domingo, 30 de novembro de 2014

Religiosos fazem abertura do Ano da Vida Consagrada, em Brasília

A Conferência dos Religiosos do Brasil, reunirá, no Santuário Dom Bosco, em Brasília - DF, às 18h deste domingo, 30,  religiosos e religiosas da região e de Estados vizinhos, para a abertura do Ano da Vida Consagrada. A Celebração Eucarística  será presidida pelo arcebispo de Palmas -To e presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, dom Pedro Brito  Guimarães. No mesmo horário, haverá uma missa televisionada, celebrada  com os religiosos e fiéis devotos no Santuário de Aparecida, Aparecida –SP.
 
De  acordo com o prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica, do Vaticano, dom João Cardeal de Aviz, os religiosos devem celebrar este momento em três perspectivas, amplas,  que, segundo ele, inspiram um caminho positivo.  “Para o passado,  uma memória grata;  para o futuro, a confiança na fidelidade de Deus;  para o presente, uma entrega apaixonada à nossa vocação”,  afirma.
Para o Superior Provincial da Província Marista Brasil Centro-Sul e membro da Diretoria Nacional da CRB, o religioso Irmão Joaquim Sperandio, o Ano da Vida Consagrada deverá ser para os religiosos tempo de uma reflexão profunda sobre o verdadeiro sentido da Vida Consagrada  em  tempos modernos, adaptando-se à realidade que hoje a ela é apresentada. “Que seja um  grande hino de ação de graças por tudo aquilo que já aconteceu, o que ela já representou para a humanidade e que seja um momento de prospectiva no sentido de olhar para frente e se perguntar como a Vida Consagrada deve se comportar  de agora em diante”,  disse.
A  Superiora Provincial da Província Nossa Senhora dos Pobres de Campo Grande – MS,  pertencente à Congregação das Irmãs de São Vicente de Paulo "Servas dos Pobres" de Gijzegem e membro da diretoria nacional da CRB, Irmã Marlene Oliveira, falou das suas expectativas sobre esse evento eclesial. “É  uma grande alegria poder vivenciar este Ano da Vida  Consagrada com tudo aquilo que a Igreja estará proporcionando à Vida Religiosa no Brasil e uma esperança muito grande com tudo aquilo que nós já estamos lendo como preparação e que causa em nós de novo o encantamento pela Vida Consagrada”, relatou. Irmã Marlene afirmou, ainda, que espera que os religiosos possam viver este ano com abertura a tudo o que será proposto, “se abrindo  a este Kairós, a esta dinâmica da graça que nos vem através do Ano da Vida Consagrada”.
Durante o ano de 2014, o Vaticano propôs aos religiosos e religiosas espalhados em missão pelo mundo, o estudo e aprofundamento sobre a Vida Consagrada  através de duas cartas circulares que versam sobre o tema: ‘Alegrai-vos’, por meio do qual, o Papa Francisco convocou os consagrados e consagradas a cultivarem no cotidiano de suas vidas, a alegria, sinal de uma vida realizada e feliz, consequência de verdadeiro e profundo encontro com o Senhor.“A alegria do Evangelho enche o coração e a vida inteira daqueles que se encontram com Jesus. Com Jesus Cristo, nasce e renasce sem cessar a alegria” (Evangelii Gaudium).
Uma segunda carta, recentemente publicada “Prescrutai”, convida os religiosos a “permanecer com o coração resoluto, fiéis ao Senhor (...)”. Como consagrados, continua o documento, "devemos prescrutar os horizontes da nossa vida e do nosso tempo em vigilante vigília. Prescrutar na noite para reconhecer o fogo que ilumina e guia, prescrutar o céu para reconhecer os sinais anunciadores de bênçãos para a nossa aridez”.
Outras atividades em nível de mundo, acontecerão como abertura do Ano da Vida Consagrada, no próximo final de semana.  No Vaticano,  a abertura se inicia com uma vigília de oração,  no  sábado 29, às 19h,  na Basílica de Santa Maria Maior, seguida da Celebração Eucarística no domingo, às 10h, na Basílica de São Pedro.
A Celebração Eucarística, em Brasília, no domingo, 30, será transmitida pela Rádio Canção Nova.

Fonte: Zenit.

sábado, 29 de novembro de 2014

O que o Papa espera do Ano da Vida Consagrada?

Escreve como Sucessor de Pedro Papa Bergoglio a todos os religiosos e religiosas do mundo, por ocasião do Ano da Vida Consagrada que começará no próximo dia 30 de novembro, e terminará no dia 2 de fevereiro de 2016. Mas se dirige a eles também como “irmão”, “consagrado a Deus como vós”, na carta do 21 de novembro publicada hoje.
 
Uma carta longa e articulada, na qual o Papa dá algumas ideias e indicações para viver este Ano, por ocasião do 50º aniversário da Constituição dogmática Lumen Gentium sobre a Igreja e do Decreto Perfectae Caritatis. Nesse Francisco também indica os objetivos que tal iniciativa se propõe, os mesmos – escreve – já indicados por são João Paulo II à Igreja do terceiro milênio na Exortação pós-sinodal Vita Consacrata.

Objetivos

Para viver plenamente este Ano, afirma Bergoglio, é preciso olhar o passado com gratidão, viver o presente com paixão e abraçar com esperança o futuro.
O passado não para "fazer arqueologia ou cultivar a nostalgia inútil", mas porque lembrar do próprio começo “e uma forma de manter viva a identidade” e fortalecer a unidade da família. E é um modo também para descobrir “incoerências, fruto das debilidades humanas, às vezes também a obrigação de alguns aspectos essenciais do carisma”, conscientes, porém, que "tudo é instrutivo e junto se torna apelo à conversão”.
Observar o presente é útil para compreender se o Evangelho é verdadeiramente o vade-mécum para a vida e as escolhas de cada dia, explica o Santo Padre. Porque "não é suficiente para lê-lo (ainda que a leitura e o estudo são de extrema importância), não basta meditá-lo (e o fazemos com alegria a cada dia). Jesus nos pede para vive-lo, para viver as suas palavras”. Além do mais, continua o pontífice, “o Ano da vida consagrada nos questiona sobre a fidelidade à missão que nos foi confiada", para debater se os ministérios e obras realizadas até agora “respondem ao que o Espírito pediu aos nossos Fundadores” e “são adequadas para conseguir as finalidades na sociedade e na Igreja de hoje”. “Viver o presente com paixão – continua ainda Francisco – significa se tornar especialista de comunhão’”. E “em uma sociedade do conflito, da difícil convivência entre culturas diferentes, do esmagamento dos mais fracos, das desigualdades”, é fundamental mostrar “um modelo concreto de comunidade” que vive em “relações fraternas” segundo “a mística do encontro”.
Falando do futuro, o Papa enumera as dificuldades enfrentadas pela vida consagrada: a diminuição das vocações e o envelhecimento, os problemas econômicos dada as crises financeiras mundiais, a internacionalidade e a globalização, o relativismo, a marginalização, a 'irrelevância social... No entanto, diz, "nestas incertezas é realizada a nossa esperança". Uma esperança que "não se baseia em números ou em obras, mas naquele em quem depositamos nossa confiança e para quem "nada é impossível". Portanto, recomenda o Pontífice, "não ceder à tentação dos números e da eficiência, muito menos naquela de confiar nas próprias forças”. O chamado vai especialmente aos jovens que são o “presente”, porque oferecem “uma contribuição determinante com o frescor e a generosidade” das suas escolhas, e ao mesmo tempo o futuro “porque em breve – destaca o Papa – sereis chamados a tomar em vossas mãos a liderança da animação, da formação, do serviço e da missão".

Expectativas

Na segunda parte da carta, o bispo de Roma começa com uma pergunta: "O que eu espero, em particular, deste ano de graça da Vida consagrada?". Em primeiro lugar, escreve, "que seja sempre verdade que onde há religiosos haja alegria”. Isso significa que "somos chamados a mostrar que Deus é capaz de encher nossos corações e nos fazer felizes, sem necessidade de procurar em outro lugar a nossa felicidade". E que tal alegria se alimenta com "a autêntica fraternidade vivida em nossas comunidades” e com o “dom total no serviço da Igreja, das famílias, dos jovens, dos anciãos, dos pobres”.
"Que entre nós não haja rostos tristes, pessoas infelizes e insatisfeitas", recomenda Bergoglio. Claro - admite - "também nós, como todos os outros homens e mulheres, sentimos dificuldades, noites do espírito, decepções, doenças, perda das forças devido à idade avançada". Precisamente nesta ocasiões, porém, é necessário encontrar a "perfeita alegria", de modo que, "em uma sociedade que ostenta o culto da eficiência, do salutismo do sucesso, possa-se concretizar as palavras de São Paulo: “Quando sou fraco , então é que sou forte".
Não nos esqueçamos, porém, que “A Igreja não cresce por proselitismo, mas por atração", lembra Francisco, citando a Evangelii gaudium. Portanto, "a vida consagrada não cresce se organizamos belas campanhas vocacionais, mas se os jovens e as jovens que nos encontram se sentem atraídos por nós, se nos veem homens e mulheres felizes!”.
Com esta mesma alegria os consagrados são chamados a “acordar o mundo” e a serem “profetas”. Nesta perspectiva, mosteiros,  comunidades, centros de espiritualidade, cidades, escolas, hospitais, casas-família, tornaram-se mais e mais "o fermento para uma sociedade inspirada no Evangelho”.
Mais uma vez, então, um apelo à “comunhão” que se exercita principalmente dentro das respectivas comunidades do Instituto. Aqui – destaca com vigor o Pontífice – atitudes como críticas, fofocas, invejas, ciúmes, antagonismos "não têm o direito morar". Enquanto têm direito à residência a acolhida e atenção recíprocas, a comunhão dos bens materiais e espirituais, a correção fraterna e o respeito pelas pessoas mais fracas”.
Consolidada no próprio Instituto, esta comunhão em seguida, se abre ao exterior, tendo em conta principalmente a relação entre pessoas de diferentes culturas e daquela com os membros dos diferentes institutos. “Não poderia ser este Ano a ocasião para sair com maior coragem dos limites do próprio instituto para elaborar juntos, a nível local e global, projetos comuns de formação, de evangelização, de intervenções sociais?", sugere Francisco. Dessa forma se preservaria “da doença da auto-referencialidade”.
O convite, então, é aquele tipicamente 'bergogliano': "Sair de si mesmos para ir às periferias existenciais”. Porque “existe toda uma humanidade que espera”: pessoas “que perderam toda esperança, famílias em dificuldade, crianças abandonadas, jovens aos quais se impede todo futuro, enfermos e idosos abandonados, ricos saciados de bens e com um vazio no coração, homens e mulheres em busca do sentido da vida, sedentos do divino...”.
Ante tal desconforto generalizado não se pode deixar “asfixiar pelas pequenas encrencas de casa” ou pelos problemas pessoais. “Estes – assegura o Papa – se resolverão se saírem para ajudar os outros a resolverem os seus problemas e a anunciar a Boa Nova. Encontrareis a vida dando a vida, a esperança dando esperança, o amor amando”.
Tudo isso deve ser traduzido em ações concretas "de acolhimento de refugiados, de proximidade com os pobres, de criatividade, na catequese, no anúncio do Evangelho, na iniciação à vida de oração". E mesmo no “emagrecimento das estruturas” e na “reutilização das grandes casas em favor das obras mais adequadas às atuais exigências da evangelização e da caridade”.

