sexta-feira, 29 de junho de 2012

Do Protestantismo ao Ateísmo Moderno e Relativismo Contemporâneo

É possível fazer uma leitura dos acontecimentos históricos que percorrem desde o surgimento do Luteranismo até o relativismo atual através da chave de interpretação da quádrupla negação. Sendo que uma negação prepara o sucessivo “não”. Vejamos de modo concreto para entender a questão. DEUS SIM, IGREJA NÃO É a negação surgida e instaurada por Lutero. Permite uma visão mais subjetivista da fé, onde realça o caráter pessoal da salvação em detrimento do caráter institucional. É possível seguir a Deus, sem seguir uma instituição em concreto. Nega-se o caráter necessário da Igreja para a salvação, para isto, será necessário defender um conjunto de conceitos epistemológicos que será à base do pensamento da filosofia moderna. DEUS SIM, CRISTO NÃO Esta segunda grande negação é própria do século da ilustração, onde se busca uma fé fundada apenas na razão. Aceita-se a Deus, mas apenas como um grande relojoeiro que fez sua obra prima (o cosmos), a dotou das forças necessárias para se autogerir e foi embora. A providência é jogada no lixo, surge o DEISMO. Um Deus sem culto e despersonalizado. O homem é senhor total e absoluto de seu próprio destino. Nega-se a transcendência. A realidade não é apreendida objetivamente pelo ser humano, mas construída intelectualmente através das percepções sensitivas que são próprias a toda raça humana. É no contexto desta segunda negação que surge a Revolução Francesa, retirando dos templos católicos a presença dos santos e de Cristo eucaristia, e erigindo altares à Deusa Razão. Uma “contraditio terminis”, pois “mitologizam” a fé católica, retiram dos evangelhos tudo que seja milagroso e sobrenatural e ao mesmo tempo criam culto e templo para a “Deusa Razão”. É um racionalismo fundando na irracionalidade do caos e da violência. Destinada intelectualmente ao fracasso, a revolução tinha seus dias contados, apesar da propaganda massiva da revolução perpetrada por Jacques-Louis David criando obras como o Juramento de Horácio (cena dramática que convida a população a pegar em armas) e perpetuando o mártir da revolução no quadro “A morte de Marat”. A revolução francesa nasce de exigências legítimas de uma população que sofria pela fome, crise nas colheitas e impostos sufocantes. No entanto, conduzida não pela razão que tanto defendia, mas pelo terror das guilhotinas. O lema “liberdade, igualdade e fraternidade”, pese seu caráter evangélico e de se propor como novo evangelho, era escrito pelo sangue de muitos homens e mulheres que não se alinhavam. Vemos a expropriação das propriedades do clero, a assassinato de sacerdotes, religiosos e religiosas. A Fé católica é vista como fundamento do Ancient Regime e como tal deve ser varrida do mapa, como principal inimiga da revolução e de seus ideais. Surge, então, como resposta a esta barbárie um novo absolutismo que se espalha por toda a Europa. Mas, o mundo já não era mais monárquico, a semente do pensamento revolucionário já tinha sido plantada. E mais tarde crescerá com mais furor através da revolução marxista que veremos a seguir na terceira negação. DEUS NÃO, O HOMEM SIM É a última negação presente no séc. XIX. Deus já não é necessário para garantir a ordem do mundo. A única realidade é a material e a este senhor devemos prestar contas. Seu fundamento é a filosofia Hegeliana. Onde o espirito absoluto é traduzido à matéria. E os indivíduos são apenas um momento, uma ocasião para o desenvolvimento da matéria, do mundo perfeito sem classes e de total igualdade. Na filosofia marxista, não há pessoas, existe apenas o estado, que se desenvolve através da dialética de lutas de classes. O novo homem e nova humanidade marxista é a síntese final do processo dialético, onde a tese são os sistemas econômicos burgueses e a antítese é a classe operária explorada. O marxismo acelera o confronto entre ambas que ocorrerá de modo necessário. A visão de pessoa humana como um momento do processo dialético materialista é o que justifica a barbárie de mais de 100 milhões de pessoas exterminadas por Stalin. Os comunistas alegam que isto ocorreu porque Stalin desvirtuou a revolução. Em realidade, ele se apresenta como aquele que leva até as últimas consequências os pressupostos filosóficos da revolução. A negação de Deus só é possível, em última instância, através da negação do ser humano, o que nos conduz a uma quarta negação. O HOMEM NÃO A degradação da razão humana conduz a negação da impossibilidade da existência de qualquer verdade absoluta. A filosofia hermenêutica presente na obra “Verdade e Método” de Gadamer é um exemplo. O homem constrói a verdade segundo seu grupo social e cultura, e este grupo com “suas verdades" é que constrói o homem e a verdade das coisas. Deste modo, a verdade é sempre mutável e não um termo “ad quo”, não há uma finalidade para vida humana, mas apenas uma construção de algo caótico a um nada último. Esta visão epistemológica se apresenta como fundamento do relativismo moral e do indiferentismo religioso. Quando tudo é verdade, não existe verdade. E quando nada é objetivamente verdadeiro, todas as coisas são colocadas no mesmo plano, perdendo seu valor. Priva a racionalidade humana do principio de não contradição, conduzindo a humanidade a ações bárbaras. Sobre a bandeira da tolerância, o relativismo implanta uma verdadeira ditadura da força e do poder. Pois quando não há uma verdade como critério e medida de nossas ações, se implanta a verdade subjetiva dos mais fortes. Por isso, as politicas e medidas sociais são implantadas não em vistas a um bem comum, ou um critério de bondade e verdade, mas segundo pressões sociais, econômicas ou interesses privados. Assim vemos a aprovação das uniões homoafetivas, a aprovação do aborto em geral, e do bebê anencéfalo em especifico. O homem volta-se contra o mesmo homem, pois ferido em sua racionalidade, é incapaz de perceber as consequências de seus atos que vão contra a sua própria humanidade. CONCLUSÃO: UNIDADE SUBSTANCIAL DO SER HUMANO Existe uma profunda unidade entre as questões religiosas, econômicas, filosóficas, sociais e politicas. Não são elementos separados, pois quem as elabora, vive e pratica é o homem. O ser humano é o centro das questões. Por isso, um subjetivismo religioso exacerbado de Lutero nos conduz a uma filosofia moderna que coloca o homem como criador da realidade e a Deus apenas como garantidor de uma ordem. Este racionalismo moderno exige a existência de um Deus impessoal e ordenador, surgindo o Deísmo próprio do iluminismo, com sua expressão mais “gloriosa e nefasta” instaurado no culto à “Deusa Razão” no período da Revolução Francesa. Revolução esta guiada por um desejo de fazer o bem, mas com princípios que levariam ao terror. Neste processo de degradação da razão humana o surgimento de regimes ateus, o indiferentismo e o relativismo presentes nos dias atuais são consequências naturais. Um processo de negação da objetividade das coisas que "corrói" a razão humana, pois negar a capacidade de transcendência humana, é negar a mesma humanidade. * Daniel Marques é formado em Humanidades Clássicas em Salamanca, Espanha, obteve a graduação e o Mestrado em Filosofia em Roma, e atualmente cursa o 2o. ano de teologia na arquidiocese do Rio de Janeiro. Contatos: ddsmarques@gmail.com; www.facebook.com/cienciafecultura; www.cienciafecultura.org

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Índia: milagres acontecem?

Sucessivos casos de curas inexplicáveis, consideradas sobrenaturais, parecem ser a principal causa do crescimento maciço de fiéis católicos em uma remota região da Índia. Dom John Kattrukudiyil de Itangar, bispo da região de Arunachal Pradesh, nordeste do país, considera o fenômeno da cura a única razão para o crescimento de uma igreja da sua diocese, que, praticamente sem católicos há 35 anos, agora acolhe 40% da população. Durante visita à sede da Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) em Königstein, na Alemanha, o bispo descreveu a situação na diocese: "Muitas vezes, as pessoas me contam histórias de curas que acontecem em lugares diversos. E o que eles me contam me deixa assombrado". O prelado, cuja região faz fronteira com a China, o Butão e a Birmânia, acrescentou: "Eu tenho uma base sólida nos meus estudos teológicos, e é fácil ser cético sobre esse tipo de coisa. Mas as pessoas estão absolutamente convencidas de que elas foram curadas". O bispo contou o caso de um homem que, depois de um passado de perseguição contra a Igreja, se converteu depois de se casar com uma moça católica. "Ele tinha sido convidado a rezar por um homem paralítico. Ele não queria, mas foi assim mesmo e rezou. No dia seguinte, o paralítico se levantou e caminhou até a igreja. Ele ficou tão impressionado com aquela experiência milagrosa que começou a ir à igreja e é agora um dos membros mais ativo da paróquia". O bispo admite que esses episódios são tratados com ceticismo na maior parte das vezes em que os narra a terceiros, embora já sejam muitas as experiências diretas: "Quando eu falei sobre essas coisas na Europa, e em outros lugares, muita gente me perguntou se eu não estava contando histórias de pescador". Essas histórias, no entanto, destaca dom Kattrukudiyil, significaram "um aprofundamento da vida espiritual para o povo". "Há muitas histórias de curas que me relatam e que eu não posso ignorar. É a experiência de uma igreja muito jovem, que está experimentando a mesma graça da Igreja dos tempos apostólicos". "O fato de muitas pessoas terem experimentado a cura rezando para Jesus atraiu muita gente para a Igreja nos primeiros tempos. Elas atingiram uma espécie de paz de espírito, que as levou a pertencer a essa Igreja. De acordo com os relatos que eu recebo, pessoas que foram visitar doentes e rezaram por eles acabaram vendo aquelas pessoas serem curadas". O bispo explica que a região esteve interditada para o acesso de missionários cristãos por causa de leis que só foram revogadas em 1990. "A situação mudou definitivamente quando os jovens de Arunachal Pradesh foram educados em escolas católicas perto de Assam", disse ele. "Os alunos dessas escolas pediram o batismo, e, com a permissão dos pais, receberam o sacramento antes de retornar para as aldeias, onde a fé se desenvolveu logo depois. Alguns desses jovens acabaram sendo eleitos para cargos importantes do governo. Isso ajudou a mudar a situação". Inicialmente, os novos católicos sofreram sérias dificuldades em muitos lugares, incluindo espancamentos, casas incendiadas, morte de animais domésticos, expulsão do trabalho e da escola. Gradualmente, porém, as coisas melhoraram e não houve mais episódios de perseguição nos últimos vinte anos. "Hoje, a Igreja não é apenas tolerada, mas admirada pelo seu trabalho na educação e na saúde, tanto que os políticos aproveitam qualquer ocasião para solicitar as atividades filantrópicas da Igreja". Dom Kattrukudiyil agradeceu a Ajuda à Igreja que Sofre pelo apoio ao crescimento da Igreja através de projetos como a construção de seminários, conventos e capelas, além da formação de catequistas e professores. "Eu sempre pensei que a AIS nos ajudava muito e agora confirmo que ela nos ajuda nas áreas mais importantes das nossas atividades". Fonte: Zenit.

