terça-feira, 31 de julho de 2012
Vida humana e globalização jurídica
Rafael Navarro-Valls
O processo da globalização da economia, da cultura, da política, etc., também atingiu com especial vigor as áreas do Direito. Neste âmbito, já não se fala de globalização jurídica no singular, mas de globalizações jurídicas: é preciso analisar cada uma das suas vertentes para se perceber a força cabal do seu impacto.
Um setor em que a globalização jurídica atinge especial intensidade é o dos direitos humanos, área em que não existem mais (nem devem existir) Estados “mônadas”, encerrados nas suas peculiaridades, e sim uma comunidade internacional que tem como protagonista a pessoa humana, mais do que o próprio Estado. É claro que existem alguns Estados, cada vez menos, que ainda resistem a este processo de globalização, mas isto se deve, basicamente, a uma espécie de postura defensiva para escapar de sentar-se no banco dos réus. Depois da Segunda Guerra Mundial, os direitos humanos se tornaram um ponto de não retorno na ordem internacional. Através das organizações internacionais, dos tratados e de outras formas de inter-relação e de cooperação internacional, foi-se formando o que chamamos de “subsistema jurídico-institucional”, que unifica o direito.
Esta é uma das razões por que o artigo 96 da constituição espanhola, bem como artigos equivalentes em outras muitas constituições nacionais, estabelece que os tratados internacionais validamente celebrados, uma vez publicados, farão parte do seu ordenamento interno. Este já era um princípio consagrado pelo Código Civil espanhol, na sua reforma de 1973-74, ao ordenar as fontes do direito (art. 1.5) e, na sua enunciação positiva, estabelecer que as normas jurídicas dos tratados passariam a integrar o ordenamento interno, mediante a sua íntegra publicação no boletim oficial do Estado.
Perdoem-me a elementar introdução. Talvez, porém, ela não seja desnecessária, se levarmos em conta o alvoroço provocado nos meios políticos espanhóis pelo anúncio do Ministro da Justiça de que a má formação fetal, na futura lei do aborto, não será motivo para se abortar. “Considero eticamente inconcebível que tenhamos convivido durante tanto tempo com esta legislação”, arrematou.
Para entendermos as palavras do ministro, precisamos remontar à lei espanhola anterior sobre o aborto, de 1985, precedida de uma sentença do tribunal constitucional que declarou parcialmente inconstitucional a lei promulgada em 1983. Nesta sentença, a inconstitucionalidade não se estendia ao aborto eugênico. A razão mais provável é que, ao ser ditada a sentença de 1983, era evidente a insuficiência de prestações estatais e sociais voltadas a paliar as situações geradas em casos de incapacidade ou deficiência.
Entretanto, quando se promulgou a atual lei espanhola do aborto, de março de 2010, a situação tinha mudado radicalmente. Por um lado, o crescente desenvolvimento do Estado Social, singularmente sensível à assistência e à atenção dos deficientes, torna as previsões desta lei (“possíveis graves anomalias no feto”) menos justificáveis na sua proporcionalidade. Por outro lado, em 13 de dezembro de 2006, foi aprovada a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, em que, de modo contundente, o artigo 10º afirmava: “Os Estados-Partes reafirmam o direito inerente à vida de todos os seres humanos e adotarão todas as medidas necessárias para garantir o efetivo exercício deste direito por parte das pessoas com disfunção em igualdade de condições com as outras”.
Este convênio foi incorporado ao nosso direito interno, através do processo de globalização antes descrito, no dia 3 de maio de 2008. Provavelmente, esta é a razão que levou o Comitê Espanhol de Representantes de Pessoas com Deficiências (CERMI), a reiterar que o aborto eugênico “parte da premissa” de que a vida das pessoas portadoras de deficiências é “menos valiosa que a do resto, e por este motivo pode ser aplicado a elas um tratamento desigual, que implica uma clara discriminação”. Daí o fato de que a ONU, em setembro de 2011 (Comitê sobre os direitos das pessoas com deficiências, organismo da ONU encarregado de velar pelo cumprimento do convênio), recomendou à Espanha a derrogação de qualquer suposto discriminatório por motivos de incapacidade em relação à regulação do aborto, por ser contraditório e vulnerar a convenção internacional.
Bastaria, na realidade, uma interpretação rigorosa da constituição espanhola vigente para entender que a grave desproteção do nascituro afetado por anomalias graves, tal como regulamentado na vigente lei de aborto espanhola, fere diretamente os artigos 10º (princípio da dignidade humana) e 14 (princípio da igualdade e da não discriminação) do texto constitucional.
Mas a situação jurídica dessa desproteção se torna insustentável quando se observa que o próprio artigo 4º da lei espanhola 39/2006, de 14 de dezembro, de Promoção da Autonomia Pessoal e de Atenção às Pessoas em Situação de Dependência, bem como o artigo 10º da já mencionada convenção internacional sobre deficiências e o processo de globalização jurídica mundial dos direitos das pessoas com necessidades especiais, impõem que os poderes públicos garantam os direitos humanos e as liberdades fundamentais, entre elas o direito à vida, de que os portadores de deficiências são titulares. Daí a minha solidariedade para com a perplexidade do ministro espanhol da Justiça diante da situação atual da legislação espanhola.
Fonte: ZENIT
segunda-feira, 30 de julho de 2012
Vietnã: dez mil católicos manifestam pedindo liberdade religiosa
Nghe Na - Mais de dez mil católicos saíram às ruas na Diocese de Vihn, no Vietnã, no último domingo, dia 15, para exigir das autoridades civis o respeito à liberdade religiosa, após violentos ataques contra sacerdotes e fiéis, que tiveram seu último capítulo em Con Cuong, no dia 1º de julho. Na ocasião, segundo mensagem da diocese vietnamita, policiais, soldados e vândalos ocuparam a capela de Con Cuong, profanaram o espaço sagrado e destruíram uma imagem de Nossa Senhora, atacando também um sacerdote e vários fiéis, com o objetivo de impedir a celebração da Eucaristia.
Durante a caminhada de protesto, os católicos exibiram bandeiras do Vaticano e cartazes com mensagens com as palavras: “A liberdade religiosa é um direito” e “Protegeremos a Igreja”. Os fiéis expressaram também seu mal-estar diante dos recentes ataques e censuraram especialmente a destruição da imagem da Santíssima Virgem Maria. A fotografia da imagem destruída foi divulgada como a prova mais clara da perseguição violenta.
Nos dias que antecederam à manifestação, as autoridades tentaram intimidar os fiéis, estacionando veículo blindados junto à residência do bispo de Vihn. Nas Províncias de Quang Bihn, Há Tinh e Nghe An, patrulhas de soldados percorreram os arredores das igrejas, ameaçando os católicos. Apesar das ameaças, no entanto, milhares de católicos caminharam durante a noite de sábado e se fizeram presentes nos pontos de encontro assinalados pelos organizadores da manifestação.
O protesto foi realizado de forma pacífica e apenas em um lugar, Bot Da, aconteceram enfrentamentos com a polícia, que interrompeu a celebração de uma Eucaristia.
Fonte: Rádio Vaticano
domingo, 29 de julho de 2012
Católicos, que sejam 20%
Nem todos futuros são para desejar, porque há muitos futuros para se temer. (Pe Antônio Vieira).
Em 1970, os católicos eram 90% dos brasileiros. Hoje, segundo o IBGE, são 64,6%, ou seja, 26%, uma massa de 37 milhões – uma Argentina de gente –, deixou de ser católica. Ao seu estilo, Nelson Rodrigues preconizava na década de 70 que o Brasil seria, no futuro, o maior país de ex-católicos do mundo.
Para onde partem os católicos? Na sua grande maioria, seguem para as, assim chamadas, religiões evangélicas, principalmente para as de cunho pentecostal e autônomas. No último censo, os protestantes subiram de 15% para 22,2%, dentre estes, estão os tradicionais que ficaram patinando nos 4%.
O espiritismo, que na década de 50 pensou-se que seria a religião do Brasil, estacou em 2%. Os “sem religião” margeiam os 8%, sendo que os 3% restantes estão espalhados nas diversas outras propostas religiosas. Então, basicamente, o funil de saída é para o protestantismo e, daí, parte deles migra para os “sem religião” – o que não quer dizer que se tornam ateus.
Quando estancará o vertedouro de escoamento é uma incógnita, pois vários são os fatores, objetivos e subjetivos interferentes nesse processo, alguns destes relevantes que ouso explicar o movimento.
O primeiro: o “espírito do tempo” que estamos vivenciando, um mundo plural, em que a morte do passado nos revela que tradição não dá mais liga e o individualismo é o senhor da razão. Nesta nova visão de mundo, tem muito pouco valor aquilo em que os antepassados creram e viveram. A experimentação do novo e a curiosidade do desconhecido soam forte em cada um.
Segundo Dr. Flávio Pierucchi, da USP: “Uma sociedade que não precisa mais de Deus para se legitimar, se manter coesa, se governar e dar sentido à vida social, mas que, no âmbito dos indivíduos, consome e paga bem pelos serviços prestados em nome dEle”.
A humanidade já viveu uma experiência parecida em meados do século XIX, com a crise Católica da negação do modernismo, acrescida do movimento milenarista e do sucesso da ciência insipiente, que tudo parecia provar e demonstrar. Naquela trajetória, nasceram o Positivismo, o Espiritismo, o Adventismo, os Mórmons, as Testemunhas de Jeová, a Teosofia, o Exército da Salvação e tantas outras religiões. Eram propostas notadamente anticatólicas, porém, inovadoras e muitas dessas permaneceram no tempo.
Paradoxalmente, podemos considerar o movimento religioso evangélico atual fugaz e consonante com a onda consumista. É fragmentado em milhares de denominações que seguem o discurso do pastor fundador e, na maioria das vezes, com uma adaptação racional e funcional do evangelho às necessidades pessoais – uma forma híbrida de autoajuda.
O segundo: foi no Brasil que ocorreu em menor espaço de tempo o êxodo rural – o deslocamento de grandes massas de gente do campo para as cidades. Foram 35 milhões de migrantes que incharam as grandes cidades, principalmente nas periferias. Note-se que foi aí que se deu o maior número de conversões. (Antoniazzi). Assim, no impacto da perda de espaços e de valores que norteavam a família, estes se diluíram, influenciando e transformando as gerações que se seguiram. Nesse cenário decomposto, muitas vezes a escolha da religião é motivada pela ocasião.
O terceiro: a quantidade de propostas e igrejas que concorrem no mercado religioso. O espaço sagrado da Igreja, como o católico o qualifica, altera-se no protestantismo – ali, o sagrado é o coração do homem. O espaço físico pode ser oriundo de um açougue, uma funerária ou outro prédio qualquer.
Nessa facilidade de produzir igrejas e congregações, as ofertas são muitíssimas. Associado aos milhares de pequenos movimentos, há a força das “amplas vitrines”, que são as grandes igrejas evangélicas mediáticas, nas quais a maximização dos lucros é a “teologia sonhada”. Fazem uso dos mecanismos de mercado como franquias, cartões de crédito, bancos, etc. Dezenas de milhões de reais são investidos, por mês, na TV, que é concessão do Estado, para apresentar-se em horário nobre, com “milagres” de hora marcada e ao vivo.
