De 7 a 9 de maio realiza-se em Roma um Fórum Internacional de Mariologia sobre Fátima. A organização é da Pontifícia Academia Mariana Internacional com a estreita colaboração do Santuário de Fátima e insere-se num esforço de parcerias internacionais que o Santuário de Fátima está desenvolvendo, no sentido de levar a outros contextos alguma da reflexão que se faz sobre a Mensagem de Fátima.
Sob o título “A Mensagem de Fátima entre o carisma e a profecia”, o Fórum é apresentado também como um “encontro de todos os amigos e devotos de Nossa Senhora de Fátima em Itália”.
Os trabalhos decorrerão na Pontifícia Universidade Antoniana, em Roma, sendo a participação livre e gratuita. Esta iniciativa visa aprofundar a reflexão sobre a Mensagem de Fátima, dar a conhecer as diferentes congregações religiosas e movimentos ligados a Fátima e possibilitar um momento de troca de experiências entre os participantes.
Após o encerramento do Fórum haverá, na Basílica de S. António, um momento de oração a Nossa Senhora de Fátima, diante de uma das Imagem da Virgem Peregrina de Fátima, levada do Santuário de Fátima.
Do programa destaca-se na sessão de abertura a presença do Cardeal D. Angelo Amato, prefeito da Pontifícia Congregação da Causa dos Santos e, em todo o programa, a participação do Bispo de Leiria-Fátima, D. António Marto, e do Bispo de Coimbra e antigo reitor do Santuário de Fátima, D. Virgílio Antunes. Também o reitor do Santuário de Fátima, padre Carlos Cabecinhas, participará em todo o programa do Fórum.
Na tarde do dia 8 terá lugar um conjunto de workshops sobre três diferentes temas: “Movimentos eclesiais ligados a Fátima”, “A mensagem de Fátima para o carisma da vida consagrada” e “Os videntes de Fátima”.
Para mais informações acesse: http://fatima-roma.weebly.com — Centro de Comunicação Social email: ccs@fatima.pt www.fatima.pt
domingo, 12 de abril de 2015
sábado, 11 de abril de 2015
O Papado em três palavras: misericórdia, alegria e pobres
O arcebispo de Tegucigalpa e presidente da Caritas Internationalis, Cardeal Oscar Andrés Rodriguez Maradiaga, é um dos principais colaboradores do Papa Francisco. Desde abril de 2013, coordena o Conselho de cardeais que aconselham o Papa sobre a reforma da Cúria Romana e do governo da Igreja universal.
Nesta entrevista concedida a ZENIT, realizada nesta sexta-feira, em Madrid, o cardeal hondurenho diz que depois de dois anos de trabalho do Conselho dos Cardeais "o balanço é bastante positivo".
Poucos dias antes da próxima reunião chamada C-9, garante também que o Pontífice disse: "Podem reformar-se todas as instituições, mas se as pessoas não se reformam isso não leva a lugar nenhum”.
Neste sentido, explica que "a Cúria não é um tribunal" e que não pode haver "carreirismo dentro da Igreja". Portanto, uma das chaves da reforma atual é "como fazer para que as instituições da Cúria possam servir melhor, possam servia mais agilmente”.
Sobre o IOR, o Cardeal Maradiaga disse que "foram canceladas 14 mil contas". "Quando há transparência, reduz muito a corrupção", ressalta. "O Santo Padre – reconhece – estava extremamente preocupado com os escândalos que tinham a ver com a economia".
Além disso, o atual presidente da Caritas Internationalis lamenta que "haja um mito das grandes riquezas do Vaticano”. Mas, indica com ênfase que o “orçamento de todo o Estado do Vaticano, não chega nem aos tornozelos da Arquidiocese de Colônia”.
Abaixo, oferecemos a conversa tida com o arcebispo de Tegucigalpa, ao final de um briefing informativo no Foro de Nova Economia.
***
Qual é o papel da Igreja na sociedade de hoje?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: A Igreja, como hierarquia, tem uma missão que é evangelizar especialmente a cultura. E a Igreja, como povo de Deus, tem uma missão bela que é evangelizar com o testemunho. Acho que as duas coisas se completam. Isso não quer dizer que o laicato não tenha uma missão também de ensinamento, de reflexão, etc. Mas, basicamente, o que mais devem ter todos os batizados é um testemunho dos valores do Evangelho.
Qual é o principal desafio da Igreja no século XXI?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: Eu diria que não cair no individualismo da sociedade moderna, mas ao contrário. Lembrar que, como Igreja, somos povo de Deus, somos comunidade. E como nos disse o Papa São João Paulo II, a Igreja tem que ser casa de comunhão e escola de comunhão. Em um mundo onde cada um procura fechar-se nos seus próprios limites, a Igreja está chamada a ter um abridor de latas na mão para ir abrindo essas áreas.
Você é o coordenador do Conselho dos Cardeais. Qual é a sua avaliação dos encontros chamados C-9, no Vaticano?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: O balanço é bastante positivo. Uma das coisas mais belas é que temos o Santo Padre como um de nós em todas as nossas reuniões, e está lá como um irmão a mais. Não impõe seu pensamento. Às vezes, pede alguns esclarecimentos. Mas, no geral, escuta muito. Ele está com todos nós o tempo todo. Da Santa Eucaristia da manhã até, às vezes, na noite. Almoça conosco e toma café conosco. Podemos ter esse acesso tão fraterno e tão bonito com o Santo Padre.
Que balanço? Muitas pessoas dizem: "não fizeram nada". Aquele que não sabe, é melhor não falar. Porque não se pode falar daquilo que se desconhece. O Santo Padre estava profundamente preocupado com os escândalos que tinham a ver com a economia. Então nos disse: "O primeiro passo tem que ser a questão econômica? Então vamos! Estabeleceu, antes da nossa primeira reunião, duas comissões. Uma delas, relativa à gestão do patrimônio da Sé Apostólica e outra sobre o famoso IOR, chamado Banco do Vaticano. E essas comissões entregaram os materiais que estudamos desde a primeira reunião de outubro, na reunião de dezembro de 2013 e na reunião de fevereiro já era clara a decisão. Era necessário criar uma Secretaria de Economia, quase como um ministério de Finanças dentro da Igreja. Essa foi criada por um Motu Proprio e está funcionando. O problema da administração do patrimônio da Sé Apostólica também. Constituiu atualmente como as seções de um Banco Central em um Estado. Com todas as funções, especialmente, a econômica. Depois, o IOR também foi submetido a uma reforma grande. Não é um banco em si, é uma fundação.
Eminência, seria bom esclarecer que o IOR não é um banco...
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: É uma fundação que o Papa Pio XII fez quando havia o perigo de que Hitler tomasse o Vaticano, e, assim se perdessem os bens das comunidades religiosas. Dessa forma veio funcionando, mas com o passar do tempo se transformou praticamente em um banco, no qual havia pessoas que não deveriam ter conta lá. Foram canceladas 14 mil contas e foi dito aos seus proprietários: ‘Olhem, levem o seu dinheiro ao Estado italiano, que é onde deve estar’. Porque, muitas vezes, estava ali para não pagar impostos. E isso é basicamente um grande erro, além de ser eticamente mal. Agora, toda esta reforma levou a uma maior transparência. Hoje em dia, diria que existe uma administração muito eficiente e a publicação de tudo. Os orçamentos estarão na internet, caso já não estejam. De tal forma que seja possível ver não somente o orçamento, mas também a execução do orçamento.
Por outro lado, há um mito das grandes riquezas do Vaticano. Não sei se vocês chegaram a ver recentemente quando a arquidiocese de Colônia publicou o seu patrimônio e orçamento. O orçamento de todo o Estado do Vaticano, não chega nem aos tornozelos da Arquidiocese de Colônia! Acho que tudo isso é uma coisa boa, porque quando existe transparência diminui muitíssimo a corrupção. E isso é uma coisa boa.
E a reforma da Cúria Romana?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: O próprio Papa disse que podem reformar-se todas as instituições, mas se as pessoas não se reformam, isso não leva a lugar nenhum. Por isso, é básica a reforma das pessoas. A reforma de uma mentalidade. E o Papa não deixou de estar lembrando estes critérios. Por exemplo, a Cúria não é uma corte, não existe uma corte papal. Talvez no passado existiu, quando era considerado como um governante... Mas isso não é assim. O Papa diz que a Cúria está para servir. Então, um dos critérios da reforma é como fazer para que as Instituições da Cúria possam servir melhor, possam servir com mais agilidade. Portanto, outro dos critério é que não haja carreirismo dentro da Igreja.