Os horizontes do Ano da Vida Consagrada

Indo além dos limites dos Institutos de Vida Consagrada, o Papa, na terceira parte da carta, se dirige aos leigos que, com os consagrados “compartilham ideais, espírito, missão”. A eles o incentivo de vier este Ano “como uma graça que pode tornar-vos mais conscientes do dom recebido”, que deve ser celebrado com toda a “família”. “Em algumas ocasiões – escreve o Santo Padre – quando os consagrados de vários institutos se reunirem, tentem participar também vocês, como expressão do único dom de Deus”, de modo que “se enriqueçam e se apoiem reciprocamente”.
O Sucessor de Pedro, em seguida, fala a todo o povo cristão para que “tome sempre mais consciência do dom que é a presença de tantos consagrados e consagradas, herdeiros de grandes santos que fazem a história do cristianismo”: “O que seria da Igreja sem São Bento e São Basílio, sem Santo Agostinho e São Bernardo, sem São Francisco e Santo Domingos, sem Santo Inácio de Loyola e Santa Teresa D’Avila, sem Santa Angela Merici e São Vicente de Paula? O elenco seria quase infinito, até São João Bosco, à beata Teresa de Calcutá”.
Este ano deve ser, portanto, uma oportunidade para expressar gratidão pelos "dons recebidos e ainda a receber" graças à santidade dos Fundadores, e para reunir-nos em torno das pessoas consagradas, “para alegrar-nos com elas, compartilhar as suas dificuldades, colaborar com elas”. “Mostrem-lhes o afeto e o calor de todo o povo cristão”, recomenda o Papa.
Destaca também a ligação entre família e vida consagrada, ambas “vocações portadoras de riqueza e graça para todos”, espaços de “humanização” e “evangelização”. Com humildade, se dirige aos membros de fraternidades e comunidades pertencentes à Igrejas de tradições diversas daquela católica, que incentiva calorosamente a participar das iniciativas propostas pela Congregação para os Institutos de vida consagrada para que “cresça o conhecimento mútuo, a estima, a colaboração recíproca, de modo que o ecumenismo da vida consagrada seja de ajuda ao amplo caminho rumo à unidade entre todas as Igrejas”.
Duas palavras, por fim, aos irmãos no episcopado: "Que este ano seja uma oportunidade de acolher cordialmente e com alegria a vida consagrada como um capital espiritual que contribua ao bem de todo o corpo de Cristo e não só das famílias religiosas”, escreve o Santo Padre.
Conclui, portanto, exortando os pastores das Igrejas particulares "a uma solicitude especial" na promoção dos diversos carismas, tanto aqueles históricos quanto os novos, “apoiando, animando, ajudando no discernimento, aproximando-os com ternura e amor às situações de sofrimento e de debilidade nas quais possam encontrar-se alguns consagrados”. Tudo para que “a beleza e a santidade” da vida consagrada possam resplandecer em toda a Igreja.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014

Irmã Dulce: 5 razões que te farão amar esse filme

Reproduzimos aos nossos leitores um artigo do Blog o Catequista a respeito do lançamento do filme que retrata a vida da Irmã Dulce, "um filme que evangeliza". A equipe do blog participou da pré-estréia no Rio de Janeiro, onde o filme está agora em cartaz nos cinemas.

“Amar o próximo como a ti mesmo“: como eu vivo esse Mandamento de Cristo? Essa é a pergunta que atravessa como um punhal o coração de cada expectador do filme “Irmã Dulce”, que estreia dos cinemas nesta quinta-feira (27).
O filme é inspirado em fatos reais da vida da pequena freira baiana, que viveu e morreu com fama de santidade. Nascida em uma família de classe média, Irmã Dulce passou boa parte da infância ajudando os mais pobres, e depois consumiu-se de amor por eles em 60 anos de vida religiosa.

A equipe do nosso blog esteve na pré-estreia no Rio de Janeiro, e podemos garantir: O FILME É BOM DEMAIS! O roteiro é simples e a história de irmã Dulce não é contada em seus mínimos detalhes – nem poderia ser, dado o tamanho de sua obra. Mas os pontos fortes do filme brilham muito mais do que os pontos fracos. Para os católicos, em especial, é um programa imperdível, e certamente agradará a grande maioria.
Destacamos a seguir cinco motivos pelos quais você vai amar ver esse filme!

1. O filme comunica os elementos da fé católica com integridade

Muitos filmes que abordam temas relacionados ao universo católico acabam escorregando no quiabo, sendo comuns as distorções sobre a doutrina e as tradições católicas. Mas “Irmã Dulce”, nesse quesito, é notal 10!
A personagem da santa é apresentada como uma autêntica freira católica – uma mulher feliz em sua vocação, profundamente orante e submissa às leis da Igreja. Muito mais do que uma mera “agente social”, Irmã Dulce é retratada como uma mulher que realiza intensamente a sua maternidade.

2. O filme é respeitoso com a Igreja

O filme não esconde – e nem deveria esconder – que Irmã Dulce teve que lutar contra a incompreensão de seus superiores. A missão à qual a santa é impelida por Jesus a realizar (que inclui o socorro aos desvalidos até no meio da madrugada, se necessário) entra em conflito com as regras de sua congregação, que possui normas e horários rígidos. A Igreja, afinal, não está aí há mais de 2 mil anos há toa: em tudo há disciplina e ordem.
Essa realidade é contrabalanceada, porém, por uma tolerante flexibilidade, que em três ocasiões permite que a disciplina se relativize para dar apoio às obras de Irmã Dulce. O justo rigor e o justo amor, assim, se harmonizam sempre no seio da Santa Igreja.

3. O filme é bem-humorado

O gênero do filme é certamente
o melodrama. Mas isso não impede que o bom humor de Irmã Dulce (muito sutil e elegante) delicie o espectador em várias cenas.

4. O filme é emocionante na medida certa

Não há pieguice no filme. O enredo se desenrola de forma a despertar uma emoção franca, impossível de deter pela própria realidade dos fatos.
Sim, são muitas cenas de pobreza, humilhações e dificuldades, mas ninguém deixa a sala do cinema triste: o espectador fica com a encantadora sensação de que essa vida vale a pena ser vivida, especialmente se for uma vida doada e compartilhada com amor.

5. O filme evangeliza

A centralidade da mensagem evangélica – amar o próximo como a nós mesmos – é comunicada com louvor. Ali estão mostrados os frutos de uma vida radicalmente entregue a Cristo, na castidade, renúncia, humildade, perseverança e fé.
Vejam agora o convite que a atriz Regina Braga (que interpreta a Irmã Dulce em sua maturidade) faz exclusivamente para a galera de O Catequista!

https://www.youtube.com/watch?v=ZqlsRi13uJc

[Fonte: Blog O Catequista]

quinta-feira, 27 de novembro de 2014

O Papa em Estrasburgo: "Que a pessoa seja o centro e não a economia"

O Santo Padre Francisco hoje, em Estrasburgo, fez a viagem papal mais curta da história. No total, esteve menos de quatro horas na cidade francesa.
Após o desembarque, às 10h, o Papa foi transferido de carro para a sede do Parlamento Europeu, onde foi recebido pelo presidente Martin Schulz. Ali também havia uma multidão que o esperava, emocionada e com hinos ao Papas. Também alguns funcionários curiosos se aproximaram às janelas para presenciar a chegada do Santo Padre e imortalizar o momento tirando fotos com os telefones celulares.
Depois de ouvir os hinos, o do Vaticano, e o da União Europeia, tocados pela banda militar francesa enquanto a bandeira do Vaticano era içada, o Papa dirigiu-se de carro à entrada de honra do Parlamento: Espace Mariana de Pineda. Aqui foram apresentadas as duas delegações, dos 14 membros do Bureau do Parlamento e dos 8 presidentes dos grupos políticos da Assembleia.
Entre os cumprimentos do Papa aos presentes que estavam nos corredores, Francisco reecontrou-se com a anciã Elma Scmidt, a proprietária da casa que o hospedou em 1986 na Alemanha. Momento em que nenhum dos dois escondeu a emoção e a alegria. Enquanto caminhavam pelo Parlamento, foi possível escutar o Santo Padre falando algumas frases em alemão com o presidente Schulz.
Depois de algumas fotografias, Francisco assinou o livro de Ouro, trocou os presentes e finalmente o Papa se reuniu com o presidente Schulz, na presença de algumas autoridades políticas e eclesiásticas. O pontífice argentino deu um mosaico ao Europarlamento, com uma pomba da paz.
Às 11h15, o papa Francisco entrou no hemiciclo para a Sessão solene do Parlamento Europeu. Depois do discurso de Martin Schulz, o Papa pronunciou seu discurso, que foi interrompido várias vezes por aplausos.