De modo descarado, ainda segundo Pierucchi, “o discurso proferido dos fieis para com Deus, que sustentou a civilização judaico-cristã e islâmica desde as origens, agora tem sua direção invertida pela nova cristandade que proclama que Deus é fiel, o fiel é Deus. Investimento seguro, vale dizer”.
O quarto: e o mais relevante, a falta de testemunho, pelos católicos, é o principal motivo alegado para a saída de muitos. Talvez o homem contemporâneo necessite mais do que pregação. Ele precisa de testemunhos reais e tangíveis.
A Igreja Católica é similar a uma arca. Com suas múltiplas espiritualidades, tem lugar para a heterogeneidade, embora também carregue uma contradição interna na qual não mais que 30% dos que se dizem católicos são habituais frequentadores da igreja. Os outros 70% orbitam em torno dela nas necessidades sociais e nos ritos de passagem como: batismo, casamento e velórios. Estes são os católicos nominais que estão incluídos nos citados 64% do IBGE, alguns deles com aversão à religião, mas, por uma tênue teia do passado, se mantêm ligados à Igreja. Outros frequentam novas propostas religiosas/filosóficas que ainda não constam no questionário do Censo e há uma grande parcela de católicos que está aguardando um “insight” com a Transcendência. Muitas vezes a Igreja não sabe lidar com essa realidade. São os que se dizem “católicos não praticantes”. Estes formam o estoque dos futuros ex-católicos. Como dizia D. Eugênio Sales: “O problema da Igreja não são os evangélicos, mas sim os falsos católicos”.
Embora os processos históricos muitas vezes tornem-se arrebatadores e incontornáveis, na visão da hierarquia, a Igreja Católica no Brasil tem se preocupado com o êxodo dos seus fieis. Aperfeiçoa a formação dos sacerdotes, enriquece e alegra os ritos, prioriza a caridade, e o que não se pode providenciar humanamente, a Providência Divina assume. Não obstante, essas atitudes não são suficientes para conter o êxodo católico. O “estrago” será tão grande nas hostes católicas que só no distante futuro poder-se-á avaliá-lo - como aconteceu na percepção histórica da reforma luterana, no século XVI.
O monopólio católico de 500 anos está se desmilinguindo e sendo criada, a partir daí, uma nova força política religiosa contrária às tradições católicas. Resultado desse processo, que não é mais embrionário, pode ser observado nas Minas Gerais, de tradição católica. A principal avenida de entrada de Belo Horizonte, Nossa Senhora do Carmo, passou a se chamar Senhora do Carmo. De notar, também, que a Igreja Assembleia de Deus projeta eleger, este ano, 5.600 vereadores em todo o país, além de investir pesadamente em compra de redes de Rádio e TV (Folha de São Paulo, 22/7). Interessante observar que nessa Igreja, até a década de 90, ver televisão e ouvir rádio era considerado pecado. Mudaram a doutrina para não perder o “boom” do crescimento. Quem viver, verá!
Mortos, levantai-vos!, preconizava Dom Sebastião Leme em Olinda no início do século XX quando da parcimônia dos católicos frente ao seu isolamento na República nascente. Hoje, poderíamos repetir o discurso. Levantai-vos para conhecer a Igreja; para integrar-se na comunhão dos santos, de que a Igreja é portadora; não vos constrangeis frente a essa tempestade de ofertas de discursos religiosos eloquentes.
Somos testemunhas de milhares de servidores consagrados, bispos, padres, freiras, leigos que se desgastam em vida, como vela no altar, em prol do outro e da Igreja. Se faltam pastores ou estão assoberbados de trabalho, atendamos o apelo bíblico; “sede-vos mesmos”, líderes para evangelizar. Se somos filhos de uma Igreja que é a genitora de todas as outras, porque estaríamos equivocados? Por acaso, colhe-se maçãs de laranjeiras?
No livro “Como a Igreja Católica Construiu a Civilização Ocidental” central de qualquer civilização. Ao longo de dois mil anos, a maneira de o homem ocidental pensar sobre Deus deve-se sem a menor dúvida à Igreja Católica.
Quando perguntaram a G.K Chesterton, escritor inglês, ex-anglicano, porque é que entrou para a Igreja Romana, ele respondeu: Para me libertar dos meus pecados, porque não há outro sistema religioso que ensina as pessoas (se o professam realmente) a libertarem-se dos seus pecados. (Autobiografia, p.280).
O testemunho de Marco Monteiro Grillo, ex-luterano e agora católico convicto: Se uma igreja que remonta a Cristo e aos apóstolos, em que o subjetivismo simplesmente não existe, e onde uma autoridade visível (o magistério) sempre foi e será responsável pela salvaguarda da fé, essa Igreja só pode ser a Igreja Católica Apostólica Romana, essa Igreja que não está sujeita às intempéries da história, nem aos modismos de cada época, nem aos gostos dos fregueses.
Se no futuro os católicos, mesmo sendo 20% da população, forem comprometidos com Cristo e a Igreja dEle, éticos na vida social e em todos os demais sentidos, a Igreja, que são todos, já terá cumprido a sua missão. Os exemplos atraem.
Luiz Eduardo Cantarelli é jornalista – pós-graduado em Ciência da Religião.
Belo Horizonte – Minas Gerais
sábado, 28 de julho de 2012
Comunidade Shalom reune 1,17 milhões de jovens
Música, artes, esportes radicais, cultura e muita fé. A edição histórica de 15 anos do Festival Halleluya 2012 também bateu recorde de público. Em cinco dias, o maior festival de artes integradas do País recebeu 1,17 milhão de pessoas. O evento coroou as atividades de comemoração dos 30 anos de existência da Comunidade Católica Shalom. O Festival recebeu 22 grupos artísticos consagrados da música católica brasileira. Entre os destaques, passaram pelo palco principal do Halleluya os cantores Adriana, Banda Missionário Shalom, Alto Louvor, Batista Lima, Irmã Kelly Patrícia, Rosa de Saron, Suely Façanha e padre Fábio de Melo.
Além disso, 25 grupos artísticos competiram no Festival de Artes Integradas que aconteceu no Espaço Cultural do Halleluya. O palco contou com a presença de um público médio de cinco mil pessoas. Além das apresentações artísticas, as pessoas curtiram o talk show de perguntas e respostas #CurtaVerdade.com que recebeu personalidades da Igreja Católica como o arcebispo cardeal de São Paulo Dom Odilo Scherer, o arcebispo do Rio de Janeiro Dom Oranir Tempesta entre outros. A exposição Shalom 30 anos atraiu 15 mil pessoas durante as noites de evento. O Espaço reuniu ainda sete mil espectadores no Cine Halleluya.
A solidariedade foi um dos pontos altos do Festival. Foram doadas 636 bolsas de sangue e foram feitos 200 cadastros de medula óssea, de acordo com dados preliminares do Hemoce. “Para nós, é uma satisfação enorme ter esta parceria com a Comunidade Shalom no Halleluya e
esperamos continuar com este parceria, por muitos anos” afirmou, satisfeita com os números, a coordenadora de Captação de doadores do Hemoce, Nágela Lima.
A doação de alimentos também foi uma ação solidária que deu resultados concretos. Números parciais da Defesa Civil apontam que foram arrecadados 5600 quilos de alimentos não perecíveis. Metade do arrecadado será destinado para as vítimas da seca e a outra metade
será encaminhada aos projetos de Promoção Humana da Comunidade Católica Shalom, que atendem pessoas em situação de risco. Convidados especiais Nesta edição o Festival Halleluya contou a presença especial do cardeal arcebispo de São Paulo Dom Odilo Scherer que por dois dias participou das diversas atividades do evento. “Quem está com Deus, quem segue Jesus Cristo, caminho, verdade e vida, está no caminho da felicidade”, disse o cardeal em um talk show no Espaço Cultural, novidade do Festival este ano.
Dom Orani João tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro veio especialmente lançar a campanha de contagem regressiva para a Jornada Mundial da Juventude RIO 2013 na noite de sexta, dia 20, para um público de 240 pessoas, na sua grande maioria composta por jovens. “Vale a pena ser jovem e seguir a Jesus Cristo", destacou Dom Orani. Segundo o arcebispo, a Igreja precisa que os jovens sejam sinal da graça de Deus entre todos. A evangelização deve ser feita pela
juventude que conhece a verdade. "Precisamos de jovens confiantes na sua fé e que possam testemunhar com sua vida", completou. O arcebispo ainda agradeceu a presença da juventude no Festival Halleluya.
Ainda passaram pelo evento Dom Eduardo Pinheiro, responsável pela Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB, Dom Javier Martinez, arcebispo de Granada, o bispo emérito de Fortaleza Dom Edmilson e dezenas de sacerdotes que durante todas as noite ouviram as confissões dos fieis.
A Celebração Eucarística de encerramento foi presidida pelo arcebispo de Fortaleza Dom José Antonio. “É uma alegria ter esta multidão reunida aqui no Halleluya para ouvir a Palavra de Deus e por os ensinamentos que aqui escutam em prática”, pontuou o arcebispo.
Para o Fundador e Moderador Geral da Comunidade Católica Shalom Moysés Azevedo O Festival Halleluya é fruto da graça de Deus.“ Quando Deus nos deu o carisma Shalom, Ele também nos cumulou da graça de irmos além e termos um olhar compassivo. Ao vermos os jovens que se perdiam na prostituição, em um processo de autodestruição, na época das férias, sentimos o apelo de ousar e dar um ato de fé em favor da glória de Deus e desses jovens, que são os filhos prediletos do Carisma Shalom. E assim a gente foi ousando até chegar nesse formato atual do evento. Hoje ao contemplar um crescimento tão potente, percebo o dom de Deus em nosso meio. Só podemos louvar, pois quanto menor é o frasco, o servo e o recipiente, mais a graça de Deus pode operar. Somos pequenos e fracos, mas na nossa debilidade Deus se manifesta com a sua força e potência”, disse.
Quero Mais A fé e a sede de Deus atraíram para o Espaço da Misericórdia boa parte do público que nesses dias veio ao Festival. Mais de 2387 confissões foram atendidas. Nas cinco noites, mais de 4392 pessoas foram aconselhadas. Para o atendimento deste público, 112 sacerdotes e 430 voluntários se dispuseram a servir.No próximo final de semana, o evento continua no Halleluya Quero Mais. O Seminário de Vida no Espírito Santo já recebeu 6093 inscrições durante o Festival. Mais pessoas poderão fazer sua experiência com Deus nos Centros de Evangelização da Comunidade Católica Shalom.
O Halleluya Adventure reuniu jovens que competiram em modalidades artísticas. Os pequenos também tiveram um espaço especial. O Halleluya Kids recebeu 1535 crianças entre 5 e 11 anos, num espaço que foi triplicado em relação a 2011.
Web e redes sociais O Festival Halleluya também foi um evento interativo. Durante os cinco
dias, foram registrados mais de 200 mil acessos ao site. Foram registrados picos de 2 mil acessos à webtv acompanhando online o Festival.
