quinta-feira, 20 de dezembro de 2012
Os bens da Igreja são para servir e exigem correção e transparência
O cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado da Cidade do Vaticano, apresentou ontem o novo Regulamento da Prefeitura para Assuntos Econômicos da Santa Sé, recordando que o patrimônio gerido pelas entidades do Vaticano está a serviço da missão universal da Igreja, o que exige uma administração sempre correta e transparente.
“Transparência nas atividades econômicas e financeiras, por correção interna e para manter o empenho da Santa Sé em seguir as normativas internacionais de controle financeiro” são os objetivos do regulamento, sendo que a segunda meta já “foi reconhecida publicamente no âmbito europeu”, completou o cardeal.
"A Igreja, como tal, não possui bens. Quem os possui são as instituições que a compõem", acrescentou Bertone, precisando que a Prefeitura para Assuntos Econômicos, fundada por Paulo VI, é "uma espécie de contabilidade central da Santa Sé" que, porém, foi perdendo as tarefas de "planejamento e coordenação econômica geral".
Com as novas regras, resgata-se o seu espírito original. A Prefeitura para Assuntos Econômicos passa a ter relação direta com o secretário de Estado para definir as diretrizes de orientação e programação, além de tornar-se uma entidade superior às simples administrações da Santa Sé. A normativa foi promulgada em fevereiro, juntamente com os processos de adequação dos controles financeiros do Vaticano aos padrões internacionais.
O purpurado recordou ainda o Código de Direito Canônico, que “estabelece, para o cumprimento dos seus fins institucionais, que são lícitas para a Igreja a aquisição, posse, venda e administração dos bens temporais". A Igreja, prossegue Bertone, "sempre considerou o uso dos bens temporais como meio para o desempenho das suas funções", ou seja, "o culto divino, as obras de apostolado e de caridade e a manutenção honesta do clero e dos demais ministros".
O cardeal encerrou seu pronunciamento lembrando o contexto de crise econômica mundial. “Nas atuais circunstâncias históricas, a Santa Sé tem que diminuir gradualmente os custos reais diante da impossibilidade de aumentar as entradas, pelo menos em proporção ao déficit nos balanços consolidados". Está em jogo, opina ele, a credibilidade da Igreja.
Fonte: Zenit.
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