segunda-feira, 30 de setembro de 2013

Francisco: "Se perdermos a memória de Deus também nós perdemos a consistência"

1 . “Ai dos despreocupados de Sião e daqueles que se consideram tranquilos, ... deitados em leitos de marfim” (Am 6,1.4 ), comem, bebem, cantam, se divertem e não se preocupam com os problemas das outras pessoas.
Estas palavras do profeta Amós são duras, mas chamam a atenção sobre um perigo que todos nós corremos. O que é que este mensageiro de Deus denuncia, o que é que coloca diante dos olhos de seus contemporâneos e até mesmo diante de nossos olhos hoje? O risco do conforto, da comodidade, da mundanidade na vida e no coração, de colocar no centro da nossa vida o nosso bem-estar. É a mesma experiência do rico do Evangelho, que vestia roupas de luxo e todos os dias se dava abundantes banquetes; isto era importante para ele. E o pobre que estava à sua porta e não tinha nada para matar a fome? Não era problema dele, não lhe dizia respeito. Se as coisas, o dinheiro, a mundanidade se tornam o centro da vida, elas nos prendem, nos possuem e nós perdemos a nossa própria identidade de homens: olhem bem, o rico do Evangelho não tem nome, é simplesmente “um rico”. As coisas, o que possui, são o seu rosto, não tem outros.
Mas tentemos perguntar-nos: por que é que isso acontece? Como é possível que os homens, talvez também nós, caiamos no perigo de encerrar-nos, de colocar a nossa segurança nas coisas, que no final das contas nos roubam o rosto, o nosso rosto humano? Isso acontece quando perdemos a memória de Deus. " Ai dos despreocupados de Sião", dizia o profeta. Se não há memória de Deus, tudo fica nivelado, tudo vai para o ego, para o meu bem-estar. A vida, o mundo, os outros, perdem a consistência, não contam para nada, tudo se reduz a uma única dimensão: o ter. Se perdemos a memória de Deus, até nós mesmos perdemos consistência, até nós nos esvaziamos, perdemos o nosso rosto como o rico do Evangelho! Quem corre atrás do nada torna-se ele mesmo um nada – diz outro grande profeta, Jeremias (cf. Jer 2,5 ) . Nós somos feitos à imagem e semelhança de Deus, não à imagem e semelhança das coisas, dos ídolos!
2 . Agora, olhando para vocês, me pergunto: quem é o catequista? É aquele que protege e nutre a memória de Deus; a guarda em si mesmo e sabe despertá-la nos outros. É bonito isso: fazer memória de Deus, como Nossa Senhora que, diante da ação maravilhosa de Deus na sua vida, não pensa na honra, no prestígio, nas riquezas, não se fecha em si mesma. Pelo contrário, depois de ter acolhido o anúncio do Anjo e de ter concebido o Filho de Deus, o que faz? Vai, visita à anciã parente Isabel, também grávida, para ajudá-la; e no encontro com ela o seu primeiro ato é a memória do atuar de Deus, da fidelidade de Deus na sua vida, na história do seu povo, na nossa história: “A minha alma engrandece ao Senhor ... pois olhou para a humildade da sua serva... de geração em geração a sua misericórdia " (Lc 1,46.48.50 ) . Maria tem memória de Deus.
Neste cântico de Maria tem também a memória da sua história pessoal, a história de Deus com ela, a sua própria experiência de fé. E assim é para cada um de nós, para cada cristão: a fé contém precisamente a memória da história de Deus conosco, a memória do encontro com Deus, que se move primeiro, que cria e salva, que nos transforma; a fé é memória da sua Palavra que aquece o coração, das suas ações de salvação com que nos dá vida, nos purifica, nos cura, nos alimenta. O catequista é precisamente um cristão que coloca esta memória ao serviço do anúncio; não para se mostrar, não para falar de si, mas para falar de Deus, do seu amor, da sua fidelidade. Falar e transmitir tudo o que Deus revelou, ou seja, a doutrina na sua totalidade, sem tirar ou acrescentar.
São Paulo aconselha especialmente ao seu discípulo e colaborador Timóteo uma coisa: “lembra-te, lembra-te de Jesus Cristo, ressuscitado dentre os mortos, que eu anuncio e pelo qual sofro (cf. 2 Tm 2, 8-9). Mas o apóstolo pode dizer isso porque ele se lembrou primeiro de Cristo, que o chamou quando era um perseguidor dos cristãos, o tocou e transformou com a sua Graça.
O catequista, então, é um cristão que carrega consigo a memória de Deus, se deixa guiar pela memória de Deus em toda a sua vida, e sabe como despertá-la no coração dos outros. Isso é exigente! Compromete toda a vida! O que é o mesmo Catecismo, senão memória de Deus, memória da sua ação na história, do seu ter-se feito próximo em Cristo, presente na sua Palavra, nos Sacramentos, na sua Igreja, no seu amor? Caros catequistas, pergunto-lhes: nós somos memória de Deus? Somos realmente como sentinelas que despertam nos outros a memória de Deus, que aquece o coração?
3. "“Ai dos despreocupados de Sião", diz o profeta. Qual o caminho a ser seguido para não virar pessoas “despreocupadas”, que colocam a sua segurança em si mesmas e nas coisas, mas homens e mulheres da memória de Deus? Na segunda leitura, São Paulo, escrevendo a Timóteo, dá algumas indicações que podem marcar também a trajetória do catequista, o nosso caminho: seguir a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão (cf. 1 Tm 6 , 11) .
O catequista é homem da memória de Deus se tiver um relacionamento constante, vital com Ele e com os outros; se for homem de fé, que confia realmente em Deus e coloca Nele a sua segurança; se for homem de caridade, de amor, que vê a todos como irmãos; se for homem de “hypomoné”, de paciência, de perseverança, que sabe lidar com as dificuldades, provações, fracassos, com serenidade e esperança no Senhor; se for homem manso, capaz de compreensão e de misericórdia.
Peçamos ao Senhor para sermos todos homens e mulheres que guardem e alimentem a memória de Deus na própria vida e saibam despertá-la no coração dos outros. Amén.

Fonte: Zenit - Tradução Thácio Siqueira

sexta-feira, 27 de setembro de 2013

O dom da hospitalidade

Como sugestão, seguem algumas ideias e conceitos que levam à reflexão sobre o “turismo”, sem limitar a comemoração do Dia ou as recordações de viagens realizadas por cada um.

Inicialmente,resgatando um trecho da Mensagem do Papa João Paulo II em 2004 por ocasião desteDia,que se celebra a 27 de setembro:“...O Dia Mundial do Turismo não só oferece de novo a oportunidade de afirmar a contribuição positiva do turismo para a construção de um mundo mais justo e pacífico, mas também de refletir profundamente sobre as condições concretas em que ele é gerido e praticado”.
A este propósito, a Igreja não pode deixar de reiterar, uma vez mais, o núcleo da sua visão do homem e da história. “Com efeito, o princípio supremo que deve reger a convivência humana é o respeito pela dignidade de cada indivíduo, criado à imagem de Deus e, por conseguinte, irmão de todos os outros.” (Mensagem do Papa João Paulo II para o dia mundial do turismo 2004)
A viagem reflexiva leva também a considerar uma definição do termo “turismo”. A Organização das Nações Unidas e a Organização Mundial de Turismo define turismo “como a atividade do viajante que visita uma localidade fora de seu entorno habitual, por período inferior a um ano, e com propósito principal diferente do exercício de atividade remunerada por entidades do local visitado” (Wikipedia-26/09/13).
Tanto a gestão quanto a prática do turismo estão cercados por princípios de sustentabilidade que remetem ao respeito, às diferenças, à abertura aos outros, à conservação do patrimônio histórico, cultural e natural, enfim, ao entendimento da ecologia tendo em conta o meio ambiente como um todo e não apenas um aspecto.
Ninguém se desloca naturalmente a um local diferente do seu lar, com o objetivo de depreciar o outro lugar, esgotar recursos, ou se entristecer com a falta de beleza do local. Os deslocamentos por turismo geralmente são motivados por interesses diversos e positivos, por motivo de lazer, enriquecimento cultural, contato com a natureza, descanso em um local que tire alguém do contexto habitual, reunir a família para estar um tempo maior juntos, estudo de uma realidade diversa, e assim por diante. O que não poderia faltar para este tempero do turismo é que não pode haver a exploração no sentido pejorativo, nem do patrimônio material, e muito menos do principal patrimônio de qualquer localidade: As pessoas! As que viajam e as que recebem viajantes. Uma relação que pode ser significativamente rica para ambas as partes se existir o respeito pela dignidade de cada um.
Por trás da movimentação gerada pelo turismo está o serviço de milhões de pessoas que se empenham por ver nele uma atividade econômica, mas não unicamente, já que se envolvem e descobrem uma vocação para a “arte de bem receber” que é a hospitalidade. Por mais que existam os oportunistas do turismo, o “dom da hospitalidade” faz um se diferenciar do outro e torna viável e mais digna a interação de uns com os outros.
No livro Caminho, no ponto 974, São Josemaria Escrivá cita a hospitalidade no contexto de um anfitrião para um almoço: “Apostolado do almoço”. É a velha hospitalidade dos Patriarcas, com o calor fraternal de Betânia. - Quando se pratica, parece que se entrevê Jesus presidindo, como em casa de Lázaro.”
Quem voltaria a um local onde não foi acolhido, aceito, respeitado?
E quem não se sente movido a agradecer, mesmo que esteja “incluído no pagamento”, a cortesia de um profissional que trabalha no turismo de forma cortês, gentil, amável...
Quantas virtudes menores estão por trás desta grande virtude da hospitalidade? E quanto se pode melhorar o relacionamento entre diferentes povos se busca a prática dela e de todas as outras!
Servir é um dom divino! O primeiro a servir foi o próprio Deus enviando o Seu Filho Único para servir redimindo!
E “A hospitalidade é partilha da vida. Isabel e Maria hospedam-se reciprocamente, partilhando o lar e o alimento, a trepidação e as alegrias, a fragilidade e a coragem. E nesta partilha da vida chegam a comparticipar do próprio coração de todas as vidas: Deus que habita em cada vida humana. Deus que visita todos os acontecimentos da história.” homilia do cardeal Tarcisio Bertone na celebração eucarística para os bons votos de natal à secretaria de estado quinta-feira, 21 de Dezembro de 2006.

