O recente encontro realizado em Amã, na Jordânia, sobre “O Desafio dos Árabes Cristãos”, promovido pelo rei Abdullah II, abordou temas como a guerra, os atentados, as profanações e as migrações, tendo como pano de fundo o atual conflito sírio. Foi uma oportunidade para as Igrejas no Oriente Médio levantarem a voz no cenário internacional.
O monarca destacou a necessidade de uma aliança entre cristãos e muçulmanos para enfrentar e derrotar juntos as divisões sectárias que alimentam os conflitos em toda a região, apresentadas como um corpo estranho em "nossas tradições e na herança humanitária e cultural. Cristãos e muçulmanos devem coordenar os esforços e a plena cooperação, dentro de um 'código de conduta unificador', porque é precisamente o isolamento entre os seguidores das diversas religiões o que pode minar o edifício social", publica o diário do Vaticano, L’Osservatore Romano, reproduzindo a fala do rei jordaniano.
Entre os possíveis terrenos de colaboração entre cristãos e muçulmanos, o monarca propôs a defesa comum da fisionomia plural da Cidade Santa: "Todos nós temos o dever de defender a identidade árabe de Jerusalém e proteger os seus lugares santos islâmicos e cristãos".
Participaram da cúpula internacional cerca de setenta pessoas, entre patriarcas, delegados patriarcais, bispos, sacerdotes e outros responsáveis religiosos, que deram a sua contribuição às sessões de estudos dedicadas de forma particular à análise da situação no Egito, na Síria, no Iraque, no Líbano, na Jordânia e em Jerusalém.
L’Osservatore Romano destacou a presença do cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso; do núncio apostólico na Jordânia e no Iraque, dom Giorgio Lingua; do patriarca de Jerusalém dos Latinos, Fouad Twal; do patriarca de Jerusalém, Theophilos III; do patriarca armênio ortodoxo Nourhanne Manougian; do patriarca greco-ortodoxo de Antioquia, Yohanna X al-Yazigi, residente em Damasco e irmão do metropolita de Aleppo, Boulos al-Yazigi, que foi sequestrado no mês de abril junto com o metropolita siro-ortodoxo de Aleppo, Gregorios Yohanna Ibrahim, por indivíduos até agora não identificados.
No último dia 29 de agosto, o monarca jordaniano se reuniu no Vaticano com o papa. No encontro, foram abordados temas de interesse comum, em particular o fomento da paz e da estabilidade no Oriente Médio, com especial ênfase na retomada das negociações entre israelenses e palestinos e na questão de Jerusalém. Particular atenção foi dedicada à trágica situação na Síria, reafirmando-se que a via do diálogo e da negociação entre todos os componentes da sociedade síria, com o apoio da comunidade internacional, é a única opção para encerrar o conflito e a violência que, dia após dia, vêm provocando a perda de tantas vidas humanas, principalmente entre a população civil.
Por sua vez, o Vaticano manifestou seu agradecimento ao rei Abdullah pelos esforços que está fazendo em prol do diálogo inter-religioso e pela iniciativa realizada em Amã.
Fonte: Zenit.
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