
segunda-feira, 29 de abril de 2013
'' O que fizeram contigo, querido amigo!''

sexta-feira, 26 de abril de 2013

quinta-feira, 25 de abril de 2013
Papa Francisco: a vida nos foi dada para que a entreguemos

terça-feira, 23 de abril de 2013
Jesus, a "porta de amor" que não engana
segunda-feira, 22 de abril de 2013
"Toda ideologia é uma falsificação do Evangelho"

sexta-feira, 19 de abril de 2013
Francisco responde a uma carta das Mães da Plaza de Mayo

quinta-feira, 18 de abril de 2013
"A Igreja não é uma babá"

quarta-feira, 17 de abril de 2013
Falando claro: o Espírito Santo nos incomoda

terça-feira, 16 de abril de 2013
O cristão não maquia a vida, mas a aceita do jeito que Deus quer

sexta-feira, 12 de abril de 2013
Não é o dinheiro, nem a vaidade, nem o poder: só o amor de Deus é que dá a dignidade

quinta-feira, 11 de abril de 2013
Fátima: Simpósio teológico-pastoral: "Não tenhais medo. Confiança Esperança Estilo Crente"

quarta-feira, 10 de abril de 2013
Papa Francisco recebe presidente da Igreja Evangélica Alemã
Manhã de terça-feira movimentada para o papa Francisco: após a celebração habitual na capela da Domus Sanctae Marthae, o papa recebeu em audiência o cardeal Mauro Piacenza, prefeito da Congregação para o Clero, dom Charles Daniel Balvo, arcebispo de Castello e núncio apostólico no Quênia, e dom Héctor Rubén Aguer, arcebispo de La Plata, Argentina.
Pelo importante caráter ecumênico, no entanto, destacamos a audiência do Santo Padre com o Dr. Nikolaus Schneider, presidente da Igreja Evangélica na Alemanha, que compareceu acompanhado da esposa.
O porta-voz da Santa Sé, pe. Federico Lombardi, considera que a reunião desta manhã “foi
realmente cordial” e que “Schneider felicitou o Santo Padre pela escolha do nome Francisco, que é um santo que fala para todos os cristãos de uma forma extremamente eficaz”.
Schneider também falou da inundação e do sofrimento que recentemente atingiu a Argentina, "expressando ao Santo Padre a solidariedade pelos sofrimentos do seu povo".
Lombardi informou ainda que "a conversa sobre o tema ecumênico se concentrou em especial no valor do ecumenismo dos mártires, que tem um peso especial para o papa, conhecedor profundo do sofrimento que muitas pessoas da Igreja Evangélica também experimentaram no tempo do nacional- socialismo e em outras circunstâncias. O sangue derramado pelos mártires une profundamente as várias denominações cristãs no testemunho comum de Cristo".
Schneider recordou que "a memória da Reforma, em 2017, é um momento extremamente
importante para a Igreja Evangélica na Alemanha". A este respeito, o papa Francisco "aproveitou a oportunidade para lembrar os discursos feitos pelo papa emérito Bento XVI em Erfurt, onde viveu e onde Lutero tinha trabalhado".
As conversas foram "particularmente significativas no tocante ao ecumenismo e às relações entre a Igreja católica e a tradição da Reforma e da figura de Lutero", observou Lombardi. A reunião "foi extremamente fecunda e significativa quanto ao endereçamento ecumênico que este pontificado continuará sem hesitação".
Fonte: Zenir.
terça-feira, 9 de abril de 2013
O verdadeiro amor cristão é "abaixar-se na humildade
"Abaixar-se” ao longo do caminho da humildade é a "regra de ouro" para o progresso espiritual de todo cristão. Disse o Papa Francisco durante a homilia na Capela da Casa Santa Marta, na qual o Papa celebrou a missa matutina de hoje na presença de algumas Irmãs da Caridade, o pessoal do Centro Televisivo Vaticano, os jornalistas da edição brasileira da Rádio Vaticana e Arturo Mari, histórico fotógrafo dos papas.
Erguer-se a Deus, portanto, implica um “abaixamento” para dar lugar à caridade. Para exemplificar o conceito, papa Francisco referiu-se às leituras (Lc 1, 26-38) da festa litúrgica de hoje da Anunciação, onde Maria e José obedecem à aparentemente incompreensível vontade de Deus, indo à Belém para obedecer à ordem imperial do censo.