Acabamos de celebrar o segundo ano da eleição do Papa Francisco. Como você definiria esse tempo pontificado?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: Para mim é muito claro. Definiria o seu pontificado com três palavras: misericórdia, alegria e pobres.
Quais são as características que você destacaria da personalidade do Santo Padre?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: O Santo Padre tem um estilo de comunicação muito fraterno, muito simples, e às vezes até brincalhão. Em dezembro do ano passado, estávamos com ele perto dos seus 78 anos e nos disse: ‘Olhem, rezem por mim. Eu já tenho 78’. Mas está com uma boa saúde, tem a sua mente muito clara, e tem seu objetivo muito claro. De tal forma que pedimos ao Senhor que lhe dê a vida necessária para que leve adiante esse trabalho, que é muito importante. Muito importante para o futuro. E acima de tudo, para continuar dando esperança e alegria. Ele é portador de alegria, a tristeza não tem nada a ver com a fé cristã.
Que mensagem você gostaria de dar aos leitores de ZENIT?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: Em primeiro lugar, que procuremos ajudar ZENIT. Porque todos apreciamos esse conteúdo, essa proximidade, e ao mesmo tempo, a riqueza da informação que recebemos. Mas, isso não vem das nuvens. Isso também requer uma solidariedade concreta. E me entristece quando vejo que lançam a sua campanha e, às vezes, não se alcançam as metas. Eu gostaria de fazer uma petição para que todos possam ajudar.
Fonte: Zenit.
Nesta entrevista concedida a ZENIT, realizada nesta sexta-feira, em Madrid, o cardeal hondurenho diz que depois de dois anos de trabalho do Conselho dos Cardeais "o balanço é bastante positivo".
Poucos dias antes da próxima reunião chamada C-9, garante também que o Pontífice disse: "Podem reformar-se todas as instituições, mas se as pessoas não se reformam isso não leva a lugar nenhum”.
Neste sentido, explica que "a Cúria não é um tribunal" e que não pode haver "carreirismo dentro da Igreja". Portanto, uma das chaves da reforma atual é "como fazer para que as instituições da Cúria possam servir melhor, possam servia mais agilmente”.
Sobre o IOR, o Cardeal Maradiaga disse que "foram canceladas 14 mil contas". "Quando há transparência, reduz muito a corrupção", ressalta. "O Santo Padre – reconhece – estava extremamente preocupado com os escândalos que tinham a ver com a economia".
Além disso, o atual presidente da Caritas Internationalis lamenta que "haja um mito das grandes riquezas do Vaticano”. Mas, indica com ênfase que o “orçamento de todo o Estado do Vaticano, não chega nem aos tornozelos da Arquidiocese de Colônia”.
Abaixo, oferecemos a conversa tida com o arcebispo de Tegucigalpa, ao final de um briefing informativo no Foro de Nova Economia.
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Qual é o papel da Igreja na sociedade de hoje?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: A Igreja, como hierarquia, tem uma missão que é evangelizar especialmente a cultura. E a Igreja, como povo de Deus, tem uma missão bela que é evangelizar com o testemunho. Acho que as duas coisas se completam. Isso não quer dizer que o laicato não tenha uma missão também de ensinamento, de reflexão, etc. Mas, basicamente, o que mais devem ter todos os batizados é um testemunho dos valores do Evangelho.
Qual é o principal desafio da Igreja no século XXI?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: Eu diria que não cair no individualismo da sociedade moderna, mas ao contrário. Lembrar que, como Igreja, somos povo de Deus, somos comunidade. E como nos disse o Papa São João Paulo II, a Igreja tem que ser casa de comunhão e escola de comunhão. Em um mundo onde cada um procura fechar-se nos seus próprios limites, a Igreja está chamada a ter um abridor de latas na mão para ir abrindo essas áreas.
Você é o coordenador do Conselho dos Cardeais. Qual é a sua avaliação dos encontros chamados C-9, no Vaticano?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: O balanço é bastante positivo. Uma das coisas mais belas é que temos o Santo Padre como um de nós em todas as nossas reuniões, e está lá como um irmão a mais. Não impõe seu pensamento. Às vezes, pede alguns esclarecimentos. Mas, no geral, escuta muito. Ele está com todos nós o tempo todo. Da Santa Eucaristia da manhã até, às vezes, na noite. Almoça conosco e toma café conosco. Podemos ter esse acesso tão fraterno e tão bonito com o Santo Padre.
Que balanço? Muitas pessoas dizem: "não fizeram nada". Aquele que não sabe, é melhor não falar. Porque não se pode falar daquilo que se desconhece. O Santo Padre estava profundamente preocupado com os escândalos que tinham a ver com a economia. Então nos disse: "O primeiro passo tem que ser a questão econômica? Então vamos! Estabeleceu, antes da nossa primeira reunião, duas comissões. Uma delas, relativa à gestão do patrimônio da Sé Apostólica e outra sobre o famoso IOR, chamado Banco do Vaticano. E essas comissões entregaram os materiais que estudamos desde a primeira reunião de outubro, na reunião de dezembro de 2013 e na reunião de fevereiro já era clara a decisão. Era necessário criar uma Secretaria de Economia, quase como um ministério de Finanças dentro da Igreja. Essa foi criada por um Motu Proprio e está funcionando. O problema da administração do patrimônio da Sé Apostólica também. Constituiu atualmente como as seções de um Banco Central em um Estado. Com todas as funções, especialmente, a econômica. Depois, o IOR também foi submetido a uma reforma grande. Não é um banco em si, é uma fundação.
Eminência, seria bom esclarecer que o IOR não é um banco...
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: É uma fundação que o Papa Pio XII fez quando havia o perigo de que Hitler tomasse o Vaticano, e, assim se perdessem os bens das comunidades religiosas. Dessa forma veio funcionando, mas com o passar do tempo se transformou praticamente em um banco, no qual havia pessoas que não deveriam ter conta lá. Foram canceladas 14 mil contas e foi dito aos seus proprietários: ‘Olhem, levem o seu dinheiro ao Estado italiano, que é onde deve estar’. Porque, muitas vezes, estava ali para não pagar impostos. E isso é basicamente um grande erro, além de ser eticamente mal. Agora, toda esta reforma levou a uma maior transparência. Hoje em dia, diria que existe uma administração muito eficiente e a publicação de tudo. Os orçamentos estarão na internet, caso já não estejam. De tal forma que seja possível ver não somente o orçamento, mas também a execução do orçamento.
Por outro lado, há um mito das grandes riquezas do Vaticano. Não sei se vocês chegaram a ver recentemente quando a arquidiocese de Colônia publicou o seu patrimônio e orçamento. O orçamento de todo o Estado do Vaticano, não chega nem aos tornozelos da Arquidiocese de Colônia! Acho que tudo isso é uma coisa boa, porque quando existe transparência diminui muitíssimo a corrupção. E isso é uma coisa boa.
E a reforma da Cúria Romana?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: O próprio Papa disse que podem reformar-se todas as instituições, mas se as pessoas não se reformam, isso não leva a lugar nenhum. Por isso, é básica a reforma das pessoas. A reforma de uma mentalidade. E o Papa não deixou de estar lembrando estes critérios. Por exemplo, a Cúria não é uma corte, não existe uma corte papal. Talvez no passado existiu, quando era considerado como um governante... Mas isso não é assim. O Papa diz que a Cúria está para servir. Então, um dos critérios da reforma é como fazer para que as Instituições da Cúria possam servir melhor, possam servir com mais agilidade. Portanto, outro dos critério é que não haja carreirismo dentro da Igreja.
Acabamos de celebrar o segundo ano da eleição do Papa Francisco. Como você definiria esse tempo pontificado?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: Para mim é muito claro. Definiria o seu pontificado com três palavras: misericórdia, alegria e pobres.
Quais são as características que você destacaria da personalidade do Santo Padre?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: O Santo Padre tem um estilo de comunicação muito fraterno, muito simples, e às vezes até brincalhão. Em dezembro do ano passado, estávamos com ele perto dos seus 78 anos e nos disse: ‘Olhem, rezem por mim. Eu já tenho 78’. Mas está com uma boa saúde, tem a sua mente muito clara, e tem seu objetivo muito claro. De tal forma que pedimos ao Senhor que lhe dê a vida necessária para que leve adiante esse trabalho, que é muito importante. Muito importante para o futuro. E acima de tudo, para continuar dando esperança e alegria. Ele é portador de alegria, a tristeza não tem nada a ver com a fé cristã.