Nas redes sociais, o Festival foi destaque. Por diversas vezes o assunto mais comentado no Trendig Topics do Twitter e mais de 18 mil pessoas citaram o Festival Halleluya no Facebook.
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sexta-feira, 27 de julho de 2012
Santuário Nossa Senhora da Piedade como Atrativo Turístico de Especial Relevância
O governador de Minas Gerais, Antonio Anastasia, assina na próxima terça-feira, dia 31, às 9h, o decreto que declara o Santuário Nossa Senhora da Piedade como Atrativo Turístico de Especial Relevância. A solenidade de assinatura será no Santuário, que fica na Serra da Piedade, em Caeté (MG), a mais de 1,7 mil metros de altitude. Com uma paisagem privilegiada e emoldurada pela imensidão das montanhas e do verde, o Santuário atrai milhares de peregrinos desde o século 18.
O dia 31 de julho marca os 52 anos de consagração do Estado de Minas Gerais a Nossa Senhora da Piedade, tornando-se assim, a padroeira dos mineiros.
Conta a tradição que, entre 1765 e 1767, uma jovem, muda de nascimento, teria sido abençoada com a aparição de Nossa Senhora, no alto da Serra da Piedade. A menina recuperou a fala e o acontecimento atraiu muitas pessoas para a região. Foi nessa época que o ermitão português Antônio da Silva Bracarena construiu uma capela no alto da Serra, dedicada à Nossa Senhora da Piedade. Rapidamente, o local tornou-se um centro de peregrinação.
Dois séculos depois, em 1958, o Papa João 23 proclama Nossa Senhora da Piedade como a Padroeira de Minas Gerais. Para marcar esse momento tão importante, o Santuário recebeu a imagem de Nossa Senhora da Piedade, do mestre Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. No dia 31 de julho de 1960, foi realizada na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, a grande festa de consagração do Estado à sua padroeira, consolidando ainda mais a tradição do Santuário.
A Arquidiocese de Belo Horizonte iniciou, em 2010, um processo de revitalização do Santuário da Padroeira de Minas que, recentemente, foi premiado como hors concours na eleição das Sete Maravilhas da Estrada Real. O local é tombado pelo Instituto Nacional do Patrimônio Histórico e Artístico (Iphan) e pelo Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha).
Fonte: Arquidiocese de BH
quarta-feira, 25 de julho de 2012
Síria: cristãos temem agressão
Os cristãos das cidades sírias de Damasco e Aleppo estão apavorados com o risco de ser obrigados a fugir, de acordo com declarações do bispo caldeu de Aleppo, dom Antoine Audo, SJ.
O prelado informa que a Igreja local teme uma repetição da catástrofe de Homs, quando o bairro cristão daquela cidade foi bombardeado, na primavera passada, forçando o êxodo em massa de quase todos os mais de 120 mil fiéis cristãos.
O bispo afirma que a escalada do conflito em Aleppo e Damasco vem levando as pessoas a se voltarem a ele, desesperadas, após o abandono das próprias casas e propriedades e a fuga para cidades e aldeias mais seguras.
Em entrevista à Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), Audo sublinha: "O nosso medo é que, nesta situação de anarquia, as áreas cristãs sejam invadidas por gente armada, como aconteceuem Homs. Istoseria desastroso".
O bispo declarou que, na missa de domingo passado, em Aleppo, a igreja estava bastante vazia por causa do medo dos fiéis. De acordo com Audo, “as razões para a ameaça contra os cristãos são muito complicadas”. E acrescentou: “Eu não sei dizer as razões claras dessa hostilidade dos rebeldes contra os cristãos. O que podemos dizer é que seria péssimo se eles entrassem no lado cristão. O medo dos cristãos é visível: nós somos uma minoria e estamos sempre ameaçados".
“Como é que vamos proteger o nosso povo? Nós não temos condições. E não são só os cristãos que estão envolvidos nesta situação. Os muçulmanos também estão, acusados de simpatizar com o governo”.
O bispo agradeceu a todos, incluindo os benfeitores da AIS, que forneceram alimento, assistência médica e abrigo para mais de mil famílias que fugiram de Homs para pequenas cidades e aldeias próximas.
"É muito difícil, especialmente para quem é originário de Homs. Eles deixaram tudo para trás. Eles perderam tudo e é por isso que eles valorizam tanto o compromisso da Ajuda à Igreja que Sofre".
Mesmo agradecendo pelo apoio já recebido, dom Audo apela por mais ajuda: "Temos que ajudar ainda mais pessoas, especialmente em dois aspectos: comida e assistência à saúde. Nós temos até pessoas que nos procuram apenas para pedir roupas".
O bispo disse ter sido pressionado para se posicionar ou a favor do regime ou a favor dos rebeldes: "Quando me perguntaram de que lado eu estava, eu sempre disse que estou do lado do país. Eu estou fazendo tudo o que posso para salvar a Síria, o nosso amado país".
"O que nós precisamos é das orações de todos, para todos nós. É um momento de grande perigo e as pessoas estão com muito medo", enfatiza o bispo.
Fundação Populorum Progressio abre reunião anual em Bogotá
Começa hoje e termina sexta-feira 27 de julho, a reunião anual do Conselho de Administração da Fundação Populorum Progressio, dirigida desde a sua fundação em 1992, para o Pontifício Conselho Cor Unum.
A reunião acontece em Bogotá, no Centro de Espiritualidade e Pastoral da Conferência Episcopal da Colômbia, para analisar o financiamento de projetos em favor dos indígenas, mestiços e afro-americanos na América Latina e no Caribe.
Fazem parte do Conselho de Administração, o cardeal Robert Sarah, presidente da Fundação e do Pontifício Conselho Cor Unum; o Cardeal Juan Sandoval Iñiguez, arcebispo de Guadalajara (México) e presidente do Conselho de Administração; o arcebispo Edmundo Luis Abastoflor Montero, de La Paz (Bolívia), vice-presidente; o arcebispo Murilo Sebastião Ramos Krieger, de São Salvador da Bahia, Brasil; arcebispo Javier Augusto Del Rio Alba, de Arequipa, Peru; o arcebispo Antonio Arregui Yarza, de Guayaquil, Equador; o arcebispo Oscar Urbina Ortega, de Villavicencio, Colômbia e o monsenhor Segundo Tejado Muñoz, sub-secretário do Pontifício Conselho Cor Unum. Dois novos membros este ano farão parte do Conselho: Monsenhor Seastião Ramos Krieger, novo representante do Brasil e do monsenhor Javier Del Rio Alba, representante do Peru.
A Fundação Populorum Progressio recebe fundos para poder trabalhar, principalmente do Comitê de ajuda ao Terceiro Mundo da Conferência Episcopal Italiana, e de doadores privados. O Conselho de Administração da Fundação, tradicionalmente realiza suas reuniões em um país da América do Sul, com o objetivo de tornar conhecidas as suas atividades nas Igrejas locais.
Este ano, 203 projetos foram apresentados em um valor total de 2.908.727 dólares provenientes de 19 países. Como nos anos anteriores, as nações mais "ativas" na apresentação dos projetos foram: Brasil (59), Colômbia (42), Peru (15), Equador (16) e El Salvador (6), países onde as populações apoiadas pela Fundação são mais numerosas. Foram apresentados projetos do Haiti (12), Guatemala (5), Argentina (5), Bolívia (10), Paraguai (4), Chile (4), Cuba (5), Costa Rica (6), México (3); Venezuela (2), Nicarágua (3), República Dominicana (2), Honduras (2) e Uruguai (2).
A Fundação está em uma fase de renovação de seus membros e do secretariado. Na intenção de fornecer novas ferramentas para a divulgação das atividades da Fundação e será apresentado aos membros um projeto proposto por um especialista em fundações, Juan Carlos Navarro, com a ajuda do consultor jurídico da Cor Unum, Dom Silvério Nieto, que contém possíveis elementos de mudança no método de trabalho da Fundação. Nesta reunião também serão eleitos o novo Presidente e o Vice-Presidente do Conselho de Administração.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 24 de julho de 2012
Síria: É um apocalipse e esperamos a ressurreição
“Estamos vivendo um apocalipse em Damasco, mas esperamos de todo o coração e com todas as nossas forças que chegue logo a ressurreição”, declara dom Samir Nassar, arcebispo maronita de Damasco, na Síria.
O dramático depoimento enviado pelo prelado à agência Fides afirma que “os combates prosseguem em Damasco desde a última quarta-feira, com o uso de armas pesadas, tanques e helicópteros, numa cidade que está cheia de civis. A destruição é enorme. Que calvário! Os combates acontecem nas ruas e se espalham de um bairro para o outro. Eu não consigo dormir por causa do medo e do barulho das bombas e dos tiros. A temperatura está acima dos 40 graus e sofremos constantes interrupções no fornecimento de energia eléctrica. Faltam provisões em muitos setores e começa a ser sentida a penúria da população. Quase não temos mais pão, verduras, gás de cozinha nem combustível para o aquecimento. A população está aterrorizada e não sabe onde se refugiar. As rodovias para a Jordânia, para o Iraque, para a cidade síria de Aleppo e para a região ao norte de Homs estão fechadas. Uma longa fila de pessoas foge pela estrada rumo ao Líbano, num êxodo em meio ao pânico generalizado”.
Voltando-se aos desabrigados de Damasco, o arcebispo afirma: “Espero que vocês encontrem uma casa, recordando que, no passado, os sírios acolheram os refugiados palestinos, libaneses e iraquianos”.
Dom Nassar acrescenta: “Os poucos fiéis que tiveram coragem de vir à missa acenderam muitas velas no túmulo dos beatos mártires de Damasco. Trocaram abraços e lágrimas, temendo que fosse a última vez em que se viam, antes de voltarem para casa em meio a tiros e explosões”.
Damasco tinha escapado da violência que vem devastando as outras cidades da Síria. “Agora é a nossa vez de sofrer e morrer”, diz o arcebispo, completando: “Acabamos de construir um refúgio debaixo das escadas, para escapar das bombas, e limpamos os porões da paróquia. É um apocalipse: esperamos que a ressurreição não demore a chegar, depois de tanto sofrimento”.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 23 de julho de 2012
EUA SUSPEITA DE ATIVIDADES DE USINA DE RESENDE, DIZ PESQUISADOR
O Brasil desperta "suspeitas" no governo dos Estados Unidos devido à sua negativa em aceitar inspeções completas na usina de Resende, segundo o pesquisador argentino Federico Merke.
Autor do livro "A Defesa no século XXI", lançado pela editora Capital Intelectual, Merke afirma que Washington desconfia da possibilidade do Brasil se tornar um fornecedor de urânio enriquecido ao Irã.
O escritor cita informes da Agência Internacional de Energia Nuclear (AIEA) e argumenta que o organismo nutre divergências com o Brasil desde 2003, quando fracassaram as negociações sobre o alcance das inspeções em Resende.
Segundo ele, chegou-se a um acordo em 2009, mas "o acesso dos inspetores continua sendo menor que o total".
Para os Estados Unidos e a Alemanha, o Brasil seria um dos oito países do mundo com capacidade para enriquecer urânio.
