Se um cristão não leva adiante o dom da fé no Batismo com espírito de serviço, "torna-se um cristão sem força, sem fecundidade", que termina servindo a si mesmo e levando uma "vida triste", esquecendo "as coisas grandes do Senhor”. O Papa insistiu que é impossível servir a dois patrões: “ou a Deus, ou as riquezas”.
O que nos afasta do espírito de serviço? Primeiro, a "preguiça", que nos leva à "comodidade" e ao "egoísmo". Muitos cristãos apenas vão à missa, mas, como mencionado pelo Santo Padre, o espírito de serviço se realiza de muitas maneiras: no "serviço a Deus na adoração, na oração, no louvor, no serviço ao próximo". Jesus entende isso como "serviço até o fim" e "gratuito", daí a expressão: "servos inúteis".
No entanto, é possível perder o espírito de serviço de outras maneiras: muitas vezes os discípulos "tomavam posse do tempo do Senhor, tomavam posse do poder do Senhor: eles o queriam para o seu grupinho" e "afastavam as pessoas para que não perturbassem Jesus”, mas, na verdade, era para ser mais "confortável" para eles. Tomavam posse desta atitude de serviço, “transformando-a em uma estrutura de poder”.
Emblemático, nesse sentido, é a discussão entre os discípulos, quando perguntam quem era o melhor entre eles (cfr. Mc 09:34). Ou a atitude da mãe que "vai pedir ao Senhor que um de seus filhos seja o primeiro-ministro e outro ministro da economia, com todo o poder em suas mãos".
É, portanto, uma "tentação" recorrente na história dos cristãos de todos os tempos; querer se tornar "patrões da fé, patrões do Reino, patrões da Salvação", quando, ao invés, o Senhor nos pede um "serviço na humildade", um "serviço na esperança": esta é a verdadeira "alegria do serviço cristão."
Existe uma cadeia de tentações que afasta o homem do espírito de serviço: "a preguiça leva à comodidade", enquanto "o ter o controle da situação", que transforma o servo em patrão, leva "à soberba, ao orgulho, a tratar mal as pessoas, a se sentir importante"; a achar que tem a salvação nas próprias mãos.
"Que o Senhor nos dê duas grandes graças: a humildade no serviço, a fim de sermos capazes de dizer: 'Somos servos inúteis - mas servos - até o fim"; e a esperança na espera da manifestação, quando o Senhor virá até nós", concluiu o Papa Francisco.
Fonte: Zenit.
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