhos à sorte?
Pe. Celso: No caso de crianças que não possam ter atendido o seu direito a ser criadas por seu pai e sua mãe, deve-se buscar o ambiente mais próximo disso, ou seja, um casal formado por uma mulher e um homem. A psicologia já demostrou em abundância o dano que advém a um ser humano quando essa necessidade não é atendida da forma adequada. E esse talvez seja o aspecto mais aterrador de todos esses atentados contra o matrimônio: o uso das crianças como cobaias em experimentos sociológicos, ideológicos e de engenharia social.
E discuto muito a afirmação de que as crianças saem ilesas de divórcios e outras experimentações no campo da família.
A situação da adoção é complexa; para um certo perfil de criança há muito mais casais querendo adotar que as crianças disponíveis. Mas essa é uma discussão que não vem ao caso. Estamos falando aqui do que é conforme aos direitos e à dignidade do ser humano. Um escravo bem tratado vive melhor que um empregado mal-pago. Isso não faz da escravidão uma situação mais conforme à dignidade humana do que o trabalho assalariado. Uma criança que o Estado entrega a um casal homoafetivo pode até viver melhor do que com um casal de homem e mulher; mas o fato é que o Estado a desrespeitou, lhe negou o direito de ter um pai e uma mãe.
Mas, a sociedade já não aceitou o divórcio, como também não está aceitando o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo?
Pe. Celso: Os argumentos baseados nos costumes dos povos não definem grande coisa. O fato de uma sociedade se tornar tolerante com algo não diz nada da moralidade intrínseca das ações. Por exemplo, a escravidão. Governos fascistas de direita e esquerda foram eleitos pela maioria. Já foram tolerados e aprovados a luta de gladiadores, os sacrifícios humanos, um montão de barbaridades.
Quando o pensamento ecológico chegou no mundo, grande parte do dano à natureza já tinha sido feito. Temo que vai acontecer o mesmo quando a "ecologia humana" começar a ser discutida e levada a sério.
E, como Igreja, qual é a melhor forma de dialogar com a sociedade sobre esse tema?
Pe. Celso: A questão é que não se pode usar num debate com a sociedade civil, num país laico, argumentos de fé; é preciso expressar razões acessíveis a quem não crê também. Do contrário poderiam nos dizer, como já fazem, "voltem para a sacristia e guardem a fé para vocês". Como se a Igreja estivesse querendo que o Estado obrigue a todos a ir à missa aos domingos...
E repito, a família baseada no matrimônio entre homem e mulher não é uma mera convenção, ela deriva da própria natureza humana como já expliquei acima. Esses termos "matrimônio tradicional", "família convencional", já operam uma adjetivação que tem como pressuposto a inclusão de realidades que nada têm a ver com matrimônio e família, que são essencialmente distintas.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 7 de maio de 2015
A diocese de Milão acolhe os fieis separados
Um departamento diocesano para acolher as pessoas cujo matrimônio entrou em crise. Um serviço pastoral par aqueles que vivem a experiência da separação conjugal ou chegaram à separação.
Hoje, quarta-feira, 6 de maio, o arcebispo de Milão, o cardeal Angelo Scola, assinou o decreto que institui o novo organismo da Cúria denominado Departamento diocesano para a acolhida dos fieis separados.
Escreve o cardeal Scola no decreto que institui o Departamento: “A presença de muitos fiéis que vivem a experiência da separação conjugal e o específico direito do Bispo de tomar medidas adequadas para o acompanhamento destas situações, sugerem a criação de uma nova e específica articulação organizacional da Cúria Arquiepiscopal que ofereça a sua competência aos fieis que vivem a prova da separação, valorizando da melhor forma os seus numerosos recursos já operantes no território diocesano nesta área (principalmente os Consultórios familiares católicos, os patronos estáveis e o Tribunal eclesiástico)».
Um Departamento que - acrescenta o cardeal em sua carta, aos fiéis, que acompanha o decreto - nasceu do desejo da Igreja ambrosiana de "aprofundar o significado e as consequências práticas da afirmação central da Relatio Synodi sobre a família como sujeito de evangelização.
O Santo Padre, na intervenção final da III Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, dirigiu a todos os fieis esta recomendação: "Agora temos mais um ano para amadurecer, com verdadeiro discernimento espiritual, as ideias propostas e encontrar soluções concretas para tantas dificuldades e inúmeros desafios que as famílias enfrentam; para fornecer respostas para os muitos desânimos que cercam e sufocam as famílias".
O que vai fazer concretamente o novo Departamento? É o mesmo Cardeal Scola que o explica na carta aos fieis: “O Departamento foi pensado como um serviço pastoral para os fieis que vivem a experiência da separação conjugal facilitando, onde haja as condições, o acesso aos caminhos canônicos para a dissolução do matrimônio ou para a declaração de nulidade. Características peculiares de tal Departamento são as seguintes: ser uma expressão direta dos cuidados do bispo com os fiéis; favorecer a aceleração dos tempos para um eventual processo de nulidade; colaborar com a obra dos consultores familiares, cujas responsabilidade permanecem inalteradas, e com os defensores estáveis do Tribunal eclesiástico. O Departamento irá realizar o seu trabalho de graça".