Entre tantos dominadores, Deus é o único Senhor

Continuando a sua catequese sobre a oração em São Paulo, durante a Audiência Geral desta manhã, o Papa Bento XVI centrou-se na Epístola aos Filipenses, que destaca o sentido de gratidão a Deus do Apóstolo, também na iminência do martírio (Cf. Fil. 2,27). Na prisão em Roma, Paulo "expressa a alegria de ser discípulo de Cristo, de poder ir ao seu encontro, até o ponto de ver a morte não como perda, mas como lucro”. De onde podemos tirar a nossa alegria, também numa situação tão trágica? O segredo de Paulo é aquele de ter "os mesmos sentimentos de Cristo Jesus" (Fil 2,5), ou seja, a humildade, a generosidade, o amor, a obediência a Deus, o dom de si mesmo. É o seguimento total ao Filho de Deus, Caminho, Verdade e Vida. A música mencionada na Carta aos Filipenses, conhecida pela tradição como carmen Christo (canto por Cristo), "resume todo o percurso divino humano do Filho de Deus e abrange toda a história humana”, explicou o Papa: “do ser na condição de Deus, à encarnação, à morte na cruz e à exaltação na glória do Pai está também implícito o comportamento de Adão, do homem inicial”. Jesus, Deus feito homem, não vive a sua natureza divina "para triunfar ou para impor a sua supremacia, não o considera como uma posse, um privilégio, um tesouro que deve ser aproveitado". Ao mesmo tempo que assume a “forma de escravo” ("morphe doulos" no original grego da Epístola Paulina), ou seja assemelhou-se aos homens na pobreza, no sofrimento e na morte. Tudo por obediência ao Pai, “até a morte, e uma morte de cruz”, diz São Paulo. A Cruz ajuda a derrubar o pecado original de Adão, "criado à imagem e semelhança de Deus, pretendeu ser como Deus com as próprias forças, colocar-se no lugar de Deus, e assim perdeu a dignidade original que lhe tinha sido dada”. Jesus fez justamente o contrário: encontra-se na “condição de Deus” mas se abaixa à condição humana “para redimir Adão que está em nós e restaurar a dignidade que o homem havia perdido." Ao contrário, a lógica humana, também depois do sacrifício redentor de Cristo, "busca muitas vezes a realização de si mesma no poder, no domínio, nos meios poderosos” e o homem insiste “em querer construir com as próprias forças a torre de Babel para conseguir por si mesmo a altura de Deus, para ser como Deus”. A Encarnação e a Cruz, no entanto, mostram "que a plena realização está em conformar a própria vontade humana naquela do Pai, no esvaziar-se do próprio egoísmo, para preencher-se do amor, da caridade de Deus e assim se tornar realmente capaz de amar os outros”. Não é "permanecendo fechado em si mesmo" que o homem se realiza. Adão não errou tanto no imitar a Deus, mas na ideia de Deus que “não quer somente grandeza” mas é principalmente “amor que se doa já na Trindade e depois na criação”. A ascensão a Deus acontece portanto “na descida do humilde serviço”, essência de Deus que, em Jesus, se inclina para lavar os pés dos discípulos, exortando-os a fazer o mesmo entre eles (cf. Jo 13,12-14 ). O hino da Carta aos Filipenses, oferece duas direções importantes para a nossa oração: em primeiro lugar que Deus é "o único Senhor” da nossa vida, em meio a tantos “dominadores” que a querem conduzir e dirigir”, o único tesouro pelo qual “vale a pena gastar a própria existência”. A segunda indicação é dada pela prostração da genuflexão, também física, que deve ser realizada “não por hábito e rapidamente, mas com profunda consciência”, tratando-se de um modo no qual “confessamos a nossa fé nele”, disse o Papa. No final da catequese, o Santo Padre voltou ao dilema inicial, dando-lhe uma explicação adequada: São Paulo se alegra diante do risco iminente do martírio, porque “nunca tirou o seu olhar de Cristo até o ponto de transformar-se conforme na morte, “na esperança de alcançar a ressurreição dos mortos” (Fp 3.11). Fonte: Zenit.

segunda-feira, 25 de junho de 2012

PESSOA E ECONOMIA VERDE

É uma convicção incontestável a importância de cuidar do verde e de se investir em ideias que gerem valor. Mais importante ainda é situar bem no centro dessas ideias a pessoa humana. Sem essa centralidade há sempre o risco de se obter avanços pouco significativos. Também será mais difícil atingir metas ousadas no contexto das urgências sociais e políticas desse tempo. Ora, os graves problemas ecológicos exigem uma mudança efetiva de mentalidade levando as pessoas a adotarem novos estilos de vida. Se não houver uma evolução nesse caminho, não se avançará a passos largos em nenhuma das direções apontadas por ideias inteligentes. Só a pessoa detém a propriedade de buscar o verdadeiro, o belo e o bom, com a capacidade de gerar comunhão com o outro, influenciando, consequente e determinantemente, sobre as opções de consumo, poupança e investimentos. Fica claro que se a economia verde se pautar simplesmente na lógica do lucro não será possível alcançar os resultados que a realidade contemporânea está urgindo. O comportamento de cada pessoa é determinante para desacelerar o processo de esgotamento dos recursos naturais, exigindo da sociedade contemporânea a revisão de conceitos sobre produção e consumo. É óbvia a importância da tecnologia e da inovação. Tem o seu lugar próprio o lucro. Contudo, não pode ser a força que preside todos os processos sob pena de impedir aberturas e compreensões que permitam situar e respeitar a centralidade da pessoa. É indispensável alavancar a ciência da sustentabilidade com uma antropologia assentada em princípios e valores consistentes para evitar decepções nas expectativas e nos compromissos de governos, empresas e todos os segmentos que são decisivos nos rumos da sociedade. A rentabilidade, capítulo dessa questão, o respeito às leis e o arcabouço complexo dos engenhos técnicos e estratégicos devem ter como raiz e horizonte uma antropologia que considera a pessoa como referência central. É preciso evitar relativizações perigosas e altamente prejudiciais à vida, que deve ser respeitada em todas as suas etapas, da fecundação ao declínio com a morte natural. É necessária uma antropologia que impulsione o desabrochamento de uma autêntica espiritualidade. Nesse sentido, é importante compreender, admitir e viver a vida como dom, relacionando-se com a natureza, bem da criação para todos, segundo lógicas permeadas pelo sentido de gratuidade. A natureza deve ser tratada como poderoso recurso social que pode alavancar, equilibradamente, um desenvolvimento humano integral. É interpelador saber que a atividade econômica não resolverá todos os problemas sociais. A lógica mercantil não é suficientemente forte para isso. O agir mercantil não pode seguir, neste caso, um caminho distante que desconhece a força do agir político. A centralidade de cada pessoa evoca uma cidadania capaz de produzir energias morais indispensáveis para se garantir a busca da sustentabilidade na justiça. Este é o olhar para a hermenêutica do documento final da Conferência Rio+20 e dos clamores da Cúpula dos Povos. Um olhar emoldurado por uma adequada antropologia para o caminho proposto. Com a autoridade e configuração, por exemplo, da antropologia cristã, fica enfraquecido o volume significativo das presenças, nações e dirigentes, passíveis de desculpas. Todos devem assumir as metas necessárias e mais corajosas. Assim, com o passar do tempo, a Rio+20 poderá ser considerada o grande evento mundial. A economia verde, concebida à luz da centralidade de cada pessoa, deve ser agora uma grande força de princípios no enfrentamento da crise vivida pela civilização atual. Adverte bem o Santo Padre Bento XVI, na Encíclica Caritas in Veritate, quando diz que é urgente repensar nossa relação com a natureza, dada por Deus como ambiente de vida. Desejamos o exercício de um governo responsável para guardar a natureza, fazê-la frutificar e cultivá-la, com formas novas e tecnologias avançadas. *Arcebispo metropolitano de Belo Horizonte

"COMO PROFETA QUE TERMINA O ANTIGO TESTAMENTO E COMEÇA O NOVO"

Queridos irmãos e irmãs! Hoje, 24 de junho, celebramos a Solenidade do Nascimento de São João Batista. Com exceção da Virgem Maria, o Batista é o único santo que a liturgia celebra o nascimento, e fá-lo porque está intimamente ligado ao mistério da Encarnação do Filho de Deus. Desde o ventre materno, de fato, João é precursor de Jesus: a sua concepção milagrosa é anunciada a Maria pelo Anjo como sinal de que "nada é impossível para Deus" (Lc 1,37), seis meses antes do grande milagre que nos dá a salvação, a união de Deus com o homem por obra do Espírito Santo. Os quatro Evangelhos dão muita importância à figura de João o Batista, como profeta que conclui o Antigo Testamento e inaugura o Novo, indicando em Jesus de Nazaré o Messias, o Consagrado do Senhor. De fato, o mesmo Jesus falará de João neste termos: "Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu mensageiro diante de ti, / na sua frente ele vai preparar o caminho. Em verdade eu vos digo que, entre os nascidos de mulher, não há ninguém maior que João o Batista; mas o menor no reino dos céus é maior do que ele" (Mt 11,10-11). O pai de João, Zacarias – marido de Isabel, parente de Maria –, era sacerdote do culto do Antigo Testamento. Ele não acreditou rapidamente no anúncio de uma paternidade já inesperada, e por isso ficou mudo até o dia da circuncisão da criança, que ele e a esposa deram o nome indicado por Deus, ou seja João, que significa "O Senhor agracia" . Animado pelo Espírito Santo, Zacarias falou assim da missão do filho: "E tu, menino, serás chamado profeta do Altíssimo / porque irá diante do Senhor para preparar-lhe o caminho, / para dar ao seu povo o conhecimento da salvação / no perdão dos seus pecados" (Lc 1,76-77). Tudo isso aconteceu trinta anos depois, quando João começou a batizar no rio Jordão, chamando o povo para se preparar, com aquele gesto de penitência, para a iminente vinda do Messias, que Deus tinha revelado durante a sua estada no deserto da Judéia. Por isso ele foi chamado "Batista", ou seja, "Batizador" (cf. Mt 3, 1-6). Quando um dia, de Nazaré, o próprio Jesus veio para ser batizado, João recusou-se a princípio, mas depois consentiu, e viu o Espírito Santo repousar sobre Jesus e ouviu a voz do Pai Celestial que o proclamava seu Filho (cf. Mt 3, 13-17 ). Mas a missão do Batista ainda naõ estava completa: pouco tempo depois, lhe foi pedido preceder a Jesus também na morte violenta: João foi decapitado na prisão do rei Herodes, e assim deu testemunho em plenitude do Cordeiro de Deus, que antes do que qualquer outro tinha reconhecido e indicado publicamente. Queridos amigos, a Virgem Maria ajudou a idosa parente Isabel a levar adiante a gravidez de João. Que ela ajude a todos a seguirem Jesus, o Cristo, o Filho de Deus, que o Batista anunciou com grande humildade e ardor profético. [Depois do Angelus] Queridos irmãos e irmãs, Hoje na Itália é a Jornada pela caridade do Papa. Agredeço todas as comunidades paroquiais, as famílias e os fiéis em particular pelo seu apoio constante e generoso, que beneficia muitos irmãos em dificuldade. A este propósito, lembro que depois de amanhã, se Deus quiser, farei uma breve visita nas áreas atingidas pelo recente terremoto no norte da Itália. Gostaria que fosse sinal da solidariedade de toda a Igreja, e por isso convido todos vocês a me acompanharem na oração.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Vida e missão

