sábado, 29 de dezembro de 2012
Este é o meu lugar?
Um fenômeno perturbador que afeta grande quantidade de jovens é o dos rachas de rua. Geralmente, [no caso italiano, ao qual o autor se refere diretamente; ndr] os rachas acontecem nas periferias, onde existem mais trechos de ruas e estradas pouco movimentadas.
Estas competições insanas se conectam à também triste praga das apostas. Enquanto uns aceleram, outros assistem e apostam dinheiro no possível vencedor. E a vida e a morte se tornam um jogo absurdo.
O que leva alguns jovens a querer medir-se nessas perigosíssimas competições? Um desejo de transgressão que, às vezes, tem raízes no tédio, no desconforto, na incomunicabilidade, na falta de educação por parte da família.
Infelizmente, as corridas clandestinas não são a única causa de morte de jovens nas ruas e rodovias. Há também os desastres ligados às noitadas, como resultado do cansaço de quem pega o volante depois de horas e horas na balada. São a consequência trágica do estado de estupor alimentado pelo barulho da música altíssima, pelo consumo de bebidas alcoólicas e pelos efeitos das luzes psicodélicas.
As pistas de dança já foram um meio de entretenimento. Um lugar para relaxar depois de uma semana de trabalho e de estudo. Hoje, acontece o contrário. Depois de uma noite na balada, os jovens saem ainda mais cansados.
Ao irem para a balada, os jovens manifestam um desejo saudável de diálogo e de comunicação. Eles querem estar com os outros. Mas, depois, eles se pegam sozinhos. O volume da música é tão alto que os impede de falar. E assim, mesmo rodeados de muita gente, eles permanecem mudos, privados da possibilidade do diálogo.
A melhor resposta para certos mecanismos de transgressão é convidar os jovens a redescobrir o verdadeiro significado da diversão. Para passar uma noite relaxante com amigos, não é preciso varar a madrugada, nem sair bêbado, nem se drogar. Não é preciso participar de loucas corridas clandestinas para provar alguma coisa para os outros.
É necessário ensinar os jovens a gerir inteligentemente a sua liberdade, até com o objetivo de uma busca pessoal da santidade.
Todo cristão, que recebeu o batismo, é chamado a ser santo. De que maneira? Pouco a pouco, passo a passo, fazendo um pequeno esforço por dia. Isto significa que você pode se tornar santo também se divertindo, usando a cabeça e fazendo as escolhas certas para a sua vida.
Lembremo-nos: somos todos filhos de Deus. Antes de pôr os pés em certos ambientes extremos, perguntemo-nos: um filho de Deus pode entrar num ambiente como este? É realmente um lugar para mim? E se um amigo me convida a acelerar ao máximo, de noite, numa rua da periferia, eu devo perguntar a mim mesmo: é este o comportamento correto de um filho de Deus?
As oportunidades saudáveis de se divertir e sair com os amigos são muitas. Há clubes onde a música é mais tranquila e onde as drogas e o álcool não circulam. Há ótimos shows, grandes filmes, excelentes espetáculos para ver. Basta escolher e usar o cérebro.
A geração mais jovem precisa de uma nova cultura. Existe a necessidade de rotas alternativas, que levem à santidade inclusive através do entretenimento saudável e de uma boa organização do próprio tempo de lazer.
Isso mesmo! É possível ser santo até na balada!
Basta lembrar que Deus está sempre conosco, que ele segura a nossa mão e nos acompanha inclusive nas horas de lazer e diversão.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 28 de dezembro de 2012
Levantada a expulsão de dom Michele Russo
Dom Michele Russo pode voltar ao Chade e retomar o ministério apostólico na diocese de Doba. Um comunicado oficial confirma a notícia que já estava circulando no Vaticano havia alguns dias.
O caso foi resolvido graças principalmente à ação eficiente e ininterrupta da diplomacia da Santa Sé.
Dom Russo tinha sido intimado a deixar o país africano em 14 de outubro, depois de servir como missionário no Chade durante quase trinta anos.
O motivo da expulsão teriam sido as críticas à gestão das receitas petrolíferas, feitas pelo bispo na rádio diocesana La Voix du Paysan (A Voz do Agricultor), primeira estação livre do país, confiada por dom Russo em 2010 aos Frades Franciscanos da Imaculada Conceição, sob a direção do pe. Clemente M. Bonou. A mesma estação, uma das poucas que se preocupa com o desenvolvimento integral da população, foi suspensa pelo Conselho Superior de Comunicações.
As alegações do bispo, contestadas pelo governo do Chade, teriam sido pronunciadas durante uma homilia traduzida para o idioma gambay e transmitida pela rádio.
"Foi um mal-entendido criado pela tradução da minha homilia. O radialista ressaltou com expressões idiomáticas da cultura local uma situação bem conhecida de injustiça. Não foi a primeira vez que eu usei os mesmos termos, que desta vez foram ‘dramatizados’ por uma tradução equivocada, para denunciar a situação, impulsionado pelo evangelho e pela doutrina da Igreja, sensível às necessidades do rebanho de almas que me foram confiadas. Isso revela, de qualquer modo, uma indiferença real e preocupante das pessoas comuns", disse dom Russo, que se manteve em contato, na Itália, com o pe. Alfonso Bruno, porta-voz dos Franciscanos da Imaculada, consequentemente envolvidos no caso.
Os religiosos de Doba contribuíram para manter a calma entre os fieis, apesar de um sentimento generalizado de indignação e revolta. Esta atitude contrasta com a declaração do Conselho Superior de Comunicações do Chade, que acusava o sermão transmitido pela rádio de "minar a ordem pública de propósito".
O Chade se tornou um país produtor de petróleo em 2003, graças à exploração de jazidas descobertas em Doba e do oleoduto que atravessa Camarões para abastecer navios petroleiros no Golfo da Guiné. O Banco Mundial, que financiou em grande parte o projeto, impôs a condição de que as receitas do petróleo fossem usadas exclusivamente para a redução da pobreza no país.
No entanto, o presidente muçulmano Deby Idriss, no poder desde 1990 e reeleito entre fortes contestações em 2006 e em 2011, preferiu investir em armas, especialmente depois de uma rebelião liderada por seu próprio grupo étnico, que o acusou de peculato e nepotismo. A rebelião, reprimida com a ajuda de tropas francesas, gerou ondas de refugiados para os países vizinhos. O drama não impediu que a Exxon, a Elf, o Banco Mundial e a China se calassem perante a ditadura para conseguirem dobrar a extração de petróleo, depois da ameaça de fechamento de poços e da retirada das concessões do governo.
Ex-colônia francesa, independente desde 1960, o Chade tem população de maioria muçulmana (53,10%, principalmente no norte do país), seguida por cristãos (35%) e animistas (10%), ambos concentrados mais no centro-sul, e ateus (2,90%). As maiores igrejas cristãs são a católica, as assembleias cristãs do Chade, a batista e a evangélica do Chade.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 27 de dezembro de 2012
Outro natal de sangue na Nigéria
Na Nigéria, na noite entre 24 e 25 de dezembro, pelo menos seis cristãos foram mortos por um grupo de homens armados, no povoado de Peri, perto de Potiskum, a capital econômica do norte do estado de Yobe.
"Um grupo de homens armados invadiram a aldeia à meia-noite; foram direto para a igreja (...), abriram fogo e mataram o sacerdote e cinco fiéis. Em seguida, atearam fogo à igreja", disse um morador, Usman Mansir, à agência AFP (Agence France-Presse, 25 de dezembro).
Segundo a fonte, cuja narração foi confirmada por um Comissário de Polícia de Yobe, o ataque estava dirigido contra uma igreja evangélica pertencente à Evangelical Church of West Africa (ECWA).
A polícia até agora recuperou seis corpos. Mas de acordo com o chefe da Christian Association of Nigeria (CAN, a organização que reune as diversas denominações cristãs na Nigéria, incluindo a Igreja Católica), no Estado de Yobe, Idi Garba, muitas pessoas que estavam participando do culto, ainda não foram encontradas.
Embora até agora nenhum grupo assumiu a responsabilidade pelo assassinato, as suspeitas se concentram no movimento anti-ocidental Boko Haram, que tem ligações com a rede terrorista Al Qaeda e lançou vários ataques contra alvos cristãos nos últimos anos.
De acordo com os cálculos da AFP, a violência relacionada com as seitas e a sua repressão pelas forças de segurança nigerianas já fizeram mais de três mil vítimas desde 2009 no país mais populoso Africano (mais de 170 milhões de habitantes) e principal produtor de petróleo no continente.
O Estado de Yobe tem fronteira no Leste com o Estado de Borno, cuja capital Maidaguri (ou Yerwa) é o berço e fortaleza da seita fundamentalista islâmica, Boko Haram, cujo nome, afinal, significa "a educação ocidental é ilícita" .
No final de 2010, uma onda de violência anti-cristã que começou com o ataque a duas igrejas cristãs próximas de Maidaguri, causou pelo menos 86 mortes no centro-norte da Nigéria.
Conforme relatado pela Agência Fides (22 de dezembro), citando o jornal The Nigerian Tribune, neste ano, por causa do período de Natal, a polícia nigeriana e a CAN emitiu um alerta, pedindo às pessoas que prestassem muita atenção a pacotes de Natal suspeitos. Poderiam - de acordo com a polícia dos Estados de Kaduna e Gombe - de fato conter explosivos ou comida envenenada.
Ontem, por ocasião da tradicional mensagem Urbi et Orbi, o Papa Bento XVI chamou a atenção para a situação em algumas partes da África, entre as quais a Nigéria. "Que o Natal de Cristo - disse o Santo Papa – favoreça a volta da paz no Malie da concórdia na Nigéria, onde hediondos ataques terroristas continuam a ceifar vítimas, especialmente entre os cristãos".
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 26 de dezembro de 2012
Mil pobres e desabrigados celebram o natal em Czestochowa
Mais de mil pessoas pobres e sem-teto participaram neste sábado, 22 de dezembro, da grande ceia de natal organizada pela Caritas de Czestochowa no antigo mercado da cidade.
Os convidados foram recebidos pelo arcebispo Waclaw Depo, que declarou: "Belém significa ‘a casa do pão’. Todo mundo deseja uma casa. Precisamos que este desejo nos leve também a enxergar os outros necessitados".
Esta não é a primeira vez que Czestochowa protagoniza uma iniciativa em prol dos desabrigados. Em 1992, a cidade estava sendo flagelada pelo desemprego. Muitas pessoas, por vicissitudes várias, ficaram sem trabalho e sem lar. Após o fim do comunismo, revelava-se mais e mais a miséria de quem não era capaz de lidar com uma nova realidade social e econômica.
Um ano antes, em agosto de 1991, o nosso seminário maior se mudou de Cracóvia para Czestochowa, onde o novo edifício foi abençoado pelo papa João Paulo II. Uma das primeiras iniciativas do seminário foi organizar uma festa de natal, na estação de trem, para os desabrigados da cidade.
Eu fazia parte do grupo de clérigos que organizaram a vigília para aqueles irmãos e irmãs mais carentes.
Lembro-me, em particular, da caixa de papelão na capela do seminário, em que todos depositávamos dinheiro para a organização da ceia de natal na estação. Toda a preparação começou com uma espécie de peregrinação pelas lojas e restaurantes, a fim de conseguirmos alimentos. A contribuição foi enorme. Na estação, preparamos mesas, árvores de natal e um altar para a missa da meia-noite.
Naquela primeira véspera de natal, participaram mais de cem pessoas sem abrigo, além de um grupo de pobres da Romênia, que, na época, estavam presentes na Polônia em grande número. Ao longo dos anos seguintes, a ceia de natal na estação, organizada pelo clero para os desabrigados, se consolidou como tradição.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 24 de dezembro de 2012
sexta-feira, 21 de dezembro de 2012
É possível viver só, fechados em si mesmos?"
Discurso de Bento XVI
Queridos rapazes e moças da ACR (ACIERRE), fico muito feliz por encontrar-vos e acolher os vossos cumprimentos para o Natal do Senhor. Saúdo-vos com afeto, juntamente com os vossos professores, o presidente Prof. Franco Miano e o assistente geral Mons. Domenico Sigalini.