*Patricia Marega Pacheco é gerente de recursos humanos no segmento de turismo e hospitalidade; formada em turismo; pós graduada em hotelaria e em contabilidade e finanças.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Santo Padre: "É triste ver uma Igreja «privatizada» por pequenos grupos'



Queridos irmãos e irmãs, bom dia,

No “Credo” nós dizemos “Creio na Igreja, una”, professamos, isso é, que a Igreja é única e esta Igreja é em si mesma unidade. Mas se olhamos para a Igreja Católica no mundo descobrimos que essa compreende quase 3000 dioceses espalhadas em todos os Continentes: tantas línguas, tantas culturas! Aqui há tantos bispos de tantas culturas diferentes, de tantos países. Há o bispo de Sri Lanka, o bispo do Sul da África, um bispo da Índia, há tantos aqui… Bispos da América Latina. A Igreja está espalhada em todo o mundo! No entanto, as milhares de comunidades católicas formam uma unidade. Como pode acontecer isto?
1. Uma resposta sintética encontramos no Catecismo da Igreja Católica, que afirma: a Igreja Católica espalhada no mundo “tem uma só fé, uma só vida sacramental, uma única sucessão apostólica, uma comum esperança, a própria caridade” (n. 161). É uma bela definição, clara, orienta-nos bem. Unidade na fé, na esperança, na caridade, na unidade nos Sacramentos, no Ministério: são como pilastras que sustentam e têm juntos o único grande edifício da Igreja. Aonde quer que vamos, mesmo na menor paróquia, na esquina mais perdida desta terra, há a única Igreja; nós estamos em casa, estamos em família, estamos entre irmãos e irmãs. E este é um grande dom de Deus! A Igreja é uma só para todos. Não há uma Igreja para os europeus, uma para os africanos, uma para os americanos, uma para os asiáticos, uma para os que vivem na Oceania, não, é a mesma em qualquer lugar. É como em uma família: se pode estar distante, espalhado pelo mundo, mas as ligações profundas que unem todos os membros da família permanecem firmes qualquer que seja a distância. Penso, por exemplo, na experiência da Jornada Mundial da Juventude, no Rio de Janeiro: naquela vasta multidão de jovens na praia de Copacabana, ouvia-se falar tantas línguas, viam-se traços da face muito diversificada deles, encontravam-se culturas diferentes, no entanto havia uma profunda unidade, se formava a única Igreja, estava-se unido e se sentia isso. Perguntemo-nos todos: eu, como católico, sinto esta unidade? Eu como católico vivo esta unidade da Igreja? Ou não me interessa, porque estou fechado no meu pequeno grupo ou em mim mesmo? Sou daqueles que “privatizam” a Igreja pelo próprio grupo, a própria nação, os próprios amigos? É triste encontrar uma Igreja “privatizada” pelo egoísmo e pela falta de fé. É triste! Quando ouço que tantos cristãos no mundo sofrem, sou indiferente ou é como se sofresse um da minha família? Quando penso ou ouço dizer que tantos cristãos são perseguidos e dão mesmo a própria vida pela própria fé, isto toca o meu coração ou não chega até mim? Sou aberto àquele irmão ou àquela irmã da minha família que está dando a vida por Jesus Cristo? Rezamos uns pelos outros? Faço uma pergunta a vocês, mas não respondam em voz alta, somente no coração: quantos de vocês rezam pelos cristãos que são perseguidos? Quantos? Cada um responda no coração. Eu rezo por aquele irmão, por aquela irmã que está em dificuldade, para confessar ou defender a sua fé? É importante olhar para fora do próprio recinto, sentir-se Igreja, única família de Deus!
2. Demos um outro passo e perguntemo-nos: há feridas a esta unidade? Podemos ferir esta unidade? Infelizmente, nós vemos que no caminho da história, mesmo agora, nem sempre vivemos a unidade. Às vezes surgem incompreensões, conflitos, tensões, divisões, que a ferem, e então a Igreja não tem a face que queremos, não manifesta a caridade, aquilo que Deus quer. Somos nós que criamos lacerações! E se olhamos para as divisões que ainda existem entre os cristãos, católicos, ortodoxos, protestantes… sentimos o esforço de tornar plenamente visível esta unidade. Deus nos doa a unidade, mas nós mesmos façamos esforço para vivê-la. É preciso procurar, construir a comunhão, educar-nos à comunhão, a superar incompreensões e divisões, começando pela família, pela realidade eclesial, no diálogo ecumênico também. O nosso mundo precisa de unidade, está em uma época na qual todos temos necessidade de unidade, precisamos de reconciliação, de comunhão e a Igreja é Casa de comunhão. São Paulo dizia aos cristãos de Éfeso: “Exorto-vos, pois – prisioneiro que sou pela causa do Senhor – que leveis uma vida digna da vocação à qual fostes chamados, com toda a humildade e amabilidade, com grandeza de alma, suportando-vos mutuamente com caridade. Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito no vínculo da paz” (4, 1-3). Humildade, doçura, magnanimidade, amor para conservar a unidade! Estes, estes são os caminhos, os verdadeiros caminhos da Igreja. Ouçamos uma vez mais. Humildade contra a vaidade, contra a soberba, humildade, doçura, magnanimidade, amor para conservar a unidade. E continuava Paulo: um só corpo, aquele de Cristo que recebemos na Eucaristia; um só Espírito, o Espírito Santo que anima e continuamente recria a Igreja; uma só esperança, a vida eterna; uma só fé, um só Batismo, um só Deus, Pai de todos (cfr vv. 4-6). A riqueza daquilo que nos une! E esta é uma verdadeira riqueza: aquilo que nos une, não aquilo que nos divide. Esta é a riqueza da Igreja! Cada um se pergunte: faço crescer a unidade em família, na paróquia, na comunidade, ou sou um fofoqueiro, uma fofoqueira. Sou motivo de divisão, de desconforto? Mas vocês não sabem o mal que fazem à Igreja, às paróquias, às comunidades, as fofocas! Fazem mal! As fofocas ferem. Um cristão antes de fofocar deve morder a língua! Sim ou não? Morder a língua: isto nos fará bem, para que a língua inche e não possa falar e não possa fofocar. Tenho a humildade de reconstruir com paciência, com sacrifício, as feridas da comunhão?
3. Enfim, o último passo mais em profundidade. E esta é uma bela pergunta: quem é o motor desta unidade da Igreja? É o Espírito Santo que todos nós recebemos no Batismo e também no Sacramento da Crisma. É o Espírito Santo. A nossa unidade não é primeiramente fruto do nosso consenso, ou da democracia dentro da Igreja, ou do nosso esforço de concordar, mas vem Dele que faz a unidade na diversidade, porque o Espírito Santo é harmonia, sempre faz a harmonia na Igreja. É uma unidade harmônica em tanta diversidade de culturas, de línguas e de pensamentos. É o Espírito Santo o motor. Por isto é importante a oração, que é a alma do nosso compromisso de homens e mulheres de comunhão, de unidade. A oração ao Espírito Santo, para que venha e faça a unidade na Igreja.
Peçamos ao Senhor: Senhor, dai-nos sermos sempre mais unidos, não sermos nunca instrumentos de divisão; faz com que nos empenhemos, como diz uma bela oração franciscana, a levar o amor onde há o ódio, a levar o perdão onde há ofensa, a levar a união onde há a discórdia. Assim seja.

Fonte: Canção Nova/Tradução: Jéssica Marçal

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

"Encontrem a estrada para rir de si mesmos, e permaneçam com o vosso rebanho!



"Apascentem o rebanho de Deus que lhes foi confiado, não por imposição, mas de livre e espontânea vontade, como Deus o quer; não por vil interesse, mas com generosidade; não como donos daqueles que lhes foram confiados, mas como modelos para o rebanho”(1 Pedro 5, 2). "Essas palavras de São Pedro são esculpidas em meu coração!”