Que mensagem você gostaria de dar aos leitores de ZENIT?
- Cardeal Rodríguez Maradiaga: Em primeiro lugar, que procuremos ajudar ZENIT. Porque todos apreciamos esse conteúdo, essa proximidade, e ao mesmo tempo, a riqueza da informação que recebemos. Mas, isso não vem das nuvens. Isso também requer uma solidariedade concreta. E me entristece quando vejo que lançam a sua campanha e, às vezes, não se alcançam as metas. Eu gostaria de fazer uma petição para que todos possam ajudar.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 10 de abril de 2015
Francisco será o primeiro pontífice a visitar uma igreja valdense
O papa Francisco viajará a Turim nos dias 21 e 22 de junho para a ostensão do Santo Sudário e o bicentenário de Dom Bosco. Durante a visita, um fato histórico: pela primeira vez, um pontífice visitará uma igreja valdense. Houve episódios de difícil convivência, justamente em Turim, entre a então nascente congregação dos salesianos e os seguidores da Igreja valdense.
O pastor Eugenio Bernardini, moderador da Mesa Valdense, contou em entrevista à Rádio Vaticano que o convite foi feito em novembro. “A ideia surgiu quando o papa Francisco, há dois anos, assumiu seu cargo com um nome muito significativo, ao menos para nós, que nos comoveu junto com as primeiras palavras e os primeiros atos”.
O movimento valdense nasceu há mais de oito séculos a partir de uma experiência de conversão espiritual de um leigo, semelhante à história de São Francisco de Assis. “As semelhanças entre os dois movimentos, o franciscano e o valdense, que, em 1500, se transformou na Igreja valdense, são impressionantes: sobriedade, simplicidade, essencialidade, aproximação dos pobres…”, observa o pastor.
O encontro “significa, para nós, confirmar a bondade de um caminho que sem dúvida deu frutos, além de dar mais impulso não tanto às relações diplomáticas entre as Igrejas cristãs de várias confissões, mas para encontrarmos na diversidade e na pluralidade das nossas posições uma forma de expressar juntos as palavras e gestos que a nossa sociedade pede aos cristãos de hoje, e que nós temos a responsabilidade de oferecer”.
Sobre as perspectivas ecumênicas deste evento histórico, o pastor afirma: “Num momento em que a palavra religiosa, a diferença entre religiões, voltou infelizmente a ser um problema; num momento em que alguns instrumentalizam a religião, o livro sagrado e as diferenças, por ter uma atitude de conquista, substancialmente para negar a pluralidade, é importante que nós demos um sinal contrário, que colaboremos de forma mais ativa para desarmar as linguagens, a propaganda de quem acha que a uniformidade religiosa é a única solução”.
O pastor destaca que em Turim, até 150 anos atrás, eles não podiam exercer a liberdade de expressão, após séculos de perseguição e marginalização.
Fonte: Zenit.
O pastor Eugenio Bernardini, moderador da Mesa Valdense, contou em entrevista à Rádio Vaticano que o convite foi feito em novembro. “A ideia surgiu quando o papa Francisco, há dois anos, assumiu seu cargo com um nome muito significativo, ao menos para nós, que nos comoveu junto com as primeiras palavras e os primeiros atos”.
O movimento valdense nasceu há mais de oito séculos a partir de uma experiência de conversão espiritual de um leigo, semelhante à história de São Francisco de Assis. “As semelhanças entre os dois movimentos, o franciscano e o valdense, que, em 1500, se transformou na Igreja valdense, são impressionantes: sobriedade, simplicidade, essencialidade, aproximação dos pobres…”, observa o pastor.
O encontro “significa, para nós, confirmar a bondade de um caminho que sem dúvida deu frutos, além de dar mais impulso não tanto às relações diplomáticas entre as Igrejas cristãs de várias confissões, mas para encontrarmos na diversidade e na pluralidade das nossas posições uma forma de expressar juntos as palavras e gestos que a nossa sociedade pede aos cristãos de hoje, e que nós temos a responsabilidade de oferecer”.
Sobre as perspectivas ecumênicas deste evento histórico, o pastor afirma: “Num momento em que a palavra religiosa, a diferença entre religiões, voltou infelizmente a ser um problema; num momento em que alguns instrumentalizam a religião, o livro sagrado e as diferenças, por ter uma atitude de conquista, substancialmente para negar a pluralidade, é importante que nós demos um sinal contrário, que colaboremos de forma mais ativa para desarmar as linguagens, a propaganda de quem acha que a uniformidade religiosa é a única solução”.
O pastor destaca que em Turim, até 150 anos atrás, eles não podiam exercer a liberdade de expressão, após séculos de perseguição e marginalização.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 9 de abril de 2015
Cristãos do Iraque aguardam o papa
Uma "peregrinação" entre os cristãos perseguidos: foi assim que o cardeal Fernando Filoni, prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, viveu a missão no Iraque durante a Semana Santa, quando visitou vários campos de refugiados.
Em declarações à Rádio Vaticano, o cardeal explicou que não foi "apenas uma visita: a Semana Santa nos levou a ver os sofrimentos de todos esses irmãos à luz do mistério do sofrimento de Cristo".
Acrescentando que o papa Francisco está pessoalmente interessado em conhecer as etapas da viagem e as situações concretas dos "refugiados cristãos e não cristãos", o cardeal Filoni afirmou que o Santo Padre ficou "muito impressionado com esses oito meses de vida heroica dessas pessoas", que vivem "uma situação de resistência notável".
O aspecto humanitário, além do espiritual, com todos os problemas que vão da "convivência forçada em muitos lugares" à "partilha de tudo na vida cotidiana, inclusive do banheiro", tem sido alvo de "cuidadosa consideração, reflexão e escuta do papa".
Os cristãos iraquianos, observa Filoni, ficaram "muito felizes com esta visita, mas é claro que eles também esperam uma do papa". As autoridades locais acreditam que a visita papal "não seria apenas útil, mas também apropriada neste momento".
A "esperança", continuou o cardeal, é o sentimento recorrente entre os refugiados iraquianos: a maior parte deles espera voltar um dia para as suas aldeias, embora isto "não vá ser fácil".
Em geral, Filoni notou entre os iraquianos um sentimento de gratidão pela sua visita. Em comparação com a sua viagem anterior, o cardeal observou: "Não houve mais o choque, o trauma daqueles que tiveram de abandonar a própria casa... Houve também um tempo alegre de oração. Todos pediam a bênção".
Muitos iraquianos disseram ao cardeal: "A sua presença já é uma bênção para nós". O sentimento de Filoni foi de "enriquecimento espiritual diante da atitude com que essas pessoas enfrentam as dificuldades; foi uma visita ansiada por eles, bem-vinda, que os ajudou e confortou um pouco na situação que eles estão vivendo", concluiu.
Fonte: Zenit.
Em declarações à Rádio Vaticano, o cardeal explicou que não foi "apenas uma visita: a Semana Santa nos levou a ver os sofrimentos de todos esses irmãos à luz do mistério do sofrimento de Cristo".
Acrescentando que o papa Francisco está pessoalmente interessado em conhecer as etapas da viagem e as situações concretas dos "refugiados cristãos e não cristãos", o cardeal Filoni afirmou que o Santo Padre ficou "muito impressionado com esses oito meses de vida heroica dessas pessoas", que vivem "uma situação de resistência notável".
O aspecto humanitário, além do espiritual, com todos os problemas que vão da "convivência forçada em muitos lugares" à "partilha de tudo na vida cotidiana, inclusive do banheiro", tem sido alvo de "cuidadosa consideração, reflexão e escuta do papa".
Os cristãos iraquianos, observa Filoni, ficaram "muito felizes com esta visita, mas é claro que eles também esperam uma do papa". As autoridades locais acreditam que a visita papal "não seria apenas útil, mas também apropriada neste momento".
A "esperança", continuou o cardeal, é o sentimento recorrente entre os refugiados iraquianos: a maior parte deles espera voltar um dia para as suas aldeias, embora isto "não vá ser fácil".
Em geral, Filoni notou entre os iraquianos um sentimento de gratidão pela sua visita. Em comparação com a sua viagem anterior, o cardeal observou: "Não houve mais o choque, o trauma daqueles que tiveram de abandonar a própria casa... Houve também um tempo alegre de oração. Todos pediam a bênção".
Muitos iraquianos disseram ao cardeal: "A sua presença já é uma bênção para nós". O sentimento de Filoni foi de "enriquecimento espiritual diante da atitude com que essas pessoas enfrentam as dificuldades; foi uma visita ansiada por eles, bem-vinda, que os ajudou e confortou um pouco na situação que eles estão vivendo", concluiu.