Me dissestes que estais “em busca do autor” e que este é o lema do vosso caminho deste ano na ACIERRE. O primeiro que me vem em mente é perguntar-vos: Quem é este autor? Já o encontrastes? Tenho certeza de que, com os formadores e com os outros amigos da Ação Católica, encontrareis uma resposta sempre mais clara à vossa busca e sereis capazes de ajudar também a muitos outros a encontrá-la. Porém, eu também gostaria de dizer-vos alguma coisa. Antes de mais nada, sei que vós buscais o autor da vida, que vos ajuda a viver bem, contentes consigo mesmos e com os outros. Mas nós sabemos quem é este autor: é Deus, que nos mostrou o seu rosto. Deus nos criou, nos fez à sua imagem, principalmente nos entregou o seu Filho Jesus, que se fez uma criança – o contemplaremos em breve no Santo Natal -, cresceu como um garoto como vós, percorreu os caminhos deste nosso mundo para comunicar-nos o amor de Deus, que faz bela e feliz a vida, cheia de bondade e de generosidade. Certamente buscais também o autor da vossa alegria. Se vos perguntásseis o que vos dá alegria, talvez a resposta seria: os jogos, o esporte, os amigos, os pais, que vivem por vós e vos querem bem. São tantos que vos fazem felizes, mas há um grande Amigo que é o autor da alegria de todos e com o qual o nosso coração enche-se de uma alegria que supera todas as outras e que dura por toda a vida: é Jesus. Recordai-vos, caros amigos: quanto mais aprendais a conhecê-Lo e a dialogar com Ele, tanto mais sentireis no coração a alegria e sereis capazes de vencer as pequenas tristezas que aparecem às vezes na alma.
Além do mais, estais à busca do autor do amor. Pode-se viver só, fechados em si mesmos? Se refletis um momento, vereis que a resposta é um claro: “não”. Todos temos necessidade de querer bem e de sentir que alguém nos aceita e nos quer bem. Sentir-se amados é necessário para viver, mas é também importante ser capazes de amar os outros, para fazer bela a vida deles, a vida de todos, também dos vossos contemporâneos que se encontram em situações difíceis. Jesus fez-nos ver com sua vida que Deus ama a todos sem distinção e quer que todos vivam felizes. Gosto, portanto, dessa vossa iniciativa no mês de Janeiro de sustentar um projeto no Egito de ajuda concreta aos jovens de rua.
Enfim, certamente estais buscando o autor da paz, que o mundo tanto precisa. Muitas vezes os homens pensam que podem construir a paz sozinhos, mas é importante compreender que é Deus que pode dar-nos uma paz verdadeira e sólida. Se o sabemos escutar, se lhe abrimos espaço na nossa vida, Deus acaba com o egoísmo que muitas vezes contamina as relações entre as pessoas e entre as Nações e faz surgir desejos de reconciliação, de perdão e de paz, mesmo naqueles cujos corações estão endurecidos .
Queridos jovens e moças do ACIERRE, desejo que façais esta busca juntos, entre vós e com os vossos companheiros de escola e de jogos. Se vos ajudais a buscar o grande Autor da vida, da alegria, do amor, da paz, descobrireis que este Autor nunca está distante de vós, pelo contrário, está muito perto: é o Deus que se fez criança em Jesus!
Caros amigos, desejo, a vós e a toda a Ação Católica, um Feliz Natal!
quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Os bens da Igreja são para servir e exigem correção e transparência
O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado da Cidade do Vaticano, apresentou ontem o novo Regulamento da Prefeitura para Assuntos Econômicos da Santa Sé, recordando que o patrimônio gerido pelas entidades do Vaticano está a serviço da missão universal da Igreja, o que exige uma administração sempre correta e transparente.
“Transparência nas atividades econômicas e financeiras, por correção interna e para manter o empenho da Santa Sé em seguir as normativas internacionais de controle financeiro” são os objetivos do regulamento, sendo que a segunda meta já “foi reconhecida publicamente no âmbito europeu”, completou o cardeal.
"A Igreja, como tal, não possui bens. Quem os possui são as instituições que a compõem", acrescentou Bertone, precisando que a Prefeitura para Assuntos Econômicos, fundada por Paulo VI, é "uma espécie de contabilidade central da Santa Sé" que, porém, foi perdendo as tarefas de "planejamento e coordenação econômica geral".
Com as novas regras, resgata-se o seu espírito original. A Prefeitura para Assuntos Econômicos passa a ter relação direta com o secretário de Estado para definir as diretrizes de orientação e programação, além de tornar-se uma entidade superior às simples administrações da Santa Sé. A normativa foi promulgada em fevereiro, juntamente com os processos de adequação dos controles financeiros do Vaticano aos padrões internacionais.
O purpurado recordou ainda o Código de Direito Canônico, que “estabelece, para o cumprimento dos seus fins institucionais, que são lícitas para a Igreja a aquisição, posse, venda e administração dos bens temporais". A Igreja, prossegue Bertone, "sempre considerou o uso dos bens temporais como meio para o desempenho das suas funções", ou seja, "o culto divino, as obras de apostolado e de caridade e a manutenção honesta do clero e dos demais ministros".
O cardeal encerrou seu pronunciamento lembrando o contexto de crise econômica mundial. “Nas atuais circunstâncias históricas, a Santa Sé tem que diminuir gradualmente os custos reais diante da impossibilidade de aumentar as entradas, pelo menos em proporção ao déficit nos balanços consolidados". Está em jogo, opina ele, a credibilidade da Igreja.
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 19 de dezembro de 2012
Presidente da Autoridade Palestina em audiência com o papa
Bento XVI recebeu ontem em audiência no Palácio Apostólico do Vaticano o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, que, posteriormente, se reuniu com o cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado, acompanhado por dom Dominique Mamberti, secretário para as Relações com os Estados.
Nas conversas, foi feita referência à recente resolução adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, que reconheceu a Palestina como Estado observador não-membro da organização.
Espera-se que a iniciativa incentive o compromisso da comunidade internacional com uma solução justa e duradoura para o conflito israelense-palestino, que só pode ser alcançada mediante negociação de boa fé entre as partes, respeitando-se os direitos de todos.
Foi abordada ainda a situação na região, perturbada por muitos conflitos, com encorajamentos à reconciliação e à paz. Fez-se menção também à contribuição que as comunidades cristãs oferecem ao bem comum da sociedade nos territórios palestinos e em todo o Oriente Médio.
Fonte: Zenit.
domingo, 16 de dezembro de 2012
A honestidade e o respeito com os outros valem ainda mais para quem tem maiores responsabilidades
Queridos irmãos e irmãs!
O Evangelho deste Domingo do Advento apresenta novamente a figura de João Batista, e o retrata enquanto fala para a multidão que se reune com ele no Rio Jordão para fazer-se batizar. Porque João com palavras fortes, exorta todos a se prepararem para a vinda do Messias, alguns lhe perguntam: “o que devemos fazer?" (Lc 3,10.12.14). Esses diálogos são muito interessantes e se revelam de grande atualidade.
A primeira resposta é dada ao público em geral. O Batista diz: "Quem tem duas túnicas, dê uma a quem não tem, e quem tem o que comer, faça o mesmo” (v. 11). Aqui podemos ver um critério de justiça, animado pela caridade. A justiça pede que se supere o desequilíbrio entre quem tem o supérfluo e quem falta o necessário; a caridade empurra a estar atento ao outro e ir ao encontro da sua necessidade, em vez de encontrar justificação para defender os próprios interesses. Justiça e caridade não se opõem, mas ambos são necessários e se complementam. "O amor será sempre necessário, mesmo na sociedade mais justa", porque "sempre existirão situações de necessidade material nas quais é indispensável uma ajuda na linha de um concreto amor ao próximo” (Encíclica Deus caritas est, 28).
E depois vemos a segunda resposta, que está dirigida a alguns “publicanos”, ou seja, cobradores de impostos para os Romanos. Já por isso os publicanos eram desprezados, e também porque muitas vezes aproveitavam da sua situação para roubar. O Batista não lhes diz para mudarem de trabalho, mas para não exigirem nada a mais do que está definido (cfr v. 13). O profeta, em nome de Deus, não pede gestos excepcionais, mas cumprimento honesto do próprio dever. O primeiro passo para a vida eterna é sempre guardar os mandamentos, neste caso o sétimo: "Não furtarás" (cf. Êx 20, 15).
A terceira resposta é sobre os soldados, outra categoria dotada de um certo poder, e portanto tentada de abusá-lo. Aos soldados João diz: “Não maltratar e não extorquir nada de ninguém; acontentai-vos com a vossa paga” (v. 14). Também aqui, a conversão começa pela honestidade e pelo respeito aos outros: uma indicação que se aplica a todos, especialmente para aqueles que tem maiores responsabilidades.
Considerando estes diálogos no conjunto, chama a atenção a grande concretude das palavras de João: sabendo que Deus nos julgará segundo as nossas obras, é ali, no comportamento, que é necessário demonstrar o seguimento da sua vontade. E justo por isso as indicações do Batista são sempre atuais: também no nosso mundo tão complexo, as coisas seriam muito melhor se cada um observasse estas regras de conduta. Peçamos então ao Senhor, por intercessão de Maria Santíssima, para que nos ajude a preparar-nos para o Natal levando bons frutos de conversão (cf. Lc 3, 8).
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 14 de dezembro de 2012
Peru: debate sobre bioética para comunicadores
Para favorecer a formação permanente dos profissionais da comunicação, o arcebispado peruano de Arequipa e o Colégio de Jornalistas organizam conjuntamente o debate Missão da Comunicação Social e do Jornalismo perante os Desafios Bioéticos da Realidade Peruana, neste sábado, 15 de dezembro.
O gabinete pró-vida do arcebispado convocou profissionais e especialistas que trabalham na promoção da chamada “bioética personalista”, voltada a respeitar a pessoa humana em todas as suas dimensões e a proteger a sua dignidade desde a concepção até a morte natural.
Os expoentes convidados são Luis Fajardo, secretário executivo dos Médicos pela Vida; Edwin Heredia, secretário executivo da Associação Vida e Família, e José Chávez Postigo, da Associação Ética e Direito.
“Bioética, atualidade, desafios e tendências” e “Desafios da bioética na perspectiva personalista, educativa, familiar e biojurídica” são os temas principais do encontro, que recebe profissionais do jornalismo, das relações públicas e da comunicação social, além de estudantes e interessados na defesa da vida e na sua difusão.
A entrada é franca e não é necessária inscrição prévia.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 13 de dezembro de 2012
Quando o Islã se politiza, vira uma ditadura fascista
"Não pediremos para os fiéis boicotarem a consulta. Mas certamente não vamos incentivá-los a votar a favor". Ao se aproximar o referendo egípcio programado em duas fases para 15 e 22 de dezembro, sobre o projeto da nova constituição, o pe. Rafik Greiche, porta-voz da Conferência dos Bispos Católicos do Egito, expressa a “insatisfação da Igreja Católica Copta com o texto aprovado pela Assembleia Constituinte” em 30 de novembro, durante uma sessão noturna.
Poucos dias antes, os representantes das Igrejas cristãs, juntamente com os representantes dos partidos liberais, tinham se retirado da assembleia em protesto contra as explícitas tendências islâmicas da nova carta magna. "É simplesmente injusto se apressar para discutir um documento tão importante, sem nem sequer permitir aos cidadãos um verdadeiro debate público".
Em conversa mantida ontem, 11 de dezembro, com a fundação Ajuda à Igreja que Sofre, Greiche se declara “nada surpreso” com o rumo dos acontecimentos. "Quando o Islã se politiza, ele vira automaticamente uma ditadura fascista. E agora nós temos a ameaça da introdução da lei islâmica como a principal fonte do direito. Isso terá graves repercussões não só na vida dos cristãos, mas de todos os egípcios que pedem paz e justiça".