Com estas palavras, o papa Francisco, às 12h00 desta manhã, na Sala Clementina do Palácio Apostólico Vaticano, recebeu em audiência os bispos recém-nomeados participantes da Conferência organizada pela Congregação para os Bispos e pela Congregação para as Igrejas Orientais.
Ele então explicou que a apascentar significa ter "habitual e cotidiano cuidado pelo rebanho" (Conc Ecum Conselho II, Lumen Gentium, 27), "acolher com magnanimidade, caminhar com o rebanho, permanecer com as ovelhas".
De acordo com o pontífice, os novos bispos devem refletir três palavras: "acolher, caminhar, permanecer".
Ele afirmou que acolher com magnanimidade significa que todos aqueles que baterem à porta “a encontrem aberta, - continuou o Santo Padre - através de sua bondade, da sua disponibilidade, experimentarão a paternidade de Deus e entenderão como a Igreja é uma boa mãe, que sempre acolhe e ama”.
Caminhar com o rebanho, - acrescentou - significaestá em caminho “com” e “no” seu rebanho. Isto significa caminhar com os próprios fiéis e com todos aqueles que se dirigirão a vocês, partilhando com eles alegrias e esperanças, dificuldades e sofrimentos, como irmãos e amigos, mas, mais ainda como pais, que são capazes de escutar, compreender, ajudar, orientar”.
A este respeito, convidou a responder e receber os sacerdotes que são os mais próximos do bispo, indispensáveis colaboradores dos quais buscar conselho e ajuda, e dos quais cuidar como pais, irmãos e amigos.
Neste contexto, o papa disse: "Eu não sei se é verdade, mas muitos padres me contaram que ligavam para o bispo e o secretário respondia que não tinha tempo para recebê-los; isso, durante meses”. Ele explicou aos bispos que esse comportamento não é de um pai, mas de um gerente de escritório, e convidou-os a responder no mesmo dia, ou pelo menos no dia seguinte para marcar um encontro.
O Papa sublinhou a importância do pastor para o rebanho, isto é, a presença na diocese que “não é secundária, é indispensável”. "A presença! - disse -É o próprio povo quem pede, quer ver o seu Bispo caminhar com ele, estar do lado dele.”Francisco pediu ainda para que os bispos fossem até o povo “também nas periferias de suas dioceses e em todas as periferias "existenciais" onde há sofrimento, solidão, degradação humana".
O bispo de Roma explicou então que o estilo de serviço ao rebanho deve ser o da “humildade, da austeridade, e da essencialidade".
"Por favor - disse ele - não sejam “homens com a ‘psicologia de princípios’, homens ambiciosos, que são esposos de uma Igreja, na espera de outra mais bonita, mais importante ou mais rica. Estejam muito atentos a não caírem no espírito do carreirismo! Não é só a palavra, mas também é, sobretudo, com o testemunho concreto de vida que somos mestres e educadores do nosso povo”.
Peço-vos, por favor, - disse o Papa – permaneçam com o vosso rebanho. “Permanecer, ... continuou o Papa. Evitem o escândalo de serem “bispos de aeroportos”!”.
O Papa convidou os novos bispos a serem “pastores acolhedores, que caminham com o seu povo, com afeto, com misericórdia, com docilidade de tratamento e firmeza paterna, com humildade e discrição, capazes de olhar também aos seus limites e de ter uma dose de bom humor.”
Ele concluiu, convidando a rezar por uma graça: "Senhor, dá-me o senso de humor. Encontrar o caminho para rir de si mesmo em primeiro lugar, e um pouco das coisas. E permaneçam com vosso rebanho!”

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

A Igreja é uma mãe que só quer o bem dos filhos



Durante a audiência geral de ontem, na Praça de São Pedro, dando continuidade ao ciclo de catequeses sobre o mistério da Igreja, o papa Francisco voltou a mencionar a imagem da "Igreja Mãe", já evocada na homilia de ontem na Casa Santa Marta.

“Eu realmente gosto dessa imagem”, disse o papa, “porque acho que ela não nos diz apenas como é a Igreja, mas também qual é o rosto que a Igreja deveria ter cada vez mais”.
O papa sublinhou alguns princípios que devem animar a educação dos filhos pela mãe. Primeiro, "ela ensina a caminhar pela vida", apontando o "caminho certo com ternura, com amor, com amor sempre, mesmo quando tenta endireitar o nosso caminho, porque saímos um pouco da rota na vida ou porque andamos na direção do abismo".
Toda mãe sabe também o que é importante para uma criança, não porque ela "aprendeu nos livros", mas porque "aprendeu com o coração".
A Igreja, como mãe, orienta os filhos na vida mediante ensinamentos baseados nos dez mandamentos, que também são "fruto da ternura, do amor de Deus, que os deu a nós". Há quem argumente que eles são apenas "comandos" ou “um conjunto de nãos", mas o papa nos convida a "enxergá-los positivamente".
Entre outras coisas, os dez mandamentos nos convidam a "não criar ídolos materiais que nos escravizam, a nos lembrar de Deus, a ter respeito pelos pais, a ser honestos, a respeitar uns aos outros": são ensinamentos que a mãe normalmente transmite aos filhos. "Uma mãe nunca ensina o que é ruim; ela só quer o bem dos filhos. Assim também a Igreja", acrescentou o Santo Padre.
Mesmo quando o filho "cresce" e "assume as suas responsabilidades", a mãe continua a acompanhá-lo "com discrição", e , quando ele erra, "ela sempre encontra um jeito de entender, de estar perto, de ajudar".
A mãe sabe “dar a cara a tapa” pelos filhos, disse Bergoglio, usando a expressão popular. “Se eles acabam na cadeia, por exemplo, as mães não perguntam se eles são culpados ou não, mas continuam a amá-los e muitas vezes sofrem humilhação, mas não têm medo, não deixam de se entregar por eles".
A Igreja também é uma "mãe misericordiosa" para com os filhos que “erraram e erram” e , sem os julgar, lhes oferece o "perdão de Deus". A Igreja não tem medo de entrar “na nossa noite, no escuro da nossa alma e consciência, para nos dar esperança".
A Igreja, enfim, como todas as mães, "também sabe pedir, bater em todas as portas pelos filhos, sem calcular, só por amor", especialmente orando a Deus, “especialmente pelos mais fracos ou pelos que trilharam os caminhos mais perigosos e errados”. A este propósito, o papa citou o exemplo de Santa Mônica e das suas muitas orações e lágrimas pelo filho Agostinho, até que ele se tornou santo.
"Penso em vocês, queridas mães: quanto vocês oram pelos seus filhos, sem se cansar! Continuem a rezar, a confiar os seus filhos a Deus, que ele tem um grande coração! Batam na porta do coração de Deus com a oração pelos filhos" , exortou o pontífice .
Também a Igreja ora pelos seus filhos em apuros: vemos nela "uma boa mãe que nos mostra o caminho a seguir na vida, que sempre sabe ser paciente, compassiva, compreensiva, e sabe como nos colocar nas mãos de Deus", concluiu o papa.

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Não há perdão fora da Igreja


A figura da viúva de Naim é um ícone de "viuvez" da Igreja que busca o encontro com o Senhor. Afirmou o papa Francisco durante a homilia desta manhã em Santa Marta.
Inspirado pelo Evangelho de hoje (cf. Lc 7,11-17), o Pontífice destacou que“Jesus tem a capacidade de sofrer connosco de estar próximo de nós nos nossos sofrimentos fazendo-os seus”.
A viúva de Naim, além de seu marido, tinha perdido um filho e por esta razão, Jesus, em consideração a marginalização e a miséria das viúvas que viviam naquele tempo, mostra "grande compaixão" e um "amor especial".
A Igreja é em certo sentido “é viúva” enquanto seu “Esposo se foi e ela caminha na história, na esperança de encontrá-lo, de se encontrar com Ele. E ela será a esposa definitiva", comentou o Papa.
Em sua viuvez, no entanto, a Igreja se mostra “corajosa" e defende seus filhos "como a viúva que foi ao juiz corrupto para "defendê-los" e acabou vencendo”.
Outra viúva ilustre da narrativa bíblica, lembrou Francisco, é a mãe macabeia de sete crianças que são martirizadas por não renunciar a Deus. Esta falava para eles "no dialeto local, na primeira língua", bem como no dialeto nos fala a Igreja: o dialeto, observou o Papa, é a "linguagem da verdadeira ortodoxia" e do "catecismo", que nos dá força "na luta contra o mal".
Em sua viuvez, a Igreja está sempre em movimento, em busca de seu Esposo e "quando é fiel, sabe chorar", especialmente por seus filhos e reza por eles. No entanto, o Senhor diz: "Não chores. Eu estou contigo, eu acompanho-te, eu espero-te lá, nas nupcias, nas últimas núpcias, aquelas do cordeiro. Pára, este teu filho que estava morto, agora vive!”.
Da mesma forma Jesus faz quando, como acontece com o garoto Naim, nos levanta do nosso leito de morte que, em primeiro lugar, é a morte para o pecado. Em seguida, "nos dá o perdão" e "nos dá novamente a vida", Jesus nos restitui à nossa mãe.
O sacerdote, também, quando nos dá a absolvição, após a confissão "nos restitui à nossa mãe". “É ali que acaba a reconciliação, porque não há caminho de vida, não há perdão, não há reconciliação fora da mãe Igreja”,disse o Papa.
Fico com vontade de pedir ao Senhor a graça de ser sempre confiante nesta mãe que nos defende, nos ensina, faz-nos crescer”,concluiu o Santo Padre.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 16 de setembro de 2013

Apresentadas as credenciais do embaixador brasileiro no Vaticano



Na manhã de sexta-feira, o papa Francisco recebeu em audiência Denis Fontes de Souza Pinto, o embaixador do Brasil junto à Santa Sé, por ocasião da apresentação das suas Cartas Credenciais.