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 8 de abril de 2015
Nossa Senhora Aparecida será entronizada no Santuário de Fátima
O cardeal Raymundo Damasceno Assis, arcebispo de Aparecida e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), presidirá a peregrinação internacional a Fátima no próximo mês de maio, ocasião em que a imagem de Nossa Senhora Aparecida será entronizada no Santuário de Fátima, na abertura da peregrinação.
Em recente entrevista publicada no site do Santuário de Fátima, o cardeal explica a união entre Fátima e Aparecida e a sua visita à Cova da Iria.
Dom Damasceno afirma que “ter uma cópia da imagem da Mãe Aparecida oficialmente entronizada no Santuário de Nossa Senhora de Fátima é uma graça inesperada”. Nós, prossegue o cardeal, “nos sentimos felizes e fortalecidos pela sua presença em nossa vida”. Além disso, ele expressa o desejo de que esta entronização em Fátima possa levar a muitas “aparições”, ao irromper de Maria no coração e na vida de muitos irmãos e irmãs.
O purpurado explica ainda que a história e a mensagem de Fátima, pelo menos em suas passagens mais significativas, são conhecidas pelo povo brasileiro. “Ir até ela significa descobrir, redescobrir a Deus, reforçar estas uniões vitais com Ele. Ela nos acolhe, mas com o coração centrado em Deus na oração, é a Ele que ela quer nos conduzir”.
Existe algo em comum na espiritualidade vivida em Fátima e em Aparecida, observa o cardeal: “É a predileção divina pelos pequenos deste mundo”. Em Fátima, são escolhidos três pobres pastores; em Aparecida, três pescadores, igualmente pobres, em cujas redes Maria se deixa “capturar”, manifestando-se aos corações que a acolhem rapidamente.
Além disso, nas suas imagens com as mãos unidas em oração, “Maria nos diz que as atitudes de oração nos elevam a Deus porque só Ele nos faz plenamente felizes”.
Quanto à peregrinação dos dias 12 e 13 de maio, “desejamos que os peregrinos de todas as partes, e que representam todo o mundo, experimentem a acolhida materna e alegre desta Mãe única de todos e de cada um”. O cardeal faz votos de que “Fátima e Aparecida reforcem e propaguem aos quatro ventos a dimensão universal da sua mensagem e da sua proposta”.
Fonte: Zenit.
Em recente entrevista publicada no site do Santuário de Fátima, o cardeal explica a união entre Fátima e Aparecida e a sua visita à Cova da Iria.
Dom Damasceno afirma que “ter uma cópia da imagem da Mãe Aparecida oficialmente entronizada no Santuário de Nossa Senhora de Fátima é uma graça inesperada”. Nós, prossegue o cardeal, “nos sentimos felizes e fortalecidos pela sua presença em nossa vida”. Além disso, ele expressa o desejo de que esta entronização em Fátima possa levar a muitas “aparições”, ao irromper de Maria no coração e na vida de muitos irmãos e irmãs.
O purpurado explica ainda que a história e a mensagem de Fátima, pelo menos em suas passagens mais significativas, são conhecidas pelo povo brasileiro. “Ir até ela significa descobrir, redescobrir a Deus, reforçar estas uniões vitais com Ele. Ela nos acolhe, mas com o coração centrado em Deus na oração, é a Ele que ela quer nos conduzir”.
Existe algo em comum na espiritualidade vivida em Fátima e em Aparecida, observa o cardeal: “É a predileção divina pelos pequenos deste mundo”. Em Fátima, são escolhidos três pobres pastores; em Aparecida, três pescadores, igualmente pobres, em cujas redes Maria se deixa “capturar”, manifestando-se aos corações que a acolhem rapidamente.
Além disso, nas suas imagens com as mãos unidas em oração, “Maria nos diz que as atitudes de oração nos elevam a Deus porque só Ele nos faz plenamente felizes”.
Quanto à peregrinação dos dias 12 e 13 de maio, “desejamos que os peregrinos de todas as partes, e que representam todo o mundo, experimentem a acolhida materna e alegre desta Mãe única de todos e de cada um”. O cardeal faz votos de que “Fátima e Aparecida reforcem e propaguem aos quatro ventos a dimensão universal da sua mensagem e da sua proposta”.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 6 de abril de 2015
Pena de morte mata sete pessoas por dia
Todos os dias, em todo o mundo, sete pessoas perdem a vida por causa da pena de morte, aponta um relatório da Anistia Internacional segundo a qual, em 2014, o carrasco agiu pelo menos 607 vezes. Em relação ao ano anterior, é uma queda de 22%, mas o número de sentenças à pena de morte aumentou 28% no mesmo ano.
A Anistia denuncia os países que no ano passado "recorreram à pena capital na tentativa fútil de impedir o crime, o terrorismo e a instabilidade interna". Um exemplo é o Paquistão, que retomou as execuções após o ataque talibã contra uma escola em Peshawar e só em dezembro passado matou sete pessoas, além de anunciar outras centenas de execuções por crimes de "terrorismo".
O fato de os países usarem a pena de morte para combater o terrorismo, na opinião de Salil Shetty, secretário geral da Anistia, é "realmente vergonhoso" e se baseia na "falsa teoria da dissuasão". Países como Egito e Nigéria, explicou o representante da organização humanitária, sentenciaram condenações em massa em meio aos conflitos e à instabilidade política que caracterizou os dois países africanos ao longo de 2014.
Na China, os carrascos executaram mais pessoas do que em todo o resto do mundo somado. Não foi possível precisar o número de execuções por causa do segredo de Estado, mas a Anistia estima que as execuções no país sejam milhares todos os anos.
Seguem-se à China o Irã (289 execuções anunciadas pelas autoridades e pelo menos 454 não reconhecidas, mas estimadas pela Anistia), a Arábia Saudita (pelo menos 90 execuções), o Iraque (pelo menos 61) e os Estados Unidos (35). Na Europa, houve execuções apenas na Bielorrússia, onde, em 2014, o carrasco agiu pelo menos três vezes depois de uma pausa que durou 24 meses. Decapitação, enforcamento, injeção letal e fuzilamento foram os métodos de execução utilizados em 2014.
A boa notícia, além da ligeira queda nas execuções em todo o mundo, é que vários países vêm dando passos para abolir a pena capital.
Fonte: Zenit.
A Anistia denuncia os países que no ano passado "recorreram à pena capital na tentativa fútil de impedir o crime, o terrorismo e a instabilidade interna". Um exemplo é o Paquistão, que retomou as execuções após o ataque talibã contra uma escola em Peshawar e só em dezembro passado matou sete pessoas, além de anunciar outras centenas de execuções por crimes de "terrorismo".
O fato de os países usarem a pena de morte para combater o terrorismo, na opinião de Salil Shetty, secretário geral da Anistia, é "realmente vergonhoso" e se baseia na "falsa teoria da dissuasão". Países como Egito e Nigéria, explicou o representante da organização humanitária, sentenciaram condenações em massa em meio aos conflitos e à instabilidade política que caracterizou os dois países africanos ao longo de 2014.
Na China, os carrascos executaram mais pessoas do que em todo o resto do mundo somado. Não foi possível precisar o número de execuções por causa do segredo de Estado, mas a Anistia estima que as execuções no país sejam milhares todos os anos.
Seguem-se à China o Irã (289 execuções anunciadas pelas autoridades e pelo menos 454 não reconhecidas, mas estimadas pela Anistia), a Arábia Saudita (pelo menos 90 execuções), o Iraque (pelo menos 61) e os Estados Unidos (35). Na Europa, houve execuções apenas na Bielorrússia, onde, em 2014, o carrasco agiu pelo menos três vezes depois de uma pausa que durou 24 meses. Decapitação, enforcamento, injeção letal e fuzilamento foram os métodos de execução utilizados em 2014.
A boa notícia, além da ligeira queda nas execuções em todo o mundo, é que vários países vêm dando passos para abolir a pena capital.
Fonte: Zenit.
domingo, 5 de abril de 2015
Homilia do Papa Francisco na Vigília Pascal
O Papa Francisco presidiu neste Sábado Santo, 4 de abril, na Basílica de São Pedro, a solene Vigília Pascal da Ressurreição do Senhor. Eis a homilia do Santo Padre, na íntegra.
Esta é uma noite de vigília.
