À margem da coletiva de imprensa, monsenhor Samir respondeu a algumas perguntas de ZENIT, destacando principalmente a própria gratidão pela ajuda demonstrada pela Santa Sé e pelo Pontífice.
Excelência, no mundo católico, tanto no Ocidente quanto no Oriente, são numerosos aqueles que argumentam que o Papa Francisco e o Vaticano não estão suficientemente comprometidos com a paz na Síria e no Iraque e que estejam basicamente calando sobre a perseguição dos cristãos. O que você acha?
Dom Nassar Samir: A Igreja Católica, desde o pontificado de Bento XVI, está fazendo muito pela paz. Cinco anos atrás, houve o Sínodo extraordinário para o Oriente Médio e a Exortação Apostólica pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente se coloca como base para a paz nos nossos territórios.
Quanto ao Papa Francisco, eu acho que é benéfico lembrar que, já em setembro de 2013 conseguiu parar o bombardeio na Síria. O Papa, então, está fazendo muito, através de Cor Unum e da Caritas Internationalis, para ajudar os refugiados na Síria e no Iraque.
O tema do nosso congresso em Castelgandolfo é Eucaristia, mistério de comunhão. O Papa falou-nos esta manhã justamente nesta comunhão e na paz. O que as igrejas na Síria estão se esforçando para fazer é criar essa comunhão e estabelecer as bases para a paz.
Até a Itália está fazendo muito pelo nosso país: todas as escavações arqueológicas na Síria estão nas mãos dos grupos de pesquisa das universidades italianas.
Você acredita que a estratégia de terror que Isis está semeando, poderia, a longo prazo, sair pela culatra e que a população poderia se rebelar?
Dom Nassar Samir: Até o momento, as pessoas se limitam a fugir e não têm a possibilidade de opor muita resistência. Os cristãos do oriente médio são pessoas pacíficas, contrárias à guerra e qualquer tipo de violência. O Isis ainda está distante de Damasco, portanto, não tenho um conhecimento direto da situação, porém, no geral, as pessoas não querem combater os terroristas, querem, pelo contrário, evitar a violência. Alguns escolheram resistir e pegaram em armas, outros preferiram sair e fugir. Aguardam a proteção da Organização das Nações Unidas e das potências mundiais, mas ainda não chega.
Em um cenário tão apocalíptico, como é que é possível para os cristãos não serem dominado pelo medo?
Dom Nassar Samir: Falta medicamentos, médicos, água, eletricidade e, há quatro anos, não há nenhuma possibilidade de emprego ou salário e o valor da moeda local entrou em colapso. Os cristãos mais ricos foram embora, os outros vivem com pouquíssimos meios, por sorte há um pouco de solidariedade que chega e a Igreja está ajudando as famílias a sobreviver: é tudo o que podemos fazer!
Fonte: Zenit.
Nenhum comentário:
Postar um comentário