Denis Fontes de Souza nasceu em Recife no dia 26 de fevereiro de 1954. É casado e tem dois filhos. Graduou-se em Direito na Universidade Federal de Pernambuco em 1977 e fez o curso de preparação para a carreira diplomática no Instituto Rio Branco, em 1979 e 1980.
Durante a carreira, Denis Fontes de Souza realizou as seguintes funções:
- Terceiro Secretário da Divisão de Estudos e Pesquisas de Mercado (1981) e, posteriormente, da Divisão de Programas de Promoção Comercial (1981-1983);
- Segundo Secretário da Embaixada em Bonn (1983-1985);
- Curso de Aperfeiçoamento para Diplomatas (1985-1986);
- Segundo Secretário da Embaixada em Quito (1986-1989);
- Primeiro Secretário da Embaixada em Pequim (1989-1991);
- Vice-Coordenador Executivo do Departamento de Administração (1991-1992);
- Assessor da Secretaria Geral (1993-1994);
- Conselheiro da Embaixada em Paris (1995-1998);
- Conselheiro da Embaixada em Pretória (1998-1999);
- Curso de Estudos Avançados do Instituto Rio Branco (1999-2000);
- Coordenador Geral da Seção de Orçamento e Finanças (2001-2002);
- Ministro Conselheiro da Missão Brasileira na CEE, em Bruxelas (2003-2005);
- Diretor do Departamento do Serviço Exterior (2006-2010);
- Subsecretário Geral do Serviço Exterior (2010-2013).

Fonte: Zenit.

sábado, 14 de setembro de 2013

A mídia e o aborto



Atualmente vimos no Brasil e em outras partes do mundo uma série de matérias capítulos de novelas e de seriados de TV, programas de TV e outras manifestações da grande mídia dando muita ênfase ao aborto. De forma introdutória, é possível afirmar, dentre outras coisas, que o aborto é um tema que “anda na moda” na grande mídia nacional e internacional.

Nos programas midiáticos, é afirmado, por exemplo, que em países como o Brasil realiza-se mais de um milhão de abortos por ano, que qualquer célula do corpo humano é vida igual a vida do embrião e que, por isso, o aborto seria justificável, que existem mulheres que podem decidir ter o filho, porque são ricas, e outras que, por motivos de pobreza, não o podem. Aparentemente são argumentos sólidos que demonstram a viabilidade do aborto.
É preciso compreender que existe um movimento internacional, formado por vários grupos, como, por exemplo, o liberalismo cultural e o marxismo cultural, que desejam legalizar o aborto em escala planetária até aproximadamente 2025. Esse movimento não respeita a soberania das nações e não leva em consideração os valores sociais e culturais dos povos. Em grande medida, trata-se de um movimento antidemocrático que, em nome de uma elite cultural que se alto proclama de vanguarda e revolucionária, deseja impor o aborto sem consultar a opinião da sociedade. É dentro desse quadro que deve ser pensado a programação midiática que defende o aborto. Trata-se de uma programação que pode ser classificada como “ação de difusão”, ou seja, é uma programação que transmite informações soltas e, o pior, muitas dessas informações não são verdadeiras.
Por exemplo, vamos analisar essa informação que se tem um milhão de abortos por ano. Por diversas e diversas vezes líderes de grupos pró-vida, especialistas em bioéticas e de outras áreas solicitaram que fosse repassado a origem desse número. Por exemplo, dados do tipo: qual o método foi empregado, a amostragem da pesquisa e a margem de erro. Se realmente essa informação for verdade, ou seja, que no Brasil há um milhão de abortos por ano, então o Brasil está passando por um grande processo de desequilíbrio demográfico, pois está perdendo, em pouco tempo, uma parte considerável de sua população em idade produtiva. Outra coisa, essas informações se chocam com os dados oriundos do Ministério da Saúde e de outros órgãos do governo brasileiro. De acordo com esses órgãos o número de abortos no Brasil tem caído nos últimos anos. Essa queda é fruto, em parte, da maior distribuição de anticoncepcionais realizada pelo governo e pela maior conscientização, por parte da população, sobre os males oriundos do aborto. Essa conscientização é fruto, em grande medida, das campanhas realizadas pelo movimento pró-vida, igrejas cristãs, grupos de bioética e outros.
Se os dados apresentados pela grande mídia são realmente verdadeiros, ou seja, no Brasil há um milhão de abortos por ano, por que então os grupos que apresentam esses números não processam, na justiça, o Ministério da Saúde e outros órgãos do governo? É preciso ter consciência que esses números fantasiosos têm a missão de confundir a população e, por causa disso, levá-la a apoiar o aborto. Essa tática foi utilizada, por exemplo, nos EUA. No início da década de 1970 havia nos EUA um intenso debate sobre o aborto. Naquele momento apresentavam números exagerados sobre o abortamento nesse país, até que em 1973, com o famoso caso Roe vs Wade a Suprema Corte ameticana legalizou o aborto. Hoje em dia, passado mais mais de 40 anos desse acontecimento, sabe-se que os dados apresentados para imprecionar a opinião pública eram falsos. Não passavam de números inventados para dizer que era urgente a legalização de uma prática que todo mundo fazia escondido. Hoje sabe-se que, na década de 1970, nos EUA o aborto era pouco conhecido do grande público e sua prática era muito reduzida. O problema é que essa tática, ou seja, de apresentar dados estatísiticos falsos, parece que está sendo utilizada no Brasil com o mesmo objetivo que foi utilizada nos EUA, isto é, enganar a grande população. Por tudo isso, é preciso ter muito cuidado e senso cítico diante desses dos dados estatísticos sobre o aborto.
Com relação ao fato de se afirmar, em programas midiáticos, que qualquer célula do corpo humano é vida igual a vida do embrião e que, por isso, o aborto seria justificável, é preciso observar que do ponto de vista de alguns aspectos técnicos da moderna pesquisa biogenética, a célula do embrião é igual a qualquer outra célula do corpo humano. No entanto, existe um lado muito importante que, tudo indica, não está sendo apresentado nos programas midiáticos que tratam do aborto. Trata-se do fato da célula do embrião ser única, ela contém todo o material genético do ser humano. Aquilo que o futuro indivíduo adulto será (a cor do olho, o tipo sanguíneo, etc) está contido no embrião. Todos os dias e até mesmo a todo instante milhares de células do corpo humano morrem, sem, no entanto, provocar a morte do organismo humano. Por exemplo, uma célula da pele ou da mucosa bucal pode morrer e, ao mesmo tempo, o indivíduo continuará vivo. No entanto, se o embrião morrer ou for assassinado o próprio indivíduo desaparecerá. Não há como se formar um indivíduo se o embrião for destruído. Com isso, a grande mídia está apresentando uma “meia verdade” ao grande público e, ao mesmo tempo, escondendo a informação principal, ou seja, o valor único e insubstituível do embrião. Lamentavelmente esse é o tipo de informação, muitas vezes contraditória, que a grande mídia transmite. É por isso que se afirma que a população precisa ter muito cuidado e senso crítico diante das informações que a grande mídia transmite sobre o aborto e outros temas de bioética.
Com relação ao argumento, muito difundido em veículos da grande mídia, que existem mulheres que podem decidir ter o filho, porque são ricas, e outras que, por motivos de pobreza, não o podem e que isso justifica a prática do aborto, é preciso esclarecer que essa informação é muito incompleta, que visa, em tese, a criar uma falsa consciência favorável ao aborto. É preciso compreender que tanto a mulher pobre como a rica podem decidir em não ter o filho. Elas podem decidir, por exemplo, em enviá-lo para adoção, em abortá-lo, etc. Quem afirma que a mulher classifica da “pobre” não pode escolher em ter o filho, não conhece a realidade brasileira. No Brasil quem aborta geralmente é mulher no estilo “classe média” ou então jovens com problemas familiares. A mulher que é enquadrada na categoria de “pobre” ou “baixa renda” geralmente decide ter o filho. É preciso ver que a mulher de “classe média” é bombardeada com uma forte “propaganda” que diz que ter um filho é prejuízo financeiro, perda de tempo, que o corpo vai ficar com algum tipo de deformação e coisas semelhantes. Essa “propaganda” é realizada, em grande medida, nos meios de comunicação de massa, pelas teorias acadêmicas chamadas pós-modernas e coisas afins. É um tipo de “propaganda” que desvaloriza a vida e coloca os bens materiais e o sucesso profissional em primeiro plano. Já a mulher que é enquadrada como pobre ou baixa renda está mais distante desse tipo de ”propaganda” e, até mesmo por isso, passa a ter uma atitude mais pró-vida e humanizada. Uma atitude que diz que o filho não é culpado de algum possível erro cometido pelos pais. Essa atitude humanizada valoriza a dignidade da pessoa humana. É uma atitude que não coloca os bens materiais como centro da vida, mas coloca a própria vida como centro. Atualmente o que precisamos é repensar os valores que norteiam o ser humano, os quais, muitas vezes, estão centrados no dinheiro, no sucesso profissional e coisas afins. A vida humana está além e acima dessas coisas. Colocar o aborto como solução de algum problema é apenas alimentar, ainda mais, essa cultura antiética que coloca a dignidade da pessoa humana em segundo plano.
O fato concreto é que atualmente o feto, ou seja, o bebê ainda no ventre da mãe, é vítima de uma espécie de tribunal da razão pura que simplesmente condena o feto a morte sem, no entanto, lhe dar qualquer chance de defesa. O perigo disso é a relativização da vida humana. Hoje certos grupos, chamados de vanguarda, revolucionários e de pós-modernos, querem a eliminação de uma categoria de seres humanos, isto é, os não-nascidos, o feto, amanhã outro grupo vai querer eliminar os velhos, as pessoas que tenham alguma doença e assim sucessivamente. Vale salientar que desde o Império Romano que os genocídios e os assassinatos em massa são apresentados como algo necessário para melhorar a vida humana. O século XX, com o Nazismo e o Socialismo, não foi diferente. Agora, no início do século XXI, vemos uma nova onda de guerras e de extermínios. E o aborto faz parte dessa nova onda. Ninguém se engane, o aborto é um assassinato onde a vítima é o lado mais frágil e indefeso da escala humana, ou seja, trata-se do bebê ainda no ventre da mãe. O filósofo Norberto Bobbio fala da Era dos Direitos, onde os cidadãos buscam a concretização de velhos e de novos direitos sociais. No entanto, para se realizar plenamente a Era dos Direitos, descrita por Norberto Bobbio, é necessário incluir o feto dentro dessa Era. Um dos grandes desafios do século XXI, do ponto de vista da ética, é perceber que a cidadania não se inicia com o nascimento, mas sim com os 9 meses de gestação, ou seja, já no período de gestação, o feto tem que ser reconhecido como um cidadão. O reconhecimento do feto como um cidadão, acarretará na ampliação do raio de atuação e de influência dos direitos humanos. O motivo disso é que se a cidadania começa com os 9 meses de gestação, então os direitos humanos terão que acolher o cidadão a partir da concepção e da gestação. O século XXI é chamado a reconhecer o feto como cidadão e, com isso, finalmente todos os grupos e categorias humanos poderão desfrutar da Era dos Direitos. A incorporação do feto ao nível de cidadão será uma das grandes conquista da humanidade. Esse deve ser a luta que cada cidadão deve travar na atualidade. Ficar falando em aborto é uma forma de continuar descriminando a mais importante e mais frágil dos níveis da vida humana, ou seja, o bebê ainda no ventre da mãe. Por isso, afirma-se: chega de discriminação, direitos humanos para o feto.