Santidade é vocação de todos os cristãos, sem exceção. A redescoberta da Igreja como um povo unido pela unidade do Pai e do Filho e do Espírito Santo, não pode deixar de implicar um reencontro com sua santidade, entendida no seu sentido fundamental de pertença àquele que é o Santo por antonomásia, o três vezes Santo (cf. Is 6,3). Professar a Igreja como santa significa apontar o seu rosto de Esposa de Cristo, que a amou entregando-se por ela precisamente para santificá-la (cf. Ef 5,25-26). Este dom de santidade é oferecido a cada batizado. Mas, o dom gera um dever, que há de moldar a existência cristã inteira: Esta é a vontade de Deus: a vossa santificação (1 Ts 4,3). É um compromisso que diz respeito aos cristãos de qualquer estado ou ordem, chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Significa exprimir a convicção de que, se o Batismo é um ingresso na santidade de Deus através da inserção em Cristo e da habitação do seu Espírito, seria um contrassenso contentar-se com uma vida medíocre (Cf. Novo Millenio ineunte 30-31). A formação da cultura dos povos é marcada positivamente pela presença da Igreja e por homens e mulheres que se elevam pelo seu comportamento e suas opções de vida, mostrando que efetivamente é possível sair da rotina do “mais ou menos”, para ser daqueles que confirmam que uma alma que se eleva, eleva o mundo. Tenho descoberto esta santidade em homens e mulheres que a testemunham na fidelidade ao Evangelho, na coerência de suas opções e na estatura com que enfrentam as dificuldades da vida. Há que abrir os olhos e descobrir tais pessoas, vendo-as como provocação positiva ao risco de acomodamento que nos cerca continuamente. A Igreja reconhece publicamente a santidade, com o que chama “beatificação” e “canonização”. Hoje o Brasil já conta com diversas pessoas assim reconhecidas, entre cristãos leigos, religiosos ou sacerdotes, crianças, jovens e adultos, confessores da fé e mártires. São homens e mulheres cuja santidade heroica merece ser posta diante dos olhos do mundo. Não nos envergonhemos de dizer que os cristãos têm para oferecer ao mundo o que existe de melhor em humanidade. Não nos furtemos à responsabilidade de superar as falhas humanas existentes com a virtude comprovada e testemunhada. Nosso tempo tem direito a receber dos cristãos a oferta da santidade. Ao reconhecer que o mistério da iniquidade se encontra presente no meio do mundo e também entre os cristãos, continue como referência a medida alta da santidade! No período em que nos encontramos, chamado pela Igreja de “tempo comum”, as verdades do Evangelho são mostradas a todos pelo testemunho dos santos e santas que se consagraram a Cristo e são sinais luminosos de luta e de perfeição, além de reconhecidos como valorosos intercessores para aqueles que acreditam “na comunhão dos santos”, como dizemos na profissão de Fé. E, como sempre acontece, os santos de maior devoção geraram cultura e hábitos na sociedade. Multiplicam-se as festas patronais em nossa região, muitas pessoas retornam a sua terra natal para as férias que se aproximam e para se alimentarem de legítimas e positivas tradições religiosas que contribuem para que se tome consciência de que não nos inventamos a nós mesmos, mas somos tributários de uma magnífica herança, como tocha da grande olimpíada da vida a ser mantida acesa e passada às sucessivas gerações. São conhecidos de forma especial os santos do mês de junho, Santo Antônio, São João Batista e São Pedro. São figuras que geraram cultura popular entre nós. Ponho em relevo, de modo especial, a figura de São João Batista, cujo nome, vida e missão são reconhecidos pela tarefa que a Providência divina lhe confiou, como Precursor da chegada do Messias, aquele que mostrou presente o Salvador do mundo, pregador da penitência, capaz de abrir nos corações humanos a estrada, para que chegasse aquele “que tira os pecados do mundo”, como foi por ele mesmo apresentado (Cf. Jo 1,29). Um dia, Jesus recebeu emissários de João Batista, com a pergunta sobre sua identidade de Messias. De fato, João se revelou sempre radical em suas escolhas e profundamente honesto em seu desejo de fidelidade à missão recebida. Mandou-lhe a magnífica resposta: “Ide contar a João o que estais ouvindo e vendo: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são curados, surdos ouvem, mortos ressuscitam e aos pobres se anuncia a Boa-Nova. E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito!” (Mt 14,4-5). Às multidões de ontem e de hoje Jesus fala sobre João Batista: “Que fostes ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Que fostes ver? Um homem vestido com roupas finas? Olhai, os que vestem roupas finas estão nos palácios dos reis. Que fostes ver então? Um profeta? Sim, eu vos digo, e mais do que profeta. Este é de quem está escrito: Eis que envio meu mensageiro à tua frente, para preparar o teu caminho diante de ti (Mt 14, 7-10). Viver para servir, ser honestos na procura da verdade e coerentes no comportamento! Com exemplos de tal quilate descobrimos o quanto é bom viver para servir e amar. A vida e missão de João Batista, unidas à sua oração fervorosa, nos façam acolher as verdadeiras alegrias vindas do Salvador e nossos passos se dirijam no caminho da salvação e da paz. Fonte: Zenit.

terça-feira, 19 de junho de 2012

Continua o derramamento de sangue cristão no norte da Nigéria

Os cristãos do norte da Nigéria continuam sendo sacudidos pelas explosões das bombas dos jihadistas islâmicos do grupo Boko Haram. Neste domingo, cristãos que estavam em cinco igrejas do estado de Kaduna foram atacados a bomba quando se reuniam para exercer a liberdade religiosa no culto de domingo, o que resultou em pelo menos 31 mortos e vários feridos. A agência de gestão de emergências nacionais, NEMA, afirmou que duas das explosões ocorreram nos distritos de Wusasa e Sabon Gari de Zaria. “Houve dois ataques simultâneos com bombas contra igrejas em Nassarawa e Barnawa, ao sul de Kaduna, na manhã de hoje. Ainda estamos reunindo informações sobre as vítimas”, disse o porta-voz da NEMA em Kaduna, Aliyu Mohammed. Uma terceira explosão aconteceu na cidade de Kaduna, capital do estado. Wusasa é o lugar em que foi construída a primeira igreja do norte da Nigéria. Dados não confirmados da agência AFP afirmam que houve explosões contra duas outras igrejas do estado, elevando o total a cinco. Entre as igrejas afetadas está a catedral católica de Cristo Rei e a igreja da Boa Nova, em Kaduna. Uma mulher ferida na igreja de Wusasa, que está hospitalizada, relata que “muita gente na igreja ficou ferida, mas não vi mortos”. “Fui até a igreja, mas não pude chegar perto por causa dos policiais e militares que estavam lá”, disse a AFP o residente Mahmud Hamza. “De onde eu estava, vi a igreja completamente destruída, ainda pegando fogo. É claro que tinha mortos, por causa da dimensão dos estragos e do fogo”. Outros residentes falaram de corpos arrastados para fora das ruínas e relataram que duas bombas no sul da cidade provocaram protestos nas ruas, por parte de jovens cristãos. A multidão teria feito barricadas em Trijania, Gonin Gora e Sabon Tasha, atacando os motoristas que parecessem muçulmanos. É o terceiro domingo em que cristãos são assassinados enquanto celebram o culto em suas igrejas. O Boko Haram reivindicou os atentados, em sua campanha pela adoção da lei islâmica na Nigéria, especialmente na parte norte. O governo federal parece ter perdido a noção de como enfrentar os incessantes atentados contra cristãos por parte dos jihadistas islâmicos, dado que pouco ou nada foi feito desde o atentado a bomba de dezembro do ano passado, quando muitos mortos e feridos ensanguentaram as celebrações de natal. Fonte: Zenit.