Que a Europa gire ao redor da pessoa e não da economia

Em seu discurso, o Papa convidou os eurodeputados a "construir juntos a Europa, que não gire em torno da economia, mas da sacralidade da pessoa humana, dos valores inalienáveis". Uma Europa "que abrace com coragem seu passado e olhe com confiança o seu futuro para viver plenamente e com esperança o seu presente”.
O Papa destacou que “o ser humano corre o risco de ser reduzido a uma mera engrenagem de um mecanismo que o trate como um simples bem de consumo para ser utilizado, de forma que – lamentavelmente o percebemos muitas vezes – quando a vida já não serve para tal mecanismo ela é descartada sem muitos cuidados, como no caso dos doentes terminais, dos anciãos abandonados e sem atenções, ou das crianças assassinadas antes de nascer”.

As raízes cristãs da Europa

Considerou fundamental "o patrimônio que o cristianismo deixou" o que não constitui uma ameaça para a laicidade dos Estados e para a independência das instituições da União”. E que graças “às próprias raízes religiosas”, pode defender-se melhor de “tantos extremismos que se expandem no mundo atual, também por causa do grande vazio no âmbito dos ideais”, porque “é justamente este esquecimento de Deus, em vez da sua glorificação, o que gera a violência”.

Perseguição religiosa

Pediu também para não esquecer-se das “várias injustiças e perseguições que sofrem diariamente as minorias religiosas, e especialmente cristãs, em várias partes do mundo”.

Investir na família e na educação

"Dar esperança à Europa não significa só reconhecer a centralidade da pessoa humana, mas implica também favorecer as suas qualidades”. Por esta razão, é preciso “investir nela e em todos os âmbitos nos quais os seus talentos se formam e dão fruto”, disse.
"A primeira área – indicó Francisco – é certamente a da educação, começando da família, célula fundamental e elemento precioso de toda a sociedade”.

Defender a criação

O Pontífice também entrou na questão da defesa da criação: “Europa sempre esteve na vanguarda de um compromisso louvável em favor da ecologia", esclarecendo que os homens são "guardiães, mas não proprietários".

Trabalho

Sobre o trabalho lembrou que "é hora de promover as políticas de emprego, mas é necessário, acima de tudo, voltar a dar dignidade ao trabalho", que "não se dirija à exploração das pessoas, mas a garantir, através do trabalho, a possibilidade de construir uma família e de educar os filhos”.

Migração

"Não podemos tolerar que o mar Mediterrâneo se transforme em um grande cemitério”, disse o Santo Padre, e pediu “legislações adequadas que sejam capazes de proteger os direitos dos cidadãos europeus e de garantir ao mesmo tempo a acolhida aos imigrantes”.
Além disso, indicou que "a consciência da própria identidade é essencial nas relações com os outros países vizinhos", particularmente com aqueles que "sofrem por causa de conflitos internos e por causa da pressão do fundamentalismo religioso e do terrorismo internacional".
Dois mil anos unem a Europa ao cristianismo e concluiu afirmando que "dois mil anos de história unem a Europa e o cristianismo. Uma história em que não faltaram conflitos e erros, mas sempre animada pelo desejo de construir para o bem”.
Portanto, convidou a “promover uma Europa protagonista, transmissora de ciência, arte, música, valores humanos e também de fé. A Europa que contempla o céu e persegue ideais; a Europa que olha, defende, e protege o homem; a Europa que caminha sobre a terra segura e firme, precioso dom de referência para toda a humanidade”.

Leia o discurso completo do Papa Francisco

Fonte: Zenit.

terça-feira, 25 de novembro de 2014

Francisco: toda geração é chamada a ser missionária

"A misericórdia muda a história dos indivíduos e até mesmo a história dos povos", disse o papa Francisco durante o seu discurso deste sábado aos participantes no IV Congresso Missionário Nacional, promovido pela Conferência Episcopal Italiana (CEI).
O papa recordou que "toda geração é chamada a ser missionária", a levar aos outros "o que temos dentro de nós", "o que o Senhor nos deu".  Uma Igreja missionária deve estar sempre "a caminho", sem medo de encontrar, de descobrir as novidades, de falar da alegria do Evangelho para todos, sem nenhum tipo de distinção. Esta graça de Deus deve ser conservada, “deve crescer e deve ser dada em herança às novas gerações de cristãos”.
Francisco agradeceu a todos e pediu que cada um se comprometa "com paixão para manter vivo este espírito". O papa precisou também que a missão é tarefa de todos os cristãos, não só de alguns: "Ela é tarefa até das crianças! Nas obras missionárias pontifícias, os pequenos gestos das crianças educam para a missão!".
“Sair a caminho significa superar a tentação de falar somente entre nós mesmos, esquecendo-nos das muitas pessoas que esperam de nós uma palavra de misericórdia, de consolação, de esperança”. O papa disse ainda que as crianças devem receber uma catequese missionária e observou que, às vezes, também na Igreja nos deixamos levar pelo pessimismo, que corre o risco de privar muitos homens e mulheres do anúncio do Evangelho. “Vamos seguir em frente com esperança!”, exclamou Francisco.
Falando dos missionários mártires da fé e da caridade, o Santo Padre afirmou que eles nos indicam que a vitória está somente no amor e em uma vida desgastada pelo Senhor e pelo próximo, a partir dos pobres. “Sair a caminho e não permanecer indiferentes à miséria, à guerra, à violência das nossas cidades, ao abandono dos anciãos, ao anonimato de tanta gente necessitada e à distância dos pequenos. Sair e não tolerar que, nas nossas cidades cristãs, haja crianças que não sabem fazer o sinal da cruz".
Ao encerrar o seu pronunciamento, o Santo Padre recordou que "sair a caminho é ser trabalhadores da paz, dessa paz que nosso Senhor nos dá todos os dias, que Ele dá ao mundo, um mundo que tanto precisa dela". Por isso, prosseguiu o papa, "os missionários não renunciam jamais ao sonho da paz, nem mesmo quando vivem nas dificuldades e nas perseguições, que hoje voltamos a sentir com tanta força".

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Na solenidade de Cristo Rei, Francisco canoniza 6 beatos

No dia da Solenidade de Cristo Rei, o Santo Padre Francisco celebrou a Santa Missa na esplanada da Basílica de São Pedro, e deu o título de santos a quatro beatos italianos e dois da Índia.
 
Ante uma praça de São Pedro repleta de fiéis e peregrinos, ante as pinturas na fachada da basílica dos seis religiosos, o Santo padre lhes proclamo santos. Em seguida as relíquias dos seis foram colocadas ao lado do altar da celebração e incensadas.
Os novos santos são:

- Giovanni Antonio Farina, (1803-1888), bispo de Vicenza, fundador das Irmãs Mestras de Santa Doroteia Filhas dos Sagrados Corações.

- Ludovico de Casoria (1814-1885), sacerdote professo da Ordem dos Frades Menores, fundador da Congregação das Religiosas Franciscanas de Santa Isabel, chamadas “Bigie”.

- Nicola da Longobardi (1650- 1709), oblato professo da Ordem dos Mínimos.

- Amato Ronconi (1226-1292), da Ordem Terceira de São Francisco, fundador do Hospício dos peregrinos de Saludecio, hoje Casa de Repouso / ‘Opera Pia Beato Amato Ronconi'.

- Kuriakose Elias Chavara da Sagrada Família (1805-1871), sacerdote e fundador da Congregação das Carmelitas de Maria Imaculada.

- Euphrasia Eluvathingal do Sagrado Coração (1877-1952), religiosa professa da Congregação das Irmãs da Mãe do Carmelo.

Durante a Missa celebrada em latim, o Evangelho foi proclamado em grego, também para lembrar a união com Roma das Igrejas Orientais.
"A liturgia de hoje nos convida a fixar o olhar a Jesus como Rei do Universo. A linda oração do prefácio nos lembra que o seu reino é ‘reino de verdade e de vida, reino de santidade e de graça, reino de justiça, de amor e de paz”, disse o Santo Padre em sua homilia.
Por isso, acrescentou, "aqueles que estamos chamados a ser pastores na Igreja, não podemos afastar-nos desse modelo, se não quisermos tornar-nos mercenários. Sobre isso o povo de Deus tem um olfato infalível para reconhecer os bons pastores e diferenciá-los dos mercenários”.
"A Salvação – disse o Papa – não começa confessando a realiza de Cristo, mas imitando as obras de misericórdia por meio das quais Ele realizou o Reino”. E “do amor, da proximidade e da ternura com os nossos irmãos. Disso dependerá a nossa entrada ou não no Reino de Deus”.
No final da homilia, o papa Francisco recordou que com o rito de canonização, “mais uma vez confessamos o mistério do reino de Deus e honramos a Cristo Rei, pastor cheio de amor pelo seu rebanho”. E acrescentou: “Que os novos santos, com o seu exemplo e intercessão, façam crescer em nós a alegria de caminhar na via do Evangelho, a decisão de tê-lo como bússila da nossa vida”.
"Sigamos seus passos – concluiu o Santo Padre – imitemos a sua fé e paridade, para que nossa esperança se revista de imortalidade. Não nos deixemos distrair por outros interesses terrenos passageiros. E que nos guie ao reino dos céus, a Mãe, Maria, Rainha de todos os santos. Amém”.