Se quiser pode entrar em contato com Ivanaldo Santos pelo E-mail: ivanaldosantos@yaoo.com.br.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 13 de setembro de 2013

"Contemplar o sofrimento de Jesus é o único caminho para o perdão"



O perdão cristão é exercitado contemplando a paixão e humanidade de Jesus, imitando o comportamento de sua mãe. A partir disso, o Papa Francisco articulou sua homilia durante a missa desta manhã em Santa Marta, na festa do Santo Nome de Maria.
A liturgia de hoje, afirmou o Papa, já foi chamada de "doce nome de Maria", mas também hoje, embora com um nome diferente", permanece a doçura do seu nome”.
A doçura de Maria, continuou o Santo Padre, é necessária para "entender essas coisas que Jesus nos pede", ou seja, “amai os vossos inimigos, fazei o bem, emprestai sem esperar nada”. Todas as "coisa fortes" que Maria também viveu com a "graça da mansidão" e "a graça da humildade".
As mesmas virtudes são invocadas por São Paulo na primeira leitura (Col 3,12-17) de hoje, quando o apóstolo dos gentios fala de "sentimentos de ternura, bondade, humildade, mansidão". Uma disposição deste tipo não só é longe de ser óbvia, mas é impossível alcançá-la "apenas com o nosso esforço; somente a "graça" pode nos ajudar neste processo.
Esta graça passa pelo "pensar em Jesus somente " ou através de sua contemplação: se com o coração e a mente nos unimos a Ele, que venceu a morte, o pecado, o diabo", será possível conseguir o que nos pede Jesus e, da mesma maneira, São Paulo.
Nosso esforço será o de "pensar sobre o seu silêncio manso" e Jesus "fará tudo o que falta". A vida do homem está escondida "em Deus com Cristo". Não há outro caminho fora da "contemplação da humanidade de Jesus, da humanidade sofredora", continuou o Papa.
Contemplar o sofrimento de Jesus é o único caminho possível para sermos "bons cristãos”, para "não odiar o próximo", para “não falar contra o próximo", concluiu.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 12 de setembro de 2013

Síria: Pro Terra Sancta lança apelo humanitário



Em meio à crise que está açoitando a população da Síria, os frades da Custódia da Terra Santa se mantêm presentes naquela terra, fiéis à sua missão para com os pobres e necessitados, procurando dar a eles toda a assistência necessária.

Com a ajuda inestimável de benfeitores, eles fornecem apoio todos os dias aos mais necessitados, que precisam de tudo: de alimentos, de remédios, mas também de esperança e de sentido para a vida. Em alguns casos, os religiosos pagam até o aluguel das casas para os cristãos. Além disso, em cada convento franciscano vivem cerca de 100 famílias que perderam a própria casa. Já faz vários meses que os frades oferecem as refeições diárias de milhares de pessoas em um refeitório humanitário.
São onze os frades que permanecem no país para cuidar da população. Em Aleppo, no convento de Santo Antônio de Pádua, continuam presentes o pe. Bassam e o frei Edoardo. Em Azizieh, não muito longe, sobrevive a paróquia latina sob a responsabilidade do pe. Georges. Em Damasco, tomando conta da capela de Santo Ananias, ainda estão o pe. Raymond e o frei Atef. Também na capital síria, permanecem abertos dois conventos: um no memorial de São Paulo, onde aconteceu a conversão do apóstolo, com o pe. Romualdo como superior, e o outro em Salhieh, dirigido pelo pe. Giuseppe. Na costa síria, o convento de Lattakiah ainda abriga três frades sob a direção do pe. Maroun. Finalmente, em Kanyeh, perto do Líbano, o mosteiro de São José é gerido pelo pe. Hanna.
O Custódio da Terra Santa, pe. Pierbattista Pizzaballa, declarou nos últimos dias: “A questão síria é delicadíssima e os civis estão impotentes diante da ferocidade do que está acontecendo. A oração é uma ferramenta indispensável, mas também é urgente sustentar com ajudas práticas a população atingida por esse massacre”.
A associação Pro Terra Sancta ecoa as palavras do custódio: "Peço a quem pode que, além de rezar, mande ajuda. Não matérias-primas, que são inúteis porque não podem entrar [no país], mas dinheiro, o dinheiro necessário para comprar, ainda que seja, infelizmente, no mercado negro, o que é preciso para muitíssimas famílias, especialmente as mais pobres”.
“Ajudem-nos”, apela a ONG, “a ajudar o povo sírio e os frades e religiosos que permanecem na Síria, para que eles possam continuar a ser um sinal de esperança para todos”.
Com 460 reais (150 euros), é possível sustentar economicamente uma família de três pessoas durante 2 semanas.
Com 1.500 reais (500 euros), a Pro Terra Sancta oferece ajuda humanitária a três famílias em um campo de refugiados durante 3 semanas.
Com 3.000 reais (1.000 euros), garante-se a manutenção do refeitório humanitário para os mais pobres durante 1 mês.
É possível ajudar a Síria com qualquer pequena oferta depositada na conta da Pro Terra Sancta e direcionada às necessidades do povo sírio.
Os dados bancários são:
ATS - Associação Pro Terra Sancta
Banca Popolare Etica - IBAN: IT67 W050 18121010 0000 0122691
BIC CODE: CCRTIT2T84A
Destinação: Emergência Síria.
O que é a Pro Terra Sancta?
É a organização não-governamental sem fins lucrativos da Custódia da Terra Santa, com escritório em Jerusalém, Roma e Milão. A associação está presente na Síria através dos frades franciscanos em Aleppo, Damasco, Homs e em várias aldeias ao longo da fronteira com a Turquia e com o Líbano. O presidente da Pro Terra Sancta é o Custódio da Terra Santa.

Para mais informações: www.proterrasancta.org

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

Os cristãos são chamados a anunciar Jesus sem medo, sem vergonha e sem triunfalismo

Os cristãos são chamados a anunciar Jesus sem medo, sem vergonha e sem triunfalismo. Foi o que disse o Papa Francisco na Missa esta manhã na Casa Santa Marta. O Papa sublinhou o risco de se tornar cristãos sem Ressurreição e reiterou que Cristo é sempre o centro e a esperança da nossa vida.