As mulheres da revolução no Iêmen contra os extremistas

No passado dia 23 de março Hamid al-Ahmar, rico empresário e membro diretivo do agrupamento político iemenita pela Reforma (al-Islah), ligado aos Irmãos muçulmanos, deu algumas declarações ao New York Times sobre o papel das mulheres nos movimentos de revolução popular em seu próprio país que provocou a reação de ativistas e movimentos seculares. Depois de afirmar que seu movimento tinha moderado suas posições sobre o papel das mulheres, criticou certas atitudes na Praça da Mudança e na Praça da Liberdade na capital Sanaa: “Houve comportamentos reprováveis que transformaram a praça numa discoteca! Aquelas mulheres queriam manifestar-se de mãos dadas com os seus namorados, como amantes. Isso não está bem e está contra a nossa religião". Não faltaram reações imediatas. Bilqis al-Lahbi, uma advogada ativista, sublinhou que al-Ahmar com as suas declarações tinha começado a expulsar as mulheres das praças e a atacá-las. Também Samah Al-Shakhdari, uma ativista à frente da Fundação Voz para o Desenvolvimento, definiu as palavras de al-Ahmar como uma provocação de um homem que "quer sodomizar a honra das mulheres". A mesma al-Shakhdari relatou que alguns movimentos e associações femininas denunciaram e levaram ao tribunal o político ligado aos Irmãos Muçulmanos por desacatarem as mulheres ativistas. No 29 de Maio também a Aliança civil pela Paz e a Proteção dos Direitos e das Liberdades, num comunicado, exortava “os partidos, os eleitores, as associações da sociedade civil, os meios de comunicação e os intelectuais a ficarem do lado das mulheres e jovens iemenitas e apoiá-las contra aqueles que continuam a calúnia ... para que possam afirmar a liberdade, a democracia, a convivência civil, a paz e o espírito da lei e da justiça social”. Bem, quatro ativistas apresentaram queixa contra al-Ahmar por difamação contra as mulheres. É interessante notar que são quatro mulheres aparentemente diversas entre si – uma com o véu integral, uma com o foulard e duas sem – encontraram-se nesta batalha contra o expoente de um movimento que, referindo-se à Sharia, considera as mulheres como seres inferiores e submissas ao homem. É incrível que num país como o Iêmen, onde o Islã, na sua interpretação conservadora e tradições arcaicas, procuram esconder a mulher, se tenha chegado a tal ação legal. Ao contrário, surpreende negativamente o silêncio do Prêmio Nobel da Paz Tawakkul al-Karman. Surpreendente, mas não muito. Tinha razão o colunista Mashari Al-Dhaidi quando em novembro passado nas páginas do Diário internacional Asharq al-Awsat afirmava, por ocasião do recebimento do Prêmio Nobel à iemenita, que ela não era certamente “Madre Teresa, mas uma ativista política que age de acordo com as diretrizes e exigências políticas e sociais do próprio partido”. De fato a Karman é um membro da diretoria de al-Islah, o partido de Hamid al-Ahmar, e é filha de 'Abd al-Salam Khalid Karman, também ele membro do mesmo partido. Al-Islah, como evidenciado pelo programa político publicado no site oficial, age em nome do Islã e quer a aplicação da sharia, defende a igualdade entre os crentes sem distinção de sexo, mas a Sharia prevê que a mulher vale a metade do homem. Tawakkul Karman é sim um ativista, mas um ativista político. Não há dúvida de que seja um símbolo de uma revolução, mas encontra-se na continuidade das assim chamadas “primaveras” árabes que estão assistindo ao predomínio dos movimentos dos Irmãos Muçulmanos, organizados e economicamente fortes. Forte e simbólico foi o seu gesto de descobrir o rosto na praça pública, mas o seu ser membro da direção de um partido ligado aos Irmãos muçulmanos limita notavelmente a sua ação, sobretudo na defesa da mulher. Não é coincidência que muitos ativistas enfatizaram o seu silêncio sobre as declarações de al-Ahmar. Provavelmente Karman não falará, não escreverá, demonstrando que o papel da mulher no meio do movimento fundado em 1928 por Hasan al-Banna será sempre instrumental ao final, será sempre uma cobertura para demonstrar a “moderação” e a evolução aparente do movimento. Demonstrando principalmente que o Prêmio Nobel e a consequente visibilidade teriam sido merecidas para aquelas ativistas yemenitas que, livres de todo liame ideológico, a cada dia lutam, contra o obscurantismo, para alcançar a verdadeira liberdade, sem rodeios. * Valentina Colombo (Cameri, Novara, 1964) é professora de Cultura e Geopolítica do Islã na Universidade Europeia de Roma e membro sênior da European Foundation for Democracy (Bruxelas). É presidente da Associação “Vencer o medo” pela liberdade religiosa e pela liberdade de expressão. Escreveu vários artigos e ensaios dedicados ao mundo árabe-islâmico e é tradutora do prêmio Nobel para a literatura Nagib Mahfuz e de muitos outros autores árabes, clássicos (Jahiz e Hamadhani) e contemporâneos (Bayyati, Qabbani, Adonis). A sua pesquisa se concentra especialmente nos intelectuais liberais árabes e sobre o papel da mulher nos processos de democratização no Oriente Médio. Fonte: Zenit.

Manifestação na Polônia e em Bruxelas para defender o direito de TV católica

A história de como forças políticas e ideológicas dominantes na Polônia, reduzem a liberdade de informação procurando limitar a transmissão da única rede de TV católica do país é pouco conhecida. Infelizmente, a cristofobia parece estar na moda no mundo liberal-radical da mídia, porque, como dizia o professor de comunicação Henry Jenks, o novo anticatolicismo continua o único preconceito aceitável. Mas o que realmente acontece na Polônia? Recordemos os fatos: Em 19 de dezembro de 2011 o Conselho Nacional de Radio e Televisão Polonesa (em polonês KRRiT) não concedeu à única TV católica do país um espaço na plataforma digital que, a partir de 2013 garante aos poloneses o acesso gratuito a uma série de emissoras de TV. Janeiro de 2012, a Fundação Lux Veritais, propritária da TV Trwam, recorreu contra esta decisão no Tribunal administrativo de Varsavia. Em 30 de janeiro de 2012, o partido Direito e Justiça (PIS) de Jaroslaw Kaczynski, morto tragicamente em um acidente aéreo, apresentou uma ação no Tribunal do Estado e a alguns membros do Conselho Nacional de Rádio e Televisão (KRRiT). Enquanto isso, os deputados poloneses no Parlamento Europeu: Miroslaw Piotrowski, histórico, professor da Universidade Católica de Lublino e Zbigniew Ziobro, ex-ministro da justiça, junto a outros parlamentares do partido “Polônia Solidária” e “Direito e Justiça” apresentaram um pedido à Comissão Européia, questionando o que poderia ser feito para garantir a transparência no processo de concessão de freqüência na plataforma digital, e para o respeito ao princípio de igualdade dos intervenientes no mercado polonês dos meios de comunicação. Segundo o professor Protrowski, a decisão do KRRiT vai contra o respeito dos valores fundamentais da União Européia, dentre os quais o princípio da não discriminação por motivos religiosos. O deputado Ziobro; exigindo a mudança da injusta e danosa decisão do KRRiT, destacou que “não é aceitável que uma instituição estatal descrimine uma emissora católica, que tem um posicionamento consolidado, é estimada e respeitada, e cuja programação enriquece o telespectador com uma visão da vida inspirada nos ensinamentos morais e sociais da Igreja. A sociedade polonesa não aceitou a injusta decisão. Mais de dois milhões de pessoas assinaram uma petição contra a decisão do Conselho Nacional de Rádio e Televisão. Diante dos protestos populares os representantes do KRRiT responderam de modo insolente afirmando que cartas de protesto não contam. Em defesa da TV Trwam muitas empresas se uniram, incluindo a Associação dos Jornalistas Católicos Polacos. No comunicado por eles enviado lê-se: “a negação do espaço na plataforma digital à única televisão católica está em contradição com o princípio do estado democrático: a liberdade da palavra, o pluralismo de opinião e a liberdade de expressão; o mesmo acesso para todos os meios técnicos que permitem expressar as diversas opiniões”. A conferência episcopal polaca preparou um apelo destacando que a exclusão de uma emissora de caráter religioso infringe o principio do pluralismo e da igualdade perante a lei. O Bispo emérito de Lomza, Dom Stanislaw Stefanek, lembrou que as mais de dois milhões de assinaturas em defesa da Televisão Trwam demonstram que a “nossa sociedade está acordando e cresce no senso de responsabilidade”. A não abertura das autoridades polonesas a qualquer protesto dos cidadãos terminou por mudar a luta pelo pluralismo midiático da Polônia para Bruxelas: dia 5 de junho um grupo de políticos polacos organizou no Parlamento Europeu, o assim chamado “public hearing”, um debate publico, com o escopo de mostrar aos parlamentares e jornalistas europeus a história da discriminação da única televisão católica na Polônia. O principal organizador do debate, professor Miroslaw Piotrowski, disse que: “o tratado de Lisboa deu à Polônia a cidadania UE, agora os problemas poloneses são resolvidos não apenas na Polônia, mas também a nível europeu. Em entrevista ao jornal polaco “Niedziela” (O domingo),o Sr Tadesz Rydzyk, diretor da TV católica, lembrou que o ex-presidente Alesander Kwasniewski, comentando sobre o caso da televisão católica Kwasniewski, disse: "se eu estivesse ainda no poder, os padres redentoristas (emissores da Rádio Maria, e a TV Trwan depende da província polaca dos redentoristas) teriam recebido o justo espaço na plataforma digital. Mesmo eu pessoalmente não assistindo à TV Trwam, em uma sociedade pluralista também esta TV teria seu lugar”. Deveria ser objeto de reflexão que o ex-chefe da juventude comunista e ex-presidente comunista da Polônia, possa dar lição de democracia aos governantes polacos. Fonte: Zenit.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Força da semente

A Sagrada Escritura diz que o Reino de Deus pode ser comparado com uma semente, de tamanho ínfimo, mas que contém potencial de produção muito grande. Dela brota e cresce uma árvore de dimensão magnífica. Isto pode ser símbolo também da força de libertação contida no povo judeu quando exilado na terra babilônica. Esse potencial veio à tona com o trabalho dos profetas, principalmente de Ezequiel, mostrando ao povo a necessidade de sua fidelidade à Aliança proposta por Javé. Era visto como questão de fé, de acreditar na possibilidade da vinda de novos tempos, de uma vida digna e capaz de produzir frutos, construindo uma nova sociedade. O interessante é que Ciro, então rei da Pérsia, dominou os babilônios e libertou o povo ali oprimido, permitindo seu retorno para as terras de Israel. A potência do Império da Babilônia cai por terra e os oprimidos de Israel se elevam, realizando assim a promessa de Deus quando promete salvar seu povo da escravidão e do mal. Não é fácil entender a força de Deus presente na vida das pessoas humildes e simples. Parece até uma contradição com todo arsenal exigido pela sociedade atual, cultura que privilegia quem tem muito. O grão de mostarda é desprezível na sua aparência, mas tem uma força capaz de produção, e isto está contido nela própria. Podemos dizer que o cristão deve ser como uma semente, construtor do novo Israel, da nova sociedade, da Igreja e do Reino de Deus. O pequeno se torna grande quando busca a seiva, a sua força no tronco, na intimidade com o Senhor. Entendemos que isto acontece quando fazemos um caminho de introdução no mistério divino, na intimidade com sua Palavra. A fé exige responsabilidade de quem a assume, e causa perplexidade nas pessoas mal intencionadas. Ela exige um mínimo de atenção ao aspecto ético, de busca de perfeição e compromisso para com o bem e a vida, seja natural como espiritual. Quem age como cristão incomoda as pessoas, porque algo de novo acontece. Autor: Dom Paulo Mendes Peixoto Arcebispo de Uberaba.

Quem ama não mata?