A referência à lei islâmica é uma das causas principais dos atuais protestos, mas não é o único aspecto do projeto constitucional que preocupa o pe. Greiche: muitos artigos foram deliberadamente formulados de maneira ambígua, para abrir espaço a interpretações fundamentalistas.
Através da fundação Ajuda à Igreja que Sofre, o sacerdote insta a União Europeia a pressionar o Cairo, recordando ao presidente Morsi e ao seu governo o dever de respeitar os direitos humanos. "As milícias da Irmandade Muçulmana ameaçaram muita gente que se manifestava pacificamente contra a política presidencial. Isto é inaceitável, assim como o texto que eles propuseram para a futura constituição egípcia".
A Igreja Católica, que tem cerca de 250 mil fiéis no país, não perde a esperança e continua promovendo o diálogo com o presidente. "Se Morsi ainda tiver uma réstia de sabedoria, terá que acontecer um diálogo verdadeiro com todos os grupos políticos e com as várias realidades do país. Mas todas as propostas que nós recebemos até agora foram ‘enrolações’. E nós não precisamos de um diálogo fingido".
(Trad.ZENIT)
quarta-feira, 12 de dezembro de 2012
Estados Unidos: metade dos jovens católicos são de origem hispânica
Os representantes da Igreja dos Estados Unidos e do Canadá têm presença numerosa e entusiasta no Congresso Internacional Ecclesia in America, organizado no Vaticano pela Comissão Pontifícia para a América Latina e pelos Cavaleiros de Colombo, em parceria com o Instituto Superior de Estudos Guadalupanos do México. O cardeal arcebispo de Boston destaca em entrevista que a metade dos católicos jovens, de até 30 anos de idade, têm origem hispânica.
O evento, que termina amanhã, faz parte das celebrações dos 15 anos da Assembleia Especial do Sínodo dos Bispos para a América. Foi o beato João Paulo II quem o encerrou perante a imagem prodigiosa de Nossa Senhora de Guadalupe e depois deu ao mundo a exortação pós-sinodal Ecclesia in America, com plena vigência em tempos de Nova Evangelização.
Uma das figuras de destaque na reunião é o cardeal Sean Patrick O’Malley, OFM Cap, arcebispo de Boston, que assiste a todas as sessões vestido com seu hábito franciscano e participa com entusiasmo e experiência nos debates. ZENIT conversou com ele sobre os desafios da Igreja na América e sobre a situação dos hospitais católicos nos Estados Unidos, que podem ser obrigados pela reforma da saúde feita pelo governo Obama a incluir em seus serviços médicos os métodos de planejamento familiar que a Igreja desaconselha.
ZENIT: Qual é a importância deste evento para a Igreja na América?
Cardeal O’Malley: É mais um esforço para cumprirmos o ideal do Sínodo da Igreja na América e para estreitarmos laços de amizade e colaboração entre os nossos países.
ZENIT: 15 anos depois do evento, onde se avançou mais e o que está faltando?
Cardeal O’Malley: O professor Carriquiry nos disse ontem que já passou a época da ideologia da Teologia da Libertação e outros conflitos da América Central, como as guerrilhas. Essa época já passou e agora temos a oportunidade de começar de novo e nos concentrar no ideal do evangelho e na nossa missão de anunciar em conjunto a Boa Nova em todo o continente.
ZENIT: Qual é o maior contributo da América Latina à Igreja católica da América do Norte?
Cardeal O’Malley: Ela está nos trazendo gente, que é o mais importante (risos). Metade dos católicos de menos de 30 anos de idade nos Estados Unidos são hispanos. As igrejas da América Latina também estão enviando agentes de pastoral, sacerdotes e religiosos, e até seminaristas, para fortalecer os nossos esforços de servir à comunidade hispânica e migrante nos Estados Unidos. E no Canadá é uma situação parecida, nas regiões onde existe população de origem hispânica.
ZENIT: A Igreja dos Estados Unidos enfrenta o desafio da lei de saúde do governo, que obrigaria os hospitais a oferecer todo tipo de métodos de planejamento familiar. Qual é a situação atual e como a Igreja vai agir?
Cardeal O’Malley: Há muita incerteza, porque o governo diz que vai apresentar alguma solução e estamos esperando. Muitas instituições e organizações católicas já entraram na justiça para solucionar o problema.
ZENIT: Os bispos estão muito envolvidos neste caso, não?
Cardeal O’Malley: A conferência dos bispos está tentando dialogar com o governo para ver o que é que conseguimos. Mas é um momento de preocupação.
ZENIT: Eminência, a agência ZENIT também está completando 15 anos de serviço. Que mensagem o senhor poderia enviar para os nossos leitores?
Cardeal O’Malley: Meu incentivo e parabéns pelo grande trabalho que vocês fazem, divulgando as notícias e a documentação do papa. É um dos lugares mais valiosos que nós temos na internet para as notícias católicas. Parabéns e sigam em frente!
terça-feira, 11 de dezembro de 2012
"Que o natal não seja só uma festa exterior"
Queridos irmãos e irmãs!
No tempo do Advento a liturgia enfatiza, de modo particular, duas figuras que preparam a vinda do Messias: a Virgem Maria e João Batista. Hoje São Lucas nos apresenta este último, e o faz com características diferentes dos outros Evangelistas. "Todos os quatro Evangelhos colocam no início do ministério de Jesus a figura de João Batista e apresentam-no como o seu precursor. São Lucas colocou antes a conexão entre as duas figuras e as suas respectivas missões [...] Já na concepção e no nascimento, Jesus e João colocaram-se em relação entre si” (A infância de Jesus, 23).
Essa configuração ajuda a entender que João, enquanto filho de Zacarias e Isabel, ambos de famílias sacerdotais, não é apenas o último dos profetas, mas representa também todo o sacerdócio da Antiga Aliança e por isso prepara os homens ao culto espiritual da Nova Aliança, inaugurado por Jesus (cf. ibid. 27-28). Lucas também afasta qualquer leitura mítica que às vezes é feita dos Evangelhos e coloca historicamente a vida do Batista: "No décimo quinto ano do império de Tibério César, quando Pôncio Pilatos era governador [...] enquanto eram sumos sacerdotes Anás e Caifás” (Lc 3, 1-2). Dentro deste quadro histórico reside o verdadeiro grande evento, o nascimento de Cristo, que seus contemporâneos não vão perceber. Para Deus os grandes homens da história formam o pano de fundo para os pequenos!
João Batista se define como a “voz que clama no deserto: preparai o caminho do Senhor, endireitai as suas veredas" (Lc 3, 4). A voz proclama a palavra, mas, neste caso, a Palavra de Deus precede, enquanto que é ela mesma que desce sobre João, Filho de Zacarias, no deserto (cf. Lc 3, 2). Ele, então, desempenha um grande papel, mas sempre em relação a Cristo. Santo Agostinho comenta: "João é a voz. Do Senhor ao contrário se diz: "No princípio era o Verbo" (João 1, 1).
João é a voz que passa, Cristo é o Verbo eterno, que existia no princípio. Se tiras a voz da palavra, o que é que resta? Um som fraco. A voz sem palavra atinge o ouvido, mas não edifica o coração” (Sermão 293, 3).
Nosso objetivo é dar hoje ouvido à essa voz para conceder espaço e acolhida no coração à Jesus, Palavra que nos salva. Neste Tempo de Advento, preparemo-nos para ver, com os olhos da fé, na humilde Gruta de Belém, a salvação de Deus (cf. Lc 3, 6). Na sociedade dos consumos, em que se busca a alegria nas coisas, o Batista nos ensina a viver de uma forma essencial, para que o Natal seja vivido não só como uma festa exterior, mas como a festa do Filho de Deus que veio para trazer aos homens a paz, a vida e a alegria verdadeira.
À materna intercessão de Maria, Virgem do Advento, confiamos o nosso caminho de encontro com o Senhor que vem, para estarmos prontos para acolher, no coração e em toda a vida, o Emanuel, o Deus-conosco.
Fonte: Zenit.
sábado, 8 de dezembro de 2012
Filipinas: Caritas ajudou na prevenção contra o tufão que atingiu Mindanao
O tufão Pablo arremeteu contra as Filipinas na última terça-feira, obrigando o governo a evacuar 160.000 pessoas. O desastre natural deixou centenas de vítimas fatais. No entanto, graças ao trabalho preventivo da Caritas Filipinas e do Catholic Relief Services, o número de vítimas foi menor do que se temia.
De categoria 5, o supertufão açoitou a parte oriental da ilha de Mindanao, causando inundações e graves danos em casas, estabelecimentos comerciais e granjas.
A Caritas Filipinas e o Catholic Relief Services (CRS), serviço de ação social e de caridade cristã da Igreja norte-americana, enviaram equipes conjuntas até as áreas danificadas.
O padre Edwin Gariguez, diretor da Caritas Filipinas, acompanha uma das equipes em Suriago do Sul, onde os danos foram muito graves. “A maioria das áreas costeiras foi atingida. Na cidade de Nigig, só ficaram três de cinquenta famílias”.
A Caritas afirma que as áreas de Compostela e de Davao Oriental são as que enfrentam as maiores necessidades em termos de roupa de cama, água, artigos de higiene e lugares para abrigar os flagelados.
“Aqui, a Caritas canalizou a ajuda através das igrejas. Muita gente se refugia nas igrejas e nas escolas”, conta o padre Gariguez. "Começamos distribuindo arroz e artigos básicos, mas vamos precisar de mais tempo e esforço para ajudar tantos flagelados".
As equipes relatam a necessidade de abrigos para longo prazo, especialmente na província de Compostela e em Davao Oriental.
“Surpreendentemente, a situação não é tão ruim como nós temíamos, mas os danos materiais e o impacto na agricultura vão ser notados durante muitos anos”, prossegue o padre Gariguez. “A maioria dos abrigos foi afetada, especialmente os telhados, mas nós estamos conseguindo mesmo assim abrigar adequadamente muitas pessoas”.
Os lugares de refúgio construídos pela Caritas em parceria com o DSAC resistiram ao tufão, como é o caso do abrigo da cidade de Iligan.
“As relativamente poucas mortes são o resultado das lições aprendidas em desastres naturais anteriores”, diz Gariguez. “As evacuações preventivas e o sistema de aviso rápido funcionaram. As autoridades informaram os prefeitos e todas as comunidades. Em alguns casos, os moradores não quiseram deixar as casas e a polícia teve que obrigá-los, infelizmente, a ir para os abrigos. Mas, enfim, as fases preparatórias foram um sucesso”.
Muitas pessoas já estão voltando para suas casas e esperam que a eletricidade seja restabelecida neste final de semana.
(Trad.ZENIT)
sexta-feira, 7 de dezembro de 2012
Morre Inácio IV, chefe da Igreja greco-ortodoxa da Síria
Morreu ontem, 5 de dezembro, em Beirute, o chefe da Igreja greco-ortodoxa da Síria, Inácio IV Hazim, patriarca de Antioquia e todo o Oriente.
Conforme relato da Rádio Vaticano, o patriarca morreu aos 92 anos de idade, após ter sofrido um derrame cerebral na véspera. Bento XVI, ao ser informado do falecimento, recolheu-se em oração.
Com a saúde já deteriorada havia um longo tempo, Inácio IV tinha lançado nos últimos meses inúmeros apelos pela paz na Síria e, em conjunto com os bispos católicos e líderes religiosos muçulmanos, estava intensamente comprometido com a reconciliação no país.
Nascido em 4 de abril de 1920 em Muharda, perto de Hama, na Síria, ele se mudou para Beirute em 1936. Formou-se em 1945 na Universidade Americana e estudou teologia no Instituto Teológico de São Sérgio, em Paris. Foi ordenado sacerdote no Líbano, onde mais tarde fundou o Movimento da Juventude Ortodoxa. Em 1961, foi nomeado bispo de Palmira e vigário patriarcal; em 1970, metropolita de Latakia; finalmente, em 1979, tornou-se o primaz da Igreja de Antioquia.
Inácio IV publicou grande quantidade de livros e artigos de teologia, que lhe valeram o doutorado honoris causa pela Sorbonne, em Paris, e pela Universidade de Minsk, na Bielorrússia.