Enfrenta assim um imenso sacrifício e, especialmente José assume uma responsabilidade muito grande, acompanhando a sua esposa, à espera do seu filho, Jesus. “Assim é todo o amor de Deus: para chegar a nós, toma o caminho da humildade”, disse o Papa.
Ao expressar o seu amor aos homens o Senhor recompensa a humildade, mais do que os “ídolos fortes” ou os arrogantes que vociferam: “aqui quem manda sou eu”.
A "regra de ouro", de acordo com a nova tríade "inaciana", sugerida hoje pelo Papa é: "progredir, avançar e abaixar-se”. O último verbo, por muitos motivos, é o mais significativo, em quanto que “se você não se abaixa, não é cristão”, comentou o Santo Padre.
Ser humilde, no entanto, não significa andar por aí “com os olhos baixos”, ressaltou. Pegar o caminho da humildade, pelo contrário, permite que “toda a caridade de Deus venha nesta estrada, que é a única que Ele escolheu”.
Não é por acaso que também o "triunfo da Ressurreição” de Cristo, tome forma graças ao “caminho do abaixamento”. Humildade e caridade, por fim, estão intimamente ligadas, porque “se não há humildade, o amor está bloqueado”, concluiu Papa Francisco.
Fonte: Zenit.
sexta-feira, 5 de abril de 2013
A Igreja Católica e a África
Não obstante a feroz concorrência de diverso tipo de igrejas, sobretudo das correntes islâmicas e protestantes, a verdade é que aumenta cada vez mais o número de católicos em todo o continente africano.
O quotidiano da Igreja Católica em África, contrariamente ao que sucede noutras latitudes, é animado por um número crescente de jovens um facto que deixa perceber que a actual tendência de crescimento se irá manter por muitos mais anos.
Esses jovens, tanto padres como meros crentes, estão a contribuir para que a Igreja Católica ganhe um ritmo mais de acordo com aquilo que são os tempos da modernidade, tanto na concretização dos rituais como, sobretudo, na forma de abordar e resolver os problemas com que a humanidade actualmente se debate.
Depois de gorada a expectativa de se ver agora no Vaticano um padre africano, o continente parece rever-se na pessoa do cardeal escolhido para comandar os destinos da Igreja Católica em todo o mundo.
O facto dele se dizer defensor dos pobres e desprotegidos, faz com que a Igreja Católica em África veja nele a pessoa certa para conseguir um maior equilíbrio de fé entre ricos e pobres na certeza de a sua voz nunca será ignorada por parte daqueles que sempre os tem usado como meros objectos destinados a deles tirar tudo aquilo que podem para ser próprio proveito.
Mas o crescimento do número de católicos no continente africano começou a ser notado depois do segundo Concelho do Vaticano, mais concretamente entre 1962 e 1965, onde a aprovação do uso vernáculo de diferentes línguas captou um número significativo de seguidores, o que foi acompanhado pela delegação de mais poderes às igrejas locais.
Esta “indigenização” da igreja introduziu nos cultos cantos e danças nativas ao mesmo tempo que se assistiu a um crescente surgimento de novos padres africanos que assim passaram a ocupar os lugares que antes pertenciam a missionários europeus.
Todas estas alterações fez com que as populações africanas se sentissem mais ligadas à Igreja que, por sua vez, passou a ter um melhor entendimento dos problemas que os crentes sentiam actuando de forma mais prática e directa na resolução dos problemas que lhes eram colocados pelos seus fieis.
Outro motivo que tem contribuído para o seu crescimento tem sido o modo exemplar como a Igreja Católica em África tem conseguido manter-se a margem de todos os escândalos que envolvem padres europeus e americanos em casos de corrupção ou de abuso sexual de menores.
Sendo quase um “oásis” no meio de tantas polémicas, os líderes africanos da Igreja Católica tem-se pautado por uma total discrição evitando pronunciamentos que possam configurar criticas ou apoios aos numerosos processos que frequentemente chegam ao Vaticano.