Envolvi-me nesta discussão, com um colega preparadíssimo, professor de direito penal, sobre o slogan “quem ama não mata”, a respeito de um recente crime passional que abalou o país. Ele defendia, naquela oportunidade, que o slogan estaria errado, porque todo amor envolve possessão, desejo de exclusividade, e que, portanto, é indissociável de um egoísmo travestido de grandeza – declaramos desejar o melhor para o outro, mas na verdade reservamo-nos o direito de decidir o que seria isto que é o melhor para o outro. Sob o manto do altruísmo, dizia ele, pode-se chegar mesmo a partilhar o próprio parceiro numa orgia, mas mesmo tal compartilhamento se dá no limite do que seria previamente conhecido, deliberado e permitido por mim. O amor, diz ele, nos faz todos, ao menos potencialmente, possessivos, neuróticos, violentos, enfim, uma pessoa que ama é uma pessoa perigosa, ainda que, na maioria das vezes, tal perigo se expresse apenas na forma de destruições simbólicas ou imaginárias, como o divórcio, o desprezo ou nas mais distintas formas de ferir ou matar- não excluídas as que envolvem violência física. Assim, meu interlocutor conclui que quem ama mata, sim, e mata por amor. Concordo que o divórcio é desamor; também o são o desprezo e a agressão física. Mas das expressões de desamor não se pode concluir a periculosidade dos que amam. A menos que eu defina o amor como uma relação egoística de busca de poder sobre o outro, no campo sexual, travestida de altruísmo, como faz o professor com quem eu conversava. Mas será que isto é amor de fato? Há, aí, um violento empobrecimento do termo. Confunde-se amor com libido. Nem sequer se chega, nesta noção, à consideração do amor erótico, aquele que vê, na contemplação e união física como outro um caminho de êxtase, no sentido mais estrito da palavra –ex-tasis, o sair de si. Eros vê o outro e o deseja, mas de fato deseja o outro naquilo que o outro é. A libido vê o outro e deseja apenas a sensação corporal que o outro, como objeto de prazer sensorial, pode proporcionar. O eros é extático, a libido é encrática, vale dizer, conduz ao ensimesmar-se, ao egoísmo, à autossatisfação. O eros relaciona-se. A libido apenas masturba-se,anda que ao lado de outro, ou de outros, um solitário mesmo em meio a uma orgia, para usar a mesma imagem extrema que o meu professor de direito penal usou. O mero libidinoso é um cínico, porque aproxima-se do outro apenas para tomá-lo como objeto para si, nunca para desejá-lo como pessoa. Libido não é amor, é apetite. Se libido fosse amor, invejaríamos os cães: a cadela deixa o sinal irresistível da sua disponibilidade sexual, os cachorros lutam entre si pela sua posse e o mais forte a submete. Sei que às vezes alguns de nós invejam de fato os cães, porque os julgam mais verdadeiros e simples do que nós. Esta postura também não é nova: era conhecida, na Grécia antiga, como “cinismo”. Ou seja, esta era a filosofia dos que invejavam a simplicidade e a sinceridade dos cães, comparada com o que viam como a “hipocrisia” humana, e escolhiam viver como os animais. Para estes, o amor, no seu único estado verdadeiro, nada mais é do que a fêmea que emite sinais de disponibilidade, a luta entre os machos pelo predomínio do poder e a corte que visa a posse sexual. Tudo o que passa daí é encobrimento, fingimento, farsa humana fantasiada de altruísmo. A hipocrisia humana existe. O fingimento canino, não. Um cão macho, perante o cheiro de uma cadela em cio, pode apenas exercitar sua libido. Desconhecem-se cães ascetas. Mas dizer que amor é apenas aquilo que fazem os cães é desconhecer que entre cães e pessoas há pelo uma diferença ao menos que é inegável: pessoas podem escolher viver como cães. Cães não podem escolher viver como pessoas. Há algo no ser humano que supera o cão, nem que seja a capacidade de refletir sobre a diferença entre uns e outros. Note-se que nem falo, aqui, do amor abnegado das pessoas que consomem sua vida na caridade ou na oração, dos que sacrificam suas vidas por desconhecidos, dos que morrem em silêncio pelo outro. Ou pelo amor de Deus. Se nem saímos da libido para chegar no eros, como poderíamos falar de ágape? Há algo no ser humano que supera infinitamente o ser humano, diz Pascal. Certamente este algo também supera infinitamente o cão. O cínico, no entanto, escolhe eliminar de si a possibilidade de enxergar o que é especificamente humano, ao fazer do cão seu padrão de julgamento. Ao eliminar do seu campo de visão tudo o que é verdadeiramente humano, elimina também a possibilidade de observar quantos seres humanos há que vivem, em silêncio, a sua autodoação pelo bem do outro. Vivendo o amor. Porque a verdadeira autodoação é silenciosa, e não faz propaganda de si, ou já não é autodoação,mas autopromoção. O problema é que só quem ama pode ver o amor: eis o mistério da fé. Quem não ama às vezes proclama que o amor não existe, porque só conhece a libido. Mas aquele que se cega voluntariamente não tem direito de dizer que a luz não existe. Não é o amor que torna as pessoas perigosas, meu querido professor penalista. Na verdade, só o amor as liberta. A falta de amor torna-nos cegos e cínicos, quer dizer, apenas cães libidinosos. E aos cães cabe a coleira. Quem ama de verdade não mata, embora às vezes morra. Este é o risco do amor, mas é um risco livremente assumido. Ressalto, porém, que nem todo aquele que declara amor ama de fato. Os que renunciam voluntariamente a conhecer o amor ficam, no entanto, tolos, e tomam por amor a mais vulgar declaração, uma contrafação,uma “nota de três reais”, que só ilude a quem jamais conheceu as notas verdadeiras. Os que mentem sobre o amor, declarando-o falsamente, às vezes enganam os tolos com seu cheiro irresistível de libido, e, possivelmente, até os matam. Mas os que realmente conhecem o amor não somente não mentem sobre ele, quanto também mais dificilmente se deixam enganar por quem mente. Podem até morrer por amor, mas dificilmente o fazem por inadvertência. Porque o amor os liberta para amar até o fim. * Paulo Vasconcelos Jacobina é Procurador Regional da República e Mestre em Direito Econômico

A participação da Igreja na Rio +20

Chegou ao Rio de Janeiro o Núncio Apostólico, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, Dom Francis Chullikatt, para participar da RIO +20 - Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável -, que está sendo realizada de13 a22 de junho O objetivo da Conferência é a renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes Em entrevista a Web TV Redentor o Núncio Apostólico disse ter uma missão importante: destacar a pessoa humana e os problemas ecológico-sociais dos países mais pobres. Junto com o Núncio Apostólico, chegaram na última terça-feira, 12 de junho, no Rio, três colaboradores: Padre Philip J.Bené, Padre Justin Wylie e o Advogado Lucas Swanepoel, que já estão participando da III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reúnem representantes governamentais para negociações dos documentos a serem adotados na Conferência. Dom Francis Chullikatt falou sobre o papel da Igreja na Rio+20, destacando os três aspectos do desenvolvimento sustentável: a sustentabilidade econômica, social e ambiental. A Igreja é muito importante no desenvolvimento destes três aspectos. Relacionado ao aspecto econômico, sabemos que a Igreja Católica sempre se preocupa com os países pobres, por exemplo. Quando falamos do social, sabemos que a Igreja é totalmente envolvida no crescimento da situação social do mundo. O terceiro aspecto, o ecológico, pode-se destacar, aqui no Brasil, a preocupação com a proteção da Amazônia. Nós cuidamos da natureza, porque nós católicos acreditamos na preservação. Viemos mostrar especialmente aqueles que não têm voz, especialmente o povo dos países pobres. Defendemos a humanidade e as pessoas que têm a vida violentada pelo mundo. Temos que ter essa preocupação para a vida humana ser preservada, acrescentou Dom Chullikatt. Fonte: Zenit.