(ANSA)
domingo, 22 de julho de 2012
Dia de Santa Maria Madalena
Maria Madalena é a mulher mais vezes mencionada nos Evangelhos.
Sabemos que Jesus a libertou de sete demônios (Lc 8, 2; Mc 16, 9). Por gratidão de tantos benefícios recebidos, quer corporalmente, quer sobretudo espiritualmente, tornou-se santamente apaixonada pelo seu Benfeitor.
Sabemos que era uma do grupo das mulheres que acompanhavam o Senhor e o serviam com os seus bens (Lc 8, 2).
Nunca O deixou, mesmo nas horas mais amargas e aflitivas. Quando os apóstolos fogem,apavorados perante a prisão e tormentos do Mestre, ela permanece corajosamente firme. Apenas são João O acompanha nos últimos momentos, enquanto Maria Madalena nunca O deixou (Mt 26, 56). «Estavam ali algumas mulheres, que O serviam e seguiam, enquanto esteve na Galileia» (Mc 15, 40-41). Acompanhou Jesus no seu enterro: «Maria Madalena e Maria, mãe de Jesus, estavam a ver onde O depositavam» (Lc 23, 54-56; Mc 13, 42).
Depois do descanso sabático, ela vai ao sepulcro, querendo prestar-Lhe as últimas homenagens. Quando os Apóstolos Pedro e João, ao verem o sepulcro vazio, «voltaram novamente para casa» (Jo 20, 11), ela não se afasta: «Entretanto, Maria estava cá fora a chorar, junto do túmulo» (Jo 20, l1). Vê dois anjos vestidos de branco, mas não teme nem se assusta, nem parece prestar-lhes grande atenção. A única coisa que quer é prestar homenagens ao cadáver de Jesus. Eles perguntaram-lhe: «Mulher, porque choras?». Ela, com imenso respeito, responde-lhes: «Levaram o meu Senhor e não sei onde O puseram». Ela não sabia que estava a falar com anjos. Ao voltar-se, viu Jesus de pé, mas não sabia que era Ele. Esse desconhecido diz-lhe: «Mulher, porque choras? Quem procuras?». Pensando que era o jardineiro, diz-lhe: «Senhor, se tu O levaste, diz-me onde O puseste para eu O ir buscar». Na sua santa loucura, parecia-lhe fácil carregar um corpo como o de Jesus.
O «jardineiro» pronunciou então uma só palavra: «Maria!». Enquanto lhe chamou “mulher”, não O identificou, mas quando ouviu o seu nome, pronunciado com tanta delicadeza, escapou-lhe uma exclamação em hebraico: «Rabbuni!», que quer dizer Mestre. E prostrou-se a seus pés, cheia de alegria sem limites (Jo 20, 11-18).
Jesus teve de dizer-lhe: «Não Me prendas que ainda não subi para o Pai; mas vai ter com os meus irmãos e diz-lhes que vou subir para meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus».
Foi a primeira pessoa a quem Jesus manifestou a ressurreição. Ela cumpriu imediatamente esta ordem, exclamando aos apóstolos e a toda a gente: «Vi o Senhor!».
Depois deste fato, não mais temos notícias do seu futuro. Mas a ela aplica-se esta informação referente aos apóstolos e àqueles que os acompanhavam no Cenáculo: «Todos unidos eram assíduos à oração com algumas mulheres» (At 1, 14).
Maria Madalena é um modelo de conversão do mal para o bem, de dedicação e amor apaixonado, de disponibilidade e de colaboradora do apostolado do Mestre.
sábado, 21 de julho de 2012
Dia internacional da Juventude movimenta os jovens do Cone Sul
O Dia Internacional da Juventude constituído pela Organização das Nações Unidas (ONU) movimentará os jovens do Cone Sul.
A Comissão para juventude CNBB convida a todos os jovens dos países do Cone Sul (Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai) a fazer um Gesto Comum em favor da vida da juventude, de 5 a 12 de agosto - Dia Internacional da Juventude- . A iniciativa é das pastorais juvenis dos cinco países e acontece desde1997 acada dois anos.
O Dia Internacional da Juventude – 12 de agosto - foi decretado em 1999 pela ONU fruto da Conferência Mundial dos Ministros Responsáveis pelos Jovens em Lisboa.
“Muitos dos mais de um bilhão de jovens do mundo não têm a educação, a liberdade e as oportunidades que merecem, afirma a mensagem do Secretário-Geral da ONU, Ban Ki-moon, na comemoração do Dia Internacional da Juventude 2010-2011. “No entanto, apesar dessas limitações – e, em alguns casos, por causa delas – jovens estão se mobilizando em grande número para construir um futuro melhor”.
O Gesto Comum 2012 que comemora o Dia Internacional da Juventude será dividido em três momentos. O primeiro será de 5 a10 de agosto. A sugestão é que cada grupo jovem de cada expressão que trabalha com o mundo juvenil possa realizar seminários, debates, caminhadas, atos públicos, visitas em lugares que a vida do jovem é violentada (como prisões, abrigos para dependentes químicos e alcoólicos, espaços nas ruas onde os jovens vivem). Também são sugeridas celebrações, rodas de conversa com os jovens ou o que mais o grupo considerar interessante para vivenciar e refletir sobre a defesa da vida da juventude.
O segundo momento acontecerá no sábado, 11 de agosto. A proposta é que todos os grupos das diferentes pastorais, novas comunidades, congregações, movimentos e outras organizações realizem, a partir das 19h uma grande celebração pela vida. O momento pode ser uma celebração eucarística ou outra oração, como o ofício divino.
A conclusão será com um dia de lazer, em que a juventude possa celebrar a vida também a partir do esporte, da cultura e da arte. Podem ser feitos torneios esportivos, gincanas, apresentações culturais, saraus, etc.
Todos os grupos são convidados a compartilhar a vivência do gesto comum nas redes sociais para mostrar a mobilização e o protagonismo juvenil.
A Coordenação Nacional de Pastoral Juvenil, formada por 10 jovens coordenadores de pastorais, novas comunidades, movimentos e congregações que trabalham com juventude, é, desde 2011, o espaço de articulação e construção do Gesto Comum. A coordenação faz parte da Comissão Episcopal Pastoral para a Juventude da CNBB.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 20 de julho de 2012
Encontro da pastoral afro-americana e caribenha
De 16 a 20 de julho acontece em Guayaquil, no Equador, o XII Encontro de Pastoral Afro-Americana e Caribenha (EPA), com a participação de 250 membros de diversas conferências episcopais do continente americano.
Fazem parte do encontro delegados do Brasil, da Venezuela, da Colômbia, do Equador, do Peru, do México, do Panamá, da Argentina, da Bolívia, do Haiti, da República Dominicana, do Paraguai, do Chile, do Uruguai, da Costa Rica, da Nicarágua, de Honduras, da Guatemala e da Jamaica. Nos eventos, que são organizados pelo Conselho Episcopal Latino-Americano (CELAM), participam também os bispos responsáveis pelas pastorais dedicadas às populações afro-americanas do país.
O encontro tem como objetivos revitalizar os processos de participação da população afro-americana na Igreja e na sociedade, fomentar a unidade e o desenvolvimento humano, social e religioso dos povos da América Latina e do Caribe e continuar o processo de construção de comunidades cristãs negras com identidade própria.
O XII Encontro da Pastoral Afro-Americana foi aberto na catedral metropolitana no último 16 de julho, com missa presidida por dom Antonio Arregui Yarza, arcebispo de Guayaquil e presidente da Conferência Episcopal Equatoriana. Amanhã,20, amissa de encerramento será presidida por dom Giacomo Ottonello, núncio apostólico no Equador, também na catedral, ao meio-dia.
Bento XVI enviou uma mensagem aos participantes do encontro através do secretário de Estado do Vaticano, cardeal Tarcisio Bertone. No texto dirigido a dom Pablo Varela, presidente do Departamento de Educação e Cultura do CELAM, o papa expressa a sua “proximidade e apoio espiritual”. Bento XVI também os incentiva, “nas reflexões, a se aprofundarem nos valores culturais, na história e nas tradições dos afro-americanos, para que a Igreja saiba cada vez mais apresentar Jesus Cristo como a resposta autêntica às perguntas mais profundas do ser humano, deixando-se conduzir pelo impulso do Espírito Santo, que veio fecundar todas as culturas, purificando-as e desenvolvendo os numerosos germes e sementes que o Verbo encarnado plantou em cada uma, orientando-as, assim, pelos caminhos do evangelho”.
Depois de convidar “os senhores bispos e os seus colaboradores a continuar acompanhando essas queridas populações, às vezes marginalizadas e pouco atendidas”, o papa “concede a todos uma especial bênção apostólica”.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 19 de julho de 2012
Identidade e Missão: 3° Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação
De19 a22 de julho acontece em Aparecida o 3º Encontro Nacional da Pastoral da Comunicação (Pascom) com o tema “Identidade e missão”.
O objetivo do evento é reunir todas as pessoas que fazem a comunicação católica no Brasil, para trocar, partilhar, celebrar, e fazer da ocasião, um espaço de reflexão e aprimoramento do ser.
A Arquidiocese de Aparecida informou que a programação do evento foi planejada por representantes de alguns Regionais da CNBB, que ficaram reunidos em Brasília durante dois dias, sob coordenação da assessora da Comissão Episcopal Pastoral para Comunicação Social da CNBB, irmã Élide Fogolari.
Em notícia publicada hoje pelo jornal L `osservatore Romano irmã Elide Fogolari disse que “os dois encontros precedentes superaram as expectativas, tanto em termos de presença como em qualidade dos argumentos tratados”.
Com um cronograma de atividades intenso e extenso, temas atuais e de grande relevância serão tratados nos painéis e seminários propostos. Assuntos como web jornalismo, Redes Sociais, Mídias convergentes e crimes na internet trarão o universo online para a programação, assim como outros temas voltados para a comunicação na catequese, na liturgia e para a os jovens.
Abre o Evento nesta quinta feira (19) o jornalista e decano da Faculdade de Comunicações da Universidade de Navarra, Carlos Alberto Di Franco, com uma palestra sobre o tema “Igreja e Sociedade”; Dia 20 de julho antes da Mesa Redonda está previsto a participação de Dom Dimas Lara Barbosa, Presidente da Comissão Episcopal Pastoral para a Comunicação da CNBB; dia 21 a mesa rednda será sobre o tema - PASCOM e a pessoa digital: Possibilidades e contradições.
No domingo (22) acontecerá a Celebração Eucarística presidida pelo Cardeal Dom Raymundo Damasceno Assis, Presidente da CNBB e a solenidade de encerramento com envio dos discípulos missionários da comunicação.
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 18 de julho de 2012
Quando o silêncio é comunicação
Hoje assistimos a um silêncio que oprime e que deve ser rompido com a coragem profética para que a cadeia das injustiças institucionalizadas não continue a silenciar milhões de pessoas que gritam no deserto.