O novo serviço estará operacional a partir do 08 de setembro de 2015, festa de Santa Maria Nascente. A sede principal será em Milão, no Arcebispado e - novidade para um departamento da Cúria - terá duas sedes periféricas em Lecco e em Varese, para aproximar-se sempre mais das necessidades de todos.
"O Departamento tem uma forte sensibilidade pastoral e, portanto, escutar os fieis separados compreende também ajuda-los em uma releitura da sua situação à luz do ensinamento cristão. Neste sentido, quando for o caso, poderá convidar o casal a tomar nota de sua condição de separação, exortando-a a vive-la conforme o ensinamento da Igreja, segundo o estilo de misericórdia e recíproco perdão pedido pela lei evangélica. Neste último caso o Departamento pode também promover a formalização da separação na presença de vínculo, com decreto canônico do Ordinário”, explica o Chanceler, Mons. Marino Mosconi.
O novo Departamento vai depender diretamente do arcebispo, será colocado sob a autoridade do Vigário Episcopal para a Cultura, a Caridade e a Missão, mons. Luca Bressan e será conduzido por um responsável, nomeado para a ocasião, Don Diego Pirovano, rodeado de assessores que por sua vez poderão beneficiar-se de peritos externos escolhidos dentre os colaboradores dos Consultores familiares e do Tribunal eclesiástico regional.
Fonte: Zenit.
Hoje, quarta-feira, 6 de maio, o arcebispo de Milão, o cardeal Angelo Scola, assinou o decreto que institui o novo organismo da Cúria denominado Departamento diocesano para a acolhida dos fieis separados.
Escreve o cardeal Scola no decreto que institui o Departamento: “A presença de muitos fiéis que vivem a experiência da separação conjugal e o específico direito do Bispo de tomar medidas adequadas para o acompanhamento destas situações, sugerem a criação de uma nova e específica articulação organizacional da Cúria Arquiepiscopal que ofereça a sua competência aos fieis que vivem a prova da separação, valorizando da melhor forma os seus numerosos recursos já operantes no território diocesano nesta área (principalmente os Consultórios familiares católicos, os patronos estáveis e o Tribunal eclesiástico)».
Um Departamento que - acrescenta o cardeal em sua carta, aos fiéis, que acompanha o decreto - nasceu do desejo da Igreja ambrosiana de "aprofundar o significado e as consequências práticas da afirmação central da Relatio Synodi sobre a família como sujeito de evangelização.
O Santo Padre, na intervenção final da III Assembleia Extraordinária do Sínodo dos Bispos, dirigiu a todos os fieis esta recomendação: "Agora temos mais um ano para amadurecer, com verdadeiro discernimento espiritual, as ideias propostas e encontrar soluções concretas para tantas dificuldades e inúmeros desafios que as famílias enfrentam; para fornecer respostas para os muitos desânimos que cercam e sufocam as famílias".
O que vai fazer concretamente o novo Departamento? É o mesmo Cardeal Scola que o explica na carta aos fieis: “O Departamento foi pensado como um serviço pastoral para os fieis que vivem a experiência da separação conjugal facilitando, onde haja as condições, o acesso aos caminhos canônicos para a dissolução do matrimônio ou para a declaração de nulidade. Características peculiares de tal Departamento são as seguintes: ser uma expressão direta dos cuidados do bispo com os fiéis; favorecer a aceleração dos tempos para um eventual processo de nulidade; colaborar com a obra dos consultores familiares, cujas responsabilidade permanecem inalteradas, e com os defensores estáveis do Tribunal eclesiástico. O Departamento irá realizar o seu trabalho de graça".
O novo serviço estará operacional a partir do 08 de setembro de 2015, festa de Santa Maria Nascente. A sede principal será em Milão, no Arcebispado e - novidade para um departamento da Cúria - terá duas sedes periféricas em Lecco e em Varese, para aproximar-se sempre mais das necessidades de todos.
"O Departamento tem uma forte sensibilidade pastoral e, portanto, escutar os fieis separados compreende também ajuda-los em uma releitura da sua situação à luz do ensinamento cristão. Neste sentido, quando for o caso, poderá convidar o casal a tomar nota de sua condição de separação, exortando-a a vive-la conforme o ensinamento da Igreja, segundo o estilo de misericórdia e recíproco perdão pedido pela lei evangélica. Neste último caso o Departamento pode também promover a formalização da separação na presença de vínculo, com decreto canônico do Ordinário”, explica o Chanceler, Mons. Marino Mosconi.
O novo Departamento vai depender diretamente do arcebispo, será colocado sob a autoridade do Vigário Episcopal para a Cultura, a Caridade e a Missão, mons. Luca Bressan e será conduzido por um responsável, nomeado para a ocasião, Don Diego Pirovano, rodeado de assessores que por sua vez poderão beneficiar-se de peritos externos escolhidos dentre os colaboradores dos Consultores familiares e do Tribunal eclesiástico regional.