Jesus é o Vencedor, Aquele que venceu a morte e o pecado. O Papa Francisco desenvolveu a sua homilia, inspirando-se nas palavras de Jesus na Carta de São Paulo aos Colossenses. Para todos nós, disse o Papa, São Paulo aconselha de caminhar com Jesus “porque Ele venceu, caminhar n’Ele arraigados e edificados n’Ele, sobre esta vitória, firmes na fé”. Este é o ponto chave, ressaltou: “Jesus ressuscitou”. Mas, - continuou -, nem sempre é fácil entender. O Papa recordou, por exemplo, que quando São Paulo falou aos gregos em Atenas foi ouvido com interesse até quando ele falou da Ressurreição. “Isso nos faz ter medo, melhor deixá-la lá”. Um episódio que nos questiona também hoje:
“Há tantos cristãos sem Ressurreição, cristãos sem o Cristo Ressuscitado: acompanham Jesus até o sepulcro, choram, eles o amam muito, mas até ali. Pensando nessa atitude dos cristãos sem o Cristo Ressuscitado, eu encontrei três tipos de cristãos, mas existem muitos outros: os temerosos, os cristãos temerosos; os vergonhosos, aqueles que têm vergonha; e os triunfalistas. Esses três não se encontraram com Cristo Ressuscitado! Os temerosos: são aqueles da manhã da Ressurreição, os discípulos de Emaús ... vão embora, eles têm medo”.
Os Apóstolos, recordou o Papa, se fecham no Cenáculo, com medo dos judeus, também Maria Madalena chora porque levaram embora o Corpo do Senhor. “Os temerosos - advertiu - são assim: eles têm medo de pensar na Ressurreição”. É como, - observou o Papa -, se eles permanecessem “na primeira parte do texto”, “temos medo do Ressuscitado”. Há também os cristãos vergonhosos. “Confessar que Cristo ressuscitou – constatou o Santo Padre - dá um pouco de vergonha neste mundo que “vai tão longe nas ciências”. Para esses cristãos, Paulo disse para que tenham cuidado para que ninguém seja alvo de filosofias e de vazias sutilezas inspiradas na tradição humana. Estes, - disse ainda o Papa - , “têm vergonha” de dizer que “Cristo, com a sua carne, com as suas feridas ressuscitou”. Por fim, há os cristãos que “em seus corações, não acreditam no Senhor ressuscitado e querem eles fazer uma ressurreição mais majestosa do que aquela verdadeira”. São os cristãos “triunfalistas”:
“Eles não conhecem a palavra ‘triunfo’, somente dizem 'triunfalismo', porque têm como que um complexo de inferioridade e querem fazer ... Quando olhamos para estes cristãos, com tantas atitudes triunfalistas, em suas vidas, em seus discursos e em sua pastoral, na Liturgia, tantas coisas assim, é porque no mais íntimo eles não acreditam profundamente no Ressuscitado. E Ele é o Vencedor, o Ressuscitado. Ele venceu. Por esta razão, sem temor, sem medo, sem triunfalismo, apenas observando o Senhor Ressuscitado, sua beleza, até mesmo colocando os dedos nas chagas e a mão no costado”.
“Essa - acrescentou - é a mensagem que hoje Paulo nos dá”: Cristo “é tudo”, é a totalidade e a esperança, “porque é o Esposo, o Vencedor”. O Evangelho de hoje, - disse ainda o Papa -, nos mostra uma multidão de pessoas que vai ouvir Jesus e há muitas pessoas doentes que tentam tocá-lo, porque d’Ele “saía uma força que curava todos”:
“A nossa fé, a fé no Ressuscitado: que venceu o mundo! Vamos em direção a Ele e deixemo-nos, como esses enfermos, ser tocadas por Ele, pela sua força, porque Ele é de carne e ossos, não é uma idéia espiritual que vai ... Ele está vivo. Ele Ressuscitou. E assim venceu o mundo. Que o Senhor nos dê a graça de compreender e viver estas coisas”.

(Fonte: Rádio Vaticano)

segunda-feira, 9 de setembro de 2013

Papa Francisco no Angelus: O cristão desprende-se de tudo e reencontra tudo na lógica do Evangelho



Apresentamos as palavras do Papa Francisco pronunciadas neste domingo, 8 de setembro, diante de uma multidão de fieis reunidos na Praça de São Pedro para rezar o Angelus.

No Evangelho de hoje, Jesus insiste sobre as condições para ser seus discípulos: nada antepor ao amor por Ele, carregar a própria cruz e segui-Lo. Muitas pessoas de fato se aproximavam de Jesus, queriam estar entre os seus seguidores, e isso acontecia especialmente depois de algum sinal milagroso que o convalidava como o Messias, o Rei de Israel. Mas Jesus não quer iludir ninguém. Ele sabe o que o espera em Jerusalém, qual é a estrada que o Pai lhe pede para percorrer: é o caminho da cruz, do sacrifício de si mesmo para a remissão dos nossos pecados. Seguir a Jesus não significa participar de uma procissão triunfal! Significa compartilhar o seu amor misericordioso, entrar em sua grande obra de misericórdia por cada homem e para todos os homens. A obra de Jesus é exatamente uma obra de misericórdia, de perdão, de amor! Jesus é tão misericordioso! E este perdão universal, esta misericórdia, passa pela cruz. Jesus não quer cumprir essa obra sozinho: Ele quer nos envolver na missão que o Pai lhe confiou. Depois da ressurreição dirá aos seus discípulos: Como o Pai me enviou, assim também eu vos envio a vós (…) Àqueles a quem perdoardes os pecados, ser-lhes-ão perdoados (João 20,21.22). O discípulo de Jesus renuncia a todos os bens porque encontrou Nele o Bem maior, no qual qualquer bem recebe valor pleno e significado: os laços familiares, outros relacionamentos, o trabalho, os bens culturais e econômicos e assim por diante... o cristão desprende-se de tudo e reencontra tudo na lógica do Evangelho: a lógica do amor e do serviço.
Para explicar esta exigência, Jesus usa duas parábolas: a da torre a ser construída e a do rei que vai para a guerra. Esta segunda parábola diz: “qual é o rei que, estando para guerrear com outro rei, não se senta primeiro para considerar se com dez mil homens poderá enfrentar o que vem contra ele com vinte mil? De outra maneira, quando o outro ainda está longe, envia-lhe embaixadores para tratar da paz” (Lc 14,31-32). Aqui Jesus não quer lidar com o tema da guerra, é apenas uma parábola. Mas neste momento em que estamos fortemente rezando pela paz, esta Palavra do Senhor nos toca, e nos diz que há uma guerra mais profunda que devemos combater, todos! É a decisão forte e corajosa de renunciar ao mal e suas seduções e escolher o bem, pronto para pagar em pessoa: eis o seguir a Cristo, eis o tomar a própria cruz! Esta guerra profunda contra o mal! Para que serve a guerra, tantas guerras, se você não é capaz de fazer esta guerra profunda contra o mal? Não serve para nada! Não dá... Isso envolve, entre outras coisas, esta guerra contra o mal comporta dizer não ao ódio fratricida e as mentiras de que se serve; dizer não à violência em todas as suas formas; dizer não à proliferação de armas e seu comércio ilegal. Exige muito! Exige muito! E sempre fica a dúvida: essa guerra lá, essa outra ali - porque há guerras por toda parte - é realmente uma guerra por problemas ou é uma guerra comercial para vender armas no comércio ilegal? Estes são os inimigos a serem combatidos, unidos e com coerência, não seguindo outros interesses senão o da paz e do bem comum.
Queridos irmãos e irmãs, hoje também recordamos a Natividade da Virgem Maria, Festa particularmente cara para as Igrejas Orientais. E todos nós, agora, podemos enviar uma saudação a todos os nossos irmãos, irmãs, bispos, monges, freiras das Igrejas Orientais, Ortodoxas e Católicas: uma bela saudação! Jesus é o sol, Maria é a aurora que anuncia o seu nascer. Na noite passada, fizemos vigília confiando à sua intercessão a nossa oração pela paz no mundo, especialmente na Síria e em todo o Oriente Médio. Nós A invocamos agora como Rainha da Paz. Rainha da Paz, rogai por nós! Rainha da Paz, rogai por nós!
(Depois do Angelus)
Queria agradecer a todos aqueles que, de vários modos, aderiram à vigília de oração e de jejum de ontem de noite. Agradeço as várias pessoas que ofereceram os seus sofrimentos por esta intenção. Agradeço as autoridades civis, bem como os membros de outras comunidades cristãs e de outras religiões e os homens e mulheres de boa vontade que viveram, nessa circunstância, momentos de oração, jejum e reflexão.
Mas o compromisso deve seguir adiante: continuemos com a oração e com as obras de paz! Convido-vos a continuar a rezar para que cesse imediatamente a violência e a devastação na Síria e se trabalhe com um esforço renovado por uma justa solução do conflito fratricida. Rezemos também pelos outros países do Oriente Médio, particularmente pelo Líbano, para que encontre a desejada estabilidade e continue a ser um modelo de convivência; pelo Iraque, para que a violência sectária dê lugar à reconciliação; pelo processo de paz entre israelenses e palestinos, para que possa avançar com decisão e coragem. E rezemos pelo Egito, para que todos os egípcios, muçulmanos e cristãos, se comprometam em construir juntos uma sociedade para o bem de toda a população. A busca pela paz é um longo caminho que exige paciência e perseverança! Continuemos com a oração!
Com alegria recordo que ontem, em Rovigo, foi proclamada Beata Maria Bolognesi, fiel leiga, nascida em 1924 e morta em 1980. Passou toda a sua vida a serviço dos outros, especialmente dos pobres e doentes, suportando grande sofrimento em profunda união com a paixão de Cristo. Demos graças a Deus por este testemunho do Evangelho!
Saúdo com afeto os peregrinos presentes, todos! Em particular, os fiéis do Patriarcado de Veneza, liderados pelo Patriarca; os alunos e ex-alunos das Filhas de Maria Auxiliadora; e os participantes da “Campanha Mãe Peregrina de Schoenstatt”.
Saúdo os fiéis de Carcare, Bitonto, Sciacca, Nocera Superiore e das dioceses de Acerra; a Sociedade das Irmãs do Santo Rosário de Villa Pitignano; os jovens de Torano Nuovo, Martignano, Tencarola e Carmignano, e aqueles que vieram com as Irmãs da Misericórdia de Verona.
Saúdo o Coro de San Giovanni Ilarione, as associações " Paz e Alegria " de Santa Vittoria d' Alba e "Calima" de Orzinuovi e os doadores de sangue de Cimolais.