Fonte: Zenit.

sábado, 22 de novembro de 2014

A redenção é gratuita, não é um comércio

A redenção de Jesus é sempre gratuita, por isso a Igreja não deve se tornar um comércio. Este foi o alerta emitido pelo Santo Padre Francisco durante a missa de ontem em Santa Marta. Como explicou o Papa, a liturgia de hoje propõe a passagem do Evangelho na qual Jesus expulsa os vendilhões do Templo, que transformaram a casa de oração em covil de ladrões. O que Jesus faz é um ato de purificação, “o templo tinha sido profanado" e com o Templo, também "o povo de Deus”. Profanado com o grave “pecado do escândalo", disse o Papa.
E continuou: "As pessoas são boas. As pessoas iam ao Templo e não olhavam para estas coisas, porque iam para rezar, para buscar Deus... mas precisavam trocar as moedas para fazer suas ofertas". O povo de Deus não ia ao Templo por estas pessoas, pelos vendedores, mas para o Templo de Deus, e se deparavam com a corrupção que escandalizava", advertiu o Papa. Por isso, explicou o Papa,"eu penso no escândalo que podemos provocar com as nossas atitudes não sacerdotais no Templo, o comércio, o mundanismo... tantas vezes ao entrarmos na Igreja, ainda hoje, há uma lista de preços: batizados, bênçãos, intenções de missa". E o povo se escandaliza, observou o Papa.
A propósito, o Papa contou uma história de certa vez, quando recentemente ordenado, ele “estava com um grupo de universitários, e um casal queria se casar. Tinham ido a uma paróquia: mas queria casar-se com uma Missa. E lá, o secretário paroquial disse: - ‘Não é possível’. Mas porque não se pode com a Missa? Se o Concílio recomenda fazer sempre com a Missa...’. ‘Não é possível porque não podemos passar de 20 minutos’. - ‘Mas por que’? – ‘Porque tem outros horários marcados’. – ‘Mas nós queremos a Missa’. – ‘Então vocês devem pagar dois horários’. E para casar com a Missa tiveram que pagar dois horários. Este é um pecado de escândalo".
Em seguida, o Santo Padre recordou que Jesus diz para aqueles que são a causa de escândalo: “melhor que sejam jogados ao mar”.
Assim, Francisco recordou que "quando os que estão no Templo - sacerdotes, leigos, secretários, que precisam administrar a Pastoral do Templo- transformam-se em homens de negócio, o povo se escandaliza. Nós todos somos responsáveis por isso, inclusive os leigos. Todos!”. Porque -continuou o Pontífice em sua homilia- se eu vejo que isso acontece na minha paróquia, devo ter a coragem de dizer isso cara a cara ao pároco. Ele também advertiu que "as pessoas sofrem com este escândalo. É curioso... o povo de Deus sabe perdoar seus sacerdotes que apresentam alguma fraqueza, que escorregam em um pecado... sabe perdoar. Mas há duas coisas que o povo de Deus não pode perdoar: um padre apegado ao dinheiro e um padre que maltrata as pessoas. Não é possível perdoar. E o escândalo, quando o Templo, a Casa de Deus, se transforma em um lugar de negócios, como naquele casamento: alugava-se a Igreja".
Assim, o Papa explicou também que Jesus "não estava com raiva", "é a ira de Deus, é o zelo pela casa de Deus", porque “não se pode servir a dois senhores, ou se presta culto a Deus vivo, se presta culto ao dinheiro.”
Para concluir a homilia, o Bispo de Roma levantou a questão: “Mas porque Jesus fala do dinheiro?”. À qual respondeu: "Porque a redenção é gratuita; vem trazer a gratuidade de Deus, a gratuidade total do amor de Deus". Aliás, ele lembrou que "quando a Igreja ou as Igrejas se tornam comércios, dizem... eh, a salvação não é tão gratuita... É por isso que Jesus pega o chicote na mão para fazer este rito de purificação no Templo".
Por fim, o Papa recordou que a liturgia de hoje celebra a Apresentação de Nossa Senhora no Templo: da menina... "Uma mulher simples, como Anna, naquele momento, entra com Nossa Senhora". Então, Francisco pediu que ela “ensine a todos nós, a todos os pastores, a todos aqueles que têm responsabilidades pastorais, a manter limpo o Templo, para receber com amor os que vêm, como se cada um fosse Nossa Senhora".

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014

A viagem do papa à Turquia e o caminho ecumênico realizado até aqui



O papa Francisco viajará à Turquia de 28 a 30 de novembro e permanecerá no país durante três dias, visitando Ankara e Istambul. Será a sexta viagem internacional do pontífice, depois de vir ao Brasil e de visitar a Terra Santa, a Coreia e a Albânia, além de ir ao Parlamento Europeu em Estrasburgo, na França, neste próximo dia 25 de novembro.
O papa visitará o mausoléu do fundador da moderna República da Turquia, Mustafá Kemal Atatürk, em Ankara, e o museu da antiga basílica e mesquita de Santa Sofia, assim como a Mesquita Azul, a Catedral do Espírito Santo e o Patriarcado Ortodoxo, em Istambul. Francisco é o quarto pontífice a ir oficialmente à Turquia, depois de Paulo VI em 1967, João Paulo II em 1979 e Bento XVI em 2006.
O Vicariato apostólico da Igreja católica latina de Istambul divulgou um comunicado em que agradece ao Santo Padre pela visita e explica o seu significado em relação à festa de Santo André, padroeiro da Igreja ortodoxa, em 30 de novembro.
Reproduzimos o texto na íntegra:
Comunicado do Vicariato de Istambul sobre a visita do papa Francisco à Turquia
Com todo o povo da Turquia e todos os homens e mulheres de boa vontade, a Igreja católica de Istambul se alegra por este momento histórico da visita que o papa Francisco fará a esta cidade de milenar tradição cristã. Convém recordar que o intercâmbio de visitas das duas Igrejas irmãs da Antiga Roma e da Nova Roma começou depois do encontro do beato papa Paulo VI e do patriarca Atenágoras I em Jerusalém, em 6 de janeiro de 1964. Nos anos seguintes, multiplicaram-se os encontros recíprocos. Em 30 de novembro de 1969, pela primeira vez, a Sé de Roma enviou uma delegação guiada pelo cardeal Willebrand para assistir à Festa de Santo André, padroeiro do patriarcado ecumênico de Constantinopla, aqui em Istambul. No ano seguinte, uma delegação deste patriarcado foi enviada a Roma para a Festa de São Pedro e São Paulo, padroeiros da Igreja de Roma. Desde então, este intercâmbio recíproco vem continuando sem interrupção e, em duas ocasiões, o papa veio pessoalmente à Igreja de São Jorge para festejar junto com os irmãos gregos ortodoxos a festa de seu padroeiro. Por sua vez, o patriarca ecumênico também participou várias vezes da festa dos padroeiros de Roma.
Por isso, a visita do papa Francisco se contextualiza nesta venerável tradição, porque, em palavras do patriarca Bartolomeu I, “queremos trabalhar intensamente e juntos pela santa causa da plena comunhão em Jesus Cristo”. Isto explica por que o papa Francisco participará de uma oração ecumênica na tarde do sábado, 29 de novembro, e na Divina Liturgia do domingo, 30 de novembro, no Fanar. Espera-se também uma declaração comum para continuar os esforços do diálogo ecumênico bilateral. Por motivo das relações diplomáticas entre o Estado Vaticano e o governo da República da Turquia, o papa chegará de Roma diretamente a Ankara, segundo o programa já estabelecido. Além dos discursos protocolares, vemos com gosto o gesto de boa vontade que o papa Francisco mostrará na visita ao presidente de Assuntos Religiosos, que evidencia a presença da Igreja católica na sociedade deste país e a abertura à convivência pacífica das religiões na promoção do diálogo islâmico-cristão.
O encontro do papa Francisco com o pequeno rebanho da Igreja da Turquia acontecerá durante a Eucaristia, sacramento de unidade em Jesus Cristo, que ele presidirá na Catedral do Santo Espírito de Istambul no sábado 29 de novembro de 2014, às 16 horas. Teremos uma concelebração inter-ritual das diferentes tradições da Igreja católica à qual assistirão os representantes das Igrejas do Oriente e das Igrejas protestantes. É significativo que os padroeiros da nossa Igreja local sejam São João Crisóstomo, patriarca de Constantinopla (século IV) e São João XXIII, delegado e administrador apostólico de Istambul (século XX), abraçando toda a história da presença cristã nesta cidade. Como conclusão da celebração eucarística, o patriarca ecumênico Bartolomeu I, junto com o bispo de Roma, papa Francisco, abençoarão a assembleia e todos os que se unirem espiritualmente a nós na Igreja e no mundo.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014

Anglicanos: luz verde para as "bispas"