Essa postura, mais virada para as questões pastorais do que para os problemas do quotidiano mundano, conferem-lhe uma imagem de grande credibilidade perante a opinião pública mesmo aquela que professa outras religiões.
Este tipo de comportamento pode transmitir a ideia de que existe, por parte dos católicos africanos, uma certa independência em relação aquilo que é ditado desde o Vaticano, o que permite aos seus líderes trilhar caminhos que melhor se adaptem as necessidades dos seus seguidores.
Os líderes protestantes, por exemplo, acham que os católicos africanos tem comportamentos e atitudes que não diferem muito dos seus, tentando fazer passar a imagem de que aquilo que os divide e muito pouco.
Esta análise resulta da necessidade que sentem em travar o crescente número de dissenções, sobretudo entre a juventude, que encontra entre os católicos um sistema mais organizado e capaz de responder as suas necessidades de afirmação de fé.
Na visitas que o anterior papa efectuou a países africanos não deixou de surpreender o número de jovens que participavam nas diferentes realizações então feitas e que mostra bem o enorme potencial de crescimento ainda existente.
Segundo dados do Vaticano estima-se que existam cerca de 186 milhões de católicos em todo o continente africano, com uma maior incidência na região a sul do Saara. Apenas a norte do continente, devido à influência islâmica dos países vizinhos do mundo árabe e que os católicos se encontram em grande minoria muitos deles recorrendo à clandestinidade para fazerem a sua profissão de fé.
Acredita-se que este novo Papa venha a olhar com mais atenção para o mundo africano incentivando e apoiando as diferentes obras que as diferentes congregações religiosas estão a desenvolver, muitas vezes debaixo da própria incompreensão dos governos dos países onde estão instalados.
Esse incentivo pode ser determinante para que a Igreja Católica se assuma, cada vez mais, como uma parceira indispensável no desenvolvimento do continente africano e na construção de uma nova geração de jovens capazes de ter uma visão mais redentora sobre o futuro dos povos e das Naões.
Uma nova geração que, ao mesmo tempo, seja capaz de dar as mãos a todos aqueles que, unidos pela fé, saibam caminhar juntos e resistir a tentação de recorrer a métodos obscuros para concretizar objectivos que estão longe de servir aquilo que o continente africano almeja para a sua afirmação perante o mundo.
Roger Godwin|
3 de Abril, 2013
Jornal de Angola.
Pêsames do Papa pelas vítimas das inundações na Argentina
Depois das inundações que atingiram La Plata, na Argentina, causando pelo menos 54 mortes, o Papa Francisco manifestou o seu pesar aos seus compatriotas.
Em um telegrama dirigido ao arcebispo de Buenos Aires, monsenhor Mario Aurelio Poli, o cardeal Tarcisio Bertone, Secretário de Estado do Vaticano, expressou a solidariedade com as dioceses afetadas, em nome do Santo Padre.
"Papa Francisco – lê-se na mensagem - profundamente entristecido com a notícia dos graves danos provocados pelas chuvas torrenciais dos últimos dias, oferece sufrágios ao Senhor pelo eterno descanso das vítimas e, ao mesmo tempo, deseja expressar a sua paterna proximidade espiritual a todas as pessoas afetadas e aos seus familiares”.
O Santo Padre também encorajou "as instituições civis e eclesiais, bem como as pessoas de boa vontade, a dar com caridade e espírito de solidariedade cristã a ajuda necessária para aqueles que perderam suas casas ou seus bens pessoais."
No final do telegrama, o papa Francisco transmitiu para as pessoas afetadas pela enchente, a sua bênção apostólica, "como um sinal de proximidade ao querido povo argentino"
Fonte: Zenit.
quinta-feira, 4 de abril de 2013
Lamentar faz mal ao coração