Este silêncio de morte que vemos por ai desde o silêncio do medo que a máfia de todas as matizes espalham ao seu redor e o “não sei não vi, não escutei”, ao silêncio dos trabalhadores que diante de salários injustos não podem reclamar pelo medo de ficar sem trabalho e ter uma vida pior. Do silêncio das crianças abortadas que não podem nem gritar e nem defender-se ao silêncio dos presos e torturados que devem calar para que outros não sofram injustamente. Estes silêncios invadem os meios de comunicação que, a serviço de poderosos, falsificam a verdade e se colocam do lado do poder para ter cada vez mais um posto mais alto.
Há o silêncio do diabo que está ao lado dos justos e dos santos e com sua presença silenciosa invade o temor e insegurança, gerando o medo coletivo. Não é este o silêncio que deve ser mantido. Este silêncio deve ser rompido para que a voz da verdade possa ser ouvida em todos os lados e que nasça no coração das pessoas o silêncio da esperança que está para nascer. O silêncio é útero da sabedoria a verdade. É no mais profundo de si mesmo que o ser humano necessita descer não para escutar a si mesmo, as suas lamúrias e fracassos ou sonhos idealizados, mas sim para escutar a voz de Deus que o chama a assumir corajosamente a sua identidade de pessoa de cristão sem ter medo de nada e de ninguém.
O Papa, na sua catequese sobre o silêncio, nos recorda citando Santo Agostinho, “que na medida que o Verbo crescer, a palavra do homem diminui”. Aliás diante de Cristo verdade caminho e vida somente tem espaço para o silêncio. O caminho que deve ser percorrido é fugir do “barulho”, seja qual for, quer seja visivo com as imagens que as TV, internet e outros meios jogam com abundância dentro de nós e que nos impedem de refletir, de avaliar, não nos dão o tempo de avaliar os fatos porque quando você começa a pensar é outra imagem que vem e leva longe a primeira. O barulho auditivo que nos persegue todos os dias e sentimos que sempre mais é necessário gritar mais forte para que possa ouvir o barulho distante do outro, mas não escutá-lo.
É um burburinho que chega até nós, sons convulsivos, mas não inteligíveis. São músicas, são palavras que impedem o ser humano de saber “escutar-se e escutar aos demais”; recuperar o silêncio exterior é fundamental. Criar pelo menos uma vez por semana um “oásis de silêncio exterior”, onde possamos permanecer “a sós” duas ou três horas para ouvir a doce brisa que chega até nós e na qual o Deus da vida está escondido( 1 Rs 19, 12) Quando o silêncio é fuga se torna não comunicação, nervosismo, mal estar e espalha ao seu redor um clima de desconfiança e de tristeza.
Quando o silêncio é comunicação é como o perfume que faz sentir sua presença embora não seja palpável. É neste silêncio que devemos entrar novamente para compreender o que diz o místico João da Cruz “Uma palavra falou o Pai, que foi seu Filho, e a fala sempre em eterno silêncio e, em silêncio, há de ser ouvida pela alma.” Os místicos não são pessoas anti-sociais, mas exemplos de comunicação. Cada palavra que eles pronunciam é palavra de vida, de esperança, de alegria e de amor. E quando a palavra “é como espada a dois gumes que penetra até o miolo dos ossos” é para que seja operadora de conversão e de salvação. Somente quando o ser humano redescobrir a necessidade do silêncio para se medir consigo, com os outros e com Deus, saberá que a força do testemunho não é palavra, mas o silêncio, o doce silêncio. Dando a palavra ainda a João da Cruz:
A noite sossegada,
Quase aos levantes do raiar da aurora;
A música calada,
A solidão sonora,
A ceia que recreia e que enamora.(C 15)
É o momento de praticar o que Jesus nos ensina se queremos rezar, falar com Deus e escutar seu Filho bem amado: “desce em você, fecha a porta e fala ao Pai” (Mt 6).
Fonte: Zenit.
terça-feira, 17 de julho de 2012
Somos todos chamados a uma formação missionária
A visita pastoral de Bento XVI à diocese de Frascati é importante e histórica por várias razões: depois de Roma, Frascati é a cidade que deu origem a mais papas. Na manhã de ontem, 15, pela quarta vez na história, um papa celebrou a missa na diocese tuscolana: o primeiro foi o beato João XXIII (19 de maio de 1959), seguido pelo servo de Deus Paulo VI (1º de setembro de 1963) e pelo beato João Paulo II (8 de setembro de 1982).
Bento XVI chegou de Castelgandolfo pouco antes das 9h30 à catedral de Frascati, na Praça de São Pedro da cidade. No adro, recebeu os cumprimentos do prefeito, Stefano Di Tommaso, e do bispo, dom Raffaello Martinelli.
Dom Martinelli acumula uma longa relação de colaboração com o Joseph Ratzinger: durante quase trinta anos, trabalhou na Congregação para a Doutrina da Fé, onde recebeu do então cardeal prefeito a tarefa de coordenar a elaboração do novo Catecismo da Igreja Católica e o seu compêndio. A ligação entre Frascati e a Sé de Pedro é ainda reforçada pela titularidade da Igreja suburbicária de Frascati, do cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado vaticano.
No início da homilia, Bento XVI agradeceu ao cardeal Bertone, a dom Martinelli, ao prefeito Di Tommaso e a todas as autoridades presentes. Comentando o evangelho, sobre o envio dos apóstolos por Jesus (cf. Mc,6,7 a13), o Santo Padre definiu essa passagem como um "estágio" para os discípulos, "em vista da grande responsabilidade que os esperava" depois da ressurreição do Mestre e do Pentecostes.
Jesus “não desdenha da ajuda que outros homens podem dar ao seu trabalho”, disse o papa. “Ele conhece os seus limites, suas fraquezas, mas não os despreza. Antes, atribui a eles a dignidade de seus enviados”.
As instruções de Jesus aos discípulos deixam clara a natureza do desafio que lhes foi confiado: não ser "apegados a dinheiro nem a conforto", não esperar "acolhimento favorável" e saber que às vezes podem ser "rejeitados", quando não explicitamente "perseguidos".
O gesto de "sacudir a poeira das sandálias", explicou o papa, significa dois tipos de separação: o "desapego moral" e o "desapego material" dos discípulos, que, mesmo em caso de rejeição, não procuram nenhuma satisfação nem orgulho pessoal pelas suas "realizações apostólicas", e, menos ainda, vantagens econômicas.
Na pregação do evangelho, afirma Jesus, eles devem sempre se fazer acompanhar de "atos de serviço, caridade e dedicação", sinal da manifestação da bondade de Deus: por exemplo, cuidar dos doentes.
Falando para toda a comunidade diocesana de Frascati, Bento XVI aludiu a uma das pastorais atualmente mais delicadas: "formar os formadores", tarefa semelhante ao "estágio missionário" dos primeiros discípulos de Jesus.
"É emocionante ver que, depois de dois mil anos, ainda temos o compromisso da formação para Cristo", comentou o Santo Padre, recordando que este compromisso cabe a todos, dos pais aos sacerdotes, dos catequistas leigos aos líderes dos movimentos eclesiais. "Somos todos responsáveis, todos responsáveis", frisou.
Cristo pode chamar ao sacerdócio, à vida consagrada, ao casamento. O importante, disse o papa, é que "toda a riqueza dos dons seja bem acolhida, especialmente pelos jovens; que a alegria de responder a Deus com tudo de si mesmo seja sentida no sacerdócio, na vida consagrada ou no casamento, caminhos que se complementam e se iluminam, enriquecendo uns aos outros, e que, juntos, enriquecem a comunidade".
Nosso Senhor "semeia em abundância os seus dons", acrescentou Ratzinger, também na comunidade diocesana de Frascati, onde, como em outros lugares, existe a necessidade de uma "nova evangelização". O Santo Padre convidou os fiéis da diocese suburbicária a viverem intensamente o Ano da Fé, que começa em outubro, no 50º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, e recomendou a leitura e meditação dos documentos conciliares, convidando todos a redescobrir "a beleza de ser Igreja, de viver o grande nós que Jesus criou em torno a si, para evangelizar o mundo: o nós da Igreja, nunca fechada, nunca voltada a si mesma, mas sempre aberta para a proclamação do evangelho".
Bento XVI encerrou a homilia confiando a diocese de Frascati aos seus dois padroeiros, São Felipe e São Tiago, "dois dos doze apóstolos". “À intercessão deles eu confio o caminho desta comunidade, para que ela se renove na fé e dê claro testemunho com as obras da caridade".
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 16 de julho de 2012
Descanso, ócio e lazer
Na preparação da Jornada Mundial da Juventude, programada para o Brasil no próximo ano de 2013, realizam-se em todo o país eventos como a Corrida “Bote fé na vida”, programada para o domingo, dia vinte e dois de julho, na Ilha do Mosqueiro. Tenho a alegria de dar a partida da mesma, junto com jovens de toda a Arquidiocese de Belém. E providencialmente também Jesus, no Evangelho que a Igreja proclama, convidou seus amigos para um sadio lazer: “Os apóstolos se reuniram junto de Jesus e lhe contaram tudo o que tinham feito e ensinado. Ele disse-lhes: “Vinde, a sós, para um lugar deserto, e descansai um pouco”! Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo, que não tinham nem tempo para comer. Foram, então, de barco, para um lugar deserto, a sós” (Cf. Mc 6,30-34).
Um dos mandamentos da Lei de Deus prescreve o descanso no dia do Senhor, para prestar-lhe culto e refazer as forças. Muitos deveriam penitenciar-se por não ter descansado bem ou não ter dedicado o dia de domingo à celebração principal da vida cristã, a Missa Dominical, quando se faz presente o Mistério da Morte e Ressurreição do Senhor. Da Eucaristia dominical podemos haurir as forças necessárias para viver bem. Domingo é em primeiro lugar dia de Missa, depois dia de família e dia de descanso e de lazer. Sugiro que no próximo exame de consciência cada um de nós se pergunte a respeito de seu Domingo e se descansou bem e com dignidade, inclusive para tratar melhor os outros.
Há pessoas que cultivam bem a cultura das férias regulares, hábito saudável e necessário, a ser mais valorizado entre nós, pelo que saúdo com alegria quem aproveita bem o mês de férias, desfrutando-o com a família e os amigos, repousando no corpo e na alma, para depois enfrentar as lides diárias, cada um em sua profissão e condição de vida. O tempo de férias é ainda adequado para a prática dos esportes, para que a antiga máxima seja atualizada e o corpo e a alma sejam sadios. Desejo incentivar especialmente as férias vividas com a família, nas quais se refazem os laços muitas vezes fragmentados pela correria do dia a dia de tantas pessoas. Aliás, também o fim de semana, durante o ano, há de ser valorizado. Entre nós existem muitos almoços de família, abençoadas oportunidades de convivência e cultivo de laços de afeto e ternura.