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 6 de maio de 2015
“É importante que os cubanos possam ir ao encontro de Francisco”
O Cardeal Beniamino Stella, prefeito da Congregação para o Clero, visitou Cuba do 22 ao 28 abril. País que conhece muito bem, já que foi núncio apostólico ali do ano 1992 ao 1999. E enquanto o cardeal estava lá na semana passada, anunciou-se oficialmente a próxima visita do Santo Padre à ilha no mês de setembro.
Ao retornar de sua viagem, o cardeal contou na Rádio Vaticano que a Igreja de Cuba é uma igreja "serena, com alegria, que leva alguns pesos e dificuldades, mas com equilíbrio, com confiança, com esperança". Além do mais, na entrevista falou do encontro que teve com Raúl Castro, da viagem do Papa a este país e do degelo nas relações entre Washington e La Havana.
O encontro com o Presidente Castro "foi uma longa conversa". Por parte de Raúl foi “um pouco de memória, de um passado que obviamente os líderes cubanos trazem no seu coração; mas também com uma atenção, uma projeção para o futuro”. Da mesma forma, o cardeal explicou que o presidente disse que "estão estudando reformas para aspectos especialmente econômicos, mas também em relação à presença e à atividade da Igreja”. O cardeal, porém, falou de temáticas importantes que os bispos esperam que sejam abordadas, como a “reparação e construção de Igrejas”, “a dificuldade de muitos sacerdotes para movimentar-se pelo país” ou “um maior acesso da Igreja aos meios de comunicação”.
Dessa forma, o cardeal considera que "a visita do Papa será realmente uma grande janela, um âmbito amplo para crescer com a dimensão da evangelização e da missão”.
Sobre a visita do Pontífice, o cardeal Stella indicou na sua entrevista que em Cuba existe uma grande expectativa e curiosidade para saber alguns detalhes. Também garante que existe uma memória muito viva e também recente das visitas de João Paulo II e Bento XVI, portanto a visita do Papa Francisco “é muito desejada”. O cardeal acredita que “será um momento de grande intensidade eclesial, de grande comunicação e de grande esperança para todos os cubanos, mas especialmente para aqueles que trabalham e praticam a própria fé e sua vida eclesial no âmbito da vida católica”.
Na linha da viagem apostólica, o cardeal Stella salienta a importância da participação, da sensibilização dos católicos cubanos, que possam ir, que possam movimentar-se, que possam viajar para os pontos de encontro com Francisco. Além do mais, o prelado define esta viagem como “uma visita verdadeiramente pastoral, desejada pelo Papa há muito tempo”.
Sobre o degelo entre Estados Unidos e Cuba, o prefeito não tem dúvida de que a questão cubana é bastante sentida pelo Papa e por isso mesmo que deu início a essas iniciativas diplomáticas. O objetivo é que esta “aproximação” possa continuar, possa concretizar-se cada vez mais e possa ser vista o quanto antes.
Fonte: Zenit.
Ao retornar de sua viagem, o cardeal contou na Rádio Vaticano que a Igreja de Cuba é uma igreja "serena, com alegria, que leva alguns pesos e dificuldades, mas com equilíbrio, com confiança, com esperança". Além do mais, na entrevista falou do encontro que teve com Raúl Castro, da viagem do Papa a este país e do degelo nas relações entre Washington e La Havana.
O encontro com o Presidente Castro "foi uma longa conversa". Por parte de Raúl foi “um pouco de memória, de um passado que obviamente os líderes cubanos trazem no seu coração; mas também com uma atenção, uma projeção para o futuro”. Da mesma forma, o cardeal explicou que o presidente disse que "estão estudando reformas para aspectos especialmente econômicos, mas também em relação à presença e à atividade da Igreja”. O cardeal, porém, falou de temáticas importantes que os bispos esperam que sejam abordadas, como a “reparação e construção de Igrejas”, “a dificuldade de muitos sacerdotes para movimentar-se pelo país” ou “um maior acesso da Igreja aos meios de comunicação”.
Dessa forma, o cardeal considera que "a visita do Papa será realmente uma grande janela, um âmbito amplo para crescer com a dimensão da evangelização e da missão”.
Sobre a visita do Pontífice, o cardeal Stella indicou na sua entrevista que em Cuba existe uma grande expectativa e curiosidade para saber alguns detalhes. Também garante que existe uma memória muito viva e também recente das visitas de João Paulo II e Bento XVI, portanto a visita do Papa Francisco “é muito desejada”. O cardeal acredita que “será um momento de grande intensidade eclesial, de grande comunicação e de grande esperança para todos os cubanos, mas especialmente para aqueles que trabalham e praticam a própria fé e sua vida eclesial no âmbito da vida católica”.
Na linha da viagem apostólica, o cardeal Stella salienta a importância da participação, da sensibilização dos católicos cubanos, que possam ir, que possam movimentar-se, que possam viajar para os pontos de encontro com Francisco. Além do mais, o prelado define esta viagem como “uma visita verdadeiramente pastoral, desejada pelo Papa há muito tempo”.