quarta-feira, 3 de abril de 2013
"Às vezes, o óculos para ver a Jesus são as lágrimas"

terça-feira, 2 de abril de 2013
Foi um erro grave a postura tomada pelo Conselho Federal de Medicina
O Conselho Federal de Medicina, órgão que representa os mais de 400 mil médicos brasileiros, em nota do dia 21 de março (pode ser lida clicando aqui) posicionou-se a favor da “liberdade e autonomia da mulher”, ou seja, do aborto.
“Para chegar a esse posicionamento, os Conselhos de Medicina se debruçaram sobre o tema durante vários meses”, afirma a nota, dizendo que diversos segmentos foram ouvidos e analisados vários “estudos e contribuições”. E, por fim que “Representantes de grupos religiosos também foram chamados a colaborar, apresentando seu ponto de vista”.
“Por que não foi chamado ninguém do movimento “Brasil sem aborto”, entidade supraconfessional que representa a maioria dos segmentos sociais contrários ao aborto? Por que não foi consultada a Comissão Família e Vida da CNBB, que representa a Igreja no Brasil nesta temática?”, se pergunta – em entrevista à ZENIT - Pe. Hélio Luciano, especialista em bioética e membro da comissão de bioética da CNBB. E responde: “Será que estas pessoas e instituições poderiam ter argumentos fortes contra o aborto, que deslocaria a decisão dos membros do CFM em uma posição contrária ao mesmo?”.
Nesse posicionamento explora-se amplamente o princípio da “autonomia da mulher”, afirmou Pe. Hélio, mas “De nenhum modo negamos tal princípio, importantíssimo e uma grande conquista das últimas décadas. O problema é passar de uma autonomia a um autonomismo, no qual a liberdade real de um indivíduo deveria ser considerada sobre a liberdade dos demais.
Acompanhemos a entrevista que Pe. Hélio concedeu a ZENIT:
ZENIT: O Conselho Federal de Medicina tomou uma decisão correta, eticamente falando?
Pe. Hélio: Há algumas semanas, antes da última reunião do CFM em Belém - reunião que decidiu pelo apoio à defesa do aborto em qualquer situação até a décima segunda semana de gestação – tivemos acesso ao documento composto por uma equipe de trabalho do CFM. Tal documento apresenta-se como imparcial, mas a parcialidade em relação à defesa do aborto é bastante aberta em toda a parte geral do texto, deixando apenas, no final, um pequeno documento de alguém contrário ao aborto.
O mais surpreendente, sob o nosso prisma, é que o tema é tratado a partir de uma contraposição entre a fé e a razão, ou seja, o aborto é defendido a partir de uma postura racional, com argumentos e dados científicos, enquanto a posição contrária ao aborto é colocada como uma posição meramente baseada na religião. Aqui não entramos no mérito da fiabilidade dos dados fornecidos – apesar das cifras de mulheres que morrem anualmente em decorrência do aborto, segundo os números citados, serem superiores ao número de mulheres em idade fértil que morrem por ano (contando todas as causas de morte) – mas na falta de dados científicos e racionais para contrapor o aborto. É fato que a partir da concepção temos um organismo humano, com DNA humano, diferente daquele dos seus pais e pertencente à espécie homo sapiens sapiens. Este novo ser humano tem capacidade de desenvolver-se como um organismo individual, sem nenhuma solução de continuidade no seu desenvolvimento orgânico, que poderá durar mais de cem anos. Colocar que o início da atividade orgânica deste novo indivíduo está na formação de alguma estrutura específica é desconhecer a embriologia humana e perigosa, pois torna-se sempre aleatória - na Europa já começa a defender-se o infanticídio por uma coerência com a postura abortista (a argumentação seria "se a capacidade de ser humano se alcança, por que deveríamos afirmar que a criança recém nascida já alcançou esta capacidade?").
O princípio da autonomia da mulher foi o principal argumento apresentado para a defesa do aborto. De nenhum modo negamos tal princípio, importantíssimo e uma grande conquista das últimas décadas. O problema é passar de uma autonomia a um autonomismo, no qual a liberdade real de um indivíduo deveria ser considerada sobre a liberdade dos demais. A autonomia do ser humano presente no ventre da mãe também deve ser considerada. Ainda que tal autonomia não possa ser exercida por ele mesmo, deve ser defendida - o próprio nascimento do Direito foi exatamente para defender aqueles que não poderiam fazer por si mesmos. Os dois valores em jogo – liberdade da mãe e vida do filho – devem ser colocados na balança e deve-se respeitar aquele com maior peso. Considerando que a liberdade é um valor que depende da vida, parece claro que o respeito à vida deste ser humano deve ser superior ao respeito da liberdade da mulher.
Considerando tudo que foi dito até o momento, podemos dizer que foi um erro grave a postura tomada pelo Conselho Federal de Medicina. Repito que foi um erro não só do ponto de vista moral-religioso, mas também de um ponto de vista ético-racional, desrespeitando o próprio ser humano.
ZENIT: Estar de acordo com a liberdade da mulher, de resolver ou não abortar, é o mesmo que apoiar o aborto?
Pe. Hélio: O que está em jogo aqui não é estar de acordo com a liberdade de ninguém - toda pessoa de bom senso está de acordo com a liberdade dos demais. Porém, é necessário entender que a liberdade tem limite e que atos que não respeitem estes limites não são atos livres, mas violência contra outro ser. Deste modo o ladrão quando rouba não está exercendo propriamente a sua liberdade, mas está agredindo um terceiro.