Com uma votação de braços levantados, a Igreja da Inglaterra dá luz verde às mulheres “bispas”. O Sínodo geral, reunido na Church House de Westminster, deu a sua aprovação formal à legislação - já aprovada pelo Parlamento em outubro - que permite as primeiras ordenações a partir do próximo ano
O sinal verde ocorreu durante a sessão presidida pelo arcebispo de York, John Sentamu, no dia da abertura de Londres. Para a aprovação não se recorreu a nenhum debate, simplesmente à maioria simples. A emenda foi assinada pelos arcebispos de Canterbury e York na frente de todo o Sínodo.
Dessa forma se coloca um ponto final a uma longa e sofrida questão para a Igreja anglicana, que há dois anos, de novembro de 2012, estava para conseguir um resultado semelhante, porém perdido por só seis votos.
O arcebispo de Canterbury Justin Welby, comentando o resultado - relata a BBC - disse: "Hoje podemos começar a abraçar uma nova maneira de ser Igreja e de avançar juntos", garantindo que "vamos continuar a buscar a prosperidade daqueles que não estão de acordo".
A questão ‘mulheres bispas’ continua, de fato, a provocar radicais divisões na Igreja anglicana, entre aqueles que vivem tal mudança como coerente à sua fé e quase ‘necessário’ e os tradicionalistas que manifestam o total desacordo. Por isso a legislação aprovada inclui normas de salvaguarda para as paróquias que não queiram depender de uma “bispa”.
Em todo caso, há 20 anos que as mulheres exercem o ministério ordenado na Churc of England, ordenadas pela primeira vez em 1994. De 7.798 sacerdotes, 1.781 são mulheres: elas representam, portanto, um terço do clero, mas nunca foram capazes de atingir cargos mais elevados.
A votação do Sínodo Geral ‘alinha’ também os anglicanos ingleses com os da Austrália, Canadá, Índia, África do Sul e Estados Unidos, onde faz tempo que as mulheres são admitidas ao episcopado.

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Primeiros diáconos permanentes depois de 400 anos de história da Igreja no Maranhão

No dia 24/11, segunda-feira, a Arquidiocese de São Luís do Maranhão celebrará dois anos da 1ª turma de Diáconos Permanentes, em 400 anos e história da Igreja. Ordenados em 2012, em uma cerimônia religiosa que reuniu todas as Foranias da Arquidiocese e aproximadamente nove mil pessoas, 31 diáconos, 27 pertencentes da Arquidiocese e quatro da Capelania Militar (Exército, Bombeiros e Polícia Militar), passaram a exercer as funções que durante quatro séculos eram exercidas apenas pelos sacerdotes, aumentando assim, o auxílio pastoral, sacramental e nas obras sociais, oferecidos pela Igreja à população da Arquidiocese de São Luís (MA).
Sendo São Luís uma metrópole, o número de sacerdotes para atender aos fiéis, nos sacramentos e na formação doutrinária e moral, ganhou um reforço valioso com os diáconos permanentes. E, a partir de 2015, esse número se prepara para aumentar, com o início uma segunda turma de diáconos permanentes, já com 40 inscritos. Número que beneficiará mais comunidades na Ilha e na parte continental da Arquidiocese.
“Nós abrimos caminho para outros que também possuíam o desejo de servir a Igreja, no diaconato permanente e isso nos deixa muito feliz”, enfatiza o recém-eleito, presidente da Comissão de Diáconos Permanentes, na Arquidiocese de São Luís do Maranhão, diácono Renato Fontoura, da Paróquia São João Batista de Vinhais, Vinhais velho, capital.
Como a quantidade de sacerdotes ainda é pequena, comparado com a extensão geográfica da cidade, o auxílio que os diáconos permanentes prestam às comunidades, podendo realizar as exéquias, batizados e casamentos, é de extrema importância.
“Quando meu filho faleceu, percebi o quanto ficamos frágeis e como é importante a presença da Igreja. E foi um diácono permanente quem realizou as orações das exéquias pelo meu filho. Senti-me muito confortada pela Igreja e família de Deus!”, lembra dona Vandeci de Jesus, que teve o auxílio de um diácono permanente quando precisou enterrar um filho.
Além de precursores históricos, a turma deixou outros marcos, como a composição da primeira música, no Brasil, que fala sobre a missão do diácono permanente. Composta pelo diácono George Castro e ainda o primeiro encontro realizado com esposas dos diáconos, companheiras e especiais nessa missão tão importante, que precisa ser assumida pelo casal.

Onde estão os diáconos permanentes de São Luís

Eles auxiliam em 17 das 54 paróquias da Arquidiocese de São Luís do Maranhão, que representam 17 bairros, na capital e municípios próximos de São Luís, como Bacabeira e São José de Ribamar.
Ao todo, são mais de 85 comunidades menores, que compõem essas respectivas paróquias/bairros, a saber: São Francisco de Assis (bairro São Francisco), São João Batista de Vinhais (Recanto dos Vinhais/Vinhais velho), Nossa Senhora Aparecida da Foz do Rio Anil (bairro do Cohafuma) , Nossa Senhora dos Remédios (Centro de São Luís) , São José e São Pantaleão (Centro), São José do Bonfim (Vila Embratel), Sagrado Coração de Jesus (Bequimão), São Vicente de Paulo (Apeadouro), Nossa Senhora da Conceição (Coroadinho), Santa Terezinha (Filipinho), Nossa Senhora do Perpétuo Socorro ( Cohab-Anil), Paróquia Sant’Ana (bairro Angelim), São Francisco e Santa Clara (Turu), Santo Antônio (Parque Vitória), São Cristovão (bairro São Cristovão), Nossa Senhora da Boa Viagem (São José de Ribamar) e Imaculada Conceição da Bem Aventurada Virgem (Bacabeira.).

Música candidata ao Hino Nacional dos Diáconos Permanentes no Brasil

"Diácono de Jesus" foi composta pelo diácono permanente, George Henrique dos Santos Castro, incardinado na Arquidiocese de São Luís do Maranhão.
A interpretação da música é feita pelo Diáconos George Castro, em conjunto com os diáconos Flávio Rodrigues, da Arquidiocese de São Luís do Maranhão e Diácono William Guimarães, capelania militar.
Os arranjos são do maestro, Diácono Celso Bastos, também do ordinário militar do
A letra foi apresentada na Assembléia não eletiva da CND, abril/2013, em Florianópolis (SC), como pleiteante do Hino Nacional dos Diáconos Permanentes do Brasil.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 18 de novembro de 2014

Cristãos de "círculo" que temem as "periferias"

"Microclima eclesiástico” é o novo termo cunhado pelo Papa Francisco para indicar a atitude daqueles cristãos que são indiferentes, que tem medo da pobreza e da marginalização.
Na homilia desta manhã em Santa Marta, o Santo Padre refletiu sobre o Evangelho de hoje (Lc 18,35-43), cujo protagonista é o cego de Jericó, que, segundo o Papa, representa a "primeira classe de pessoas": ele era um marginalizado, um ninguém para a sociedade do seu tempo, no entanto, “tinha sede de salvação”, ele queria “ser curado”.
Como em outras ocasiões, os discípulos tendem a se reunir em torno de Jesus, evitando o contato com alguém que seja diferente deles, socialmente excluído. Mas a tenacidade daquele homem, o levou a bater na "porta do coração de Jesus", superando a resistência dos discípulos que queriam afastar "o Senhor da periferia".
Muitas vezes isso acontece entre nós: criamos um "microclima eclesiástico", que nos leva ao confinamento, uma espécie de "circulo" fechado para os de fora.
Com isso, os "sacerdotes", "bispos" e "fiéis" em todos os níveis não olham mais para a "necessidade do Senhor", que “tem fome", "sede", que está "na prisão” ou no "hospital". E este "clima nos faz tão mal", disse o Papa.
É o complexo dos que dizem: "somos eleitos, estamos com o Senhor" e tendem a afastar qualquer um que possa "incomodar" o Senhor, até mesmo as "crianças". Tornam-se, assim, um grupo não "eclesial" mas "eclesiástico", caindo na "tentação de esquecer o primeiro amor, aquele amor tão lindo que todos nós recebemos quando o Senhor nos chamou, nos salvou, nos disse: "Mas eu te amo tanto", disse Francisco.
Esquecer o primeiro amor também significa "esquecer as periferias, onde eu me encontrava, e me envergonhar disso”.
O povo de Deus, no entanto, não é formado apenas por discípulos 'elitistas': é também um "povo simples", que louva o Senhor pela cura do cego e que, hoje em dia, podemos encontrar, por exemplo, nas "idosas" que caminham com sacrifício para "rezar em um santuário da Virgem Maria".
Elas "não pedem privilégios", mas somente "graça": são "fiéis" que estão dispostos a "perder tempo com o Senhor", sem esquecer "a igreja marginalizada".
Devemos pedir ao Senhor, recomendou o Santo Padre, a graça de jamais entrar neste “microclima dos discípulos eclesiásticos, privilegiados, que se afastam da Igreja de Deus, que sofre, que pede salvação, que pede fé, que pede a palavra de Deus", e pedir, pelo contrário, a graça de ser “povo fiel de Deus, sem pedir ao Senhor qualquer privilégio, que nos afaste de seu povo".