Não dorme o Senhor, vigia o Guardião do seu povo (cf. Sl 121/120, 4) para fazê-lo sair da escravidão e abrir-lhe a estrada da liberdade.
O Senhor vigia e, com a força do seu amor, faz passar o povo através do Mar Vermelho; e faz passar Jesus através do abismo da morte e da mansão dos mortos.
Foi uma noite de vigília para os discípulos e as discípulas de Jesus. Noite de desolação e de medo. Os homens permaneceram fechados no Cenáculo. As mulheres, ao contrário, ao alvorecer do dia depois do sábado foram ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus. Tinham o coração cheio de angústia e perguntavam-se: «Como faremos para entrar? Quem nos fará rolar a pedra do sepulcro?». Mas eis o primeiro sinal do Evento: a grande pedra já fora removida e o túmulo estava aberto!
«Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca» (Mc 16, 5). As mulheres foram as primeiras a ver este grande sinal: o túmulo vazio; e foram as primeiras a entrar nele.
«Entrando no sepulcro». Faz-nos bem, nesta noite de vigília, deter-nos a reflectir sobre a experiência das discípulas de Jesus, que nos interpela a nós também. Realmente é para isto que estamos aqui: para entrar, entrar no Mistério que Deus realizou com a sua vigília de amor.
Não se pode viver a Páscoa, sem entrar no mistério. Não é um facto intelectual, não é só conhecer, ler... É mais, é muito mais!
«Entrar no mistério» significa capacidade de estupefacção, de contemplação; capacidade de escutar o silêncio e ouvir o sussurro de um fio de silêncio sonoro em que Deus nos fala (cf. 1 Re 19, 12).
Entrar no mistério requer de nós que não tenhamos medo da realidade: não nos fechemos em nós mesmos, não fujamos perante aquilo que não entendemos, não fechemos os olhos diante dos problemas, não os neguemos, não eliminemos as questões...
Entrar no mistério significa ir além da comodidade das próprias seguranças, além da preguiça e da indiferença que nos paralisam, e pôr-se à procura da verdade, da beleza e do amor, buscar um sentido não óbvio, uma resposta não banal para as questões que põem em crise a nossa fé, a nossa lealdade e nossa razão.
Para entrar no mistério, é preciso humildade, a humildade de rebaixar-se, de descer do pedestal do meu eu tão orgulhoso, da nossa presunção; a humildade de se reajustar, reconhecendo o que realmente somos: criaturas, com valores e defeitos, pecadores necessitados de perdão. Para entrar no mistério, é preciso este abaixamento que é impotência, esvaziamento das próprias idolatrias, adoração. Sem adorar, não se pode entrar no mistério.
Tudo isto nos ensinam as mulheres discípulas de Jesus. Elas estiveram de vigia naquela noite, juntamente com a Mãe. E Ela, a Virgem Mãe, ajudou-as a não perderem a fé nem a esperança. Deste modo, não ficaram prisioneiras do medo e da angústia, mas às primeiras luzes da aurora saíram, levando na mão os seus perfumes e com o coração perfumado de amor. Saíram e encontraram o sepulcro aberto. E entraram. Vigiaram, saíram e entraram no Mistério. Aprendamos com elas a vigiar com Deus e com Maria, nossa Mãe, para entrar no Mistério que nos faz passar da morte à vida.
Fonte: Rádio Vaticana
Esta é uma noite de vigília.
Não dorme o Senhor, vigia o Guardião do seu povo (cf. Sl 121/120, 4) para fazê-lo sair da escravidão e abrir-lhe a estrada da liberdade.
O Senhor vigia e, com a força do seu amor, faz passar o povo através do Mar Vermelho; e faz passar Jesus através do abismo da morte e da mansão dos mortos.
Foi uma noite de vigília para os discípulos e as discípulas de Jesus. Noite de desolação e de medo. Os homens permaneceram fechados no Cenáculo. As mulheres, ao contrário, ao alvorecer do dia depois do sábado foram ao sepulcro para ungir o corpo de Jesus. Tinham o coração cheio de angústia e perguntavam-se: «Como faremos para entrar? Quem nos fará rolar a pedra do sepulcro?». Mas eis o primeiro sinal do Evento: a grande pedra já fora removida e o túmulo estava aberto!
«Entrando no sepulcro, viram um jovem sentado à direita, vestido com uma túnica branca» (Mc 16, 5). As mulheres foram as primeiras a ver este grande sinal: o túmulo vazio; e foram as primeiras a entrar nele.
«Entrando no sepulcro». Faz-nos bem, nesta noite de vigília, deter-nos a reflectir sobre a experiência das discípulas de Jesus, que nos interpela a nós também. Realmente é para isto que estamos aqui: para entrar, entrar no Mistério que Deus realizou com a sua vigília de amor.
Não se pode viver a Páscoa, sem entrar no mistério. Não é um facto intelectual, não é só conhecer, ler... É mais, é muito mais!
«Entrar no mistério» significa capacidade de estupefacção, de contemplação; capacidade de escutar o silêncio e ouvir o sussurro de um fio de silêncio sonoro em que Deus nos fala (cf. 1 Re 19, 12).
Entrar no mistério requer de nós que não tenhamos medo da realidade: não nos fechemos em nós mesmos, não fujamos perante aquilo que não entendemos, não fechemos os olhos diante dos problemas, não os neguemos, não eliminemos as questões...
Entrar no mistério significa ir além da comodidade das próprias seguranças, além da preguiça e da indiferença que nos paralisam, e pôr-se à procura da verdade, da beleza e do amor, buscar um sentido não óbvio, uma resposta não banal para as questões que põem em crise a nossa fé, a nossa lealdade e nossa razão.
Para entrar no mistério, é preciso humildade, a humildade de rebaixar-se, de descer do pedestal do meu eu tão orgulhoso, da nossa presunção; a humildade de se reajustar, reconhecendo o que realmente somos: criaturas, com valores e defeitos, pecadores necessitados de perdão. Para entrar no mistério, é preciso este abaixamento que é impotência, esvaziamento das próprias idolatrias, adoração. Sem adorar, não se pode entrar no mistério.
Tudo isto nos ensinam as mulheres discípulas de Jesus. Elas estiveram de vigia naquela noite, juntamente com a Mãe. E Ela, a Virgem Mãe, ajudou-as a não perderem a fé nem a esperança. Deste modo, não ficaram prisioneiras do medo e da angústia, mas às primeiras luzes da aurora saíram, levando na mão os seus perfumes e com o coração perfumado de amor. Saíram e encontraram o sepulcro aberto. E entraram. Vigiaram, saíram e entraram no Mistério. Aprendamos com elas a vigiar com Deus e com Maria, nossa Mãe, para entrar no Mistério que nos faz passar da morte à vida.
Fonte: Rádio Vaticana
sábado, 4 de abril de 2015
Vigília Pascal e Domingo de Páscoa
Vigília Pascal, Ciclo B
Textos: Gn 1, 1- 2, 2; Gn 22, 1-18; Ex 14, 15 - 15, 1; Is 54, 5-14; Is 55, 1-11; Ba 3, 9-15. 32 – 4, 4; Ez 36, 16-28; Rm 6, 3-11; Mc 16, 1-7
Ideia principal: Deixar-nos conquistar e envolver pela alegria desta noite, para entrar na Páscoa, junto com Jesus.
Síntese da mensagem: Na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo sentimos uma grande ausência e tristeza. Altares despojados. Imagens cobertas com um pano roxo. Nem sequer uma flor. Nada de lâmpadas acesas. E toda a Igreja, e com ela nós, permanecemos silenciosos ao pé do sepulcro de Cristo meditando emocionados até o momento da Vigília pascal onde o choro se transforma em alegria, a tristeza em gozo e a solidão em presencia do Ressuscitado. A terra estéril e seca da humanidade, agora regada com a água e o sangue do flanco de Cristo, está fazendo brotar novos filhos de Deus e fecundidade espiritual.
Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugar, as mulheres do evangelho de hoje viviam na tristeza por causa da perda de Cristo. Santas mulheres que na vida de Cristo o seguiram com fidelidade, serviram-no com carinho oferecendo os seus bens e com a morte de Cristo se sentiam perdidas e sem rumo. Tanto era o amor por Jesus! Deus as premiou e lhes enviou um anjo que lhes anunciou a notícia mais importante: “Cristo ressuscitou!”. E elas, no começo, temerosas, pois não estavam preparadas para escutar algo tão inaudito. Aliás, quem tiraria delas essa pedra que pesava no seu coração? Mais tarde, elas se encheram de alegria e foram para anunciar e contagiar este gozo profundo. Experimentaram na sua alma a presencia invisível de Cristo ressuscitado, invisível aos olhos humanos e só perceptível aos olhos da fé.