Sendo assim, estar de acordo com um ato de violência implica também uma culpa. E a culpa será maior quanto maior a responsabilidade da pessoa ou instituição que expressa a sua opinião. No caso do aborto, entendemos que a maioria das mulheres se encontra em uma situação delicada que não encontram outra saída - ainda que sempre exista. Essas mulheres, devido à gravidade de cada situação, podem ter a culpa diminuída.
Pelo contrário, as instituições como o Conselho Federal de Medicina (nas pessoas que o representam), terão uma culpabilidade grande se, pelo seu posicionamento em relação ao aborto, este procedimento for aprovado no Brasil. Neste posicionamento não estão envolvidas questões sentimentais e econômicas graves – que poderiam diminuir sua culpabilidade – mas está envolvida a simples ideologia e o desconhecimento do valor da vida humana, colocado debaixo de um pretenso ato de liberdade.
ZENIT: O CFM chama em si o direito da democracia, de que cada um tenha a sua própria opinião, e a possa expressar.
Pe. Hélio: Nos últimos anos estamos vivendo o que o Beato João Paulo II e o Papa Bento XVI chamavam de “ditadura do relativismo”. Somos todos obrigados a não ter opinião própria, mas considerar que todas as opiniões possuem igual conteúdo de verdade. Tal posição, além de excluir e acusar de fundamentalismo todas as posturas que defendam uma verdade – de modo especial a Igreja – é em si mesma falha e contraditória: se todas as afirmações são relativas, o próprio relativismo é relativo. Se colocarmos um exemplo, talvez possamos entender melhor: uma cadeira é sempre uma cadeira. Podemos encontrar diversas verdades sobre a cadeira – que tem “pés”, que tem um lugar para sentar, que serve para descansar – mas nenhuma dessas verdades pode ser contraditória com outra, senão, por questão de lógica, alguma dessas verdades (ou todas) seria falsam.
Do mesmo modo podemos ter várias considerações em relação ao aborto – quais sejam, do ponto de vista sociológico, epidemiológico, moral, ético, religioso, etc. – porém, nenhuma das mesmas pode ser contraditória entre si. Se dissermos que um embrião é um ser humano e que todo ser humano inocente tem direito à vida, não podemos simplesmente nos contradizer aceitando também uma verdade que a autonomia da mãe tem direito sobre a vida do seu filho.
Mas estas argumentações racionais, atualmente, são diluídas e esvaziadas com a alegação de que são argumentação religiosa. Não importa o grau de racionalidade das mesmas – se vem de alguém que tem fé, simplesmente não é mais uma das tantas “verdades” válidas. A democracia amplamente defendida pela sociedade atual é válida somente para alguns – as pessoas com fé não tem direito a participar da mesma, ainda que seus argumentos sejam racionais.
ZENIT: O CFM não terá passado por cima do conceito de democracia ao tomar uma posição sem respeitar realmente a opinião dos médicos que ele representa?
Pe. Hélio: Defender a violação da vida de um ser inocente é muito mais que passar por cima da democracia. Um simples documento de trabalho feito por poucas pessoas e discutido em um congresso com membros dos Conselhos Regionais de Medicina não pode ser decisivo para questões tão complexas como o aborto.
O ideal seria uma ampla consulta aos médicos – a quem o Conselho representa – para saber a opinião dos mesmos.
ZENIT: Diz a nota do CFM que foi consultado uma ampla parte da sociedade, até mesmo os setores religiosos, mas parece ser que isso não foi feito, porque a notícia pegou a todos de surpresa. A mesma CNBB, por meio de Dom Petrini, lançou uma nota de repúdio a essa decisão do CFM.
Pe. Hélio: Quando tratamos questões sérias, como é o caso do aborto, temos o dever de fazer uma consulta a todos os setores da sociedade, como o CFM afirmou ter feito. Não se pode dizer que esta consulta foi feita simplesmente porque falamos com algumas pessoas (sem considerar que as pessoas procuradas, em sua maioria eram favoráveis ao aborto). O fato de terem colocado no documento de trabalho um texto contrário ao aborto – sendo que todo o demais eram favoráveis a esta prática – e terem chamado um sacerdote para falar ao público, não implica uma ampla consulta àqueles que são contrários ao aborto e nem uma consulta real à Igreja.
Por que não foi chamado ninguém do movimento “Brasil sem aborto”, entidade supraconfessional que representa a maioria dos segmentos sociais contrários ao aborto? Por que não foi consultada a Comissão Família e Vida da CNBB, que representa a Igreja no Brasil nesta temática? Será que estas pessoas e instituições poderiam ter argumentos fortes contra o aborto, que deslocaria a decisão dos membros do CFM em uma posição contrária ao mesmo?
Quando se quer aprovar alguma postura de forma arbitrária, não se faz consulta ampla à sociedade e a seus diversos segmentos – dos quais a Igreja é um deles – mas simplesmente se tenta maquiar aquilo que já tinha sido decidido com tintas de democracia.
Esperamos que o Conselho Federal de Medicina, na seriedade e competência que sempre o caracterizou, possa voltar atrás na sua decisão e abrir de fato o diálogo amplo com a sociedade, com os médicos que representa, e também com os setores favoráveis e contrários ao aborto. Deste diálogo poderemos todos sair mais maduros e com uma decisão que de fato represente o respeito à vida – os médicos foram chamados para cuidar da vida e não para suprimi-la.
Fonte: Zenit.
segunda-feira, 1 de abril de 2013
Os cristãos devem responder ao mal com o bem

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