Alguns pontos de reflexão se fazem oportunos quando de trata de férias e descanso, quem sabe para ver a outra face da moeda! A Igreja sempre considerou inadequado o cultivo do ócio e da preguiça, o viver “de papo para o ar”. São infelizmente comuns as situações de pessoas que vivem à toa, ocupadas em não fazer nada. Frequentes são os casos de gente “encostada”, desfrutando o dinheiro suado de aposentados, homens e mulheres que continuam sustentando, à custa de suor e lágrimas parentes e agregados em muitas famílias. Se heroica é a disposição de tais anciãos e anciãs, não deixa de escandalizar o modo de viver de quem aproveita de sua generosidade. O descanso há de ser fruto do trabalho e deve encaminhar para ele, a fim que o homem e a mulher cheguem à grande dignidade que é viver do suor do seu rosto.
O tempo de descanso seja ocupado com atividades dignas da pessoa humana e de sua vida cristã. O uso descontrolado de bebidas, a terrível praga das drogas e a total perda do sentido verdadeiro do corpo e da sexualidade, levando a ignorar todo o sentido de limites e da adequada moralidade tem incomodado a muitas pessoas. Espalha-se uma verdadeira camisa de força, na qual o argumento da sociedade laica chega a extremos inaceitáveis, fazendo com que os que desejam viver a dignidade humana e de filhos de Deus sejam reprimidos inclusive em suas práticas sadias. Mais ainda, nem podem manifestar suas convicções em público, pois o que deveria ser chamado “direito ao pecado” se sobrepõe a valores que, considerados conservadores, são o retrato do plano de Deus, que quer vida, dignidade, respeito, plena realização para todos os homens e mulheres, chamados a se expressarem na graça de Deus e não na iniquidade. Tenho ouvido jovens que começam, graças a Deus, a se cansarem da libertinagem a que são estimulados e à qual muitas vezes se entregam. Não pode manter-se uma sociedade que perde as rédeas dos impulsos e instintos, como a história nos mostra em reinos e impérios que se corroeram por dentro a partir de orgias e bacanais.
Desejo que o tempo do lazer e do descanso seja efetivamente sadio e possibilite a volta à casa de família, à escola, ao trabalho e à Igreja de “cara limpa”. Não descansa adequadamente quem recomeça seus trabalhos com peso de consciência, mas quem pode transbordar a verdadeira alegria de filhos de Deus, pela fidelidade que a Ele pedimos com a Igreja: “Ó Deus, sede generoso para com os vossos filhos e filhas e multiplicai em nós os dons da vossa graça, para que, repletos de fé, esperança e caridade, guardemos fielmente os vossos mandamentos” (Oração do Dia do XVI Domingo Comum).
Reflexões espirituais de Dom Alberto Taveira Corrêa, arcebispo de Belém do Pará
Dom Alberto Taveira Corrêa
sábado, 14 de julho de 2012
Onde está teu irmão?
Onde está teu irmão? Essa interrogação é central na importante narrativa do Livro do Gênesis, capítulo cinco. Deus perguntava a Caim sobre seu irmão Abel. Caim tinha matado Abel e, ao ser interrogado, cinicamente, respondeu não saber. Essa página remete o povo de Israel a um capítulo fundamental de qualquer antropologia consistente. A narrativa tem escopo educativo que alimenta o sentido da transcendência de toda pessoa humana.
Nos tempos de hoje, essa interrogação de Deus precisa ecoar nas consciências para que sejam banidas a arbitrariedade e a violência, refletidas nas discriminações e no massacre de inocentes. Entre esses absurdos, representa um grave perigo a onda abortista, que não pode ganhar espaço e consideração lícita para que a sociedade contemporânea, por egoísmo e falta de moralidade, trate a vida como produto descartável. Com o objetivo de evitar esse caminho, é preciso redobrada atenção no acompanhamento da movimentação governamental e político-partidária para fazer contraponto às propostas de legalização do aborto, com a determinação de derrubá-las.
Outra situação preocupante, onde cabe a pergunta central para recuperação e configuração de uma antropologia sem selvagerias - “Onde está teu irmão?”, refere-se à população de rua. É preciso sensibilidade cidadã para abominar e impedir as barbáries contra homens e mulheres que vivem nas ruas das cidades, especialmente nas regiões metropolitanas. Nesse sentido, é importante conhecer a realidade desses irmãos e irmãs mais pobres, apoiar projetos sociais sérios de investimento na integridade dessas pessoas e na constituição dos quadros próprios para a vivência de sua cidadania. Trata-se do desenvolvimento de processos que têm lógicas e dinâmicas próprias, em contraposição a qualquer tipo de entendimento que se enquadre na lógica da “limpeza urbana”, do simples esconder para não comprometer a aparência de cidades e bairros.
Como advertência e necessidade de incluir na agenda social de todos, olhando a realidade de nossa inserção e calculando a gravidade de situações, é importante não esquecer os relatos que merecem reflexão e o posicionamento sério de cada um. São casos de homicídio ou tentativas de assassinato, como a que aconteceu em 15 de abril de 2011, com oito moradores de rua no bairro Santa Amélia, vítimas de envenenamento. Pela manhã daquele dia, oito moradores encontraram uma garrafa de pinga na praça onde dormiam e, após beberem, começaram a passar mal. Graças a Deus, não houve vítimas fatais. Alguns meses depois, em outubro, três homens tiveram seus direitos desrespeitados, ao serem levados para um suposto abrigo com a promessa de tratamento contra dependência química. No entanto, foram colocados em cárcere privado para trabalho escravo. Em julho do ano passado, um morador de rua morreu após ter o corpo queimado no bairro Ipiranga, em Belo Horizonte. Um mês depois, em agosto, quatro pessoas não identificadas, em uma caminhonete preta com vidros escuros, dispararam tiros em direção a um grupo de moradores de rua. Entidades que trabalham com direitos humanos e com pessoas em situação de rua são fontes fidedignas desses e de muitos outros relatos.
Essa realidade precisa ser tratada com a consciência iluminada pelo princípio moral que reza o quinto mandamento da Lei de Deus: “Não matarás.” A vida humana é sagrada. A ninguém é lícito destruir um ser humano. O Catecismo da Igreja Católica ensina que esse quinto mandamento proíbe, indicando como gravemente contrários à lei moral, o homicídio direto e voluntário, o aborto direto, bem como a cooperação com ele; a eutanásia direta, que consiste em pôr fim à vida, por ato ou omissão de ação devida para com pessoas deficientes, doentes ou próximas da morte, e o suicídio.
A moralidade advinda da sacralidade da vida faz com que cada um reconheça o dever de zelar pela existência de todos. Nas grandes cidades é expressivo o número de pessoas que vivem nas ruas. Homens e mulheres que requerem cuidado especial, projetos de inclusão, participação e reinserção. Inaceitáveis são a violência e os assassinatos no tratamento dessa grave problemática social. Pelos que vivem nas ruas, por todos, ecoe nas consciências o dever de responder: onde está teu irmão?
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
sexta-feira, 13 de julho de 2012
Manifestação nacional na Itália: "Salvemos os cristãos!"
O prefeito de Roma, Gianni Alemanno, participará na manifestação nacional "Salvemos os cristãos", na Praça Santi Apostoli de Roma, no fim de tarde desta próxima quarta-feira, 18. A iniciativa é promovida pela Associação Salvemos os Cristãos, presidida pela escritora Silvana De Mari.
O evento é apartidário e aberto à participação de todas as forças políticas, sociais e religiosas que desejam protestar contra a crescente discriminação, perseguição e massacres de cristãos. Em comum, os participantes devem ter a determinação de defender os valores absolutos e universais da sacralidade da vida humana, da dignidade da pessoa e da liberdade religiosa para todos, sem exceção.
O evento é uma continuação ideal da mobilização de 4 de julho de 2007, também acontecida na Praça Santi Apostoli, que denunciou a onda de violência contra os cristãos no Iraque e em outros países de maioria muçulmana. A manifestação de 2007 foi organiza pelo então vice-diretor do jornal Corriere della Sera, Magdi Allam, e contou com a adesão de cerca de uma centena de parlamentares de diversos partidos, incluindo Silvio Berlusconi, a expoente islâmica moderada Souad Sbai e o representante da Comunidade Judaica de Roma, Riccardo Pacifici.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 12 de julho de 2012
Profecia e Testemunho
Dom Alberto Taveira Corrêa
Todas as gerações conheceram seus profetas, pessoas que interpretam a realidade com critérios diversos, segundo suas opções religiosas ou sua cultura. Também nossa época conhece seus profetas, adivinhos em profusão, homens e mulheres que pretendem saciar a sede de segurança das pessoas. Encontramos gente que, antes de sair de casa, faz questão de consultar o horóscopo, que lhes possibilite receber de fora a segurança que lhes falta por dentro. Sem desrespeitar a diversidade cultural e religiosa em que vivemos, impressiona ver quantos consultam profissionais das cartas ou das mãos, medrosos diante do dia de amanhã. Tenho dificuldades para entender como alguém pretenda “amarrar” uma pessoa com laços de tipos diversos, ou que se queira “trazer de volta a pessoa amada”, sem que os eventuais namoros sejam fruto de um processo normal de simpatia e conquista, respeitada sempre a liberdade da outra parte.
A objeção pode ser imediata, pois a Bíblia e a vida dos cristãos sempre apresentaram seus profetas, cuja natureza e missão inquietam as pessoas. É que na Sagrada Escritura, profeta não significa adivinho capaz e prever o futuro. Elias, que simboliza toda a riqueza do profetismo do Antigo Testamento, era muito mais o homem do zelo absoluto pelas coisas de Deus e pela causa de Deus. Homem reto, incorruptível, capaz de alertar o povo e as autoridades para as consequências de seus atos. É mais ou menos como uma mãe que, conhecedora da vida, rica de sabedoria, alerta o filho, recomendando-lhe juízo, fazendo-lhe ver as possíveis consequências de seus atos. Daí a convicção corrente a respeito de uma eventual “praga de mãe”. Não é praga nem adivinhação, nem destino cego, mas conhecimento adquirido ao longo de uma vida, que permite descortinar o sentido dos passos a serem dados e suas consequências.
Mesmo que na história do Povo de Deus tenham existido profetas quase profissionais, os autênticos se manifestam após um chamado explícito de Deus, tantas vezes arrancados de seus afazeres, como Amós: “Não sou profeta nem discípulo de profeta! Sou vaqueiro e cultivo sicômoros. Foi o Senhor Deus que me tirou de detrás do rebanho e me ordenou: Vai profetizar contra Israel, o meu povo!” (Am 7,14-15). De fato, Deus pode suscitar profetas no meio de seu povo, como quer e quando quer. Em primeiro lugar o profeta é discípulo, amadurece no seguimento da Palavra do Senhor, para só então abrir a boca em nome de Deus, para corrigir, estimular e edificar a vida daqueles que querem fazer parte do povo escolhido de Deus: “O Senhor Deus me deu uma língua habilidosa para que aos desanimados eu saiba ajudar com uma palavra. Toda manhã ele desperta meus ouvidos para que, como bom discípulo, eu preste atenção. O Senhor Deus abriu-me os ouvidos, e eu não fiquei revoltado, para trás não andei” (Is 50,4-5). Profeta é quem põe à disposição de Deus sua boca e sua vida, para que aquele que o chamou e manifeste. Ele lança mais luzes sobre o presente do que sobre o futuro, ajudando as sucessivas gerações na maravilhosa aventura da fé.