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

Vaticano: 3º Congresso Mundial de movimentos eclesiais e comunidades

Movimentos eclesiais e novas comunidades de todo o mundo se reunirão na próxima semana, do 20 ao 22 de novembro, em Roma, no Terceiro Congresso Mundial, organizado pelo Pontifício Conselho para os Leigos. Nesta ocasião, os 300 participantes de 100 diferentes realidades eclesiais, refletirão sobre "A alegria do Evangelho: uma alegria missionária...”
Um congresso organizado pelo dicastério ‘com’ os movimentos, não ‘para’ os movimentos, destacou o cardeal Stanislaw Rylko, presidente do Pontifício Conselho para os Leigos, durante a coletiva de imprensa de apresentação na manhã de hoje na Sala de Imprensa do Vaticano.
O prelado destacou que “é realmente grande a variedade e a riqueza dos novos carismas que o Espírito Santo dá à Igreja do nosso tempo, dos quais nascem tantos movimentos eclesiais e novas comunidades, que propõem itinerários pedagógicos de iniciação cristã de impressionante eficácia, capaz de muda a vida das pessoas e de despertar neles um extraordinário impulso evangelizador”. Da mesma forma indicou que o magistério pontifício viu nesse fenômeno uma “corrente de graça”. João Paulo II disse que era “motivo de esperança para a Igreja e para os homens”.
Bento XVI afirmou que viu neles “formas fortes de viver a fé”. E agora o Papa Francisco “se coloca em perfeita continuidade com os seus antecessores com relação ao papel destas novas realidades na vida da Igreja”. Como recorda o cardeal, nestes meses de pontificado, Francisco recebeu vários movimentos eclesiais e novas comunidades e em todas estas ocasiões "não faltou a sua paterna preocupação em relação a eles, oferecendo preciosos conselhos práticos com o fim de promover e favorecer o crescimento do seu espírito missionário”.
Este será o terceiro Congresso Mundial que reúne em Roma membros de diferentes realidades eclesiásticas. O primeiro encontro foi em 1998 com a participação de representantes de 50 movimentos. Anos mais tarde, em 2006, representantes de 100 movimentos se encontraram novamente em Roma. Em ambos, os participantes foram à Praça de São Pedro para serem recebidos pelo Santo Padre. Aliás, o cardeal recordou que o Papa Francisco já recebeu membros de movimentos eclesiais e novas comunidades, e o fez no dia de Pentecostes de 2013, por ocasião do Ano da Fé.
Mons. Josef Clemens, secretário do dicastério, foi o encarregado de apresentar aos jornalistas o programa do Congresso. Dessa forma, indicou que a linha guia do encontro poderia ser resumida como uma resposta ao convite do Papa à transformação missionária da Igreja. Por isso, as três jornadas do Congresso pretendem “explicitar o fundamento do compromisso missionário”. Além do mais, destacou que, “os palestrantes são leigos e eclesiásticos, homens e mulheres que procedem de várias partes do mundo e que haverá sempre um amplo espaço para perguntas e intervenções dos participantes”. Finalmente destacou que “as palavras do Santo Padre na audiência do sábado pela manhã darão uma diretriz ulterior e incentivo para o cumprimento do mandato missionário dos movimentos eclesiais e das novas comunidades”.
Para proporcionar uma visão concreta dos movimentos eclesiais e novas comunidades estiveram presentes Maria Voce, presidente do Movimento dos Focolares, e Jean-Luc Moens, responsável pelas relações internacionais da Comunidade de Emmanuel.
Maria Voce observou que este Congresso foi convocado em um momento propício por várias razões: estamos no 50º aniversário do Concílio Vaticano II, o encorajamento de Paulo VI, e as perguntas do Papa Francisco que nos desafiam à radicalidade, à abertura e ao concreto. Também afirmou que o Congresso se encaixa em uma história comum e frutífera, “que viu os movimentos nascerem, se desenvolverem e dar a própria contribuição à Igreja e à humanidade, de acordo com o carisma específico que cada um deles era portador”.
Por sua vez, Jean-Luc Moens, explicou que para a Comunidade Emanuel participar deste Congresso é uma graça em três níveis. Em primeiro lugar porque o tema do Congresso retoma o pensamento constante da sua comunidade sobre “como responder hoje ao chamado do Senhor de anunciar Evangelho aos nossos contemporâneos?" Uma segunda razão – disse – é poder manifestar esse compromisso ao Santo Padre. E, finalmente, poder fazer uma experiência de comunhão. "Para nós é muito interessante descobrir como o Espírito Santo trabalha nos outros. O Congresso será uma oportunidade única de fazer essa descoberta recíproca, para escutar-nos, conhecer-nos melhor, compartilhar e trocar as respectivas experiências, aprender uns com os outros, criar laços", disse o senhor Moens.
Respondendo a uma pergunta realizada por um jornalista sobre a relação dos movimentos eclesiais com os fieis da paróquia que não pertencem a nenhuma realidade concreta, o cardeal Rylko garantiu que estas realidades são "uma provocação saudável", "um despertador" para ajudar a viver a fé de forma mais gloriosa e alegre.

Fonte: Zenit.

domingo, 16 de novembro de 2014

A perspectiva católica da pobreza e do desenvolvimento

"Pobreza e Desenvolvimento: uma perspectiva católica" foi o tema da conferência promovida pela seção norte-americana do Fundação Centesimus Annus - Pro Pontífice (CAPP-EUA) e pela Universidade de Fordham, realizada em 26 e 27 de setembro de 2014 em Nova York. Na ocasião, a Fundação, juntamente com especialistas internacionais, organizações, instituições e profissionais confrontaram os problemas da pobreza e questões sobre o desenvolvimento, em resposta aos apelos feitos por Sua Santidade, o Papa Francisco à comunidade internacional sobre a necessidade de cooperar na criação de um mundo melhor.
O evento contou com a presença do cardeal Pietro Parolin. O secretário de Estado discursou sobre algumas considerações de primordial importância para o magistério papal e a atividade internacional da Santa Sé. Em particular, abordou a questão da paz, da legitima defesa e da instituição jurídica internacional conhecida como "responsabilidade de proteger"; depois, apresentou suas reflexões sobre o desenvolvimento, com referência aos mais recentes ensinamentos do Santo Padre.
Por fim, o cardeal incentivou a Fundação Centesimus Annus - Pro Pontífice- a prosseguir com o estudo e a difusão mundial da Doutrina Social da Igreja para melhor enfrentar os desafios que a modernidade apresenta e contribuir para a consecução do bem comum em benefício da Igreja e da humanidade.

Fonte: Zenit.

sábado, 15 de novembro de 2014

Papa Francisco doa 200 mil euros para pagar as contas de insolventes

Depois dos chuveiros para os sem-teto, com a ideia do Esmoler Mons. Krajewski, serão colocados próximos da colunata de São Pedro a partir da próxima segunda-feira, 17 de novembro, o Papa Francisco continua a olhar para os necessitados e menos afortunados e decide financiar com 200 mil euros as despesas para pagar as contas de muitas famílias insolventes com risco de despejo. (Insolvente é aquele devedor que tem prestações a cumprir superiores aos rendimentos que recebe, ndr).
O valor será doado por meio da Esmolaria Apostólica, organismo que se encarrega da caridade do Papa com os pobres e os migrantes, como confirmou dom Corrado’, o prelado polonês Konrad Krajewski. Outros 50 mil euros foram doados pelo Santo Padre, no mês passado, ao Centro Astalli, a sede italiana do serviço dos Jesuítas para os Refugiados-JRS, há mais de trinta anos comprometido em várias atividades e serviços sociais. O dinheiro do Pontífice será utilizado para o pagamento de despesas para os documentos necessários aos requerentes de asilo, cerca de 150 €.
Ainda sobre o tema da grande atenção do Papa pelo mais vulneráveis e menos afortunados, Bergoglio vai viajar próxima quinta-feira para a sede da FAO, em Roma, para aumentar seu apelo pela luta contra a fome no mundo diante de centenas de líderes mundiais, reunidos para a segunda Conferência Internacional sobre Nutrição, em programa do 19 ao 21 novembro.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 14 de novembro de 2014

Os dons nos foram concedidos não para nossa vaidade, mas para servir e amar a Deus e ao próximo