Em segundo lugar, muitos hoje também vivem na sua tristeza e angustia existencial, no seu cepticismo mental, no seu ateísmo prático, no seu indiferentismo religioso, no seu pragmatismo fácil, no seu hedonismo sensual. Também estas pessoas necessitam escutar hoje da boca da Igreja que Cristo vive e ressuscitou. Nós devemos ser esses “anjos” que os animem e abram para eles a esperança da ressurreição de Cristo. Só assim converterão a sua angústia existencial em serenidade, o seu cepticismo e ateísmo em fé sobrenatural, o seu indiferentismo em interesse positivo pela religião, o seu pragmatismo em gratuidade e adoração, o seu hedonismo em busca do sentido da cruz de cada dia. Que aconteça em nós o diz o Papa Francisco: “O grande risco do mundo atual, com a sua múltipla e esmagadora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração cômodo e avaro, da busca doentia de prazeres superficiais, da consciência isolada” (Evangelii gaudium, 2).
Finalmente, quem sabe nós necessitamos escutar esta esplêndida notícia: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira dos que se encontram com Jesus. Quem se deixa salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo sempre nasce e renasce a alegria” (Evangelii gaudium, 1). Na carta “Alegrem-se”, dedicada aos consagrados, nos diz: “A alegria não é um enfeite supérfluo, é uma exigência e fundamento da vida humana. Na peleja de cada dia, todo homem e mulher tende a alcançar e viver a alegria com todo o seu ser. No mundo com frequência chega a faltar a alegria. Não estamos chamados a realizar gestos épicos nem a proclamar palavras altissonantes, mas a testemunhar a alegria que provem da certeza de nos sentir amados e da confiança de ser salvos”. “Todo cristão, especialmente nós, consagrados, estamos chamados a sermos portadores desta mensagem de esperança que dá serenidade e alegria: a consolação de Deus, a sua ternura para com todos. Porém, só poderemos ser portadores se experimentarmos antes a alegria de ser consolados por Ele, de ser amados por Ele” (Papa Francisco 7 de julho de 2013 aos noviços e seminaristas em Roma).
Para refletir: Deixo-me contagiar pela alegria de Cristo ressuscitado? Ou vivo num contínuo tédio, tristeza e angustia? Por quê? Transmito a alegria de Cristo ao meu redor, na minha família, no trabalho, na paróquia, nas comunidades?
Para rezar: Rezemos com o Papa Francisco: “Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: Senhor, deixei-me enganar, de mil formas fugi do vosso amor; mas aqui estou de volta para renovar a minha aliança convosco. Necessito-vos. Resgatai-me de novo, Senhor, aceitai-me uma vez mais entre os vossos braços redentores” (Evangelii gaudium, 3). Livrai-me do egoísmo e da auto referência. Em Vós e no serviço ao meu irmão encontro a verdadeira alegria.
***
Domingo de Páscoa, Ciclo B
Textos: Atos 10, 34.37-43; Col 3, 1-4; Jo 20, 1-9
Ideia principal: Vivamos uma vida pascal, pois há em nós um desejo de ser imortais.
Síntese da mensagem: Páscoa é muito mais que uma festa ou tempo litúrgico. É um estilo de vida, um modo de pensar, de sentir, de querer, de agir, de falar, que começa aqui na terra e se prolonga na eternidade. Páscoa é compromisso com uma nova vida com Cristo Ressuscitado, que implica um morrer ao homem velho e um viver segundo o homem novo. E este compromisso começou no dia do batismo. E se prolonga na eternidade.
Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugar, antes da Páscoa os apóstolos atuavam de modo muito humano na sua vida. Pensavam com categorias humanas. Reagiam e se comportavam muito humanamente. Buscavam só as coisas daqui de baixo, como nos lembra hoje são Paulo na sua carta aos colossenses. Agora entendemos tantos defeitos destes apóstolos de Jesus: as suas invejas e ambições, as suas brigas e intransigências, as suas fraquezas e debilidades, medos e covardias. A ressurreição de Cristo lhes deu a força, a coragem e a valentia que necessitavam para levar uma vida nova de maior entrega aos demais, uma energia para o bem, maior valentia na luta contra mal, uma fé e esperança mais firmes. E depois da ressurreição se lançaram a serem testemunhas da ressurreição de Cristo por todo o mundo com ousadia, até sofrer o martírio por Ele. Sim, por convencidos pregaram essa ressurreição que eles presenciaram; por pregá-la eles puseram em jogo a vida e, por pôr em jogo a própria vida, perderam-na, dando o seu sangue por Cristo. E agora vivem eternamente essa vida do Ressuscitado.
Em segundo lugar, pela força do testemunho e da vida destes apóstolos, detrás deles correram à fé milhões de todas as raças, séculos, culturas, continentes, civilizações... Por dois mil anos, como heróis. E também mudaram de vida. De uma vida talvez dissipada a uma vida boa. De uma vida boa a uma vida melhor. De uma vida melhor a uma vida santa. Isto é viver segundo a Páscoa. Que nos falem santa Maria Madalena e santo Agostinho, que falem santa Catarina de Sena e são Bernardo de Claraval; que falem santa Teresa e santo Inácio de Loiola. E que fale cada um de nós. Cada ano nós entramos no sepulcro como são João: “vemos e cremos
”. E graças a essa fé podemos viver uma vida nova, por ter morto ao homem velho e passional.
Finalmente, para quem vive como disse o poeta alemão Hans Thomma: “Venho e não sei de onde, sou e não sei quem sou, vivo sem saber quanto, morro e não sei quando, parto sem saber para onde, maravilha-me ser feliz”, eu sim sei responder a isto: Cristo ressuscitado dá a resposta; ou melhor, Ele é a resposta. E se a ressurreição for mentira? Confesso que não tenho uma só razão filosófica para rejeitar essa ideia, mas desafio a qualquer um que me mostre pelo menos uma razão para eu refutá-la. E se a ressurreição for verdade? Confesso que não tenho uma só razão filosófica para demonstrá-la, mas desafio a qualquer um que me mostre uma só razão para eu refutá-la. Eu não tenho razões humanas. Mas tenho razão: os testemunhos, vidas heroicas, mortes soberanas, das testemunhas do ressuscitado. E quando doze homens e, milhões depois deles, morrem por alguém é que morrem por algo: pela verdade. Quem dá mais? Levamos dentro a ânsia de uma vida nova e o desejo de ser imortais.
Para refletir: Percebe-se em mim a vida nova de Cristo ressuscitado? Em que: nos meus pensamentos limpos e nobres, nos meus afetos ordenados e puros, nas minhas palavras sinceras e autênticas, nas minhas decisões honestas e retas?
Para rezar: Senhor, que também eu dê testemunho da vossa ressurreição para que os que me cercam creiam que Vós estais vivo e eles vos sigam.
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
Ideia principal: Deixar-nos conquistar e envolver pela alegria desta noite, para entrar na Páscoa, junto com Jesus.
Síntese da mensagem: Na Sexta-feira Santa e no Sábado Santo sentimos uma grande ausência e tristeza. Altares despojados. Imagens cobertas com um pano roxo. Nem sequer uma flor. Nada de lâmpadas acesas. E toda a Igreja, e com ela nós, permanecemos silenciosos ao pé do sepulcro de Cristo meditando emocionados até o momento da Vigília pascal onde o choro se transforma em alegria, a tristeza em gozo e a solidão em presencia do Ressuscitado. A terra estéril e seca da humanidade, agora regada com a água e o sangue do flanco de Cristo, está fazendo brotar novos filhos de Deus e fecundidade espiritual.
Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugar, as mulheres do evangelho de hoje viviam na tristeza por causa da perda de Cristo. Santas mulheres que na vida de Cristo o seguiram com fidelidade, serviram-no com carinho oferecendo os seus bens e com a morte de Cristo se sentiam perdidas e sem rumo. Tanto era o amor por Jesus! Deus as premiou e lhes enviou um anjo que lhes anunciou a notícia mais importante: “Cristo ressuscitou!”. E elas, no começo, temerosas, pois não estavam preparadas para escutar algo tão inaudito. Aliás, quem tiraria delas essa pedra que pesava no seu coração? Mais tarde, elas se encheram de alegria e foram para anunciar e contagiar este gozo profundo. Experimentaram na sua alma a presencia invisível de Cristo ressuscitado, invisível aos olhos humanos e só perceptível aos olhos da fé.