(Trad.ZENIT)
terça-feira, 4 de dezembro de 2012
Israel pede que palestinos reconheçam Estado judaico
Em 29 de novembro, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou a resolução apresentada pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, sobre o reconhecimento da Palestina como Estado Observador não-membro na ONU.
Até então, os Estados Observadores eram apenas a Suíça e o Vaticano.
Em comunicado de 30 de novembro, a Embaixada de Israel junto à Santa Sé afirmou que "Israel está pronto para viver em paz com um Estado palestino". "No entanto”, prossegue o texto, “uma paz duradoura exige que a segurança de Israel seja garantida: os palestinos devem reconhecer o Estado judeu e encerrar o conflito com Israel".
O comunicado acrescenta que "Israel já demonstrou a sua disponibilidade para construir a paz com seus vizinhos árabes", tendo assinado acordos com o Egito e com a Jordânia.
De acordo com a Embaixada perante a Santa Sé, "Israel tem procurado a paz com os palestinos, mas, nos últimos quatro anos, os palestinos rejeitaram os reiterados convites de Israel ao diálogo direto". "O caminho da paz”, segue o comunicado, “está entre Jerusalém e Ramallah e não passa por Nova Iorque. A única maneira de alcançar a paz são os acordos diretos entre as partes".
Para Israel, a Assembleia Geral da ONU não tem poder de criar Estados, e "ações unilaterais violam o princípio básico do processo de paz".
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 3 de dezembro de 2012
"A plena comunhão que aspiramos, é um dom que vem de Deus"
À Sua Santidade Bartolomeu I
Arcebispo de Constantinopla
Patriarca Ecumênico
"Que o Cristo habite pela fé nos vossos corações" (Ef 3, 17)
Animado por sentimentos de profunda alegria e solidariedade fraterna, gostaria de fazer meu este auspício, que São Paulo dirige à comunidade cristã de Éfeso, para dirigí-lo ao senhor, Santidade, aos membros do Santo Sínodo, ao clero e a todos os fiéis, reunidos neste dia de festa para celebrar a grande solenidade de Santo André. Seguindo o exemplo do Apóstolo, também eu, em quanto vosso irmão na fé, “me ponho de joelhos diante do Pai" (Ef 3, 14), para pedir que vos conceda “ser fortalecidos com poder pelo seu Espírito" (Ef 3 , 16) e de "conhecer o amor de Cristo que excede todo o entendimento" (Ef 3, 19).
A troca de Delegações entre a Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla, que se renova a cada ano, por ocasião das respectivas festas patronais de Santo André no Fanar e dos Santo Pedro e Paulo em Roma, testemunha de modo concreto o vínculo de proximidade fraterna que nos une. É uma comunhão profunda e real, ainda que imperfeita, que se fundamenta não em razões humanas de cortesia e de conveniência, mas na fé comum no Senhor Jesus Cristo, cujo Evangelho da salvação chegou até nós através da pregação e do testemunho dos apóstolos, selado pelo sangue do martírio. Podendo contar com este sólido fundamento, podemos avançar juntos com confiança no caminho que leva à restauração da plena comunhão. Neste caminho, graças também ao apoio constante e ativo de Vossa Santidade, temos feito muitos progressos, pelos quais lhe sou muito grato. Mesmo se a estrada à frente pode parecer longa e difícil, a nossa intenção de continuar nesta direção permanece inalterada, confortados pela oração que nosso Senhor Jesus Cristo dirigiu ao Pai: “sejam também eles em nós uma só coisa, para que o mundo creia”( Jo 17, 21).
Santidade, neste momento desejo renovar-lhe a expressão do meu vivo reconhecimento pelas palavras pronunciadas no final da celebração do quinquagésimo aniversário da abertura do Concílio Vaticano II e pela abertura do Ano da Fé, que se realizou em Roma em outubro, palavras pelas quais o senhor foi capaz de interpretar os sentimentos de todos os presentes. Guardo lembranças vívidas da sua visita a Roma naquela circunstância, durante a qual tivemos a oportunidade de renovar os laços da nossa sincera e autêntica amizade. Esta amizade sincera que surgiu entre nós, com uma ampla visão comum das responsabilidades à qual fomos chamados como cristãos e como pastores do rebanho que Deus nos confiou, é motivo de grande esperança para que se desenvolva uma colaboração sempre mais intensa, na tarefa urgente de dar, com renovado vigor, testemunho da mensagem do Evangelho ao mundo contemporâneo. Agradeço também de coração ao senhor, Santidade, e ao Santo Sínodo do Patriarcado Ecumênico por ter querido inviar um delegado fraterno para que participasse da Assembléia Geral Ordinária do Sínodo dos Bispos com o tema: "A nova evangelização para a transmissão da fé cristã". O desafio mais urgente, sobre o qual sempre estivemos de acordo com Vossa Santidade, é hoje aquele de como fazer para fazer chegar o anúncio do amor misericordioso de Deus ao homem do nosso tempo, muitas vezes distraído, mais ou menos incapaz de uma profunda reflexão no sentido da sua existência, preso por projetos e utopias que só o podem decepcionar. A Igreja não tem outra mensagem que o "Evangelho de Deus" (Rm 1, 1) e não tem outro método além do anúncio apostólico, apoiado e garantido pelo testemunho da santidade de vida dos pastores e do povo de Deus. O Senhor Jesus disse-nos que "a messe é grande" (Lc 10, 2), e não podemos aceitar que se perca por causa das nossas fraquezas e divisões.
Santidade, na Divina Liturgia de hoje que tendes celebrado em honra de Santo André, padroeiro do Patriarcado Ecumênico, rezastes "pela paz no mundo todo, pela prosperidade das santas Igrejas de Deus e pela união de todos”. Com todos os irmãos e as irmãs católicas, uno-me à vossa oração. A plena comunhão que aspiramos, é um dom que vem de Deus. A Ele, “que em tudo tem poder de fazer muito mais do que podemos pedir ou pensar, segundo o poder que já obra em nós” (Ef 3, 20) , dirigimos com confiança a nossa súplica, pela intercessão de Santo André e de São Pedro, seu irmão.
Com estes sentimentos de afeto sincero em Cristo Senhor, renovo as minhas cordiais saudações e troco com o senhor, Santidade, um abraço fraterno.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
Catequista, onde você está?
Não existe uma regra ou uma cartilha que ensine como evangelizar! Cada lugar, região e país têm sua cultura, suas riquezas e valores, suas deficiências e necessidades que precisam ser considerados. O que é importante para um, pode ser insignificante para o outro!
Por isso, todo catequista, esteja onde estiver, precisa fortalecer a sua fé e conhecer a razão de seu chamado e de sua missão evangelizadora a partir do chão onde está pisando; buscar uma formação fundamentada nos ensinamentos de Jesus e da Igreja; e deixar-se conduzir pelo Espírito Santo de Deus que é um só e, portanto, conhece a realidade onde a fé será transmitida e acolhida.
Conforme a Encíclica Redemptoris Missio[1], o ministério do catequista é necessário e tem características peculiares, pois são agentes especializados, testemunhas diretas, evangelizadores insubstituíveis, que representam a força de base das comunidades cristãs (73), e 'além de serem educadores da fé, são discípulos e missionários de Jesus Cristo'.[2]
Sabendo onde está e tendo consciência de seu apostolado e ministério, o catequista precisa cativar a criança e levá-la até Jesus, apresentando-lhe um amigo que estará sempre por perto. Mas, como fazer isso? É preciso conhecer primeiramente, acolher de modo especial para saber quem é a criança que está chegando e que está do outro lado, e o que ela espera da catequese.
Quando Jesus esteve entre os homens, Ele sabia onde estava pisando e quem eram seus discípulos, a realidade do povo e suas necessidades. Ele conhecia a cada um de modo particular! Assim também deve ser o catequista! Ele precisa conhecer aquele que está sendo evangelizado: a realidade, as necessidades, as carências, os desejos e as expectativas do outro, para que o Evangelho que será anunciado venha de encontro aos interesses comuns, e encontre espaço para ser acolhido, entendido e vivido coerentemente.
A meditação o Evangelho de Lucas 24,13-35, que narra os discípulos a caminho de Emaús, mostra Jesus se aproximando e se colocando como ouvinte para entender o que se passa no entendimento e no coração dos dois discípulos. Ao ficar entre eles, Jesus lhes dá atenção, caminha com eles e aquece-lhes o coração. Somente depois, Ele os orienta e evangeliza, e Se revela durante a ceia, ou seja, no momento de intimidade entre amigos que confiam um no outro.
No desejo ansioso de evangelizar, muitos catequistas, querendo mostrar seus conhecimentos, se esquecem do processo do acolhimento, do encontro, do envolver-se com o outro. No chão em que estão pisando, eles devem caminhar lado a lado com o catequizando até que este os chame de amigo, e neste momento, então, estarão se revelando como um reflexo da luz de Jesus e, consequentemente, estarão evangelizando!
Catequistas, não pulem etapas! Olhem para o horizonte sem deixar de saber onde estão fincados os seus pés!
*Rachel Lemos Abdalla é Fundadora e Presidente da Associação Católica Pequeninos do Senhor e Coordenadora da Catequese de Famílias da Paróquia Nossa Senhora das Dores em Campinas, São Paulo; apresenta o 'Programete Pequeninos do Senhor', dentro do Programa 'Povo de Deus' da Arquidiocese de Campinas, na Rádio Brasil Campinas; e é membro da 'Equipe de Trabalho' do 'Ambiente Virtual de Formação' da Arquidiocese de Campinas.
Site: www.pequeninosdosenhor.org
Se desejar enviar perguntas ou expressar opiniões sobre os temas tocados pela coluna organizada por Rachel Lemos Abdalla, enviar email para: contato@pequeninosdosenhor.org
Para ler o artigo anterior clique aqui.
[1] Encíclica Redemptoris Missio (73) - Papa João Paulo II - 1990
[2] texto de abertura do Estudo 95 da CNBB – de Dom Dimas Lara Barbosa – Secretário Geral da CNBB
quinta-feira, 29 de novembro de 2012
Nigéria: Não resta mais nenhum lugar seguro
"É mais uma grande tragédia, mas desta vez ela atingiu um dos maiores complexos militares do país. É um sinal preocupante, porque significa que não resta mais nenhum lugar seguro”.
Apenas dois dias depois de elevado à púrpura cardinalícia, o arcebispo de Abuja, John Onaiyekan, conversou com a fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) sobre o ataque do último domingo contra a igreja protestante de Santo André, no interior do complexo militar de Jaji, Estado nigeriano de Kaduna. Este ataque levanta uma série de questões sobre a segurança, principalmente da instalação que abriga o comando das forças armadas e a academia militar. O controle de entrada de pessoas foi frágil e o cardeal Onaiyekan não exclui a hipótese de que as duas bombas possam ter sido fabricadas dentro do próprio complexo. Em todo caso, o cardeal espera que o fato "acorde" o governo, levando as autoridades a defender mais vigorosamente os cidadãos.
"Os ataques anticristãos mudaram o nosso modo de vida até dentro do seminário", diz o reitor do seminário maior Bom Pastor, de Kaduna, pe. José Salihu. O ataque de domingo foi apenas o mais recente de vários atos de violência ocorridos no Estado, que fica no centro-norte da Nigéria e é uma das 12 unidades da federação que, em 1999, introduziram a sharia como fonte de direito penal. Cresce o medo entre os fiéis: a cada domingo, mais bancos da igreja ficam vazios "e menos fácil se torna, para os seminaristas e sacerdotes, transmitir palavras de conforto".
O próprio pe. Salihu, em 28 de outubro, testemunhou a explosão de um carro-bomba em frente a uma igreja. "O que está acontecendo tem efeitos dramáticos na comunidade cristã, especialmente na católica”, afirma ele à AIS. “A situação tem que ser resolvida porque está ficando realmente séria”.