Ao aproximar-se o final do Ano Litúrgico, a Igreja nos brinda com a conhecida Parábola dos Talentos (Cf. Mt 25, 14-30). Aquele que é a Sabedoria de Deus (Cf. 1 Cor 1, 24) nos oferece o caminho para assumir com dignidade a vida que nos foi dada de presente. A partir da parábola, "talento" veio a significar um dom, habilidade ou qualidade. Ao tempo da redação do Evangelho, talento era uma unidade monetária equivalente a cinquenta quilos de prata, correspondente a cerca de seis mil denários, e um denário era a diária de um trabalhador do campo. O servo da parábola que recebeu um talento tinha muito em mãos e podia fazer tanto com o que lhe fora dado.
As parábolas são propostas pelo Senhor para provocar positivamente, suscitando uma resposta de vida. Do dinheiro passamos à nossa história. Os servos somos nós; os talentos são as condições oferecidas por Deus a cada um; o tempo de viagem do proprietário é a vida; a volta inesperada é a morte, nossa páscoa pessoal; a prestação de contas é o juízo e a entrada na festa, o banquete da alegria, oferecido pelo Senhor, o Paraíso. No final de tudo, quando a obra de nossa vida estiver concluída, no tempo certo conhecido pelo Senhor da História, haveremos de entregar os dons que nos foram concedidos não para nossa vaidade, mas para servir e amar a Deus e ao próximo.
Como Deus não impõe, mas propõe, à sua proposta cabe uma resposta. Temos consciência de não sermos proprietários da própria vida, mas administradores dos dons de Deus. Nenhuma pessoa inventou sua vida, nem a planejou por conta própria. Na maravilhosa criação de Deus, todas as pessoas sejam consideradas como obras primas, a serem aperfeiçoadas no correr dos anos, contando com a inspiração do Espírito Santo, que não abandona qualquer um dos filhos e filhas de Deus. É condição de felicidade identificar o projeto de Deus a respeito de sua própria vida e buscar todos os meios para realizá-lo. Cabe a cada pessoa abraçá-lo, na maravilhosa aventura da liberdade, com a qual todos foram feitos, ao assumir responsavelmente os rumos da existência.
Assumir responsabilidades! Tarefa exigente que pede formação e preparação adequada. O processo educativo na família, na escola e na Igreja pode contribuir para que as crianças, adolescentes e jovens sejam iniciados para ter nas mãos o rumo da própria existência. Para todas as idades, inclusive para nós, adultos, tudo começa com o reconhecimento de que todos têm valor aos olhos de Deus e diante dos outros. Discriminar, humilhar e condenar pessoas não corresponde ao plano do Senhor, que quer todos vivos e felizes. Ninguém seja visto como massa sobrante em qualquer campo da convivência humana.
Constitui-se uma personalidade responsável quando se leva em conta as condições de cada um, considerando idade, formação recebida, condições de saúde, temperamento, ambiente familiar e referências culturais e ambientais. Faz-se necessário muitas vezes exercer o papel de "caça-talentos", para descobrir uma quantidade considerável de tesouros escondidos. Nestes dias, um menino de dez anos me foi apresentado como um dos líderes do projeto de evangelização numa das Paróquias da Arquidiocese de Belém. Como foi significativo ver o brilho dos olhos daquele que se sabe missionário! Sem forçar e exigir mais do que pode oferecer, ele se torna sinal para muita gente crescida!
Responsabilidade se aprende e há de ser assumida pouco a pouco, quando alguém se arrisca, confia e lança o outro para voos mais ousados. Há muita gente aguardando este voto de confiança! O Senhor faz assim conosco, agindo "como a águia que incita a ninhada, esvoaçando sobre os filhotes, também ele estendeu as asas e o apanhou e sobre suas penas o carregou" (Dt 32, 11). Responsabilidade se consolida com dedicação, tempo, preparação das atividades, coragem para rever e recomeçar quando acontecem falhas, superação de julgamentos com os eventuais fracassos, idealismo cultivado com afinco.
Vale a pena até detalhar um caminho de revisão pessoal de vida, a esta altura do ano. Examinemos como aproveitamos o tempo, a pontualidade, a ordem, os deveres familiares, a dedicação ao trabalho. Como temos oferecido as qualidades e talentos recebidos para servir a Deus e ao próximo? Temos olhado ao redor para ver o que é possível fazer pelo bem comum na Paróquia, no bairro em que vivemos, ou, quem sabe, nas associações e organismos aos quais estamos ligados? Outro ponto para uma revisão corajosa da vida é "fazer bem feito". Basta olhar para Deus, que fez tudo e todos como obra de arte, para entender que nossa passagem por este mundo, por sinal, muito breve, pode deixar um rastro de dedicação e amor. Até para o equilíbrio pessoal é importante realizar por inteiro as tarefas! E dentre os dons oferecidos pelo Senhor, venha em relevo o presente da Palavra de Deus. Faz parte da responsabilidade do cristão não reter para si o conhecimento das coisas de Deus, mas oferecê-la aos demais.
A liturgia da Igreja, celebrada neste final de semana, faz preceder a Parábola dos Talentos com um esplêndido texto do livro dos Provérbios: "Uma mulher forte, quem a encontrará? Ela vale muito mais do que as joias. Seu marido confia nela plenamente, e não terá falta de recursos. Ela lhe dá só alegria e nenhum desgosto, todos os dias de sua vida. Procura lã e linho,
e com habilidade trabalham as suas mãos. Estende a mão para a roca e seus dedos seguram o fuso. Abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre. O encanto é enganador e a beleza é passageira; a mulher que teme ao Senhor, essa sim, merece louvor. Proclamem o êxito de suas mãos, e na praça louvem-na as suas obras!" (Pr 31, 10-13. 19-20. 30-31). Fortaleza, confiança, capacidade para oferecer alegria aos outros, trabalho, habilidade, partilha, temor do Senhor. Tais valores continuam atuais e se tornam talentos preciosos a serem postos "em circulação" em nossos dias! Homens e mulheres de todas as idades os assumam com responsabilidade.


Dom Alberto Taveira, arcebispo de Belém do Pará

quinta-feira, 13 de novembro de 2014

Francisco pede que os sacerdotes sejam santos e não funcionários

O papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes na 67ª Assembleia Geral da Conferência Episcopal Italiana (CEI), que acontece desde domingo e vai até amanhã em Assis. O tema é a formação dos sacerdotes.
Na mensagem, lida pelo cardeal Angelo Bagnasco, presidente da CEI, o papa fala de Assis recordando o grande amor e veneração de São Francisco pela Santa Mãe Igreja hierárquica e, em particular, pelos seus sacerdotes, “através dos quais a maternidade da Igreja chega a todo o povo de Deus”.
O Santo Padre mencionou os sacerdotes que conheceu e “cuja vida viu passar entre as pessoas das nossas paróquias, educando as crianças, acompanhando as famílias, visitando os doentes em suas casas e no hospital, cuidando dos pobres, sempre conscientes de que separar-se dos outros ‘para não se sujar’ é a pior maneira de sujar-se".
“Os sacerdotes santos são pecadores perdoados e instrumentos de perdão. A sua existência fala a linguagem da paciência e da perseverança; não são turistas do espírito, eternamente indecisos e insatisfeitos, porque sabem que estão nas mãos d’Aquele que cumpre as suas promessas e cuja providência significa que nada pode separá-los desse pertencimento. Sim, ainda é tempo de sacerdotes desta envergadura, pontes para o encontro entre Deus e o mundo”.
“Sacerdotes como estes”, prosseguiu o papa, “não podem ser improvisados: eles são bem formados no seminário e a ordenação os consagra para sempre como homens de Deus e servidores do povo”. Mas “a identidade do presbítero, precisamente porque vem do alto, exige dele um caminho diário de readequação, partindo daquilo que fez dele um ministro de Jesus Cristo”.
A formação dos sacerdotes não tem limite de tempo, “porque os sacerdotes não deixam nunca de ser discípulos de Jesus, de segui-lo. Portanto, a formação, como discípulo, acompanha toda a vida de um ministro ordenado”.
O papa recorda também “que não se precisa de sacerdotes clericalistas, cujo comportamento é provável que afaste as pessoas de Deus, nem de sacerdotes funcionários, que, enquanto interpretam um papel, procuram a sua consolação longe de nosso Senhor”.
“Só aquele que se torna como o Bom Pastor encontra unidade, paz e força na obediência do serviço; só aquele que respira no horizonte da fraternidade sacerdotal sai da falsidade de uma consciência que pretende ser o epicentro de tudo e a única medida dos próprios sentimentos e atos”.
O pontífice encerrou desejando que os participantes vivam “jornadas de escuta e de confrontação, que os levem a traçar rotas de formação permanente, conjugando a dimensão espiritual com a cultural, a comunitária com a pastoral: estes são os pilares das vidas edificadas de acordo com o Evangelho, consolidadas na disciplina diária, na oração, na guarda dos sentidos, no sadio cuidado de si mesmos, no testemunho humilde e profético; vidas que devolvem à Igreja a confiança que ela, em primeiro lugar, depositou neles”.

Fonte: Zenit.

Japão: o 'Samurai de Cristo' poderá ser beatificado em 2015

O prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, Cardeal Angelo Amato, confirmou há poucos dias à uma delegação presidida pelo bispo de Kyoto e presidente da conferência episcopal Japonesa, monsenhor Yoshinao Otsuka, que o servo de Deus Justo Takayama Ukon, o senhor feudal que renunciou as riquezas e honras para não renegar a Cristo, poderia ser beatificado no próximo ano.
 
Os bispos japoneses já haviam apresentado ao dicastério presidido pelo cardeal Amato um registro de 400 páginas, que recolhe a vida e as virtudes heróicas deste daimio (senhor feudal). A igreja local gostaria de vê-lo beatificado em 2015, quando cumpre 400 anos de sua morte nas Filipinas. A resposta oficial poderia vir antes do final de 2014.
A notícia da provável beatificação fortaleceria também a ideia de uma viagem do Papa Francisco ao Japão. O governo de Toquio e a Conferência Episcopal, que celebra o 150º aniversário do renascimento da "kakure krishitan" (os chamados "cristãos escondidos") em 2015, convidaram formalmente o pontífice argentino há alguns meses.
"Não ficou no Japão nenhum sacerdote: Todos foram expulsos. A comunidade ficou na clandestinidade, mantendo a fé e a oração, enquanto permaneciam escondidos”. Com estas palavras, o Santo Padre elogiou em uma catequese sobre o Batismo o valor dos cristãos japoneses que sofreram perseguição no país asiático desde o século XVII até o século XIX.
Atualmente, existem 42 santos e 393 beatos japoneses, todos mártires. O caso de Takayama é diferente porque sua morte foi devido a doença. No entanto, como muitos japoneses leais sofreu na carne a perseguição e exílio.
Para o postulador geral da Companhia de Jesus para a Causas dos Santos, Padre Anton Witwer, a vida deste nobre japonês é um exemplo de "fidelidade à vocação cristã." "Takayama morreu no exílio devido à fraqueza causada pelos maus-tratos em sua pátria", disse em declarações à imprensa.
Este membro da classe governante da época nasceu em 1552, três anos após a chegada do introdutor do cristianismo no Japão, o missionário jesuíta Francisco Xavier (1506-1552). Quando tinha 12 anos, ao converter-se o seu pai ao catolicismo, foi batizado com onome de Justo pelo padre Gaspare di Lella.
Quando cresceu, se tornou um importante daimio e construiu a primeira igreja de Kioto, que foi destruída anos mais tarde. Começou um relacionamento com as personalidades mais poderosas do país, mas sempre se manteve independente. Também se destacou como samurai ao dirigir exércitos, sempre tentando limitar a perda de vidas, e conseguiu grandes vitórias para o regente imperial Hideyosi Toyotomi.
Este governante começou a proibição do catolicismo e a expulsão dos jesuítas do arquipélago em 1587. No entanto, Takayama e sua família permaneceram fiéis à religião católica e seus domínios serviram de refúgio para muitos cristãos perseguidos. No entanto, o novo shogun (general no comando do país em nome do imperador) Ieyasu Tokugawa proibiu totalmente a religião em 1614 e procedeu à expulsão de todos os católicos.
Conhecido como o "Samurai de Cristo," Justo Takayama honrou seu apelido e manteve-se fiel à sua fé. Deixou todos os seus feudos, riquezas e títulos e, junto com a sua família, exilou-se nas Filipinas. Com 62 anos, liderou o êxodo de 300 cristãos que abandonaram seu país, para nunca mais voltar. Morreu poucos meses depois de sua chegada em Manila por causa dos maus tratos que sofreu em sua terra natal.
Em uma praça na capital das Filipinas há uma escultura que lembra o senhor feudal, com a cruz em suas mãos. E os lugares onde viveu, lutou e rezou no Japão são verdadeiros destinos de peregrinação para os católicos da Ásia.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 11 de novembro de 2014

A tentação do poder ameaça o espírito de serviço cristão

Como nos recorda o Evangelho de hoje (11/11) (cfr. Lc 17,7-10), o cristão é um "servo inútil", ou seja, alguém que serve sem esperar nada em troca, nenhuma recompensa de prestígio ou de poder.
 