Mas como reagir diante do Apóstolo São Paulo, o mesmo que identificou o ministério profético dentro das Comunidades cristãs, com o qual os cristãos são incitados à fidelidade a Deus, quando ele mesmo falou de destino? De fato, eis a palavra do Apóstolo: “Em Cristo, Deus nos escolheu, antes da fundação do mundo, para sermos santos e íntegros diante dele, no amor. Conforme o desígnio benevolente de sua vontade, ele nos predestinou à adoção como filhos, por obra de Jesus Cristo, para o louvor de sua graça gloriosa, com que nos agraciou no seu bem-amado” (Ef 1,4-6). Existe, então, um destino? No sentido do plano de Deus de salvação, sim. Mas Ele não nos fez com algum tipo de controle remoto, que nos impeça o uso da liberdade! Nós fomos pensados desde toda a eternidade – somos criaturas! – para a felicidade, para a realização, para a vida eterna, fomos feitos no amor e para o amor, fomos criados na Palavra eterna que sai da boca do Pai, Jesus Cristo (Cf. Jo 1,3). E Deus não impõe o seu plano, não nos escraviza, mas propõe! O Apóstolo São Paulo, testemunha do amor eterno de Deus, exerce em relação às Comunidades a profecia da verdade e da realização humana plena, na qual oferece a todos os elementos necessários às opções a serem feitas no correr da vida.
Quando o Senhor chamou e enviou seus primeiros discípulos, deu-lhes a missão de irem até os confins da terra (Mc 6,7-13). Nossa geração continua na mesma estrada e com a mesma responsabilidade. Trata-se de dar testemunho do nome de Jesus, dispostos a tudo, para constituir um povo de profetas, cujo modo de viver oferecerá caminhos novos, provocará reações muitas vezes adversas, será denúncia do pecado e estímulo ao bem, que o Espírito Santo plantou no coração dos homens e das mulheres. Para sermos fiéis a esta missão, nós professamos a fé cristã, sabendo que Deus mostra aos que erram a luz da verdade, para voltarem ao bom caminho, e pedimos a graça de rejeitar o que contradiz a este nome, e abraçar o que lhe convém.
quarta-feira, 11 de julho de 2012
Contem a verdade sobre a Síria
As agências de notícias vêm abordando de maneira questionável o conflito na Síria, de acordo com a opinião de um especialista em Oriente Médio da fundação católica internacional Ajuda à Igreja que Sofre (AIS).
O padre Andrew Halemba, coordenador de projetos da AIS para o Oriente Médio, afirma que as crônicas dos meios de comunicação sobre o país deveriam ser analisadas mais criticamente: “A situação na Síria é muito mais complexa e difícil do que a mídia ocidental informa”.
“Muitas notícias estão virando pura informação descuidada (...) Parece que a mídia ignora que também existem lutas internas de poder e tensões religiosas entre os diversos grupos muçulmanos, feudos tribais, atos de vingança que acontecem todos os dias, e que o crime está aumentando no país por causa da situação instável”.
O padre Halemba diz estar em constante contato com fontes da Igreja no país. “Algumas crônicas da mídia ocidental são recebidas aqui como um grande ultraje”.
“As pessoas daqui estão se sentindo exploradas e decepcionadas com a mídia internacional. Todos acham que o Ocidente está indo atrás apenas dos seus próprios interesses”.
Halemba transmite a opinião de uma fonte da Igreja no país, que não quer ser identificada por razões de segurança. Segundo essa fonte, as imagens passadas ao mundo estão sendo manipuladas: “Somos testemunhas de vulgares falsidades, que inflam descaradamente uma pequena manifestação de cinquenta pessoas e a transformam numa manifestação bem maior, com centenas ou até milhares de pessoas (...) As fotos são montadas juntando pedaços diferentes, usando softwares de processamento de imagens criados especialmente para isso”.
A rede Al-Jazira foi acusada de falsificar imagens nas suas reportagens para aumentar o tamanho de uma multidão. Os críticos afirmam que há pessoas que aparecem na mesma foto várias vezes.
A denúncia do padre Halemba sobre a suposta manipulação de imagens acompanha a acusação do fotógrafo Marco di Lauro contra a BBC, que teria usado uma das suas fotos do Iraque em 2003 para ilustrar a situação da Síria em 2012. A foto, que segundo a BBC representaria crianças mortas no massacre de maio de 2012 em Houla, na verdade seria da época da queda de Saddam Hussein, de acordo com o próprio De Lauro. A BBC pediu desculpas e tirou a imagem do seu site ao ser acusada do erro.
O padre Halemba ressalta que a tarefa da AIS é proporcionar apoio prático aos cristãos em necessidade, e não intervir em assuntos políticos. A organização humanitária já ofereceu mais de 130.000 euros em ajudas de emergência, em primeiro lugar para as famílias cristãs em maiores riscos. O montante inclui 50.000 euros para as famílias que ficaram presas na cidade de Homs.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 10 de julho de 2012
Japão: identidade de estrangeiros é verificada nos lugares de culto
Os bispos católicos do Japão pediram à polícia o fim da verificação de documentação de estrangeiros nos lugares de culto. O site Eglises d'Asie (EDA), da agência das Missões Exteriores de Paris, chama a atenção para este caso de limitação da liberdade religiosa.
Segundo a agência, dom Ikenaga Jun, arcebispo de Osaka e presidente da Conferência Episcopal do Japão, pediu ao governo que "pare de fazer controles de identidade nas igrejas". O arcebispo entregou uma carta ao governo japonês pedindo esclarecimentos sobre as instruções dadas à polícia.
A iniciativa do episcopado japonês não tem precedentes e acontece após o incidente de 27 de maio, domingo de Pentecostes, quando a polícia entrou em uma paróquia católica de Yokohama solicitando a documentação dos estrangeiros. A polícia prendeu um cidadão filipino, suspeito de ser imigrante ilegal.
A carta do episcopado foi entregue a Jin Matsubara, presidente da Comissão Nacional para a segurança pública.
Em nome dos bispos japoneses, o arcebispo pediu que a polícia “não perturbe as atividades da Igreja e se abstenha de entrar sem mandado na sua propriedade”. A carta pede ainda que a polícia “não siga os estrangeiros nos locais de culto nem faça controles de identidade nas propriedades da igreja ou nas suas imediações”.
O compromisso dos bispos com a defesa dos direitos dos imigrantes japoneses não é novidade. Em 1994, a conferência episcopal já tinha defendido as pessoas que ajudavam os trabalhadores imigrantes em situação ilegal.
Por outro lado, é a primeira vez que a Igreja dirige publicamente um protesto a uma esfera tão alta do Estado japonês.
Fonte: Zenit.
sábado, 7 de julho de 2012
Nasce no Egito a "Irmandade Cristã"
Como lema, "O amor pelo Egito é a solução", e como logotipo, dois ramos de oliveira que se cruzam, em vez de duas espadas. Em outras palavras, a Irmandade Cristã no lugar da Irmandade Muçulmana. É uma ideia que tem circulado há vários anos, ficou mais forte no período pós-revolucionário e está prestes a se tornar realidade, após a eleição para presidente de Mohammed Morsi, que parece ter marcado o fim do sonho de um estado livre no Egito.
E é justamente este o principal motivo que levou Michel Fahmy, Amir Iyad e Mamduh Nakhla a lançar um movimento que deverá agir nos âmbitos político, social e judiciário em favor dos cristãos do país.
Amir Ayad declarou ao jornal al-Yom al-Sabi’ que um dos primeiros passos será “unir as vozes e apoiar a presença dos coptas, a língua copta de forma oficial, porque, depois da queda do estado civil, foram derrotadas as correntes civis que não conseguiram se opor ao avanço religioso ao poder e surgiram movimentos extremistas, como a Associação para a Promoção do Bem e para a Proibição do Mal. Acreditamos que os egípcios têm todas as ferramentas e o direito de formar estruturas para se contraporem a esses eventos”.
A escolha do nome é significativa. A idéia é imitar o método de ação da Irmandade Muçulmana, em particular a ideia de começar de baixo e ser um movimento popular.
Ayad também deixou bem destacadas as diferenças. A Irmandade Cristã se propõe a combater o flagelo do analfabetismo, da ignorância e da pobreza, mas pretende ainda melhorar a economia egípcia através do turismo e, sobretudo, lutar contra a intolerância e em prol do mais alto valor da cidadania.
Apesar de ser um movimento com raízes e valores religiosos, portanto, os “Irmãos Cristãos” põem em primeiro lugar o fato de pertencerem a uma nação em cujo seio não deve haver nenhuma discriminação por motivos religiosos.
Dois outros pontos que a Irmandade Muçulmana esclareceu têm relação com o seu financiamento, que virá dos próprios membros, e com a sua orientação, que não terá um "líder supremo", em contraste com a Irmandade Muçulmana.
Os Irmãos Cristãos também explicaram que não possuem nenhuma ligação oficial com a Igreja Copta e ressaltaram que, para eles, a igreja é simplesmente o lugar onde vão orar.
Este esclarecimento não é casual. Poucos dias depois da eleição do novo presidente egípcio, o papa copta Anba Pacômio visitou Mohammed Morsi acompanhado de uma delegação, confirmando a política oficial da Igreja Copta de colaborar com quem quer que esteja no poder, na esperança de sobreviver. Neste contexto, a Igreja Copta mostrou muita desconfiança na “estreia política” de uma nova estrutura de matriz religiosa.
Para dissipar qualquer dúvida, os próprios fundadores da Irmandade se definem como ativistas que lutarão em todas as frentes para que os coptas, e não apenas eles, se tornem cidadãos egípcios de pleno direito e não sejam engolidos pela onda de integralismo islâmico que conquistou o cargo supremo do país.
Sua intenção é estabelecer uma rede de pessoas que, antes de pensar nas eleições e no poder, se ocupem do bem-estar dos cidadãos e coibam todas as formas de intolerância e de violência.
Seria desejável, neste sentido, uma aliança ou, pelo menos, uma ação conjunta com o grupo da "Terceira Opção", composta por partidos liberais e laicos que, no último 23 de junho, anunciaram que adotarão uma postura em prol de um Estado civil e moderno. Igualmente desejável seria a colaboração com as associações femininas que todos os dias combatem a crescente discriminação contra as mulheres no Egito.
É importante a lúcida declaração de Michel Fahmi ao canal de televisão por satélite Al Arabiya: “A nossa ação pretende ajudar os egípcios, muçulmanos e cristãos, a desenvolver as qualidades que os levem a ser cidadãos ativos. Por exemplo, 34% das famílias egípcias é mantida pelo trabalho das mulheres. Por este motivo, o empoderamento das mulheres é de extrema importância”.
Como escreveu faz alguns meses o intelectual copta Kamal Ghobrial, “se as minorias de coptas, leigos, liberais e mulheres se unissem numa frente comum, virariam maioria. E o extremismo islâmico talvez acabasse relegado a um canto”.