Salihu teme em particular pelos jovens, para quem o fundamentalismo parece "atraente". O baixo nível de educação e a falta de perspectivas futuras permitem que extremistas recrutem pessoas muito facilmente. É essencial que os jovens recebam educação adequada e tenham chances de encontrar trabalho. "O fundamentalismo tem uma influência significativa na nossa sociedade e precisa de mudanças urgentes. Investir no diálogo não é suficiente. O Estado deveria ser mais responsável e intervir no desenvolvimento sócio-econômico. Porque estas dificuldades é que são a principal ameaça".
Não faltam, porém, jovens que, “depois de olhar para a morte de frente”, escolhem o caminho do sacerdócio, determinados a trazer um testemunho de fé para os compatriotas. "O momento trágico vivido pela comunidade cristã tem impacto no número de vocações", conta à AIS-Itália o pe. Sylvester Dagin, reitor do seminário maior de Santo Agostinho de Jos, no Estado de Plateau. "A nossa província é uma das mais atingidas pelos fundamentalistas, mas isso tem fortalecido a fé do nosso povo, que nunca foi tão forte".
Na região, as relações entre cristãos e muçulmanos sempre foram bastante amigáveis, "graças ao empenho e à sensibilidade dos missionários". Nos últimos tempos, porém, a situação se agravou e a "perseguição contra os cristãos se tornou intensa".
O pe. Dagin ressalta, no entanto, que a violência perpetrada pelo grupo terrorista Boko Haram não é cometida apenas por ódio à fé. "A crise da Nigéria parece ter um caráter puramente religioso, mas, na verdade, existem muitas motivações políticas".
***
No mundo, 1 a cada 10 seminaristas realiza os seus estudos graças à Ajuda à Igreja que Sofre. Em 2011, foram beneficiados 11.476 seminaristas com o apoio da fundação papal, incluindo formação, construção de seminários, veículos para a pastoral e publicações. Os sacerdotes que dão aulas nos seminários também recebem intenções de missas e celebram ciclos de missas gregorianas a pedido de benfeitores da AIS em todo o mundo. Muitas vezes, estas ofertas são o único tipo de "salário" recebido por esses professores.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 27 de novembro de 2012
Congo: incompreensível indiferença da mídia e da comunidade internacional
"As informações raras sugerem que são eventos de pouca relevância. Mas não são. A ferida é profunda e é o coração da nação que está sendo atingido". Em conversa com a Ajuda à Igreja que Sofre (AIS), o bispo Bernard Kasanda, de Mbuji-Mayi, condena veementemente a atual situação na República Democrática do Congo e a incapacidade da comunidade internacional de combater a invasão de Kivu do Norte.
O bispo confidenciou à fundação papal que não esperava tal escalada do conflito, com a tomada de Goma pelos rebeldes. "Isso não tira o fato de que o acontecido nos últimos anos, a cumplicidade da comunidade internacional e a escolha de Ruanda como membro do Conselho de Segurança, apesar das acusações de violação da integridade territorial do Congo, já deixassem vislumbrar com clareza esse fato, ou seja, a invasão da parte oriental do país".
A grande riqueza mineral e os campos de petróleo estão entre as principais causas da instabilidade. O bispo acredita que, "se não forem tomadas medidas para pará-los de uma vez por todas", os rebeldes poderão chegar a Bukavu, capital da província de Kivu do Sul.
De acordo com dom Kasanda, as esperanças de uma intervenção são poucas inclusive por causa dos 14 anos de presença da ONU, que não deram qualquer resultado. "As forças de paz da ONU e as autoridades políticas ficaram repetindo ‘mantenham a calma, não tenham medo’, e, agora que os rebeldes conquistaram o leste do país, eles não reagem. É incompreensível".
Visivelmente preocupado com os acontecimentos, o bispo fez um apelo para a mídia: "A indiferença total para com o que estamos vivenciando se deve, em parte, à falta de informação. As notícias são filtradas e ajustadas para atingir objetivos específicos. Ninguém entende a gravidade do que está acontecendo: a dignidade humana é espezinhada regularmente e os congoleses são contínua e vergonhosamente humilhados".
Fonte: Zenit.
Espiritualidade do Advento
Toda a liturgia do Advento é apelo para se viver alguns comportamentos essenciais do cristão : a expectativa vigilante e alegre, a esperança, a conversão, a pobreza. Somente na vivência profunda destes elementos, o nascimento de Cristo terá um sentido profundo em nossa vida e não uma simples lembrança histórica.
1) A expectativa vigilante e alegre caracteriza sempre o cristão e a Igreja, porque o Deus da revelação e o Deus da promessa, , que manifestou em Cristo toda sua fidelidade ao homem.Em toda a liturgia do Advento ressoam as promessas de Deus, principalmente pela voz de Isaías, que reaviva a esperança de Israel.
A esperança da Igreja, portanto a nossa esperança, é a mesma de Israel , mas já realizada em Cristo. O olhar da comunidade , fixa-se com esperança mais segura no comprimento final, a vinda gloriosa do Senhor: "Maranatha: vem ,Senhor Jesus". É o grito e o suspiro de toda Igreja e de cada um de nós, em seu peregrinar terreno ao encontro definitivo do Senhor.
A expectativa vigilante é acompanhada sempre pelo convite à alegria. O Advento é tempo de expectativa alegre porque aquilo que se espera certamente acontecerá. Deus é fiel. A vinda do Salvador cria um clima de alegria que a liturgia não só relembra , mas quer que seja vivida por cada um de nós.
2) No Advento, toda a Igreja vive sua grande esperança. O Deus da revelação de Jesus tem um nome: "Deus da esperança" (Rm 15,13). Não é o único nome do Deus vivo, mas um nome que o identifica como "Deus para nós e conosco". Este tempo deve ser para nós, e todos precisamos,um tempo de grande educação à esperança: uma esperança forte e paciente; uma esperança que aceita a hora da provação, da perseguição e da lentidão no desenvolvimento do reino; uma esperança que confia no Senhor e nos liberta das nossas muitas impaciências.
Esse empenho da Igreja torna-se mais forte e urgente diante das grandes áreas vazias de esperança, que se registram no mundo contemporâneo, inclusive no nosso Brasil. A geografia do desespero é maior e mais terrível do que a geografia da fome e é expressão aterradora do avanço de anti-humanismos destruidores, como a droga e a violência.
3) Advento, tempo de conversão. Não existe possibilidade de esperança e de alegria sem retornar ao Senhor de todo o coração, na expectativa da sua volta. A vigilância requer luta contra o torpor e a negligência; requer prontidão, e portanto,desapego dos prazeres e bens terrenos (cf. Lc 21,34 ss).
Os comportamentos fundamentais do cristão exigidos pelo espírito do Advento, estão intimamente unidos entre si, de modo que não é possível viver a expectativa, a esperança e a alegria pela vinda do Senhor, sem uma profunda conversão. Por outro lado,como as tentações da vida presente antecipam a tribulação escatológica, a vigilância cristã exige um treinamento diário na luta contra o maligno; exige sobriedade e oração contínua: "sejam sóbrios e fiquem de prontidão" (1 Pd 5,8-9).
4) Enfim, um comportamento que caracteriza a espiritualidade do Advento é o do pobre. Não tanto o pobre em sentido econômico, mas o pobre entendido em sentido bíblico: aquele que confia em Deus e apóia-se totalmente nele. Estes anawîm, como os chama a bíblia, são os mansos e humildes, porque as suas disposições fundamentais são a humildade, o temor de Deus, a fé.
Jesus proclamará felizes os pobres e neles reconhecerá os herdeiros do Reino,e ele mesmo será um pobre. Maria, a mulher do advento, emerge como modelo dos pobres do Senhor, que esperam as promessas de Deus, confiam nele e estão disponíveis à atuação do plano de Deus. Não nos esqueçamos que a pobreza do coração, essencial para entrar no Reino, não exclui, mas exige a pobreza efetiva, a renúncia em colocar a própria confiança nos bens terrenos.
Vivendo assim este " tempo de graça" que a Igreja nos oferece, o Natal do Senhor de 2002 terá um novo sentido em nossa vida espiritual.
Padre Gian Luigi Morgano
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
Encontro dos bispos católicos de rito oriental
O encontro anual dos bispos católicos de rito oriental acontece este ano na Croácia, por ocasião do 400º aniversário da união da Igreja greco-católica croata com Roma.
Em Zagreb, os bispos representantes de 14 igrejas católicas de rito oriental na Europa debatem o concílio Vaticano II e as Igrejas católicas orientais, o catecismo da Igreja greco-católica ucraniana, o código de direito canônico oriental e as celebrações programadas para o Ano da Fé nas Igrejas católicas orientais.
Neste sábado, 24, os participantes se encontrarão com o presidente da República da Croácia, Ivo Josipovic. Depois, peregrinarão ao Santuário Nacional da Mãe de Deus em Marija Bistrica. Os trabalhos terminam neste domingo, 25, com a missa segundo o rito oriental na catedral greco-católica da Santíssima Trindade em Krievci, transmitida ao vivo pela televisão nacional croata.
O encontro foi organizado por dom Nikola Kekic, bispo de Krievci, e promovido pela Conferência Episcopal Europeia. Participam, entre outros, Sua Beatitude Svjatislav Ševčuk, arcebispo-mor da Igreja greco-católica da Ucrânia, o cardeal Josip Bozanic, arcebispo de Zagreb, e o arcebispo secretário da Congregação da Santa Sé para as Igrejas Orientais, dom Cyril Vasil.
O encontro acontece a portas fechadas, mas as celebrações litúrgicas são abertas ao público.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
Uma vitória para a justiça no Paquistão
Foi absolvida a jovem cristã Rimsha Masih, portadora de Síndrome de Down, acusada sob falsas provas por um imã (líder religioso) de Blasfêmia. Durante as investigações, Khalid Jadoon, imã da mesquista de Mehrabadi, foi acusado de plantar provas contra Rimsha. Ele será julgado por acusar falsamente
"Esta é uma vitória para a justiça no Paquistão. Nós confiamos desde o início. Dedicamos o veredicto de absolvição de Rimsha Masih a meu irmão Shahbaz Bhatti, que se empenhou tanto pelas vítimas inocentes da lei sobre a blasfêmia": é o que declara à Agência Fides Paul Bhatti, Ministro para a Harmonia e líder do APMA ("All Pakistan Minorities Alliance"), que administrou o caso de Rimsha. Paul Bhatti é irmão de Shahbaz Bhatti, Ministro federal para as Minorias, morto por terroristas em março de 2011 em Islamabad.
Rimsha foi liberada em 8 de setembro, após passar três semanas em uma penitenciária de adultos, depois da prisão do imã, que para incriminá-la teria colocado as páginas do Alcorão na bolsa da menina que tinha papel queimado. A polícia pediu ao Judiciário para absolver a menina e solicitou a incriminação do imã por falsificação de provas e blasfêmia.
Paul Bhatti, visivelmente comovido depois do pronunciamento do Juiz, disse à Fides: "A absolvição de Rimsha é uma belíssima notícia. Estou muito satisfeito. É um passo histórico para o Paquistão. É uma sentença que lança duas mensagens claras ao país. A primeira é à justiça: Podemos ter confiança em nosso sistema judicial. É importante crer no respeito da legalidade. A segunda é para aqueles que usaram ou querem abusar da lei sobre a blasfêmia com objetivos pessoais. É claro que a partir de agora, todo abuso será punido e serão evitadas vítimas inocentes".
A All Pakistan Minorities Alliance lançou novamente a proposta de formar uma “Comissão Mista”, com líderes cristãos, especialistas, advogados e líderes muçulmanos que possa examinar antecipadamente os supostos casos de blasfêmia. O objetivo é evitar que episódios como o de Rimsha se repitam.
Foto: Zenit.
quarta-feira, 21 de novembro de 2012
''Deixai Gaza viver em paz!''
Nova mensagem, cheia de angústia, da única paróquia de rito latino que existe na Faixa de Gaza. O padre Jorge Hernandez, do Instituto do Verbo Encarnado (IVE), escreve sobre a vida das pessoas lá, e dos católicos, um pequeno rebanho de duzentas pessoas. Apesar de não fazer distinções na hora de ajudar a população.