Sobre o degelo entre Estados Unidos e Cuba, o prefeito não tem dúvida de que a questão cubana é bastante sentida pelo Papa e por isso mesmo que deu início a essas iniciativas diplomáticas. O objetivo é que esta “aproximação” possa continuar, possa concretizar-se cada vez mais e possa ser vista o quanto antes.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 5 de maio de 2015
Francisco: "A divisão entre os cristãos é um escândalo"
No caminho para a unidade plena e visível na fé, a vida sacramental e o mistério eclesial, ainda há muito trabalho a ser feito, mas "podemos ter certeza de que o Espírito Paráclito sempre será luz e força para o ecumenismo espiritual e para o diálogo teológica". Assim falou o Santo Padre Francisco na manhã de hoje, em seu encontro com a Sra. Antje Jackelen, arcebispa luterana de Upsala, com uma delegação da Igreja evangélica-luterana da Suécia.
Como disse o Papa, no ano passado se celebrou o 50º aniversário do Decreto sobre o Ecumenismo no Vaticano II, Unitatis Redintegratio, “que representa ainda hoje o ponto de referência fundamental para o compromisso ecumênico da Igreja católica”. E isso convida todos os fieis católicos “a começar, reconhecendo os sinais dos tempos, o caminho da unidade para superar a divisão entre os cristãos, que não só se opõe à vontade de Cristo, mas que é também um escândalo para o mundo e prejudica a causa mais santa: a pregação do Evangelho a toda criatura".
Irmãos e irmãs na fé e não adversários ou concorrência, disse o Santo Padre. "Católicos e luteranos são chamados a buscar e promover a unidade nas dioceses, nas paróquias, nas comunidades de todo o mundo”.
Francisco disse que o chamado à unidade, no seguimento do Senhor Jesus Cristo “implica também uma forte exortação ao compromisso comum no nível da caridade, em favor de todos aqueles que sofrem no mundo por causa da miséria e da violência, e precisam de forma particular da nossa misericórdia”, especialmente – especificou o Papa – o testemunho de nossos irmãos e irmãs perseguidos nos leva a crescer na comunhão fraterna.
Por outro lado, o Papa observou que é urgente hoje, "a questão da dignidade da vida humana, que deve ser sempre respeitada", como também "as temáticas sobre a família, o matrimônio e a sexualidade que não podem ser silenciadas ou ignoradas por medo de colocar em risco o consenso ecumênico já alcançado”.
O Papa agradeceu a visita e mostrou a esperança para que sejam reforçadas as colaborações entre luteranos e católicos. Finalmente agradeceu a Igreja luterana “pela acolhida de tantos imigrantes da América do Sul em tempo de ditadura. Acolhida fraterna que fez crescer as famílias”.
Fonte: Zenit.
Como disse o Papa, no ano passado se celebrou o 50º aniversário do Decreto sobre o Ecumenismo no Vaticano II, Unitatis Redintegratio, “que representa ainda hoje o ponto de referência fundamental para o compromisso ecumênico da Igreja católica”. E isso convida todos os fieis católicos “a começar, reconhecendo os sinais dos tempos, o caminho da unidade para superar a divisão entre os cristãos, que não só se opõe à vontade de Cristo, mas que é também um escândalo para o mundo e prejudica a causa mais santa: a pregação do Evangelho a toda criatura".
Irmãos e irmãs na fé e não adversários ou concorrência, disse o Santo Padre. "Católicos e luteranos são chamados a buscar e promover a unidade nas dioceses, nas paróquias, nas comunidades de todo o mundo”.
Francisco disse que o chamado à unidade, no seguimento do Senhor Jesus Cristo “implica também uma forte exortação ao compromisso comum no nível da caridade, em favor de todos aqueles que sofrem no mundo por causa da miséria e da violência, e precisam de forma particular da nossa misericórdia”, especialmente – especificou o Papa – o testemunho de nossos irmãos e irmãs perseguidos nos leva a crescer na comunhão fraterna.
Por outro lado, o Papa observou que é urgente hoje, "a questão da dignidade da vida humana, que deve ser sempre respeitada", como também "as temáticas sobre a família, o matrimônio e a sexualidade que não podem ser silenciadas ou ignoradas por medo de colocar em risco o consenso ecumênico já alcançado”.
O Papa agradeceu a visita e mostrou a esperança para que sejam reforçadas as colaborações entre luteranos e católicos. Finalmente agradeceu a Igreja luterana “pela acolhida de tantos imigrantes da América do Sul em tempo de ditadura. Acolhida fraterna que fez crescer as famílias”.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 4 de maio de 2015
Disse o Papa Francisco: O cristão é homem e mulher de história
“A história e o serviço”, na homilia da Missa celebrada esta manhã (30/04) na capela da Casa Santa Marta, o Papa Francisco se deteve sobre esses "dois aspectos da identidade do cristão”.
Antes de tudo, a história, disse Francisco. São Paulo, São Pedro e os primeiros discípulos “não anunciavam um Jesus sem história: eles anunciavam Jesus na história do povo, um povo que Deus fez caminhar por séculos para chegar” à maturidade, “à plenitude dos tempos”.