Em segundo lugar, muitos hoje também vivem na sua tristeza e angustia existencial, no seu cepticismo mental, no seu ateísmo prático, no seu indiferentismo religioso, no seu pragmatismo fácil, no seu hedonismo sensual. Também estas pessoas necessitam escutar hoje da boca da Igreja que Cristo vive e ressuscitou. Nós devemos ser esses “anjos” que os animem e abram para eles a esperança da ressurreição de Cristo. Só assim converterão a sua angústia existencial em serenidade, o seu cepticismo e ateísmo em fé sobrenatural, o seu indiferentismo em interesse positivo pela religião, o seu pragmatismo em gratuidade e adoração, o seu hedonismo em busca do sentido da cruz de cada dia. Que aconteça em nós o diz o Papa Francisco: “O grande risco do mundo atual, com a sua múltipla e esmagadora oferta de consumo, é uma tristeza individualista que brota do coração cômodo e avaro, da busca doentia de prazeres superficiais, da consciência isolada” (Evangelii gaudium, 2).
Finalmente, quem sabe nós necessitamos escutar esta esplêndida notícia: “A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira dos que se encontram com Jesus. Quem se deixa salvar por Ele são libertados do pecado, da tristeza, do vazio interior, do isolamento. Com Jesus Cristo sempre nasce e renasce a alegria” (Evangelii gaudium, 1). Na carta “Alegrem-se”, dedicada aos consagrados, nos diz: “A alegria não é um enfeite supérfluo, é uma exigência e fundamento da vida humana. Na peleja de cada dia, todo homem e mulher tende a alcançar e viver a alegria com todo o seu ser. No mundo com frequência chega a faltar a alegria. Não estamos chamados a realizar gestos épicos nem a proclamar palavras altissonantes, mas a testemunhar a alegria que provem da certeza de nos sentir amados e da confiança de ser salvos”. “Todo cristão, especialmente nós, consagrados, estamos chamados a sermos portadores desta mensagem de esperança que dá serenidade e alegria: a consolação de Deus, a sua ternura para com todos. Porém, só poderemos ser portadores se experimentarmos antes a alegria de ser consolados por Ele, de ser amados por Ele” (Papa Francisco 7 de julho de 2013 aos noviços e seminaristas em Roma).
Para refletir: Deixo-me contagiar pela alegria de Cristo ressuscitado? Ou vivo num contínuo tédio, tristeza e angustia? Por quê? Transmito a alegria de Cristo ao meu redor, na minha família, no trabalho, na paróquia, nas comunidades?
Para rezar: Rezemos com o Papa Francisco: “Este é o momento para dizer a Jesus Cristo: Senhor, deixei-me enganar, de mil formas fugi do vosso amor; mas aqui estou de volta para renovar a minha aliança convosco. Necessito-vos. Resgatai-me de novo, Senhor, aceitai-me uma vez mais entre os vossos braços redentores” (Evangelii gaudium, 3). Livrai-me do egoísmo e da auto referência. Em Vós e no serviço ao meu irmão encontro a verdadeira alegria.
***
Domingo de Páscoa, Ciclo B
Textos: Atos 10, 34.37-43; Col 3, 1-4; Jo 20, 1-9
Ideia principal: Vivamos uma vida pascal, pois há em nós um desejo de ser imortais.
Síntese da mensagem: Páscoa é muito mais que uma festa ou tempo litúrgico. É um estilo de vida, um modo de pensar, de sentir, de querer, de agir, de falar, que começa aqui na terra e se prolonga na eternidade. Páscoa é compromisso com uma nova vida com Cristo Ressuscitado, que implica um morrer ao homem velho e um viver segundo o homem novo. E este compromisso começou no dia do batismo. E se prolonga na eternidade.
Pontos da ideia principal:
Em primeiro lugar, antes da Páscoa os apóstolos atuavam de modo muito humano na sua vida. Pensavam com categorias humanas. Reagiam e se comportavam muito humanamente. Buscavam só as coisas daqui de baixo, como nos lembra hoje são Paulo na sua carta aos colossenses. Agora entendemos tantos defeitos destes apóstolos de Jesus: as suas invejas e ambições, as suas brigas e intransigências, as suas fraquezas e debilidades, medos e covardias. A ressurreição de Cristo lhes deu a força, a coragem e a valentia que necessitavam para levar uma vida nova de maior entrega aos demais, uma energia para o bem, maior valentia na luta contra mal, uma fé e esperança mais firmes. E depois da ressurreição se lançaram a serem testemunhas da ressurreição de Cristo por todo o mundo com ousadia, até sofrer o martírio por Ele. Sim, por convencidos pregaram essa ressurreição que eles presenciaram; por pregá-la eles puseram em jogo a vida e, por pôr em jogo a própria vida, perderam-na, dando o seu sangue por Cristo. E agora vivem eternamente essa vida do Ressuscitado.
Em segundo lugar, pela força do testemunho e da vida destes apóstolos, detrás deles correram à fé milhões de todas as raças, séculos, culturas, continentes, civilizações... Por dois mil anos, como heróis. E também mudaram de vida. De uma vida talvez dissipada a uma vida boa. De uma vida boa a uma vida melhor. De uma vida melhor a uma vida santa. Isto é viver segundo a Páscoa. Que nos falem santa Maria Madalena e santo Agostinho, que falem santa Catarina de Sena e são Bernardo de Claraval; que falem santa Teresa e santo Inácio de Loiola. E que fale cada um de nós. Cada ano nós entramos no sepulcro como são João: “vemos e cremos
”. E graças a essa fé podemos viver uma vida nova, por ter morto ao homem velho e passional.
Finalmente, para quem vive como disse o poeta alemão Hans Thomma: “Venho e não sei de onde, sou e não sei quem sou, vivo sem saber quanto, morro e não sei quando, parto sem saber para onde, maravilha-me ser feliz”, eu sim sei responder a isto: Cristo ressuscitado dá a resposta; ou melhor, Ele é a resposta. E se a ressurreição for mentira? Confesso que não tenho uma só razão filosófica para rejeitar essa ideia, mas desafio a qualquer um que me mostre pelo menos uma razão para eu refutá-la. E se a ressurreição for verdade? Confesso que não tenho uma só razão filosófica para demonstrá-la, mas desafio a qualquer um que me mostre uma só razão para eu refutá-la. Eu não tenho razões humanas. Mas tenho razão: os testemunhos, vidas heroicas, mortes soberanas, das testemunhas do ressuscitado. E quando doze homens e, milhões depois deles, morrem por alguém é que morrem por algo: pela verdade. Quem dá mais? Levamos dentro a ânsia de uma vida nova e o desejo de ser imortais.
Para refletir: Percebe-se em mim a vida nova de Cristo ressuscitado? Em que: nos meus pensamentos limpos e nobres, nos meus afetos ordenados e puros, nas minhas palavras sinceras e autênticas, nas minhas decisões honestas e retas?
Para rezar: Senhor, que também eu dê testemunho da vossa ressurreição para que os que me cercam creiam que Vós estais vivo e eles vos sigam.
Qualquer sugestão ou dúvida podem se comunicar com o padre Antonio neste e-mail: arivero@legionaries.org
quinta-feira, 2 de abril de 2015
"Cristo venceu a morte, e nós vencemo-la com Ele"
Ontem quarta-feira, o Santo Padre Francisco presidiu a tradicional catequese de quarta-feira, na Praça de São Pedro repleta de fiéis e peregrinos de todo o mundo. A bordo do papamóvel, ele passou entre os féis, cumprimentando, abençoando e despertando entusiasmo, alegria e emoção. Muitas pessoas estendiam os braços para registrar o momento, fotografando com celulares, câmeras e tablets, já outros, cantavam.
O Papa refletiu sobre os dias que a Igreja Católica celebra nesta semana. Resumindo em português, ele pediu que “nos próximos dias do Tríduo Pascal, não nos limitemos a comemorar a paixão, morte e ressurreição de Cristo, mas façamos nossos os sentimentos e atitudes d’Ele, como nos diz o apóstolo São Paulo: «Tende os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus».
Ele explicou que “são sentimentos de entrega e serviço, como vemos quando lavou os pés aos seus discípulos e Se deu todo a eles sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho na Última Ceia. Na Eucaristia, entramos em comunhão com Cristo Servo para podermos amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”, afirmou o Pontífice. “Ele amou-nos até ao dom total da sua vida, realizado em Sexta-feira Santa na Cruz – continuou- transformando então o suplício mais celerado no mais perfeito, pleno e puro ato de amor”.