"Escrevo-lhes da nossa paróquia da Sagrada Família, em Gaza, que pertence ao Patriarcado Latino de Jerusalém e que conta com uns duzentos católicos. O lugar é conhecido por todos, pois além do complexo paroquial há um colégio que abriga as crianças, cristãs e muçulmanas, como numa só família", diz o sacerdote do IVE.
"Já se sabe a tensão que existe na Faixa de Gaza desde o sábado passado, 10 de novembro e que tem se intensificado, especialmente a partir da quarta-feira, 14. A situação não mudou, em vez disso piora com o passar dos dias. O passo do tempo faz com que se comece a sentir cada vez mais a pressão que significa os bombardeios contínuos, de dia e de noite".
"O barulho ensurdecedor das bombas, a insegurança e o medo fazem que este povo sofra uma tortura, não somente cruenta, mas também cruel e implacável no espiritual e no psíquico. Basta, por exemplo, o caso de uma menina de nossa paróquia que está sofrendo uma crise nervosa por causa dos bombardeios. Ela não é o primeiro caso, é só um de muitos. Vale lembrar aqui a menina Cristina Wadi Al Turk, cristã morta durante a guerra do 2008-2009, por causa de um ictus cardíaco devido ao frio e ao medo!
"O leitor atento se perguntará: Como estão as pessoas? O que experimentam?... As pessoas estão assustadas, e não pode ser diferente. Os mísseis não entendem de ética e moral, não fazem a diferença entre jovem ou ancião, cristão ou muçulmano, homem ou mulher ... só caem e destroem. Quando ouve-se aviões e a descarga dos mísseis, experimentam uma angústia interior muito grande e, alguns, o alívio de não terem sido alcançados pelos mesmos. E sempre a constante pergunta: “Até quando?”. As pessoas normais não querem outra coisa, senão viver as suas vidas. Então dizemos: deixem, portanto, Gaza viver em paz!”.
“Nos perguntam pelos cristãos que sofrem. Sofrem sim, por ser cristãos, mas também sofrem por serem palestinos. Se como palestinos padecem a injusta agressão junto com os seus irmãos muçulmanos, como cristãos se resignam e confiam na divina providência de Deus Pai, com um simples AlHamdu Lil’a: Laus Deo! Ali se entende essa extraordinária fortaleza no sofrimento que os caracteriza e que tanto edifica”.
“E, vocês missionários? Nós graças a Deus estamos bem. Nossa missão é estar junto dos cristãos de Gaza. Acompanhá-los, carregar com eles esta cruz. Dessa forma ligamos para eles, encorajamos e consolamos, enquanto lhes ensinamos o verdadeiro sentido da dor cristã, ou seja, essa participação nas dores de Cristo. E este nosso gesto, o reconhecem, o valorizam e o agradecem. Até mesmo, o pedem: ‘não vão embora’... ‘entendemos que precisam ir, mas seria melhor que ficassem conosco’... estas e outras muitas são as frases que nos dizem nossos paroquianos. E isso porque, só ser acompanhado na dor já é um grande alívio. Bem, essa é a nossa tarefa".
"Seria cumprido, no entanto, descrever qual é a atitude interior do pastor, dos religiosos e missionários em circunstâncias como estas. Na celebração da Missa, no silêncio da adoração eucarística, na recitação do santo rosário, temos presentes todos os que sofrem. Aprende-se além do mais, a estar preparado em todo momento, a por o coração nas coisas do céu, a pensar as coisas sub ratio aeternitatis. Por cada bomba que cai, uma oração se eleva ao Bom Deus para que acolha essas pobres almas e tenha piedade delas. E refletimos: Quantas mortes em vão! Quantos inocentes mortos por uma causa que nem sequer conhecem! Quantos órfãos e viúvas por causa dos ataques!... Bem, por todos e cada um deles sobe ao céu uma oração”.
"Não somos pioneiros nisso. Consolar e compadecer é trabalho da Igreja mãe, é trabalho e tarefa também do sacerdote. E entre tantos, do Padre Manuel Musallam, que foi pastor desta comunidade em tempos difíceis, tempos de guerra, e que até hoje nos acompanha e nos ensina".
"Digno de menção e reconhecimento é o edificante exemplo de valor e entrega total e incondicionada das religiosas que estão na nossa paróquia, que podendo ter ido embora preferem ficar e levar esta cruz com os outros. São três as congregações de religiosas presentes em Gaza: As Irmãs do Rosário, As Irmãs da Caridade e as Servidoras do Senhor e da Virgem de Matara. Suas orações são uma benção e Deus saberá recompensá-las por tanta generosidade”..
"Para finalizar, lembrar o terrível que é uma guerra. Numa guerra ningúem ganha. Todos perdem. Cada uma das partes deverá pagar, do seu modo, as consequências de uma guerra.
Consequências de todo tipo, incluído ter perdido o mais próprio do homem: “a humanidade”.
"Que Nosso Senhor Jesus Cristo, 'Príncipe da Paz' e Deus misericordioso, proteja este povo, que o acolheu na sua fuga do Egito, que ilumine seus governantes e o abençoe com o dom da paz”.
“Nos confiamos às vossas orações, em Cristo e Maria Santíssima”.
Fonte: Zenit.
terça-feira, 20 de novembro de 2012
Mensagem de Bento XVI ao 118° Patriarca da Igreja Copta Ortodoxa, sua santidade Papa Tawadros II
A Sua Santidade Tawadros II
Papa de Alexndria
Patriarca da Sé de São Marcos
“Graça e paz da parte de Deus Pai e do nosso Senhor Jesus Cristo” (1 Cor 1:3)
É com alegria fraterna que eu envio ao senhor, Santidade, meus cumprimentos na ocasião de sua entronização como Papa de Alexandria e Patriarca da Sé de São Marcos. Ao meu Venerável Irmão Cardeal Kurt Koch, Presidente do Pontifício Conselho para a Promoção da Unidade Cristã, confiei a tarefa de vos transmitir estas saudações, junto a garantia de minha proximidade na oração na posse do alto cargo de supremo pastor da Igreja Copta Ortodoxa. Que Deus Onipotente conceda à Sua Santidade abundantes dons espirituais para fortalecê-lo em seu novo ministério, ao guiar o clero e os leigos nos caminhos da santidade, para o bem do seu povo e a paz e harmonia de toda a sociedade!
Meus pensamentos se voltam nesse momento ao vosso venerável predecessor, Sua Santidade o Papa Shenouda III, cujo longo e devoto serviço ao Senhor certamente irá continuar a inspirar a vós e a todos os fiéis. Sua preocupação em melhorar as relações com outras Igrejas Cristãs reforça nossa esperança de que um dia todos os seguidores de Cristo se encontrarão unidos no amor e na reconciliação que o Senhor profundamente deseja (cf. João 17,21).
Sua Santidade, rezo para que o Espírito Santo vos sustente em vosso ministério, para que o rebanho confiado aos vossos cuidados possa experimentar o ensinamento do Bom Pastor. Sejam eles abençoados com a serenidade, para oferecer sua valiosa contribuição para o bem da sociedade e o bem-estar de todos os seus concidadãos.
Rezo também para que as relações entre a Igreja Católica e a Igreja Copta Ortodoxa continuem a estar cada vez mais próximas, não apenas em um espírito fraterno de colaboração, mas também através do aprofundamento do diálogo teológico que nos permitirá crescer em comunhão dar testemunho perante o mundo da verdade salvífica do Evangelho.
Consciente dos grandes desafios que acompanham o ministério espiritual e pastoral que Sua Santidade está prestes a realizar, asseguro-vos minhas orações e bons votos. Com estima e afeição fraternos, eu peço as bençãos de Deus sobre vós e sobre todos os fiéis confiados aos vossos cuidados.
BENEDICTUS PP XVI
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
As Chaves do Reino
Mesmo que você não seja missionário existem vários motivos para assistir o filme As Chaves do Reino (The Keys of the Kingdom). O menos relevante é que Gregory Peck foi eleito um dos atores mais bonitos da história do cinema. Mas passemos a outros mais relevantes se esse não convencer já que não é um romance. É um filme católico, definitivamente católico.
Fala sem arrodeios dos desafios, dramas de consciência, alegrias e bondades da providência Divina, fala da vida concreta, sem enfeites ou fantasias. É verdade que o filme não faz menção às dificuldades linguísticas, o que eu sofro para aprender alemão não deve chegar aos pés da dificuldade de aprender a língua local (no caso do filme um dialeto próximo do mandarim). Vale a pena assistir o filme por que mostra a humanidade da missão, por que missionários são pessoas, que tem suas dificuldades, que nem sempre são simpáticos mas que se deram por amor. Uma lição que aprendi com minha mãe (ela também foi missionária com minha família) é que o missionário não é maior ou melhor que o povo ao qual ele foi enviado, o que o filme deixa muito claro.
Uma das cenas mais tocantes do filme se passa quando o já velho padre conversa com sua amiga Madre sobre as seis décadas de missão, os atores dão um show de interpretação, Rose Stradner diz não mais que três frases, não derrama uma lágrima mas sua linguagem corporal é mais que suficiente para nos comover, Gregory Peck não fica atrás mostrando que os atores de antigamente eram muito mais que um rosto bonito. Aproveitando o ensejo também fica a lembrança de bons tempos de cinema que beijos apaixonados não precisavam ser de língua e que a castidade era vivida com menos dificuldade por que os costumes propiciavam, o que não impediu que muitas moças engravidassem também naquela época.
A promessa do centuplo (Mt 19,29) não é mencionada claramente mas aludida diversas vezes durante o filme, convido-o, caro leitor, a prestar atenção nas manifestações dessa passagem. Outro aspecto a se considerar é a presença do médico ateu Willie Tulloch, interpretado pelo incomparável Thomas Mitchell ele também toca uma bem-aventurança você pode dizer qual é?
Sinopse
O jovem padre Francis Chisholm depois de "fracassar" em duas paróquias é enviado por seu Bispo para China, ao chegar encontra a igreja destruída e vazia de "cristãos de arroz" (chineses que so se tornaram cristãos para receber comida da igreja), em vez de escolher caminhos mais fáceis ele prefere a via do Evangelho.
Ficha técnica
Título no Brasil: As Chaves do Reino (The Keys of the kingdom)
Direção: John M. Stahl
Elenco: Gregory Peck, Thomas Mitchell e Vincent Price
País de Origem: EUA
Gênero: Drama
Tempo de Duração: 137 minutos
Ano de Lançamento: 1944
Estúdio/Distrib.: Twentieth Century Fox
Cor: Preto e branco
Filmes sob a luz do Magistério da Igreja Católica: www.projecoesdefe.com
sábado, 17 de novembro de 2012
Sobre a solidariedade
O princípio da solidariedade precisa ser, cada vez mais, assimilado como eficiente força para combater a violência. Também deve ser entendido como medida eficaz, ainda que a médio e longo prazo, para impedir que a cultura da violência seja o tecido configurador da sociedade.
A Doutrina Social da Igreja Católica ensina que a solidariedade aprimora a sociabilidade, além de contribuir para promover a igualdade de todos em dignidade e direitos.
A força da solidariedade, capaz de reverter os quadros de violência, cresce quando todos cultivam a consciência da ligação e dependência existente entre povos, nações e pessoas, em todos os níveis. Trata-se de convicção incontestável, que guarda uma força a ser explorada e cultivada. Para visualizar essa interdependência, basta pensar a força dos meios de comunicação, que facilita contatos e intercâmbios em tempo real. A comunicação interliga povos geograficamente distantes, estabelecendo relações que configuradas construtivamente produzirão uma cultura com força de solidariedade.
Há, indiscutivelmente, uma contramão nessa realidade. É lamentável, por exemplo, que a força da conectividade sirva para espalhar notícias falsas, enganosas, que prejudicam a vida de pessoas, grupos e instituições. É grande o desafio para canalizar o uso dessa força de comunicação na promoção da cultura da solidariedade, pelo amor à verdade, respeito à dignidade sagrada e intocável de cada pessoa. É importante evitar que a maravilha da telemática sirva em primeiro lugar a formas de exploração, corrupção ou opressão.