quinta-feira, 14 de junho de 2012

A união com Deus não afasta do mundo

A contemplação e a força da oração (2Cor 12, 1-10) Queridos irmãos e irmãs, O encontro cotidiano com o Senhor e a frequência aos Sacramentos permitem abrir nossa mente e o nosso coração para Sua presença, a Sua palavra, a Sua ação. A oração não é somente o respiro da alma, mas para usar uma imagem, é também o oásis de paz no qual podemos tirar a água que alimenta nossa vida espiritual e transforma a nossa existência. E Deus nos atraia para si, nos faz subir o monte da santidade, porque estamos sempre mais próximos a Ele, oferecendo-nos, ao longo do caminho, luzes e consolações. Esta é a experiência pessoal a qual São Paulo faz referência no capítulo 12 da Segunda Carta aos Coríntios, sobre a qual desejo deter-me hoje. Diante de quem contesta a legitimidade do seu apostolado, ele não enumera as diversas comunidades que fundou, os quilômetros que percorreu; não se limita a recordar as dificuldades e as oposições que enfrentou para anunciar o Evangelho, mas indica seu relacionamento com o Senhor, um relacionamento tão intenso caracterizado também por momentos de êxtase e contemplação profunda (cfr 2 Cor 12,1); então ele não se vangloria daquilo que fez, da sua força, das suas atividades e sucessos, mas se vangloria das ações que Deus fez nele e por meio dele. Com grande pudor, ele conta, de fato, o momento no qual viveu a experiência particular de ser raptado ao Céu de Deus. Ele recorda que quatorze anos antes do envio da Carta “foi arrebatado – assim diz – até o terceiro céu” (v. 2). Com linguagem e modos de quem conta aquilo que não se pode contar, São Paulo fala daquele fato até em terceira pessoa; afirma que um homem foi raptado até o “jardim” de Deus, o paraíso. A contemplação é tão profunda e intensa que o Apóstolo não recorda nem mesmo os conteúdos da revelação recebida, mas tem bem presente a data e as circunstâncias na qual o Senhor o agarrou totalmente, o atraiu para Si, como fez na estrada de Damasco no momento de sua conversão (cfr Fil 3,12). São Paulo continua dizendo que exatamente para não subir a soberba pela grandeza das revelações recebidas, ele carrega consigo um “espinho”(2 Cor 12,7), um sofrimento, e suplica com força ao Ressuscitado para ser liberto do convite do maligno, deste espinho doloroso na carne. Por três vezes – relata – rezou insistentemente ao Senhor para afastar esta prova. E é nesta situação que, na contemplação profunda de Deus, durante a qual “ouviu palavras afáveis, que não é permitido a nenhum homem repetir” (v. 4), recebe a resposta a sua súplica. O Ressuscitado lhe dirige uma palavra clara e reconfortante: “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força” (v. 9). O comentário de Paulo sobre estas palavras pode deixar-nos surpresos, mas revela como ele compreendeu o que significa ser verdadeiramente apóstolo do Evangelho. Exclama, de fato, assim: “Portanto, prefiro gloriar-me das minhas fraquezas, para que habite em mim a força de Cristo. Eis por que sinto alegria nas fraquezas, nas afrontas, nas necessidades, nas perseguições, no profundo desgosto sofrido por amor a Cristo. Porque quando me sinto fraco, então é que sou forte” (vv. 9b-10), isto é não se vangloria das suas ações, mas das atividades de Cristo que age exatamente em suas fraquezas. Detemo-nos, agora, um momento sobre este fato acontecido durante os anosem que São Pauloviveu no silêncio e na contemplação, antes de começar a percorrer o Ocidente para anunciar Cristo; porque esta atitude de profunda humildade e confiança diante das manifestações de Deus é fundamental também para nossa oração e para nossa vida, para nossa relação com Deus e com as nossas fraquezas. Antes de tudo, de quais fraquezas fala o Apóstolo? O que é este “espinho” na carne? Não sabemos e não nos diz, mas sua atitude faz compreender que cada dificuldade no seguimento de Cristo e no testemunho do Seu Evangelho pode ser superada abrindo-se com confiança às ações do Senhor. São Paulo é bem consciente de ser um “servo inútil” (Lc 17,10) – não foi ele que me fez coisas grandes, foi o Senhor –, um “vaso de barro” (2 Cor 4,7), no qual Deus põe a riqueza e a potência de Sua Graça. Neste momento de intensa oração contemplativa, São Paulo compreende com clareza como enfrentar e viver cada evento, sobretudo o sofrimento, a dificuldade, a perseguição: no momento em que experimenta a própria fraqueza, se manifesta a potência de Deus, que não abandona, não deixa sozinho, mas torna-se sustento e força. Claro, Paulo teria preferido ser liberto deste “espinho”, deste sofrimento; mas Deus diz: “Não, isto é necessário para ti. Terás graça suficiente para resistir e para fazer aquilo que deve ser feito. Isso vale também para nós. O Senhor não nos liberta dos males, mas nos ajuda a amadurecer nos sofrimentos, nas dificuldades, nas perseguições. A fé, então, nos diz que, se permanecemos em Deus “ainda que exteriormente se desconjunte nosso homem exterior, nosso interior renova-se dia após dia, juntamente nas provas” (cfr v. 16). O Apóstolo comunica aos cristãos de Coríntios e também a nós que “a nossa presente tribulação, momentânea e ligeira, nos proporciona um peso eterno de glória incomensurável” (v. 17). Na realidade, humanamente falando, não era pouco o peso das dificuldades, era gravíssimo, mas em contrapartida com o amor de Deus, com a grandeza de ser amado por Deus, parece leve, sabendo que a quantidade da glória será imensurável. Então, na medida em que cresce nossa união com o Senhor, e intensifica-se a nossa oração, também nós caminhamos para o essencial e compreendemos que não é a potência dos nossos meios, das nossas virtudes, das nossas capacidades que realiza o Reino de Deus, mas é Deus que opera maravilhas justamente através da nossa fraqueza, da nossa inadequação à atribuição. Devemos, então, ter a humildade de não confiar simplesmente em nós mesmos, mas de trabalhar, com a ajuda do Senhor, na vinha do Senhor, confiando-nos a Ele como frágeis “vasos de barro”. São Paulo faz referência a duas particulares revelações que mudaram radicalmente sua vida. A primeira – sabemos – é a pergunta feita sobre a estrada de Damasco: “Saulo, Saulo, porque me persegues? (At 9,4), pergunta que o levou a entender e encontrar Cristo vivo e presente, e a ouvir seu chamado a ser apóstolo do Evangelho. A segunda são palavras que o Senhor lhe dirigiu na experiência da oração contemplativa sobre a qual estamos refletindo “Basta-te minha graça, porque é na fraqueza que se revela totalmente a minha força”. Somente a fé, a confiança nas ações de Deus, na bondade de Deus que não nos abandona, é que a garantia de não trabalhar em vão. Assim, a Graça do Senhor foi a força que acompanhou São Paulo nos imensos esforços para difundir o Evangelho e o seu coração entrou no coração de Cristo, tornando capaz de conduzir os outros em direção Àquele que morreu e ressuscitou por nós. Na oração, nós abrimos, então, a nossa alma ao Senhor a fim que Ele venha habitar em nossa fraqueza, transformando-a em força para o Evangelho. E é rico de significado também do verbo grego com o qual Paulo descreve esta moradia do Senhor em sua frágil humanidade; usa episkenoo, que podemos entender como “montar a própria tenda”. O Senhor continua a montar Sua tenda em nós, em meio a nós: é o Mistério da Encarnação. O mesmo Verbo divino, que veio habitar em nossa humanidade, quer habitar em nós, montarem nós Suatenda, para iluminar e transformar a nossa vida e o mundo. A intensa contemplação de Deus experimentada por São Paulo faz referência àquela dos discípulos no Monte Tabor, quando vendo Jesus transfigurar-se e resplandecer de luz, Pedro lhe diz: “Mestre, é bom para nós estarmos aqui; faremos três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outras para Elias” (Mc 9,5). “Não sabia o que falava, porque estavam sobremaneira atemorizados”, acrescenta São Marcos (v. 6). Contemplar o Senhor é, ao mesmo tempo, fascinante e tremendo: fascinante porque Ele nos atrai para si e rouba nosso coração em direção ao alto, levando-o à sua altura onde experimentamos a paz, a beleza do Seu amor; tremendo porque expõe a nossa fragilidade humana, nossa inadequação, o esforço de vencer o Maligno que ameaça nossas vidas, aquele espinho ainda preso em nossa carne. Na oração, na contemplação cotidiana do Senhor, nós recebemos a força do amor de Deus e sentimos que são verdadeiras as palavras de São Paulo aos cristãos de Roma, onde escreveu: “Pois estou persuadido de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunhaem Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8,38-39). Num mundo em que corremos o risco de confiar somente na eficiência e na potência dos meios humanos, neste mundo somos chamados a redescobrir e testemunhar a potência de Deus comunicada na oração, com a qual crescemos cada dia no conformar a nossa vida àquela de Cristo, o qual – como afirma – “foi crucificado por fraqueza, mas está vivi pelo poder de Deus.Também nós somos fracos nele, mas com ele vivemos, pelo poder de Deus para atuar entre nós” (2 Cor 13,4). Queridos amigos, no século passado, Albert Schweitzer, teólogo protestante e prêmio Nobel da paz, afirmou que “Paulo é um místico e nada mais que um místico”, isto é um homem realmente apaixonado por Cristo e assim unido a Ele, para poder dizer: Cristo vive em mim. A mística de São Paulo não é fundamentada apenas nos eventos excepcionais por ele vividos, mas também no cotidiano e intenso relacionamento com o Senhor que sempre o sustentou com Sua Graça. A mística não o afastou da realidade, ao contrário, lhe deu força para viver cada dia por Cristo e para construir a Igreja até o fim do mundo daquele tempo. A união com Deus não afasta do mundo, mas nos dá a força para permanecer realmente no mundo, para fazer aquilo que deve ser feito no mundo. Também em nossa vida de oração podemos, então, ter momentos de particular intensidade, talvez, no qual sentimos mais viva a presença do Senhor, mas é importante a constância, a fidelidade no relacionamento com Deus, sobretudo nas situações de aridez, de dificuldade, de sofrimento, de aparente ausência de Deus. Somente se somos apreendidos pelo amor de Cristo, seremos capazes de enfrentar qualquer adversidade, como Paulo, convencidos de que tudo podemos Naquele que nos fortalece (cfr Fil 4,13). Então, quanto mais damos espaço à oração, mais veremos que a nossa vida se transformará e será animada pela força concreta do amor de Deus. Assim aconteceu, por exemplo, com a beata Madre Teresa de Calcutá, que na contemplação de Jesus e mesmo em tempo de longa aridez, encontrava a razão e a força inacreditável para reconhecê-Lo nos pobres e nos abandonados, apesar de sua frágil figura. A contemplação de Cristo na nossa vida não nos aliena – como já disse – da realidade, mas nos torna ainda mais participantes das questões humanas, porque o Senhor, atraindo-nos para si na oração, nos permite fazer-nos presentes e próximos de cada irmão no seu amor. Obrigado. O Santo Padre dirigiu a seguinte saudação em português: Amados peregrinos de língua portuguesa, de coração vos saúdo a todos, em particular ao grupo jovem de voluntariado animado pelos Salesianos de Macau e aos grupos brasileiros de Foz do Iguaçu e de Florianópolis: abri os vossos corações ao Senhor e dedicai as vossas vidas ao reino de Deus, que cresce na terra com o vosso serviço a favor dos mais desfavorecidos. O Senhor vos confirme no bem, com a sua graça! Em penhor da mesma, desça sobre vós, vossas famílias e comunidades cristãs a minha Bênção. Ao final Bento XVI fez o seguinte apelo: Dirijo agora a minha afetuosa saudação e a minha bênção à Igreja na Irlanda, onde em Dublin, na presença do cardeal Marc Oullet, meu Legado, se realiza o 50 º Congresso Eucarístico Internacional sobre o tema "A Eucaristia: comunhão com Cristo e entre nós”. Muitos bispos, sacerdotes, pessoas consagradas e fiéis leigos provenientes de diferentes continentes estão participando deste importante evento eclesial. É uma valiosa oportunidade para reafirmar a centralidade da Eucaristia na vida da Igreja. Jesus, realmente presente no Sacramento do Altar, com o supremo Sacrifício de amor da Cruz se doa a nós, se faz alimento para assemelhar-nos a Ele, para fazer-nos entrar em comunhão com Ele. “E através desta comunhão estamos unidos também entre nós, nos tornamos um só Nele, membros uns dos outros” Gostaria de convidá-los a unirem-se espiritualmente aos cristãos da Irlanda e do mundo, rezando pelas atividades do Congresso, para que a Eucaristia seja sempre o coração que pulsa na vida de toda a Igreja.

Por que o amor é tão importante em sua vida?