Desejo a todos um bom domingo. Bom almoço e adeus!

Fonte: Zenit.

sábado, 7 de setembro de 2013

Praça de São Pedro acolhe a vigília da paz



Uma vigília de quatro horas presidida pelo Papa Francisco e à qual se unirão milhões de pessoas de todo o mundo, de outras religiões e até mesmo não crentes, com um mesmo objetivo: pedir pela paz. A praça de São Pedro será amanhã o cenário deste histórico momento.

Desde às 15h45 da tarde estarão disponíveis 50 confessionários dentro do braço de Constantinopla e sob a colunata da praça. Foi o mesmo Santo Padre que quis que fosse colocado, considerando que a verdadeira paz nasce do coração do homem reconciliado com Deus e com os irmãos. Às 18h30 se fará a leitura do chamamento que o santo padre fez no Angelus no domingo passado, para introduzir os presentes no significado da vigília.
Às 19h começará com a saudação litúrgica do Papa. Em seguida o canto do “Veni Creator”, “para que o Espírito do Senhor Ressuscitado anime e guie nossa oração”.
A vigília estará dividida em dois momentos, primeiro um momento mariano e depois um momento eucarístico. A primeira parte começará com a Intronização da imagem da Virgem, “Salus Populi Romani”, patrona de Roma, que sairá do obelisco. Quatro guardas suíços serão os encarregados de carregar o ícone mariano e duas moças acompanharão a procissão com uma oferenda floral à Nossa Senhora.
Depois se dará início à oração do santo rosário. No começo de cada mistério, depois da leitura bíblica, acrescentou-se um texto de uma poesia de Santa Teresinha do Menino Jesus. Além do mais, no final de cada mistério se acrescentou também a invocação “Rainha da paz, rogai por nós”. Para concluir esta primeira parte, o santo padre fará uma meditação.
Depois de um breve silêncio, após as as palavras de Francisco, se preparará o altar para a exposição do Santíssimo Sacramento e começar dessa forma o momento eucarístico da vigília. Cada um dos cinco tempos de adoração guiada prevê: leitura da Bíblia sobre o tema da paz, oração de um Papa sobre o tema da paz, invocação responsorial para pedir a paz, canto, a oferta de incenso e silêncio para a adoração pessoal. E no final de cada um dos cinco momentos de adoração, cinco casais (representando Síria, Egito, Terra Santa, EUA e Rússia) vão fazer a oferta do incenso.
Uma vez concluída a adoração guiada, depois de um breve silêncio, começa o ofício das Leituras na forma mais larga prevista para uma celebração deste tipo. A passagem do evangelho elegida é João 20, 19-29. Ao finalizar as leituras, aproximadamente às 22h15, um comentário introduz um tempo de silêncio que durará até às 22h40.
Para concluir a vigília, o Santo Padre dará a bênção eucarística. A tonalidade da cerimônia será penitencial .

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Rei da Jordânia: O direito dos cristãos à sua fé deve ser defendido


O recente encontro realizado em Amã, na Jordânia, sobre “O Desafio dos Árabes Cristãos”, promovido pelo rei Abdullah II, abordou temas como a guerra, os atentados, as profanações e as migrações, tendo como pano de fundo o atual conflito sírio. Foi uma oportunidade para as Igrejas no Oriente Médio levantarem a voz no cenário internacional.

"A proteção dos direitos dos cristãos nos conflitos de matriz religiosa que afetam o Oriente Médio não é uma questão de cortesia, mas um dever também, porque os cristãos árabes exerceram um papel chave na construção da sociedade árabe na defensa das justas razões da nossa nação", declarou Abdullah II.
O monarca destacou a necessidade de uma aliança entre cristãos e muçulmanos para enfrentar e derrotar juntos as divisões sectárias que alimentam os conflitos em toda a região, apresentadas como um corpo estranho em "nossas tradições e na herança humanitária e cultural. Cristãos e muçulmanos devem coordenar os esforços e a plena cooperação, dentro de um 'código de conduta unificador', porque é precisamente o isolamento entre os seguidores das diversas religiões o que pode minar o edifício social", publica o diário do Vaticano, L’Osservatore Romano, reproduzindo a fala do rei jordaniano.
Entre os possíveis terrenos de colaboração entre cristãos e muçulmanos, o monarca propôs a defesa comum da fisionomia plural da Cidade Santa: "Todos nós temos o dever de defender a identidade árabe de Jerusalém e proteger os seus lugares santos islâmicos e cristãos".
Participaram da cúpula internacional cerca de setenta pessoas, entre patriarcas, delegados patriarcais, bispos, sacerdotes e outros responsáveis religiosos, que deram a sua contribuição às sessões de estudos dedicadas de forma particular à análise da situação no Egito, na Síria, no Iraque, no Líbano, na Jordânia e em Jerusalém.
L’Osservatore Romano destacou a presença do cardeal Jean-Louis Tauran, presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-Religioso; do núncio apostólico na Jordânia e no Iraque, dom Giorgio Lingua; do patriarca de Jerusalém dos Latinos, Fouad Twal; do patriarca de Jerusalém, Theophilos III; do patriarca armênio ortodoxo Nourhanne Manougian; do patriarca greco-ortodoxo de Antioquia, Yohanna X al-Yazigi, residente em Damasco e irmão do metropolita de Aleppo, Boulos al-Yazigi, que foi sequestrado no mês de abril junto com o metropolita siro-ortodoxo de Aleppo, Gregorios Yohanna Ibrahim, por indivíduos até agora não identificados.
No último dia 29 de agosto, o monarca jordaniano se reuniu no Vaticano com o papa. No encontro, foram abordados temas de interesse comum, em particular o fomento da paz e da estabilidade no Oriente Médio, com especial ênfase na retomada das negociações entre israelenses e palestinos e na questão de Jerusalém. Particular atenção foi dedicada à trágica situação na Síria, reafirmando-se que a via do diálogo e da negociação entre todos os componentes da sociedade síria, com o apoio da comunidade internacional, é a única opção para encerrar o conflito e a violência que, dia após dia, vêm provocando a perda de tantas vidas humanas, principalmente entre a população civil.
Por sua vez, o Vaticano manifestou seu agradecimento ao rei Abdullah pelos esforços que está fazendo em prol do diálogo inter-religioso e pela iniciativa realizada em Amã.

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 5 de setembro de 2013

3000 jovens das dioceses da Itália vão ao Vaticano rezar pela paz



Começava o Ano da Fé e, na Praça de São Pedro, como já tinha acontecido havia cinquenta anos, a Ação Católica portava tochas acesas para mostrar a beleza de Deus e da Igreja e a beleza de se caminhar juntos. Em 6 e 7 de setembro de 2013, 3.000 jovens e crianças da Ação Católica italiana, acompanhados pelos seus educadores, se reunirão em Roma para concluírem juntos o caminho começado um ano atrás com toda a associação.
Nos últimos meses, os jovens da Ação Católica em toda a Itália refletiram sobre o dom da plenitude da alegria que o encontro com Cristo oferece a todos, sobre a beleza de compartilhar essa alegria com os outros, sobre a importância de contar para todos sobre o encontro pessoal com Jesus. Com esse espírito, todas as regiões da Itália, de maneiras diferentes, vêm vivendo as celebrações conclusivas desse caminho. Foram escolhidos 4 ou 5 representantes de cada uma das cerca de 200 dioceses italianas para ir a Roma como representantes da AC, assim como jovens do Fórum Internacional da Ação Católica da Argentina, Burundi, Romênia, Espanha e Terra Santa. Mais de 2.000 jovens da AC das dioceses do Lácio também participarão.
O encontro "Eu creio em ti, tudo fala de ti" começa nesta sexta-feira, 6 de setembro, com a peregrinação ao túmulo de São Pedro e com a profissão de fé, guiada pelo cardeal Angelo Comastri, vigário geral do papa Francisco para a Cidade do Vaticano.
No dia seguinte, 7 de setembro, os jovens começam a maratona de oração que o papa Francisco pediu pela paz na Síria, no Oriente Médio e em todo o mundo.
O Santo Padre enfatiza que esse dia de jejum e de oração é "para toda a Igreja". A Ação Católica quer envolver também os pequenos, para que eles possam fazer a sua própria contribuição.
Ainda na manhã de sábado, na Gruta de Lourdes nos Jardins do Vaticano, as crianças e jovens da AC terão um encontro sobre a fé e sobre o legado do concílio Vaticano II com o cardeal Agostino Vallini, vigário geral para a diocese de Roma; com dom Domenico Sigalini, assistente geral da Ação Católica; com Franco Miano, presidente da AC na Itália; com Anna Teresa Borrelli, responsável nacional da AC na Itália; e com o pe. Dino Pirri, assistente central da AC. À tarde, no Castelo Sant'Angelo, a AC organiza um espaço de jogos, música e testemunhos para mostrar também à cidade de Roma a bela Igreja do concílio.