A solidariedade não é um bem meramente teórico. Tem incidências fortes na vida de cada pessoa na medida em que é entendida, assumida e vivida como virtude moral. O ponto de partida é considerar a importância das relações humanas. Por isso mesmo, a Doutrina Social da Igreja sublinha que a solidariedade deve ser tomada como princípio social. Assumida como um princípio, torna-se força capaz de ordenar instituições, transformando estruturas de dominação em dinâmicas de solidariedade, a partir da mudança de leis, de estruturas políticas e das regras de mercado.
Quando se fala de uma pessoa diante da outra, em ondas crescentes, tecendo as relações sociais e humanas, em diferentes ambientes e circunstâncias, a solidariedade se torna um princípio moral. A consequência é a convicção e a conduta que assume, por sentimento patriótico, por razões de fé e por estatura humanística, o bem comum como compromisso prioritário e inadiável. Cada um se torna responsável por todos.
Sem a solidariedade, não tem jeito da sociedade se corrigir, dar um novo compasso ao seu ritmo e manter acesa a chama do sentido indispensável de respeito. É incontestável a estreita ligação entre solidariedade e bem comum. Ser solidário é ter a capacidade de reconhecer a exigência do respeito à liberdade humana, o sentido da partilha e o compromisso do crescimento de todos e em todos os sentidos. Também a Doutrina Social da Igreja ensina que os homens deste tempo devem cultivar a consciência do débito que têm para com a sociedade. Isto é, todos tem o dever de criar condições favoráveis para a existência, cultivar a alegria de viver.
Este sentimento de débito é a indicação de que devemos aperfeiçoar nosso agir social. Um agir qualificado é a compreensão nobre da própria responsabilidade social e política pela definição de uma vida vivida como dom para os outros. É bom lembrar que o caminho da solidariedade gera estadistas, santos, honestos, construtores da sociedade, produtores da cultura e da paz. Pessoas que trilharam o caminho da solidariedade e fizeram de suas vidas um dom precioso, permanecem como fonte inesgotável de memória inspiradora, dando continuamente lições para que a humanidade não perca o rumo na construção da paz. Ser solidário é a mais nobre e dignificante escolha humana.
Dom Walmor Oliveira de Azevedo
Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte
sexta-feira, 16 de novembro de 2012
O homem traz consigo um irreprimível desejo de Deus
O Papa Bento XVI durante a audiência geral realizada na Sala Paulo VI, na manhã de quarta-feira, continuou suas reflexões sobre o Ano da Fé. Apresentamos a seguir o resumo de suas palavras.
O homem traz consigo um irreprimível desejo de Deus, por isso é necessário ver as vias que nos levam ao conhecimento d’Ele. De fato, em uma sociedade em que o ateísmo, ceticismo e indiferentismo não cessam de questionar e pôr à prova a fé, é importante afirmar que existem sinais que abrem o coração do homem e o levam para Deus. Queria acenar algumas vias que derivam seja da reflexão natural, seja da própria força da fé e que poderiam ser resumidas em três palavras: o mundo, o homem e a fé. O mundo: contemplando a beleza, a estrutura da criação, podemos ver que existe por detrás dela uma inteligência, que é Deus. O homem: olhando para o íntimo de nós mesmos, nos damos conta que possuímos uma sede de infinito que nos impele a avançar sempre mais na direção de Deus, o único capaz de nos saciar. Enfim, a vida da fé: ela é encontro com Deus que nos fala, intervém na história e nos transforma.
* * *
Queridos peregrinos vindos de diversas cidades do Brasil e todos os presentes de língua portuguesa: sede bem-vindos! Neste Ano da Fé, procurai conhecer mais a Cristo, único caminho verdadeiro que conduz a Deus, para poder depois transmitir aos demais a alegria desse encontro transformador. Possa Ele iluminar e abençoar as vossas vidas! Obrigado pela visita!
Fonte: Zenit.
quarta-feira, 14 de novembro de 2012
Como equilibrar trabalho e família
O aumento da presença das mulheres em todas as áreas profissionais está mudando o modelo de organização e de gestão do trabalho, com paradigmas mais flexíveis em termos de espaço e de tempo.
A análise dessas mudanças, as vantagens competitivas e as características específicas dos novos modelos são objeto de estudo do novo mestrado, que promove uma cultura organizacional centrada na pessoa, a fim de incentivar uma relação mais equilibrada entre "vida familiar" e "vida profissional", numa visão de valorização dos recursos femininos e de busca do bem-estar da família.
A sociedade e as organizações precisam cada vez mais de líderes que saibam encarar com determinação, humanidade e prontidão os desafios do terceiro milênio. O mestrado é um laboratório, uma ponte entre o mundo acadêmico e o mundo empresarial, para formar pessoas capazes de desenvolver ideias e projetos de pesquisa inovadores.
O curso aborda novos modelos organizacionais que promovem a conciliação da vida familiar e do trabalho, bem como novos paradigmas para o desenvolvimento de uma cultura de humanidade verdadeira no âmbito organizacional e econômico.
O objetivo é fornecer um quadro completo sobre o assunto, combinando elementos teóricos e práticos. O mestrado fornece ferramentas úteis para o planejamento e para a implementação de iniciativas de "equilíbrio trabalho-vida", com especial enfoque nos benefícios para a empresa, para os funcionários e para as suas famílias.
O curso trará ainda importantes testemunhos diretos de empresários e gestores e a participação do aluno em laboratórios e mesas redondas. Os participantes poderão também escolher cursos profissionalizantes opcionais.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
A unidade inseparável entre a fé e a caridade
Queridos irmãos e irmãs!
A liturgia da Palavra deste domingo nos apresenta como modelo de fé as figuras de duas viúvas. E nos apresenta em paralelo: uma no Primeiro Livro dos Reis (17,10-16), a outra no Evangelho de Marcos (12, 41-44). Ambas as mulheres são muito pobres, e nestas condições demonstram uma grande féem Deus. Aprimeira aparece no ciclo das narrações sobre o profeta Elias. Este, durante o tempo de carestia, recebe do Senhor a ordem de ir para perto de Sídon, ou seja, fora de Israel, em território pagão. Ali se encontra com esta viúva e pede água para beber e um pouco de pão. A mulher responde que restava a ela apenas um pouco de farinha e algumas gotas de óleo, mas depois que o profeta insiste e promete que, se ela o escutasse, farinha e óleo não faltariam, ela o escuta e é recompensada.
A segunda viúva, a do Evangelho, é percebida por Jesus no templo de Jerusalém, precisamente junto ao cofre, onde as pessoas colocavam as esmolas. Jesus vê que esta mulher joga no cofre duas moedas; então, chama os discípulos e explica que a sua esmola é maior do que a dos ricos, porque, enquanto esses deram o que tinham em abundância, a viúva ofertou “tudo o que tinha, tudo o que tinha para o seu sustento” (Mc 12, 44).
A partir destes dois episódios bíblicos, sabiamente combinados, é possível obter um precioso ensinamento sobre a fé. Essa aparece como a atitude interior daqueles que fundamentam a própria vida em Deus, na sua Palavra, e confia plenamente Nele. A viuvez, na antiguidade, era em si mesma uma situação de grande necessidade. Por isso, na Bíblia, as viúvas e os órfãos são pessoas de quem Deus cuida de modo especial: eles perderam seu apoio terreno, mas Deus continua sendo o Esposo deles, os Pais deles. Todavia, a Escritura diz que a condição efetiva de necessidade, neste caso o fato de ser viúva, não é suficiente: Deus pede sempre a nossa livre adesão de fé, que se expressa no amor por Ele e pelo próximo. Ninguém é tão pobre que não possa dar alguma coisa.
De fato, as viúvas de hoje demonstram sua fé realizando um gesto de caridade: uma para com o profeta e a outra dando esmola. Assim, testemunham a unidade inseparável entre a fé e a caridade, entre o amor a Deus e o amor ao próximo – como nos recordava o Evangelho de domingo passado. O Papa São Leão Magno, cuja memória celebramos ontem, afirma: “A balança da justiça divina não pesa a quantidade dos dons, mas o peso dos corações. A viúva do Evangelho depositou no cofre do templo duas moedas e superou os dons de todos os ricos. Nenhum gesto de bondade perde sentido diante de Deus, nenhum ato de misericórdia permanece sem fruto”. (Sermo de jejunio dec.mens., 90, 3).
A Virgem Maria é exemplo perfeito de quem oferece todo o seu ser confiando em Deus; com esta fé disse ao Anjo o seu “Eis- me aqui” e acolheu a vontade do Senhor. Maria ajude também a cada um de nós, neste Ano da Fé, a reforçar a confiança em Deus e na sua Palavra.
Após o Ângelus, antes de saudar os peregrinos em várias línguas, Bento XVI disse:
Queridos irmãos e irmãs!
Ontem, em Spoleto, foi proclamada Beata Maria Luisa Prosperi, que viveu em meados do século XIX, monja e abadessa do mosteiro beneditino de Trevi. Juntamente com toda a Família beneditina e a Comunidade diocesana de Spoleto-Norcia, louvamos ao Senhor por esta sua filha, que quis associar de modo particular à Paixão de Cristo.
Hoje na Itália celebra-se o “Dia do Agradecimento”. No contexto do Ano da fé, o tema da jornada - “Confia no Senhor, faz o bem e habita a Terra” (Sal 37,3) - reforça a necessidade de um estilo de vida enraizado na fé, para reconhecer com alma agradecida a mão criadora e providente de Deus, que alimenta seus filhos. Saudações e parabéns a todos os agricultores!
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 9 de novembro de 2012
Rádio e a televisão são ferramentas importantes da nova evangelização
Venerados irmãos no episcopado e no sacerdócio, queridos irmãos e irmãs!
No início desta solene celebração, eu gostaria de cumprimentar cordialmente todos vocês, aqui presentes, em especial os bispos, os superiores dos padres redentoristas e os promotores da família da Rádio Maria.
Vocês vieram em grande número, da Polônia e de outros países, respondendo ao chamamento do papa Bento XVI a fazer peregrinações especiais a Roma e à Terra Santa durante o Ano da Fé.
Estas peregrinações são uma expressão privilegiada da fé pessoal e comunitária, um testemunho do amor de Deus e do amor pelo próximo, um sinal de esperança de que a viagem da vida encontra a sua meta ao se deixar guiar pelas mãos misericordiosas do Pai Celestial.
Vocês vieram até o túmulo do Apóstolo Pedro; até as memórias de tantos santos de todos os tempos, entre eles o grande papa e beato João Paulo II, para aprender com eles a fé. A fé, de fato, além de ser conhecimento da verdade, é também, e acima de tudo, um encontro pessoal e vivo com Jesus Cristo, o Caminho, a Verdade e a Vida.
Em particular, queridos irmãos e irmãs, você querem hoje agradecer ao Senhor pelos 20 anos da Rádio Maria na Polônia e pedir a sua bênção para o futuro desta emissora e do canal televisivo TRWAM. Nosso Senhor sabe o bem que foi semeado no coração dos ouvintes através da oração comum, da proclamação do evangelho, da catequese, da informação sobre a vida da Igreja e da transmissão ao vivo das celebrações e das viagens papais. Eu os acompanho sinceramente nesta ação de graças!
No mundo contemporâneo, a rádio e a televisão se tornaram meios não apenas de informação, mas, cada vez mais, também de comunicação e de formação. Como tais, eles são ferramentas importantes da nova evangelização, isto é, do anúncio de Cristo feito de modo adequado à cultura, às necessidades e às sensibilidades das pessoas de hoje. Para que elas possam de fato cumprir essa missão, é necessário que todas as pessoas envolvidas, gerentes, redatores e os ouvintes em si, sejam inspiradas pelo Espírito Santo, sejam fiéis seguidores de Cristo, prontos para testemunhá-lo com amor na frente de todos, seja dos irmãos na fé, seja daqueles que não compartilham das mesmas crenças.