Para conseguir este cenário, as minorias precisam deixar de lado os egos e ideologias que sempre as caracterizaram. Os Irmãos Cristãos parecem ter começado com boas intenções. Esperamos que eles saibam catalisar os coptas e dialogar construtivamente com os outros, especialmente com as vítimas do extremismo islâmico.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 6 de julho de 2012
Crise de alimentos assola a África ocidental
Mais de 18 milhões de pessoas da região do Sahel, na África Ocidental, não têm alimentos suficientes, de acordo com a nova e alarmante denúncia da Caritas Internacional.
Uma colheita fraca no ano passado e os altos preços dos alimentos provocaram uma profunda crise que atinge Níger, Mali, Mauritânia, Chade, Senegal, partes da Nigéria e a Gâmbia.
A Caritas advertiu já no começo do ano que uma ação urgente era necessária para salvar vidas e garantir o desenvolvimento futuro. O momento agora se torna crítico: acabaram as reservas de alimentos e as populações locais estão há meses sem ter o que comer.
Através de um vídeo, a equipe da Caritas na região informa em especial sobre a situação no Níger, um dos países mais castigados pela falta de comida.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 5 de julho de 2012
A vitalidade da religião Católica
Censo Anual realizado pelo Centro de Estatística e Investigações Sociais (CERIS), divulgado recentemente pela CNBB, mostra um crescimento considerável em relação às vocações sacerdotais e religiosas, confirmando no Brasil a tendência do aumento do número de sacerdotes diocesanos e religiosos no mundo que começou em 2000 e continuou em 2010.
O Censo Anual de realizado pelo CERIS — entidade brasileira de pesquisa religiosa fundada pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) - revelou uma “Igreja Viva”. É o que afirma a análise sociológica da evolução numérica da presença da Igreja no Brasil, feita pelo sociólogo Padre José Carlos Pereira, colaborador do CERIS.
A distribuição de padres por habitantes é um dos fatores levantados pela pesquisa. Em 2000 eram 16.772 padres. Em 2010 chegou a 22.119 padres. Em 2000 havia pouco mais de 169 milhões de habitantes e para cada sacerdote eram 10.123,97 habitantes. Dez anos depois havia aproximadamente 190 milhões de habitantes e cada padre teria o número de 8.624,97 habitantes.
Conforme o Anuário Pontifício 2012, entregue ao Santo Padre Bento XVI em março deste ano, a tendência de crescimento no número de sacerdotes no mundo começou em 2000 e continuou em 2010, ano em que foram contados 412.236 padres, dos quais 277.009 diocesanos e 135.227 do clero regular; em 2009 eram 410.593, sendo 275.542 diocesanos e 135.051 religiosos.
No total, o clero aumentou entre 2009 e 2010 em 1.643 padres. Os aumentos foram registrados na Ásia (1.695), África (761), Oceania (52) e América (40), enquanto a queda afetou a Europa (905 sacerdotes a menos).
Os dados estatísticos se referem a 2010 e fornecem uma análise sintética das principais dinâmicas da Igreja católica nas 2.966 circunscrições eclesiásticas do planeta.
A concentração do clero por regiões brasileiras, segundo a pesquisa do CERIS, mostrou que havia uma concentração maior na região sudeste em detrimento das outras regiões. Do total de padres no país a região sudeste concentrava quase metade dos sacerdotes, com 45%. O sul ficava com um quarto da população de padres, 25%, o nordeste 16%, o centro-oeste apenas 9%. Já o norte seria a região com menos padres, apenas 3%.
O quadro geral no Brasil “mostra uma vitalidade da religião católica, por meio de um borbulhar de novas modalidades, ou novas formas de viver a fé católica, por meio das novas comunidades, novos movimentos eclesiais e da volta às origens dos ideais das primeiras comunidades cristãs, que tem refletido outro quadro estatístico, que é da evolução do número de presbíteros entre os anos de 1970 e 2010, conforme vemos na atual planilha do CERIS.Isso indica um retorno ao catolicismo dos afastados, mas também uma identificação maior daqueles que já praticavam o catolicismo, mas não se sentiam muito firmes, identificados com a doutrina católica”, destaca a análise.
O Censo Demográfico 2010, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostrou que os católicos permanecem sendo maioria, embora haja uma maior diversidade religiosa da população brasileira. Os dados mostram que 64,6% da população professa a fé católica, havendo 72,2% de presença neste credo no Nordeste, 70,1% no Sul e 60,6% no Norte do país.
A análise mostra que outros 22,2% da população são compostos por evangélicos, 8% por pessoas que se declaram sem religião, 3% por outros credos e 2% por espíritas.
Iêmen: meninos soldados e meninas esposas
Johann Wolfgang Goethe escreveu que "aqueles que lidam bem com as crianças percebem que nenhuma ação externa fica sem influência sobre elas". Daí a responsabilidade de pais, educadores, sociedades, governos e instituições internacionais para garantir o crescimento saudável de cada criança, em ambientes igualmente saudáveis. Infelizmente, porém, é bastante sabido que nem todas as crianças têm esta sorte.
Um exemplo flagrante é dado pelo Iêmen, um país em tumulto político total, atormentado por lutas internas, nem todas tribais. Um país que, no ano passado, teve na pessoa de Tawakkul Al-Karman, membro do partido al-Islah, ligado à Irmandade Muçulmana, um Prêmio Nobel da Paz.
Um país do qual só se ouve falar quando se trata de ataques da Al-Qaeda ou de sequestros de ocidentais. Mas o problema real no Iêmen são meninos e meninas vítimas de tradições cruéis, que os condenam a ser soldados e esposas quando eles ainda não passam de meninos e meninas. A gravidade da situação fica ainda mais evidente quando se sabe que, de quase 25 milhões de habitantes do país, 14% são crianças entre zero e 14 anos.
Hoje, o site da televisão por satélite Al-Arabiyya denuncia: "Uma escola premia os melhores estudantes com armas de fogo, inclusive kalashnikovs. As crianças iemenitas preferem ‘brincar de morte’ e ganhar uniformes militares".
Desde o início da chamada “primavera” iemenita, veio à tona a triste realidade do recrutamento de crianças por milícias armadas e pela Al-Qaeda. Muito pouco é dito a respeito, e ainda mais preocupante é que uma escola da cidade de Taizz, a uma hora do porto de Mocha, tenha "homenageado" seus alunos com armas de fogo.
Um pai, alarmado, declarou: "Meu filho foi premiado com um kalashnikov, assim como outros meninos, e outras crianças ganharam pistolas, explosivos e outras armas de fogo. Tudo isso me dá raiva e mostra o presente e o futuro sombrio dos nossos filhos".
O sociólogo Naji Dibwan reiterou a gravidade do fato: "As operações da luta armada têm um impacto negativo na psique e no comportamento das crianças. Não é raro ver uma criança no Iêmen com uma arma em vez de uma caneta, ou com uma cartucheira cheia de munição em vez de uma pasta com os livros da escola".
É uma denúncia grave que não pode cair no vazio. Se o fenômeno das crianças-soldados se une com o das crianças-noivas, percebemos que a opinião pública internacional precisa ficar por dentro do que está acontecendo na terra da Rainha de Sabá. Segundo a Convenção para os Direitos da Criança das Nações Unidas, um casamento antes dos 18 anos é definido como "violação dos direitos humanos".
No entanto, um relatório recente da Human Rights Watch, significativamente intitulado Como é que se permite o casamento de meninas?, destaca os números assustadores de uma pesquisa segundo a qual 52% das crianças iemenitas se casam antes dos 18 anos e 14 % antes até dos 15. A lei iemenita estabelece como idade mínima para o casamento os 15 anos.
As tentativas de aumentar a idade mínima, infelizmente, foram todas vetadas pelos conservadores religiosos, em particular pelo partido al-Islah, do qual faz parte o Prêmio Nobel da Paz Al-Karman.
Em 2008 foi divulgado o primeiro caso de uma noiva de dez anos, Nujood Ali, que, com a ajuda de uma corajosa advogada, Shada Nasser, conseguiu o divórcio do marido, um adulto na casa dos trinta anos. O caso de Nujood girou o mundo, mas nenhuma pressão internacional conseguiu romper a barreira das trevas e do obscurantismo, que, baseado em tradições arcaicas e na vida de Maomé, que se casou com Aisha quando ela tinha uma idade entre 9 e 10 anos, se recusa a proteger a vida das meninas do Iêmen.
O mundo não pode ficar olhando. No Iêmen, há quase onze milhões de crianças cujo futuro está ameaçado. Se queremos que o Iêmen viva uma "primavera", precisamos assegurar que as suas novas gerações exerçam seus direitos fundamentais. Em primeiro lugar, o direito de brincar, estudar e levar uma vida digna de ser chamada de vida.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 3 de julho de 2012
Brasil: Igreja Católica ganhou 5300 padres numa década
Brasília, 02 jul 2012 (Ecclesia) – O número de padres católicos passou de 16 772 para 22 119 entre 2000 e 2010, traduzindo um aumento de 5347 sacerdotes, anunciou esta sexta-feira a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
Os dados resultam do censo realizado em 2010 pelo organismo de pesquisa religiosa criado pela CNBB, que também manifesta a ampliação do número de paróquias entre 1994 e 2010, crescimento que numa das zonas em que a Igreja Católica divide o Brasil atingiu quase os 50%.
Nas duas maiores regiões em termos populacionais, correspondentes ao Estados de São Paulo (Sul 1) e Minas Gerais e Espírito Santo (Leste 2), o aumento de paróquias foi, respetivamente, de 47% e 36%, indica o estudo do Centro de Estatística e Investigações Sociais (CEIS).
Para o padre e sociólogo José Carlos Pereira, estes números demonstram a “vitalidade da religião católica, por meio de um borbulhar de novas modalidades, ou novas formas de viver a fé católica”.
Os dados indicam “um retorno ao catolicismo dos afastados, mas também uma identificação maior daqueles que já praticavam o catolicismo, mas não se sentiam muito firmes, identificados com a doutrina católica”, observou o sacerdote que colabora com o CEIS.
“Por mais que se diga que houve aumento no número dos que se dizem sem religião, ou que cresceu o interesse e as adesões a novos grupos religiosos e a novas igrejas, a Igreja Católica revela-se ainda mais estruturada e em franca expansão”, vincou.
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, pertencente ao Estado, revelou, também na sexta-feira, os resultados do censo demográfico de 2010, que apontam para a queda do número de católicos.
O catolicismo era professado em 1970 por 91,8% da população, percentagem que caiu para 64,6% em 2010, totalizando 123 milhões de pessoas, num universo de 190 milhões.
Os protestantes constituíam 6,6% da população em 1980, enquanto que em 2010 eram 22,2% (42 milhões), reunidos em quase duas dezenas de Igrejas, das quais a mais importante em termos de fiéis é a Assembleia de Deus (12 milhões), seguida pela Evangélica Batista (perto de 4 milhões) e a Congregação Cristã do Brasil (2 milhões).
Segundo as mesmas estatísticas, 15 milhões (8% da população) declaram-se sem religião (mais 0,7% em comparação com o ano 2000) e quase 4 milhões (2%) afirmaram-se espíritas (variação positiva de 0,7%), enquanto que os adeptos de umbanda e candomblé se mantiveram nos 0,3%.
RJM
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