Desde o dia 5 até 18 de junho as Edições CNBB promove em www.facebook.com/cnbbedicoes uma Campanha enfatizando o valor do amor. Para participar é só entrar na página da Editora no Facebook, compartilhar em seu mural a imagem do banner respondendo: “Por que o amor é tão importante em sua vida?”. As três melhores frases ganharão um DVD do filme “Bella” e um exemplar da Carta Encíclica “Deus Caritas est” (sobre o amor cristão) do Papa Bento XVI, para crescer na compreensão do verdadeiro amor. "É uma campanha aberta a qualquer público com acesso às nossas redes sociais, com o objetivo de apoiar a reflexão sobre a vida”, disse a ZENIT a Coordenadora de Marketing das Edições, Carolina Garcia. A mesma escolha do filme “Bella” é porque “é um filme que fala do amor à vida, do amor mais puro que existe”, continou, pois “conta a história de uma jovem camareira solteira, moradora da cidade Nova York; que ao engravidar perde o emprego e luta contra a decisão de conservar ou não a vida do bebê. Enquanto isso, conhece um chef de cozinha latino , que sofreu uma tragédia no passado, e ele é a única pessoa em sua vida que realmente se preocupa com ela. Durante o desenvolver do filme a tomada de decisão (abortar ou não) mudará a vida de ambos”. O segundo prêmio será uma encíclica do Papa, Deus Caritas Est. Ao ser perguntada por ZENIT o motivo da escolha desse prêmio Carolina Garcia respondeu: “Porque nesta primeira encíclica do papa Bento XVI, os temas ‘Deus’, ‘Cristo’ e ‘Amor’ se fundem, como guia central da fé cristã”. A responsável de Marketing disse que as Edições CNBB viram que essa encíclica “quer mostrar a humanidade da fé, da qual faz parte o “eros”, o “sim” do homem, a sua corporeidade criada por Deus, um “sim” que no matrimônio indissolúvel entre o homem e a mulher encontra sua raiz na criação”, e continuou dizendo que nesse homem “O ‘eros’ transforma-se em ‘ágape’, o amor pelo outro que já não busca a si mesmo, mas que se converte em preocupação com o outro, disponibilidade a sacrificar-se por ele e abertura ao dom de uma nova vida humana”. Carolina concluiu falando que “O ‘ágape’ cristão, o amor pelo próximo no seguimento de Cristo não é algo alheio, posto de um lado ou que inclusive vá contra o ‘eros’; pelo contrário, com o sacrifício que Cristo fez de si mesmo pelo homem, ofereceu uma nova dimensão que, na história da entrega caritativa dos cristãos aos pobres e aos que sofrem, foi-se desenvolvendo cada vez mais”. Maiores informações: www.facebook.com/cnbbedicoes Fonte: Zenit.

Santo Antônio e o milagre eucarístico de Rimini

“Santo dos Milagres”, assim era chamado Santo Antonio de Pádua, que hoje celebramos a memória litúrgica. De fato, foram muitos os prodígios que o Santo realizou ao longo da sua vida. Particularmente, a tradição nos deu a conhecer o famoso “milagre eucarístico de Rimini”, ou o assim chamado milagre “da mula”, acontecido na capital da Romanha e atribuído à sua intercessão. Na sua intensa atividade de evangelização, santo Antonio foi ativo em Rimini por volta do 1223 e foi justo neste período que o milagre foi narrado em vários livros históricos – entre os quais a Begninitas, uma das primeiras fontes sobre a vida do santo – que narram episódios análogos acontecidos também em Tolosa e em Bourges. O episódio está relacionado com a luta entre cristãos e hereges: nos primeiros séculos após o ano Mil, de fato, a hierarquia da Igreja era fortemente contestada por movimentos heterodoxos, incluindo os cátaros, patarines e valdenses. Especialmente, estes atacavam a verdade fundamental da fé católica: a presença real do Senhor no sacramento da Eucaristia. O Milagre Eucarístico foi obrado por Santo Antonio depois que um certo Bonovillo, um herege, o desafiou a provar por meio de um milagre a presença real do Corpo de Cristo na comunhão. Outra biografia antiga de Santo Antônio – A Assídua – traz as palavras exatas faladas por Bonovillo no 'desafio': "Irmão! Digo-te diante de todos: acreditarei na Eucaristia se a minha mula, que deixarei sem comer por três dias, comer a Hóstia que tu lhe oferecerás, em vez da forragem que lhe darei”. Se o animal tivesse, portanto, deixado de lado a comida e ido adorar o Deus pregado por Santo Antônio, o herege ter-se-ia convertido. O encontro foi marcado na Praça Grande (Atual Praça dos Três Mártires), atraindo uma multidão enorme de curiosos. No dia combinado, portanto, Bonovillo apareceu com a mula e com a cesta de Forragem. Chegou Santo Antônio que, depois de ter celebrado a Missa, trouxe em procissão a Hóstia consagrada dentro do ostensório até a praça. Diante da mula, o Santo teria dito: “Em virtude e em nome do Criador, que eu, por mais indigno que seja, tenho realmente nas mãos, te digo, ó animal, e te ordeno que te aproximes rapidamente com humildade e o adores com a devida veneração”. O animal, apesar de estar esgotado pela fome, deixou de lado o feno, e aproximou-se para adorar a hóstia consagrada a tal ponto que inclinou os joelhos e a cabeça, provocando a admiração e o entusiasmo dos presentes. Antonio não se enganou ao julgar a lealdade do seu oponente, que, ao ver o milagre, jogou-se aos seus pés e abjurou publicamente os seus erros, tornando-se a partir daquele dia um dos mais fervorosos cooperadores do Santo taumaturgo. Em memória deste episódio foi construído, na praça Três Mártires, uma igrejinha dedicada a Santo Antonio com uma capela que fica na frente, obra de Bramante (1518). A capela, no entanto, foi destruída durante a Segunda Guerra Mundial. Hoje, então, é possível visitar, do lado do Santuário de São Francisco de Paula, o “templete” – como é chamado pelos habitantes de Rimini – em substituição da Igreja originária, que foi consagrada no dia 13 de abril de 1963. Com um tabernáculo de prata dourado que reproduz o pequeno templo exterior, e de um frontal de altar de bronze mostrando o milagre da mula, a igrejinha tornou-se sede da Adoração Eucarística perpétua a partir do 28 de novembro de 1965, por vontade do bispo Biancheri. Historicamente o milagre da mula apareceu um pouco tarde na iconografia de Santo Antônio, no âmbito do movimento eucarístico do século XIII que levou, em 1264, à instituição da festa solene do Corpus Domini pelo Papa Urbano IV, a fim de defender e dar o justo valor à Eucaristia. Fonte: Zenit.

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Outro domingo de sangue na Nigéria

Na Nigéria, continua a violência contra os cristãos, domingo, 10 de junho, foram duas igrejas: a primeira situada na cidade de Jos e a segunda na cidade de Biu, no nordeste do país mais populoso da África, provocando alguns mortos e muitos feridos. Na cidade de Jos, local do Estado Central de Plateau, um atentado suicida explodiu a entrada da Lord´s Chosen Church,em Rukuba Road, matando além do suicida uma mulher. Na represália por parte dos jovens da região, foram mortas outras cinco pessoas, segundo a força de segurança da Special Task Force(STF). De acordo com a nota da declaração assinada por um funcionário do STF, Mdheyla Marcus, 28 fiéis foram feridos na explosão, que causou o desabamento do prédio. Outro ataque aconteceu na cidade de Biu, no estado de Borno, um grupo de homens assaltou uma igreja matando diversos fiéis. “Três homens armados entraram no perímetro da igreja e começaram a disparar contra as pessoas fora da igreja, antes de entrar no edifício principal para finalizar os assassinatos”, disse a testemunha ocular, Hamidu Wakawa, que no momento dos fatos estava na igreja. “Muitas pessoas foram mortas e feridas”, acrescentou. Domingo, 3 de junho, um terrorista suicida entrou com o carro contra uma igreja na cidade de Yelwa, no estado de Bauchi, matando pelo menos 12 pessoas. Ao mesmo tempo, a temida semana islâmica Boko Haram reivindicou a responsabilidade pelos últimos ataques e ameaças de novas violências contra os cristãos. Em uma conversa telefônica de um pressuposto porta voz, o grupo teria dito aos jornalistas da cidade de Maiduguri: “ Nós somos responsáveis pelo ataque contra uma igrejaem Biu. Lançamosestes ataques para demonstrar que a segurança nigeriana erra e para dissipar o anunciado de que fomos enfraquecidos pela repressão militar”. Os militantes da seita anti-ocidental mataram até agora mais de 1000 pessoas, dentre elas muitos cristãos. Fonte: Zenit.

A comunhão através do batismo: conhecer e celebrar

O 50º Congresso Eucarístico Internacional aprofundou ontem (11) os temas do batismo e do ecumenismo, com os discursos de líderes católicos e anglicanos. O congresso, que termina no próximo domingo, foi dedicado ao tema Conhecer e celebrar a nossa comunhão através do batismo. Dois dos principais palestrantes do dia foram o arcebispo católico de Dublin, dom Diarmuid Martin, e seu homólogo anglicano, o arcebispo Michael Jackson, que analisaram o batismo no contexto da cooperação ecumênica para a paz e para a renovação da Igreja. Durante uma conferência de imprensa, o arcebispo Jackson explicou que "um dos temas que surge com muita força é a peregrinação. Eu acredito que o número de pessoas que vieram de tantas partes do mundo e da Irlanda, como participantes e como voluntários, é algo que está nos levando a uma situação nova e nos manterá nela". "A oportunidade foi aberta através desta conferência, com o envolvimento, a participação e a contribuição de pessoas além das tradições da Igreja Católica Romana. Acho que existe algo de muito enriquecedor para todos nós que fomos convidados a fazer parte deste grande evento". Dom Diarmuid Martin aprofundou as declarações do arcebispo Jackson, falando da importância da união em prol de um propósito comum. "A Igreja da Irlanda e a Igreja Católica Romana, assim como as outras principais igrejas cristãs na Irlanda, estão enfrentando os mesmos desafios naquilo que chamamos de 'evangelizar', de levar a mensagem de Jesus Cristo para os jovens. Estamos todos conscientes de que precisamos encontrar novas estruturas, novos métodos para esta evangelização". "Eu acho que é uma verdadeira tentação para as pessoas", prosseguiu Martin, "diante da rapidez das mudanças, com todas as desculpas que as pessoas tentar dar, simplesmente dizer que não há nada que se possa fazer, e deixar as coisas seguirem o seu curso sem intervir. Mas nós estamos numa situação em que não podemos reconstruir ou renovar a Igreja apenas deixando as coisas seguirem adiante". Fonte: Zenit.