Por isso, durante esta santa missa, eu peço ao Senhor, por intercessão da Virgem Maria e do Apóstolo Pedro, que renove as suas bênçãos em abundância para a Família Rádio Maria, para que a rádio e a televisão que o grupo mantém sejam meios sempre mais eficazes de evangelização, para o bem da humanidade, do seu país e da Igreja universal.
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
"Jesus Cristo, a verdadeira novidade que responde às expectativas do homem"
Caros irmãos e irmãs!
Com a Santa Missa celebrada esta manhã na Basílica de São Pedro, terminou a XIII Assembleia Ordinária do Sínodo dos Bispos. Por três semanas enfrentamos a realidade da nova evangelização para a transmissão da fé cristã: toda a Igreja estava representada e, portanto, envolvida nesse esforço, que não deixará de dar os seus frutos, com a graça do Senhor. Primeiro de tudo, no entanto, o Sínodo é sempre um momento de grande comunhão eclesial, e por isso eu quero agradecer a Deus com todos vocês, que mais uma vez nos fez experimentar a beleza de ser Igreja, e sê-lo hoje, neste mundo tal qual ele está, no meio desta humanidade com as suas dificuldades e esperanças. Muito significativa foi a coincidência desta Assembleia sinodal com o 50 º aniversário da abertura do Concílio Vaticano II, e portanto com o início do Ano da Fé. Repensar o Beato João XIII, o Servo de Deus Paulo VI, no tempo conciliar, tem sido muito bom, porque nos ajudou a reconhecer que a nova evangelização não é uma invenção nossa, mas é uma dinâmica que se desenvolveu na Igreja especialmente a partir da década de 50 do século passado, quando se tornou evidente que mesmo os Países de antiga tradição cristã tornaram-se, como acostumamos dizer, “terra de missão”. Assim surgiu a necessidade de um renovado anúncio do Evangelho nas sociedades secularizadas, na dupla certeza de que, por um lado, é só Ele, Jesus Cristo, a verdadeira novidade que responde às expectativas do homem de todas as épocas, e por outro, que a sua mensagem pede para ser transmitida de modo adequado nos diferentes contextos sociais e culturais.
O que podemos dizer depois destes intensos dias de trabalho? Da minha parte, eu escutei e reuni muitos pontos de reflexão e muitas propostas, que, com a ajuda da Secretaria do Sínodo e dos meus colaboradores, buscarei ordenar e elaborar, para oferecer a toda a Igreja uma síntese orgânica e indicações coerentes. Desde já podemos dizer que deste Sínodo sai um reforçado esforço para a renovação espiritual da mesma Igreja, para poder renovar espiritualmente o mundo secularizado; e esta renovação virá da redescoberta de Jesus Cristo, da sua verdade e da sua graça, da sua "face", tão humana e tão divina, sobre a qual brilha o mistério transcendente de Deus. Confiamos à Virgem Maria os frutos do trabalho da Assembleia Sinodal apenas concluido. Ela, Estrela da nova evangelização, nos ensine e nos ajude a levar Cristo a todos, com coragem e com alegria.
[Depois da recitação da oração do Ângelus, o Papa lançou o seguinte apelo:]
Começo com um apelo.
Nos últimos dias um furacão devastador atingiu com particular violência Cuba, Haiti, a Jamaica e as Bahamas, causando várias mortes e extensos danos, fazendo com que várias pessoas fossem obrigadas a deixar as próprias casas. Desejo assegurar a minha proximidade e lembrança a todos aqueles que foram atingidos por este desastre natural, enquanto convido a todos à oração e à solidariedade, para aliviar a dor dos familiares das vítimas e oferecer ajuda aos milhares de danificados.
[No final do Ângelus, o Papa cumprimentou os peregrinos. Em português disse:]
Dirijo agora uma calorosa saudação aos peregrinos de língua portuguesa, e de modo especial ao grupo vindo do Brasil - das dioceses de Guaxupé, São João da Boa Vista e Jundiaí. Ao concluir a Sínodo sobre a Nova Evangelização, confio à Virgem Santíssima os seus frutos e peço-Lhe que guie e proteja maternalmente os vossos passos ao serviço do anúncio e testemunho da Boa Nova de Jesus Cristo! A minha Bênção desça sobre vós, vossas famílias e comunidades cristãs.
sexta-feira, 26 de outubro de 2012
Encontrado morto sacerdote ortodoxo sequestrado em Damasco
O corpo do sacerdote greco-ortodoxo, Padre Fadi Jamil Haddad, pároco da igreja de Santo Elias em Qatana, foi encontrado hoje no bairro de Jaramana (norte de Damasco) , não muito longe de onde ele foi sequestrado em 19 de outubro por um grupo armado não identificado.
A noticia foi confirmada à agência de notícias Fides por um membro da comunidade Greco-ortodoxa do padre Haddad, pedindo anonimato.
"Seu corpo foi terrivelmente torturado, atingindo-lhe os olhos - disse com lágrimas à Fides -. Padre Haddad é um mártir da nossa Igreja”.
Sobre a responsabilidade do ato terrível acusações são lançadas entre as forças da oposição (que acusam as milícias leais ao regime) e as autoridades do governo, que acusam as gangues armadas favoráveis a rebelião armada.
Os sequestradores pediram à família do sacerdote e à sua Igreja um resgate de 50 milhões de libras sírias (cerca de 550.000 euros). No entanto, foi impossível encontrar o dinheiro e satisfazer a essa demanda exorbitante.
Uma fonte consultada condena "a terrível prática, presente por meses nesta guerra suja, de sequestrar e matar civis inocentes".
Entre as várias comunidades cristãs na Síria, a greco- ortodoxa é a maior (com cerca de meio milhão de fiéis) e concentrou-se principalmente na parte ocidental do país e em Damasco.
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 25 de outubro de 2012
"O nosso tempo exige cristãos fascinados por Cristo"
Queridos irmãos e irmãs,
O nosso tempo exige cristãos fascinados por Cristo, que não se cansem de crescer na fé, por meio da familiaridade com a Sagrada Escritura e os Sacramentos. A fé não é apenas conhecimento e adesão a algumas verdades divinas; mas também um acto da vontade, pelo qual me entrego livremente a Deus, que é Pai e me ama. Crer é confiar-se, com toda a liberdade e com alegria, ao desígnio providencial de Deus sobre a história, como fez Maria de Nazaré. Nós podemos crer em Deus, porque Ele vem ao nosso encontro e nos toca. Na base do nosso caminho de fé, está o Baptismo, pelo qual nos tornamos filhos de Deus em Cristo e marca a entrada na comunidade de fé, na Igreja. Não se crê sozinho, mas juntamente com os nossos irmãos. Depois do Baptismo, cada cristão é chamado a viver e assumir a profissão da fé, juntamente com seus irmãos. Concluindo, a fé é um assentimento, pelo qual a nossa mente e o nosso coração dizem «sim» a Deus, confessando que Jesus é o Senhor. E este «sim» transforma a vida, tornando-a rica de significado e esperança segura.
* * *
Uma cordial saudação para todos os peregrinos de língua portuguesa, com menção particular dos grupos de diversas paróquias e cidades do Brasil, que aqui vieram movidos pelo desejo de afirmar e consolidar a sua fé e adesão a Cristo: o Senhor vos encha de alegria e o seu Espírito ilumine as decisões da vossa vida para realizardes fielmente o projecto de Deus a vosso respeito. Acompanha-vos a minha oração e a minha Bênção.
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Como, onde e quando proclamar o Evangelho
Reproduzimos abaixo as palavras de dom Ladislav Nemet, SVD, bispo de Zrenjanin, na Sérvia, durante a 17ª congregação geral do sínodo dos bispos, ocorrida em 19 de outubro de 2012.
1. O Evangelho proclamado.
O Evangelho que deveria ser transmitido acende a esperança, porque encerra em si a promessa da vida eterna. Tem um conteúdo claro: o conhecimento de Deus, que se manifestouem Jesus Cristo. É um Evangelho de santificação.
2. O mundo em que o Evangelho é proclamado.
O mundo é criação de Deus. A nossa história e cultura se inscrevem na história salvífica de Deus. Precisamos entrar em diálogo com o mundo: com os homens de hoje. A evangelização na Igreja das origens sempre andou de mãos dadas com a procura das sementes da Palavra de Deus na cultura do presente.
3. Os lugares em que o Evangelho é proclamado.
A paróquia, ou comunidade eclesial, é o primeiro lugar da evangelização. Observamos também as fortes mudanças que acontecem nas paróquias, que se tornam cada vez maiores. Portanto, a nova evangelização deveria inaugurar caminhos e lugares de diálogo onde não existe contato com a paróquia nem com a pequena comunidade cristã.
4. Os homens que proclamam o Evangelho.
A família é um lugar privilegiado da transmissão da fé. Porém, não podemos deixar de notar que muitas uniões fracassam, e, assim, as famílias se rompem. É importante, para os países aqui representados pelos bispos do nosso círculo, que o contato ecumênico seja cultivado.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 22 de outubro de 2012
Entregue o "Summarium testium" de João Paulo I
Foi entregue dia 17 de outubro, à Congregação para as Causas dos Santos, nas mãos de seu prefeito, o cardeal Angelo Amato, o Summarium testium, que é o primeiro de quatro documentos que ajudarão a preparar a Positio sobre as virtudes heroicas do Servo de Deus João Paulo I.
O cardeal Amato explicou que a documentação apresentada hoje deve ser “acompanhada e complementada por outros arquivos que ainda estão faltando. Entre eles, a Informatio super virtutibus”, que, de acordo com a sua explicação, “é a parte mais significativa da documentação, porque diz respeito à prova de heroísmo das virtudes teologais (fé, esperança e caridade) e das virtudes cardeais (prudência, justiça, fortaleza e temperança), bem como das virtudes anexas, tais como a humildade, a pobreza, a obediência, a castidade...”. Esta parte, reforçou o cardeal, “é a mais relevante, porque fornece a chave para a compreensão do processo completo: é a disquisitio sobre a santidade do Servo de Deus”.
Sobre os prazos de conclusão do processo, o cardeal Amato afirmou que o processo é longo e complexo. "É um procedimento canônico refinado, porque a beatificação e a canonização de uma pessoa requerem uma avaliação séria das virtudes cristãs. Não é com base em ouvir dizer, mas com fundamento em documentação objetiva".
A respeito de quando será a beatificação, Amato respondeu: "O tempo que vai até a beatificação é um tempo abençoado. Não é um tempo vazio, mas pleno: ele deve ser preenchido com o conhecimento do Servo de Deus, com a admiração das suas virtudes, com a contemplação da sua vida e, especialmente, com a imitação da sua santidade. Além disso, é um tempo de oração e de súplica ao Servo de Deus para obter a sua intercessão com graças e milagres. Enfim, é um momento abençoado, que irá ajudar todos nós a pensar sobre a nossa santificação pessoal".
Amato finalmente agradeceu ao postulador da causa, o bispo dom Enrico dal Covolo, pelo seu "entusiasmo contagiante", que "levará a bom termo, o mais cedo possível" o que chamou de “um gigantesco empreendimento”. Dal Covolo também agradeceu a Amato e à congregação que ele preside pela solicitude com que consideram a causa e pelos esforços pastorais empregados.
“As causas”, enfatizou o reitor da Pontifícia Universidade Lateranense, “não são momentos burocráticos, mas oportunidades vivas para a promoção da santidade”. E destacou a coincidência providencial entre este dia da entrega (17 de outubro é também o centenário do nascimento de Albino Luciani) e o Sínodo dos Bispos que está em andamento.
"Tenho certeza de que João Paulo I pode ser um modelo de nova evangelização pela transmissão da fé, justamente por causa da sua extraordinária capacidade de se comunicar com os fiéis. Por isso, eu estou feliz com esta apresentação de hoje na assembleia sinodal".
O bispo compartilhou ainda o porquê da beatitude e da santidade de João Paulo I: "Porque ele é um modelo do bom pastor que dá a vida pelas suas ovelhas".
Fonte: Zenit.
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