E destacou ainda que assim temos de fazer nós também, porque “só nos tornamos capazes de salvação, oferecendo a nossa própria carne: devemos carregar aos ombros o mal do mundo e compartilhar o seu sofrimento, absorvendo-o profundamente na nossa carne, como fez Jesus, como fizeram os mártires”.
“É verdade que às vezes a escuridão parece envolver a alma: «Já não há nada a fazer!» E o coração sente-se sem forças para amar. São as trevas que envolvem a terra”, afirmou Francisco.
E continuou, recordando que “Jesus conheceu-as: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?». Tinha ainda o Pai e, nas suas mãos, entregou o espírito”. Neste momento, Francisco destacou a presença de Nossa Senhora: “Quando caiu o silêncio da morte, quando a criação mergulhou na escuridão, permanece Maria, sua Mãe, mantendo acesa a chama da fé esperando, contra toda a esperança, na ressurreição de Jesus. E tinha razão! - exclamou Francisco-. “Na Vigília, ressoa de novo o Aleluia pascal. É-nos dada a luz do Ressuscitado para que, em nós, já não viva o lamento «não há nada a fazer» mas a esperança de quem se abre a um presente cheio de futuro: Cristo venceu a morte, e nós vencemo-la com Ele”.
No final da Audiência, o Papa também saudou “de coração” os peregrinos de língua portuguesa, desejando “um Tríduo Pascal verdadeiramente santo que vos ajude a viver a Páscoa, cheios de alegria, consolação e esperança, como convém a quantos ressuscitaram com Cristo”, e desejou a todos “Boa Páscoa!”.
Francisco dirigiu algumas palavras, em particular, aos jovens, doentes e recém casados, recordando que nesta quinta-feira 2 de abril, ocorre o décimo aniversário da morte de São João Paulo II. Por isso, pediu que o exemplo e o testemunho deste santo estejam sempre vivos entre nós. Assim, pediu aos jovens que aprendam a enfrentar a vida com ardor e entusiasmo; aos doentes, que levem a cruz do sofrimento como Ele nos ensinou; e aos recém casados, que coloquem sempre Deus ao centro, a fim que a vida conjugal tenha mais amor e felicidade.
Íntegra da catequese: www.zenit.org/pt/articles/papa-a-pedra-da-dor-e-abatida-deixando-espaco-a-esperanca
O Papa refletiu sobre os dias que a Igreja Católica celebra nesta semana. Resumindo em português, ele pediu que “nos próximos dias do Tríduo Pascal, não nos limitemos a comemorar a paixão, morte e ressurreição de Cristo, mas façamos nossos os sentimentos e atitudes d’Ele, como nos diz o apóstolo São Paulo: «Tende os mesmos sentimentos que estão em Cristo Jesus».
Ele explicou que “são sentimentos de entrega e serviço, como vemos quando lavou os pés aos seus discípulos e Se deu todo a eles sob as espécies eucarísticas do pão e do vinho na Última Ceia. Na Eucaristia, entramos em comunhão com Cristo Servo para podermos amar-nos uns aos outros como Ele nos amou”, afirmou o Pontífice. “Ele amou-nos até ao dom total da sua vida, realizado em Sexta-feira Santa na Cruz – continuou- transformando então o suplício mais celerado no mais perfeito, pleno e puro ato de amor”.
E destacou ainda que assim temos de fazer nós também, porque “só nos tornamos capazes de salvação, oferecendo a nossa própria carne: devemos carregar aos ombros o mal do mundo e compartilhar o seu sofrimento, absorvendo-o profundamente na nossa carne, como fez Jesus, como fizeram os mártires”.
“É verdade que às vezes a escuridão parece envolver a alma: «Já não há nada a fazer!» E o coração sente-se sem forças para amar. São as trevas que envolvem a terra”, afirmou Francisco.
E continuou, recordando que “Jesus conheceu-as: «Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?». Tinha ainda o Pai e, nas suas mãos, entregou o espírito”. Neste momento, Francisco destacou a presença de Nossa Senhora: “Quando caiu o silêncio da morte, quando a criação mergulhou na escuridão, permanece Maria, sua Mãe, mantendo acesa a chama da fé esperando, contra toda a esperança, na ressurreição de Jesus. E tinha razão! - exclamou Francisco-. “Na Vigília, ressoa de novo o Aleluia pascal. É-nos dada a luz do Ressuscitado para que, em nós, já não viva o lamento «não há nada a fazer» mas a esperança de quem se abre a um presente cheio de futuro: Cristo venceu a morte, e nós vencemo-la com Ele”.
No final da Audiência, o Papa também saudou “de coração” os peregrinos de língua portuguesa, desejando “um Tríduo Pascal verdadeiramente santo que vos ajude a viver a Páscoa, cheios de alegria, consolação e esperança, como convém a quantos ressuscitaram com Cristo”, e desejou a todos “Boa Páscoa!”.
Francisco dirigiu algumas palavras, em particular, aos jovens, doentes e recém casados, recordando que nesta quinta-feira 2 de abril, ocorre o décimo aniversário da morte de São João Paulo II. Por isso, pediu que o exemplo e o testemunho deste santo estejam sempre vivos entre nós. Assim, pediu aos jovens que aprendam a enfrentar a vida com ardor e entusiasmo; aos doentes, que levem a cruz do sofrimento como Ele nos ensinou; e aos recém casados, que coloquem sempre Deus ao centro, a fim que a vida conjugal tenha mais amor e felicidade.
Íntegra da catequese: www.zenit.org/pt/articles/papa-a-pedra-da-dor-e-abatida-deixando-espaco-a-esperanca
quarta-feira, 1 de abril de 2015
Boko Haram não consegue atrapalhar as eleições na Nigéria
“As eleições em Maiduguri se realizaram na calma, sem violências ou crises provocadas por Boko Haram”, afirma à Agência Fides Dom Oliver Dashe Doeme, Bispo de Maiduguri, capital do Estado de Borno, uma das áreas no norte da Nigéria mais atingidas pelas violências de Boko Haram, a seita islamista que nasceu justamente naquela cidade, descrevendo o clima com o qual se realizaram as eleições presidenciais e parlamentares em 28 de março.
“Apesar dos ataques conduzidos por Boko Haram em várias localidades, sobretudo rurais, no norte da Nigéria, que causaram infelizmente várias vítimas, a seita islamista não conseguiu impedir a realização das eleições em grande parte da Nigéria”, destaca o Bispo.
Segundo o que foi veiculado pela imprensa nigeriana, dezenas de pessoas foram assassinadas em atentados cometidos pela seita islamista, enquanto o exército nigeriano continuou a combater Boko Haram, inclusive com bombardeios aéreos.
“O único problema sério foi derivado do sistema de reconhecimento eletrônico das impressões digitais dos eleitores, não perfeitamente eficaz, que obrigou alguns deles a voltar mais vezes às urnas para poder votar”, comenta Dom Doeme. Um problema que foi verificado em quase todo o território nacional, a ponto que em algumas áreas o voto se prolongou até domingo, 29 de março, para permitir que os eleitores votassem.
Apesar desses problemas, Dom Doeme conclui com otimismo: “Falando em linhas gerais, pode-se considerar o resultado satisfatório, porque as eleições foram livres e não foram condicionadas pela violência de Boko Haram. Este já é um bom resultado”
Fonte: Zenit.
“Apesar dos ataques conduzidos por Boko Haram em várias localidades, sobretudo rurais, no norte da Nigéria, que causaram infelizmente várias vítimas, a seita islamista não conseguiu impedir a realização das eleições em grande parte da Nigéria”, destaca o Bispo.
Segundo o que foi veiculado pela imprensa nigeriana, dezenas de pessoas foram assassinadas em atentados cometidos pela seita islamista, enquanto o exército nigeriano continuou a combater Boko Haram, inclusive com bombardeios aéreos.
“O único problema sério foi derivado do sistema de reconhecimento eletrônico das impressões digitais dos eleitores, não perfeitamente eficaz, que obrigou alguns deles a voltar mais vezes às urnas para poder votar”, comenta Dom Doeme. Um problema que foi verificado em quase todo o território nacional, a ponto que em algumas áreas o voto se prolongou até domingo, 29 de março, para permitir que os eleitores votassem.
Apesar desses problemas, Dom Doeme conclui com otimismo: “Falando em linhas gerais, pode-se considerar o resultado satisfatório, porque as eleições foram livres e não foram condicionadas pela violência de Boko Haram. Este já é um bom resultado”
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