Na homilia da manhã de terça-feira na Casa Santa Marta, o Papa ressaltou que, para Jesus, "o serviço é total". Ele se apresenta como o servo, aquele que veio para servir e não para ser servido: diz isso claramente. Assim, o Senhor mostra aos apóstolos o caminho daqueles que receberam a fé, aquela fé que realiza milagres. Sim, esta fé fará milagres no caminho do serviço", disse o Papa.
Se um cristão não leva adiante o dom da fé no Batismo com espírito de serviço, "torna-se um cristão sem força, sem fecundidade", que termina servindo a si mesmo e levando uma "vida triste", esquecendo "as coisas grandes do Senhor”. O Papa insistiu que é impossível servir a dois patrões: “ou a Deus, ou as riquezas”.
O que nos afasta do espírito de serviço? Primeiro, a "preguiça", que nos leva à "comodidade" e ao "egoísmo". Muitos cristãos apenas vão à missa, mas, como mencionado pelo Santo Padre, o espírito de serviço se realiza de muitas maneiras: no "serviço a Deus na adoração, na oração, no louvor, no serviço ao próximo". Jesus entende isso como "serviço até o fim" e "gratuito", daí a expressão: "servos inúteis".
No entanto, é possível perder o espírito de serviço de outras maneiras: muitas vezes os discípulos "tomavam posse do tempo do Senhor, tomavam posse do poder do Senhor: eles o queriam para o seu grupinho" e "afastavam as pessoas para que não perturbassem Jesus”, mas, na verdade, era para ser mais "confortável" para eles. Tomavam posse desta atitude de serviço, “transformando-a em uma estrutura de poder”.
Emblemático, nesse sentido, é a discussão entre os discípulos, quando perguntam quem era o melhor entre eles (cfr. Mc 09:34). Ou a atitude da mãe que "vai pedir ao Senhor que um de seus filhos seja o primeiro-ministro e outro ministro da economia, com todo o poder em suas mãos".
É, portanto, uma "tentação" recorrente na história dos cristãos de todos os tempos; querer se tornar "patrões da fé, patrões do Reino, patrões da Salvação", quando, ao invés, o Senhor nos pede um "serviço na humildade", um "serviço na esperança": esta é a verdadeira "alegria do serviço cristão."
Existe uma cadeia de tentações que afasta o homem do espírito de serviço: "a preguiça leva à comodidade", enquanto "o ter o controle da situação", que transforma o servo em patrão, leva "à soberba, ao orgulho, a tratar mal as pessoas, a se sentir importante"; a achar que tem a salvação nas próprias mãos.
"Que o Senhor nos dê duas grandes graças: a humildade no serviço, a fim de sermos capazes de dizer: 'Somos servos inúteis - mas servos - até o fim"; e a esperança na espera da manifestação, quando o Senhor virá até nós", concluiu o Papa Francisco.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 10 de novembro de 2014

Precisamos de pontes, não de muros!

Queridos irmãos e irmãs, bom dia!

A liturgia deste domingo (09/11) recorda a Dedicação da Basílica de Latrão, a catedral de Roma, que por tradição é chama de "a mãe de todas as igrejas do Urbe et Orbe". O termo "mãe" não se refere tanto ao edifício sagrado da Basílica, mas a obra do Espírito Santo que neste edifício se manifesta, frutificando através do ministério do Bispo de Roma, em todas as comunidades que permanecem em unidade com a Igreja que ele preside.
Todas as vezes que celebramos a dedicação de uma igreja, somos chamados a uma verdade essencial: o templo material feito de tijolos é um sinal da Igreja viva e ativa na história, do "templo espiritual", como diz o apóstolo Pedro, onde o próprio Cristo é a "pedra viva, rejeitada pelos homens, mas escolhida e preciosa aos olhos de Deus" (1 Pedro 2,4-8). Jesus, no Evangelho da liturgia de hoje, falando do templo, revelou uma verdade: o templo de Deus não é apenas o edifício feito de tijolos, mas é seu corpo, feito de pedras vivas. Em virtude do Batismo, todo cristão faz parte da "construção" de Deus "(1 Cor 3,9), torna-se a Igreja de Deus. O edifício espiritual, a Igreja comunidade dos homens santificados pelo sangue de Cristo e pelo Espírito do Senhor Ressuscitado, pede a cada um de nós para ser coerente com o dom da fé e para percorrer um caminho de testemunho cristão. Não é fácil, todos nós sabemos, a coerência de vida entre a fé e o testemunho; mas devemos ir em frente e realizar em nossas vidas esta coerência cotidiana. "Este é um cristão", não tanto pelo que diz, mas pelo que faz, pelo modo como se comporta. Essa coerência, que nos dá vida, é uma graça do Espírito Santo que devemos pedir. A Igreja, na origem da sua vida e da sua missão no mundo, é uma comunidade constituída para professar a fé em Jesus Cristo Filho de Deus e Redentor da humanidade, uma fé que age por meio da caridade. Estão juntas! Também hoje a Igreja é chamada a ser no mundo uma comunidade que, radicada em Cristo por meio do Batismo, professa com humildade e coragem a fé Nele, testemunhando esta fé na caridade.  Para este fim devem ser ordenados os elementos institucionais, as estruturas e organizações pastorais; para este fim essencial: testemunhar a fé na caridade. A caridade é a expressão da fé e também a fé é a explicação e o fundamento da caridade.
A festa de hoje nos convida a meditar sobre a comunhão de todas as Igrejas,  desta comunidade cristã que por analogia nos encoraja a empenhar-nos a fim de que a humanidade possa superar as barreiras da inimizade e da indiferença, a construir pontes de compreensão e diálogo, para fazer do mundo inteiro uma família de povos reconciliados entre si, fraterno e solidário. Desta nova humanidade, a própria Igreja é sinal e antecipação quando vive e difunde com seu testemunho o Evangelho, a mensagem de esperança e reconciliação para todas as pessoas.
Invoquemos a intercessão de Maria Santíssima, para que nos ajude a sermos, como ela, "casa de Deus", templo vivo de seu amor.

Depois do Ângelus

Queridos irmãos e irmãs,

Há 25 anos, em 09 de novembro de 1989, caia o Muro de Berlim, que por tanto tempo separou a cidade em duas partes e foi símbolo da divisão ideológica da Europa e do mundo. A queda aconteceu de forma improvisa, mas isso só foi possível graças a um longo, intenso e árduo trabalho de muitos que lutaram, rezaram e sofreram, alguns até mesmo com o sacrifício da vida. Dentre eles, um papel de protagonista desempenhou o Santo Papa João Paulo II. Rezemos para que, com a ajuda do Senhor e a colaboração de todos os homens de boa vontade, seja cada vez mais propagada uma cultura do encontro, capaz de derrubar todos os muros que ainda hoje dividem o mundo e não aconteça mais que pessoas inocentes sejam perseguidas e até mortas por causa de sua crença e religião. Onde há um muro, ha fechamento de coração. Precisamos de pontes, não de muros!
Hoje, na Itália, celebramos a Jornada do Agradecimento que este ano tem como tema "Alimentar o Planeta. Energia para a vida", referindo-se à Expo Milão 2015. Uno-me aos bispos em um compromisso renovado para que a ninguém falte o alimento cotidiano, que Deus dá a todos. Estou próximo ao mundo da agricultura, e encorajo a cultivar a terra de forma sustentável e solidária.
Neste contexto, tem lugar em Roma a Jornada Diocesana para a salvaguarda da criação, um evento que visa promover estilos de vida baseados no respeito ao meio ambiente, reafirmando a aliança entre o homem, custódio da criação e do seu Criador.
Saúdo todos os peregrinos que vieram de diferentes países, famílias, grupos paroquiais, associações, neste belo dia que o Senhor nos deu hoje.
Em particular, saúdo os representantes da comunidade venezuelana na Itália - Eu vejo a bandeira- os meninos de Thiene (Vicenza) que receberam o Sacramento da Confirmação; os universitários  de Urbino; os fiéis de Pontecagnano, Sant'Angelo in Formis, Borgonuovo e Pontecchio.
Nesta belo dia, eu desejo a todos um bom domingo. Por favor, não se esqueçam de rezar por mim. Bom almoço e até breve!

Fonte: Zenit.