Deus entra na história e caminha com seu povo: “O cristão é homem e mulher de história, porque não pertence a si mesmo, faz parte de um povo, um povo que caminha. Não se pode pensar em um egoísmo cristão, não.., isso é errado. O cristão não é um homem, uma mulher espiritual de laboratório, é um homem, é uma mulher espiritual que faz parte de um povo, que tem uma história longa e continua caminhando até o retorno do Senhor”.
“Quantos pecadores, quantos crimes. Também hoje Paulo menciona o Rei Davi, santo, mas antes de se tornar santo foi um grande pecador. Um grande pecador. Na nossa história devemos reconhecer que somos santos e pecadores. E a minha história pessoal, de cada um, deve reconhecer o pecado, o próprio pecado e a graça do Senhor, que está conosco, acompanhando-nos no pecado para perdoar, e acompanhando-nos na graça. Não há identidade cristã sem história”.
O segundo aspecto da identidade cristã é o serviço: “Jesus lava os pés dos discípulos convidando a fazer o mesmo: servir”. “A identidade cristã é o serviço, não o egoísmo”, afirmou Francisco. “Mas padre, todos nós somos egoístas”. Ah sim? É um pecado, é um hábito do qual devemos nos distanciar. Pedir perdão, que o Senhor nos converta. Somos chamados para servir. Ser cristão não é uma aparência ou uma conduta social, não é maquiar a alma, para que seja um pouco mais bonita. Ser cristão é fazer o que Jesus fez: servir”.
O Papa nos exorta a fazer esta pergunta: “No meu coração o que eu faço mais? Faço-me servir pelos outros, uso os outros, uso a comunidade, a paróquia, a minha família, os meus amigos, ou sirvo, e estou servindo?”.
(Rádio Vaticano/ Edição: MEM)
Antes de tudo, a história, disse Francisco. São Paulo, São Pedro e os primeiros discípulos “não anunciavam um Jesus sem história: eles anunciavam Jesus na história do povo, um povo que Deus fez caminhar por séculos para chegar” à maturidade, “à plenitude dos tempos”.
Deus entra na história e caminha com seu povo: “O cristão é homem e mulher de história, porque não pertence a si mesmo, faz parte de um povo, um povo que caminha. Não se pode pensar em um egoísmo cristão, não.., isso é errado. O cristão não é um homem, uma mulher espiritual de laboratório, é um homem, é uma mulher espiritual que faz parte de um povo, que tem uma história longa e continua caminhando até o retorno do Senhor”.
“Quantos pecadores, quantos crimes. Também hoje Paulo menciona o Rei Davi, santo, mas antes de se tornar santo foi um grande pecador. Um grande pecador. Na nossa história devemos reconhecer que somos santos e pecadores. E a minha história pessoal, de cada um, deve reconhecer o pecado, o próprio pecado e a graça do Senhor, que está conosco, acompanhando-nos no pecado para perdoar, e acompanhando-nos na graça. Não há identidade cristã sem história”.
O segundo aspecto da identidade cristã é o serviço: “Jesus lava os pés dos discípulos convidando a fazer o mesmo: servir”. “A identidade cristã é o serviço, não o egoísmo”, afirmou Francisco. “Mas padre, todos nós somos egoístas”. Ah sim? É um pecado, é um hábito do qual devemos nos distanciar. Pedir perdão, que o Senhor nos converta. Somos chamados para servir. Ser cristão não é uma aparência ou uma conduta social, não é maquiar a alma, para que seja um pouco mais bonita. Ser cristão é fazer o que Jesus fez: servir”.
O Papa nos exorta a fazer esta pergunta: “No meu coração o que eu faço mais? Faço-me servir pelos outros, uso os outros, uso a comunidade, a paróquia, a minha família, os meus amigos, ou sirvo, e estou servindo?”.
(Rádio Vaticano/ Edição: MEM)
domingo, 3 de maio de 2015
Nigéria: quase 300 mulheres são libertadas do poder do Boko Haram
São 200 as meninas e 93 as mulheres que o exército nigeriano libertou ontem das mãos do Boko Haram na floresta de Sambisa. As forças militares atacaram três acampamentos dos extremistas islâmicos e os destruíram com o apoio de aviões de combate.
Chegou-se a pensar que as meninas libertadas fossem as vítimas do massivo sequestro de abril de 2014, em Chibok, mas trata-se de outras reféns. Os drones nunca conseguiram localizar aquelas estudantes raptadas há um ano.
No último sábado, por outro lado, o Boko Haram cometeu mais um massacre no Lago Chade, matando 46 soldados e 28 civis.
Fonte: Zenit.
Chegou-se a pensar que as meninas libertadas fossem as vítimas do massivo sequestro de abril de 2014, em Chibok, mas trata-se de outras reféns. Os drones nunca conseguiram localizar aquelas estudantes raptadas há um ano.
No último sábado, por outro lado, o Boko Haram cometeu mais um massacre no Lago Chade, matando 46 soldados e 28 civis.