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 4 de setembro de 2013

A luz de Jesus é uma luz humilde, mansa, que não se impõe



A humildade, a mansidão, o amor, a experiência da cruz são os meios pelos quais o Senhor vence o mal. Estas foram as palavras do papa Francisco ao inicio da homilia pronunciada na Missa na Capela da Casa de Santa Marta na terça-Feira 3 de Setembro.
Conforme publicado pela Rádio Vaticana o pontífice refletiu sobre a luz que Jesus trouxe ao mundo para vencer a cegueira do homem e destacou que muitas vezes essa é confundida pela luz oferecida pelo mundo. “A luz que nos oferece o mundo é uma luz artificial, talvez forte, até mais forte como aquela de Jesus, assim como um fogo de artifício, como um flash de uma fotografia. Ao contrário a luz de Jesus é uma luz mansa, uma luz tranquila, é uma luz de paz, é como a luz da noite de Natal: sem pretensões.”
A identidade cristã é uma identidade da luz e não das trevas – comentouo Papa referindo-se à primeira leiturade hoje,da carta de São Paulo aosTessalonicenses.“Muitas vezes o demônio aparece travestido de anjo da luz - destaca a notícia publicada pela Rádio Vaticana. "Quantos acreditam de viver na luz e afinal vivem nas trevas, porque não querem ver a luz de Jesus que é uma luz humilde, mansa, que não se impõe, uma luz com a força da humildade e da mansidão que nos ajuda a olhar sem medo a Cruz de Cristo”- prosseguiu Francisco.
“No entanto, se nos deixarmos enganar e aceitamos uma luz que nos faz ser orgulhosos e cheios de soberba essa é a luz do diabo. E para distinguir uma luz da outra? Basta saber aonde está a humildade, a mansidão, o amor e a cruz, é aí que está Jesus, a verdadeira luz - disse o papa.
“Jesus não precisa de um exército para expulsar os demônios, nem precisa da soberba, nem da força, nem do orgulho. Que palavra é esta que comanda com autoridade e potência aos espíritos impuros e esses desaparecem? Esta é uma palavra humilde, mansa, com tanto amor; é uma palavra que nos acompanha nos momentos de cruz. Peçamos ao Senhor que nos dê hoje a graça da sua luz e nos ensine a distinguir quando a luz é e vem Dele ou quando é uma luz artificial, feita pelo inimigo para nos enganar”.

Fonte: Zenit.

segunda-feira, 2 de setembro de 2013

Nunca mais a guerra! A paz é um dom demasiado precioso, que deve ser promovido e tutelado



Às 12hs de ontem, o Papa Francisco apareceu na janela do seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano para receitar o Angelus com os inúmeros fieis e peregrinos reunidos na Praça de São Pedro. Estas foram as palavras do Papa antes da oração mariana:

 
Antes do Angelus:

Hoje, queridos irmãos e irmãs, queria fazer-me intérprete do grito que se eleva, com crescente angústia, em todos os cantos da terra, em todos os povos, em cada coração, na única grande família que é a humanidade: o grito da paz! É um grito que diz com força: queremos um mundo de paz, queremos ser homens e mulheres de paz, queremos que nesta nossa sociedade, dilacerada por divisões e conflitos, possa irromper a paz! Nunca mais a guerra! Nunca mais a guerra! A paz é um dom demasiado precioso, que deve ser promovido e tutelado.
Vivo com particular sofrimento e com preocupação as várias situações de conflito que existem na nossa terra; mas, nestes dias, o meu coração ficou profundamente ferido por aquilo que está acontecendo na Síria, e fica angustiado pelos desenvolvimentos dramáticos que se preanunciam.
Dirijo um forte Apelo pela paz, um Apelo que nasce do íntimo de mim mesmo! Quanto sofrimento, quanta destruição, quanta dor causou e está causando o uso das armas naquele país atormentado, especialmente entre a população civil e indefesa! Pensemos em quantas crianças não poderão ver a luz do futuro! Condeno com uma firmeza particular o uso das armas químicas! Ainda tenho gravadas na mente e no coração as imagens terríveis dos dias passados! Existe um juízo de Deus e também um juízo da história sobre as nossas ações aos quais não se pode escapar! O uso da violência nunca conduz à paz. Guerra chama mais guerra, violência chama mais violência.
Com todas as minhas forças, peço às partes envolvidas no conflito que escutem a voz da sua consciência, que não se fechem nos próprios interesses, mas que olhem para o outro como um irmão e que assumam com coragem e decisão o caminho do encontro e da negociação, superando o confronto cego. Com a mesma força, exorto também a Comunidade Internacional a fazer todo o esforço para promover, sem mais demora, iniciativas claras a favor da paz naquela nação, baseadas no diálogo e na negociação, para o bem de toda a população síria.
Que não se poupe nenhum esforço para garantir a ajuda humanitária às vítimas deste terrível conflito, particularmente os deslocados no país e os numerosos refugiados nos países vizinhos. Que os agentes humanitários, dedicados a aliviar os sofrimentos da população, tenham garantida a possibilidade de prestar a ajuda necessária.
O que podemos fazer pela paz no mundo? Como dizia o Papa João XXIII, a todos corresponde a tarefa de estabelecer um novo sistema de relações de convivência baseados na justiça e no amor (cf. Pacem in terris, [11 de abril de 1963]: AAS 55 [1963], 301-302).
Possa uma corrente de compromisso pela paz unir todos os homens e mulheres de boa vontade! Trata-se de um forte e premente convite que dirijo a toda a Igreja Católica, mas que estendo a todos os cristãos de outras confissões, aos homens e mulheres de todas as religiões e também àqueles irmãos e irmãs que não creem: a paz é um bem que supera qualquer barreira, porque é um bem de toda a humanidade.
Repito em alta voz: não é a cultura do confronto, a cultura do conflito, aquela que constrói a convivência nos povos e entre os povos, mas sim esta: a cultura do encontro, a cultura do diálogo: este é o único caminho para a paz.
Que o grito da paz se erga alto para que chegue até o coração de cada um, e que todos abandonem as armas e se deixem guiar pelo desejo de paz.
Por isso, irmãos e irmãs, decidi convocar para toda a Igreja, no próximo dia 7 de setembro, véspera da Natividade de Maria, Rainha da Paz, um dia de jejum e de oração pela paz na Síria, no Oriente Médio, e no mundo inteiro, e convido também a unir-se a esta iniciativa, no modo que considerem mais oportuno, os irmãos cristãos não católicos, aqueles que pertencem a outras religiões e os homens de boa vontade.
No dia 7 de setembro, na Praça de São Pedro, aqui, das 19h00min até as 24h00min, nos reuniremos em oração e em espírito de penitência para invocar de Deus este grande dom para a amada nação síria e para todas as situações de conflito e de violência no mundo. A humanidade precisa ver gestos de paz e escutar palavras de esperança e de paz! Peço a todas as Igrejas particulares que, além de viver este dia de jejum, organizem algum ato litúrgico por esta intenção.
Peçamos a Maria que nos ajude a responder à violência, ao conflito e à guerra com a força do diálogo, da reconciliação e do amor. Ela é mãe: que Ela nos ajude a encontrar a paz; todos nós somos seus filhos! Ajudai-nos, Maria, a superar este momento difícil e a nos comprometer a construir, todos os dias e em todo lugar, uma autêntica cultura do encontro e da paz. Maria, Rainha da paz, rogai por nós!

Depois Angelus:

Caros irmãos e irmãs,
ontem em Bucareste foi proclamado beato Vladimir Ghika, sacerdote diocesano, nascido em Estambul e morto mártir em Bucareste em 1954. Amanhã, pelo contrário, em Messina, se terá a beatificação de Antonio Franco, Prelado Ordinário de Santa Lucia del Mela, vivido entre os séculos XVI e XVII. Agradeçamos a Deus por estas exemplares testemunhas do Evangelho!
Hoje, na Itália, se comemora a Jornada pela custódia do Criado, promovida pela Conferência Episcopal. É muito bonito o tema deste ano: "A família educa à custódia do criado".
Que por meio de Maria, o Senhor nos faça sentir a sua ternura! Nos unimos hoje a todos os fieis de Siracusa pelo 60° aniversário das lágrimas de Nossa Senhora.
Saúdo com afeto todos os romanos e peregrinos presentes, especialmente os jovens de tantos Países do mundo: comprometei-vos, comprometei-vos a conhecer-vos, a confrontar-vos, a fazer projetos juntos! Isso constrói um futuro de paz!
Saúdo as famílias da Ação Católica de Mellaredo e Rivale; as Irmãs de São José da Aparição; a "Pia Sociedade São Caetano" de Thiene.
Saúdo os fieis da Valle de Scalve, de Reschigliano, Albano S’Alessandro, Caerano de San Marco, Pádua e Marradi; o gurpo ACLI de Tolmezzo; a Associação Nacional dos Carabinieres de Pontedera; o coro de Taviano, os jovens de Zelarino, Zevio, Gandino e Matera.
E hoje saímos daqui com este desejo de rezar pela paz. Espero vocês no próximo sábado às 19h!
Desejo a todos um bom domingo e um bom almoço. Até logo!

(Tradução Canção Nova/ZENIT)