Fonte: Zenit.
sábado, 2 de maio de 2015
A Igreja e os genocídios armênio e grego-assírio
O século XX foi o século dos genocídios, dos massacres em massa e do uso científico para impor a dor, a violência e a morte a milhões de seres humanos indefesos. Famoso, lamentável e internacionalmente reconhecido é o genocídio dos judeus e de outras minorias perpetrado pelos nazistas durante a primeira metade do século XX.
No entanto, no início do século XX houve dois genocídios pouco conhecidos e que foram uma espécie de “ensaio”, de “experiência” do que, um pouco mais tarde, seria o grande massacre do século XX. Trata-se do genocídio armênio e do genocídio grego-assírio.
O genocídio armênio ocorreu entre 1915-1917 e tratou-se da matança e deportação forçada de aproximadamente 1, 5 milhões de pessoas de origem armênia que viviam no Império Otomano, atual Turquia, com a intenção de exterminar sua presença cultural, sua vida econômica e seu ambiente familiar. Existem registros históricos que demonstram que toda essa violência foi feita de forma planejada e utilizando os métodos científicos disponíveis na época.
Já o genocídio grego-assírio não possui tantos estudos históricos e científicos como o genocídio armênio. No entanto, foi um genocídio tão cruel como o armênio. No período entre 1915 a 1922 tropas regulares e milícias paramilitares do Império Otomano, atual Turquia, perseguiram e mataram entre 500 e 950 mil gregos, e entre 250 e 750 mil assírios perderam suas vidas. Calcula-se que aproximadamente 1, 7 milhões de grego-assírios tenham morrido vítimas da perseguição.
No dia 12/04/2015, durante uma Missa para lembrar os 1, 5 milhões de mortos durante o massacre, o Papa Francisco foi claro ao dizer que, de fato, houve um genocídio dos armênios entre 1915-1917. Foi a primeira fez que um Papa afirmou que houve um genocídio do povo armênio. Apesar de muitos países já terem reconhecido o genocídio armênio, as palavras do Papa foram reconfortantes para as vítimas e os descendentes do genocídio e, ao mesmo tempo, deu mais força para que, a nível internacional e nos órgãos de apoio aos direitos humanos (ONU, Anistia Internacional, etc), o genocídio armênio seja definitivamente reconhecido. O Papa Francisco foi Apóstolo, uma voz profética, ao ter a coragem, mesmo diante de muitas pressões internacionais vindas da Turquia e de outros países, de ter publicamente reconhecido a existência do genocídio armênio.
De forma oficial, por meio das palavras do Papa Francisco, a Igreja reconheceu oficialmente a existência do genocídio armênio. Daqui por diante padres, leigos e ministros poderão livremente afirmar que, de fato, houve um brutal genocídio do povo armênio, entre 1915 e 1917, pelos turcos-otomanos. Apontam-se 3 relevantes motivos para que as palavras do Papa Francisco sejam tão importantes.
Primeiro, como salienta o jornalista Breno Salvador, os genocídios dos armênios e dos grego-assírios, pelo turco-otomanos, representa “um caso marcante de ataque à cristandade, porque havia uma tentativa de dominação e imposição do Islã. O que se passa no Oriente Médio hoje gira em torno disso, da mesma forma como com os armênios, gregos e assírios. O Estado Islâmico promove um genocídio”. (Jornal O Globo,24/04/2015).
Segundo, a luta pelo reconhecimento internacional do genocídio grego-assírio é fortalecida. Trata-se de uma das grandes lutas do século XXI. O povo grego-assírio necessita ter a memória e a identidade dos seus compatriotas reconhecida. Foram 1, 7 milhões de vítimas que necessitam de algum tipo de reconhecimento.
Terceiro, em um momento de incerteza, com o aumento da violência sectária, religiosa e étnica, com a ameaça de genocídios por parte de grupos extremistas, as palavras do Papa são um alerta que a luta em prol da dignidade da pessoa humana está penas começando e que não pode ser interrompida. A Igreja é convocada a ser sinal e luz em prol dos grupos humanos mais violentados e vulneráveis.
Fonte: Zenit.
No entanto, no início do século XX houve dois genocídios pouco conhecidos e que foram uma espécie de “ensaio”, de “experiência” do que, um pouco mais tarde, seria o grande massacre do século XX. Trata-se do genocídio armênio e do genocídio grego-assírio.
O genocídio armênio ocorreu entre 1915-1917 e tratou-se da matança e deportação forçada de aproximadamente 1, 5 milhões de pessoas de origem armênia que viviam no Império Otomano, atual Turquia, com a intenção de exterminar sua presença cultural, sua vida econômica e seu ambiente familiar. Existem registros históricos que demonstram que toda essa violência foi feita de forma planejada e utilizando os métodos científicos disponíveis na época.
Já o genocídio grego-assírio não possui tantos estudos históricos e científicos como o genocídio armênio. No entanto, foi um genocídio tão cruel como o armênio. No período entre 1915 a 1922 tropas regulares e milícias paramilitares do Império Otomano, atual Turquia, perseguiram e mataram entre 500 e 950 mil gregos, e entre 250 e 750 mil assírios perderam suas vidas. Calcula-se que aproximadamente 1, 7 milhões de grego-assírios tenham morrido vítimas da perseguição.
No dia 12/04/2015, durante uma Missa para lembrar os 1, 5 milhões de mortos durante o massacre, o Papa Francisco foi claro ao dizer que, de fato, houve um genocídio dos armênios entre 1915-1917. Foi a primeira fez que um Papa afirmou que houve um genocídio do povo armênio. Apesar de muitos países já terem reconhecido o genocídio armênio, as palavras do Papa foram reconfortantes para as vítimas e os descendentes do genocídio e, ao mesmo tempo, deu mais força para que, a nível internacional e nos órgãos de apoio aos direitos humanos (ONU, Anistia Internacional, etc), o genocídio armênio seja definitivamente reconhecido. O Papa Francisco foi Apóstolo, uma voz profética, ao ter a coragem, mesmo diante de muitas pressões internacionais vindas da Turquia e de outros países, de ter publicamente reconhecido a existência do genocídio armênio.
De forma oficial, por meio das palavras do Papa Francisco, a Igreja reconheceu oficialmente a existência do genocídio armênio. Daqui por diante padres, leigos e ministros poderão livremente afirmar que, de fato, houve um brutal genocídio do povo armênio, entre 1915 e 1917, pelos turcos-otomanos. Apontam-se 3 relevantes motivos para que as palavras do Papa Francisco sejam tão importantes.
Primeiro, como salienta o jornalista Breno Salvador, os genocídios dos armênios e dos grego-assírios, pelo turco-otomanos, representa “um caso marcante de ataque à cristandade, porque havia uma tentativa de dominação e imposição do Islã. O que se passa no Oriente Médio hoje gira em torno disso, da mesma forma como com os armênios, gregos e assírios. O Estado Islâmico promove um genocídio”. (Jornal O Globo,24/04/2015).
Segundo, a luta pelo reconhecimento internacional do genocídio grego-assírio é fortalecida. Trata-se de uma das grandes lutas do século XXI. O povo grego-assírio necessita ter a memória e a identidade dos seus compatriotas reconhecida. Foram 1, 7 milhões de vítimas que necessitam de algum tipo de reconhecimento.
Terceiro, em um momento de incerteza, com o aumento da violência sectária, religiosa e étnica, com a ameaça de genocídios por parte de grupos extremistas, as palavras do Papa são um alerta que a luta em prol da dignidade da pessoa humana está penas começando e que não pode ser interrompida. A Igreja é convocada a ser sinal e luz em prol dos grupos humanos mais violentados e vulneráveis.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 1 de maio de 2015
El Salvador: gangues propõem trégua em respeito à beatificação de dom Óscar Romero
As principais “maras”, como são chamadas as gangues em alguns países da América Central, ofereceram ao governo de El Salvador uma trégua por ocasião da beatificação do arcebispo dom Óscar Arnulfo Romero, que acontece no próximo dia 23 de maio. “Este é o presente que, na sua beatificação, queremos dar a dom Romero: o nosso arrependimento e pedido de perdão à sociedade por todo o dano já causado”, afirmaram os grupos na última quinta-feira à noite.
Os porta-vozes dos grupos criminosos pediram apoio a um plano de reabilitação e reinserção social dos seus membros: “Tomamos a decisão de responder afirmativamente ao chamamento público realizado por um dos lutadores mais incansáveis pela paz em El Salvador: o senhor Raúl Mijango, que apresentou ao país uma proposta de agenda para a paz com 26 pontos, 13 a ser abordados por nós e os outros 13 pelo Estado, governo e sociedade civil”.
As “maras” pedem que o executivo “não obstrua nem sabote este processo, mas facilite as condições que nos permitam avançar mais rápido no tempo e nos compromissos que devemos assumir perante a sociedade”.
Em comunicado, as gangues declaram que “o país atravessa uma situação difícil (...) Como de costume, é às ‘maras’ que se atribui a gravidade de toda a situação, com o perverso propósito de encobrir e proteger outras estruturas e pessoas que praticam atos delitivos e que, diante da sociedade, se apresentam como pessoas de bem”.
“As ‘maras’ tiveram de recorrer a formas ilícitas para ganhar a vida, porque nós e as nossas famílias somos os historicamente esquecidos e marginalizados pelas gestões governamentais (...) Nossa origem está nas comunidades mais empobrecidas, nos lares desarticulados pela emigração, pela violência e pela irresponsabilidade paterna ou materna; é a nós que são negadas oportunidades de educação, saúde, trabalho, lazer e a única coisa que nos é oferecida é a repressão, a cadeia e a morte”.
“Como mostra de compromisso e boa vontade, cessaremos desde já todo tipo de ataques. Mais ainda: não faremos uso nem do elementar direito à defesa. Só pedimos que parem os abusos de autoridade e as ações de extermínio que, em sua maior parte, estão sendo apresentadas como rixas entre gangues, quando, na realidade, o que acontece é que levam os nossos membros das suas casas e os assassinam, simulam enfrentamentos e colocam armas na mão dos mortos para justificar os massacres. Muitos lamentaram a morte de policiais, mas se calaram ou se alegraram com o extermínio de mais de cento e quarenta membros de ‘maras’ só no mês de março deste ano”.
Os grupos pedem a intervenção de novos agentes da sociedade civil: “Para dar confiança ao desenvolvimento do processo e evitar que desconfiem de segundas intenções de nossa parte, pedimos que o debate privado que realizaremos no interior dos centros penitenciários seja monitorado por uma entidade de grande prestígio e reconhecimento internacional e que já conta com uma missão em El Salvador: o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e os bispos e pastores coordenados pela Iniciativa Pastoral pela Vida e pela Paz, IPAZ”.
As autoridades não se pronunciaram ainda, mas o governo tem mostrado uma posição firme no combate à delinquência, incluindo a criação de batalhões de resposta imediata. O presidente Salvador Sánchez Cerén e o ministro de Justiça e Segurança Pública, Benito Lara, afirmaram em diversas ocasiões que não voltarão a negociar sob nenhuma condição.
Da trégua entre gangues iniciada em 2012 com a aceitação tácita do governo e o apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Igreja, não resta mais nada atualmente. A trégua durou 15 meses, período em que a taxa de homicídios caiu de quinze para cinco assassinatos por dia, mas as extorsões e sequestros continuaram. O abandono do acordo em 2014 voltou a elevar as mortes violentas para 10 a 12 ao dia, com tendência de crescimento.
O país centro-americano de seis milhões de habitantes é um dos mais violentos do mundo, com mais de 60 homicídios por 100 mil habitantes segundo os dados das Nações Unidas.
Fonte: Zenit.
Os porta-vozes dos grupos criminosos pediram apoio a um plano de reabilitação e reinserção social dos seus membros: “Tomamos a decisão de responder afirmativamente ao chamamento público realizado por um dos lutadores mais incansáveis pela paz em El Salvador: o senhor Raúl Mijango, que apresentou ao país uma proposta de agenda para a paz com 26 pontos, 13 a ser abordados por nós e os outros 13 pelo Estado, governo e sociedade civil”.
As “maras” pedem que o executivo “não obstrua nem sabote este processo, mas facilite as condições que nos permitam avançar mais rápido no tempo e nos compromissos que devemos assumir perante a sociedade”.
Em comunicado, as gangues declaram que “o país atravessa uma situação difícil (...) Como de costume, é às ‘maras’ que se atribui a gravidade de toda a situação, com o perverso propósito de encobrir e proteger outras estruturas e pessoas que praticam atos delitivos e que, diante da sociedade, se apresentam como pessoas de bem”.
“As ‘maras’ tiveram de recorrer a formas ilícitas para ganhar a vida, porque nós e as nossas famílias somos os historicamente esquecidos e marginalizados pelas gestões governamentais (...) Nossa origem está nas comunidades mais empobrecidas, nos lares desarticulados pela emigração, pela violência e pela irresponsabilidade paterna ou materna; é a nós que são negadas oportunidades de educação, saúde, trabalho, lazer e a única coisa que nos é oferecida é a repressão, a cadeia e a morte”.
“Como mostra de compromisso e boa vontade, cessaremos desde já todo tipo de ataques. Mais ainda: não faremos uso nem do elementar direito à defesa. Só pedimos que parem os abusos de autoridade e as ações de extermínio que, em sua maior parte, estão sendo apresentadas como rixas entre gangues, quando, na realidade, o que acontece é que levam os nossos membros das suas casas e os assassinam, simulam enfrentamentos e colocam armas na mão dos mortos para justificar os massacres. Muitos lamentaram a morte de policiais, mas se calaram ou se alegraram com o extermínio de mais de cento e quarenta membros de ‘maras’ só no mês de março deste ano”.
Os grupos pedem a intervenção de novos agentes da sociedade civil: “Para dar confiança ao desenvolvimento do processo e evitar que desconfiem de segundas intenções de nossa parte, pedimos que o debate privado que realizaremos no interior dos centros penitenciários seja monitorado por uma entidade de grande prestígio e reconhecimento internacional e que já conta com uma missão em El Salvador: o Comitê Internacional da Cruz Vermelha e os bispos e pastores coordenados pela Iniciativa Pastoral pela Vida e pela Paz, IPAZ”.
As autoridades não se pronunciaram ainda, mas o governo tem mostrado uma posição firme no combate à delinquência, incluindo a criação de batalhões de resposta imediata. O presidente Salvador Sánchez Cerén e o ministro de Justiça e Segurança Pública, Benito Lara, afirmaram em diversas ocasiões que não voltarão a negociar sob nenhuma condição.
Da trégua entre gangues iniciada em 2012 com a aceitação tácita do governo e o apoio da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Igreja, não resta mais nada atualmente. A trégua durou 15 meses, período em que a taxa de homicídios caiu de quinze para cinco assassinatos por dia, mas as extorsões e sequestros continuaram. O abandono do acordo em 2014 voltou a elevar as mortes violentas para 10 a 12 ao dia, com tendência de crescimento.
O país centro-americano de seis milhões de habitantes é um dos mais violentos do mundo, com mais de 60 homicídios por 100 mil habitantes segundo os dados das Nações Unidas.
Fonte: Zenit.
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