Delegação da Santa Sé na Rio +20

O arcebispo metropolitano de São Paulo, cardeal dom Odilo Pedro Scherer, será o enviado especial do papa Bento XVI e chefe da Delegação da Santa Sé na Conferencia das Nações Unidas sobre o Desenvolvimento Sustenstável (Rio+20). A Rio +20 será realizada entre os dias 13 e 22 de junho (o arcebispo foi nomeado para os dias20 a22, quando acontece o Segmento de Alto Nível da Conferência, com a presença de diversos chefes de Estado), na cidade do Rio de Janeiro. Dom Odilo foi comunicado da nomeação pelo núncio apostólico no Brasil, dom Giovanni D'Aniello, por carta datada de 29 de maio. A carta do Núncio informa, ainda, que "também farão parte da Delegação da Santa Sé o Ex.mo Mons. Francis Chullikatt, Observador Permanente da Santa Sé nas Nações Unidas, o Rev.do Philip J.Bené, o Ver.do Justin Wylie e o Advogado Lucas Swanepoel", informou a secretaria de comunicação da Arquidiocese de São Paulo. Fonte: Zenit.

terça-feira, 12 de junho de 2012

Bento XVI: reconhecimento aos doadores de sangue

No ângelus deste domingo (10), Bento XVI dedicou palavras de reconhecimento aos doadores de sangue. "Gostaria de recordar que na próxima quinta-feira, 14 de junho, celebramos o Dia Mundial do Doador de Sangue, promovido pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Manifesto o meu sincero apreço por todos que praticam esta forma de solidariedade, indispensável para a vida de tantos doentes". A OMS escolheu a data de 14 de junho para homenagear os milhões de humanos que, ao doarem sangue, salvam vidas e melhoram a saúde do próximo. A jornada destaca a importância de doar sangue periodicamente para prevenir a escassez em hospitais e clínicas, especialmente nos países em desenvolvimento, onde as reservas são exíguas. Dos 80 países com baixo índice de doação de sangue (menos de 10 doações por mil pessoas), 79 são nações em desenvolvimento. Este evento anual pretende demonstrar que as boas políticas de saúde são eficazes para tornar as transfusões de sangue seguras e acessíveis em todo o mundo. Fonte: Zenit.

segunda-feira, 11 de junho de 2012

"A força que vem do pão eucarístico"

Queridos irmãos e irmãs! Hoje, na Itália e em muitos outros Países, se celebra o Corpus Domini, ou seja, a festa solene do Corpo e Sangue de Cristo, a Eucaristia. É tradição sempre viva, neste dia, ter procissões solenes com o Santíssimo Sacramento pelas ruas e praças. Em Roma esta procissão já teve lugar quinta-feira passada, a nível diocesano, dia específico que a cada ano renova nos cristãos a alegria e a gratidão pela presença eucarística de Jesus entre nós. A festa do Corpus Christi é um grande ato de culto público da Eucaristia, Sacramento no qual o Senhor permanece presente até mesmo além do tempo da celebração, para estar sempre conosco, ao longo do passar das horas e dos dias. Já São Justino, que nos deixou um dos testemunhos mais antigos da liturgia Eucaristia, diz que após a distribuição da Comunhão para os presentes, o pão consagrado também era levado pelos diáconos aos ausentes (cf. Apologia, 1, 65). Por isso nas Igrejas o lugar mais sagrado é justamente aquele em que se guarda a Eucaristia. Não posso deixar de pensar comovido nas numerosas igrejas que foram gravemente danificadas pelo recente terremoto na Emilia Romagna, pelo fato de que também o Corpo eucarístico de Cristo no tabernáculo, em alguns casos, permaneceu sob os escombros. Com afeto rezo pelas comunidades, que com os seus sacerdotes devem reunir-se para a Santa Missa campal ou em grandes tendas; agradeço-lhes seus testemunhos e por tudo o que estão fazendo a favor de toda a população. É uma situação que realça ainda mais a importância de estarmos unidos em nome do Senhor, e a força que vem do Pão eucarístico, também chamado de "pão dos peregrinos". Da partilha deste Pão nasce e se renova a capacidade de compartilhar também a vida e os bens, de levar os pesos uns dos outros, de ser hospitaleiros e acolhedores. A solenidade do Corpo e Sangue do Senhor nos repropõe também o valor da adoração eucarística. O Servo de Deus Paulo VI recordava que a Igreja Católica professa o culto da Eucaristia “não somente durante a Missa, mas também fora de sua celebração, mantendo com a maior diligência as hóstias consagradas, preservando-as para a veneração solene dos fiéis cristãos, lavando-as em procissão com alegria da multidão cristã"(Enc.Mysterium fidei, 57). A oração de adoração pode ser feita seja pessoalmente, parando em oração diante do sacrário, seja de forma comunitária, também com salmos e cantos, mas sempre privilegiando o silêncio, em que se deve escutar interiormente o Senhor vivo e presente no Sacramento. A Virgem Maria é mestra também desta oração, porque ninguém melhor do que ela soube contemplar Jesus com olhar de fé e acolher no coração as íntimas ressonâncias da sua presença humana e divina. Através da sua intercessão se difunda e cresça em cada comunidade eclesial uma autêntica e profunda fé no Mistério eucarístico. [Depois da oração do Angelus, o Papa dirigiu-se aos peregrinos de diferentes países cumprimentando-os nas diversas línguas:] Queridos irmãos e irmãs,gostaria em primeiro lugar salientar que próxima quinta-feira, 14 de junho, acontece a Jornada Mundial do Doador de Sangue, promovida pela Organização Mundial da Saúde. Quero expressar minha profunda gratidão àqueles que praticam esta forma de solidariedade, indispensável para a vida de muitos pacientes. Fonte: Zenit.

sábado, 9 de junho de 2012

O Apóstolo do Brasil

Neste sábado, 09 de junho, se celebra a memória do Beato José de Anchieta considerado o “Apóstolo do Brasil”, a favor dos humilhados e ofendidos indígenas cuja história pode ser contemplada no Santuário Nacional de Anchieta, no Espírito Santo. José De Anchieta nasceu a 19 de março de 1534 em Tenerife, nas Ilhas Canárias. Tendo entrado na Companhia de Jesus, foi enviado às missões do Brasil. Dedicou sua vida à evangelização das plagas brasileiras. Em 1595, o sacerdote conclui a primeira obra literária do país, a "Arte da Gramática da Língua Mais Usada na Costa do Brasil", que inclui um dicionário português-tupi-guarani, impresso em Coimbra e depois, um catecismo. Aos 18 anos, decidiu-se pela obra evangelizadora do Novo Mundo e inscreveu-se para participar de uma missão, que saiu de Portugal em 1553. Em Salvador, Anchieta tem sua primeira tarefa no Brasil: ajudar na organização do Colégio de Jesus. No núcleo histórico da atual cidade de Anchieta, antiga aldeia de Reritiba localiza-se o Santuário Nacional de Anchieta, em uma encosta do morro do Rio Benevente, litoral sul do Espírito Santo, a80 kmda capital, Vitória. Enquanto obra arquitetônica, o Santuário é uma construção jesuítica do Brasil Colônia. Foi erguido entre meados do século 16 e início do século 17. O Conjunto Jesuítico de Anchieta destaca-se pela importância que teve no processo de inculturação religiosa dos índios puris e tupiniquins, conduzido pela Companhia de Jesus no tempo da Colônia, modelo considerado pioneiro no Brasil; mas também por ter sido o lugar escolhido pelo sacerdote José de Anchieta para viver os últimos anos de sua vida. É possível ver a cela onde Pe. Anchieta hospedou-se muitas vezes em suas passagens pela localidade. Nela, recuperava-se dos desgastes físicos causados pelas longas viagens que fazia sempre a pé, a fim de preparar e fortalecer as comunidades indígenas. Nela, ele faleceu no dia 9 de junho de 1597. Hoje, a cela abriga um pedaço do osso da tíbia do beato José de Anchieta, que pertencia, desde o ano de 1759, ao governo do Espírito Santo. A relíquia foi devolvida em 1888 aos jesuítas, que a levaram para Nova Friburgo, RJ. Voltando a residir em Anchieta, os jesuítas trouxeram de volta, em1944, arelíquia do Beato, cuja proteção ainda hoje invocam, para dar continuidade à obra missionária daquele que foi considerado “O Apóstolo do Brasil”. José de Anchieta faleceu em 9 de junho de 1597. Era chamado de 'paizinho' pelos indígenas; agora é chamado de "Pai da pátria" pela CNBB. Reconhecidamente, Anchieta é um dos pilares da civilização brasileira. Fonte: Zenit.

Eclesiologia de comunhão

Neste dia 6 de junho começou em Maynooth, na Irlanda, o Simpósio Teológico Internacional de preparação para o 50º Congresso Eucarístico Internacional de Dublin, que acontece de 10 a 17 de junho. Na abertura do evento, o arcebispo Diarmuid Martin recordou a importância do Concílio Vaticano II para a vida da Igreja do século XX: “Por causa da renovação que ele trouxe, os seus ensinamentos ainda têm que ser aprofundados e desenvolvidos, compreendidos e assimilados pela vida da Igreja. Seus efeitos influenciaram também a vida da Igreja na Irlanda, que recebeu as reformas de maneira positiva”. Por sua vez, o cardeal Marc Ouellet, prefeito da Congregação para os Bispos e legado pontifício para o Congresso Eucarístico Internacional, falou da eclesiologia de comunhão cinquenta anos depois da abertura do Concílio Vaticano II. O purpurado explicou que comunhão e Igreja se relacionam com a Eucaristia, com a família, com o sacerdócio, com o ecumenismo e com a evangelização: “O Concílio Vaticano II é como o sopro de Pentecostes, que ilumina e dá vida para todos estes aspectos”, afirmou o cardeal, fazendo votos de que o Espírito de Deus dirija a renovação na Igreja como um todo e na Igreja da Irlanda em particular. O cardeal Oscar Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, afirmou que a Eucaristia e a missão são os dois elementos principais dos encontros deste simpósio internacional teológico e do próprio Congresso Eucarístico. “A instituição da Eucaristia é o anúncio da Boa Nova. É a missão que cada ser humano terá que desempenhar durante a sua peregrinação terrena e constitui as bases da vida do cristão de ontem, de hoje e de amanhã", encerrou. Fonte: Zenit.

Romênia: Votem em quem defende os valores cristãos

Os bispos católicos da Romênia divulgaram uma mensagem convidando os cidadãos do país a votarem nos candidatos que defendem os valores cristãos. A mensagem incentiva “todos os cristãos e todas as pessoas de fé a exercerem o direito e a responsabilidade de participar” nas eleições administrativas deste dia 10 de junho. Segundo a agência SIR, os bispos dos dois ritos do país afirmam que “os cristãos devem desempenhar um papel ativo e essencial na conservação e na promoção dos valores cristãos, próprios do nosso povo, de acordo com os ensinamentos da Sagrada Escritura e da Igreja”. Os bispos convocaram os eleitores a “votar naqueles que promovem os valores da dignidade humana, que sustentam a família e respeitam a vida desde o momento da concepção até o seu fim natural, que promovem a paz, os valores éticos cristãos e a criação de Deus”. Para o episcopado romeno, “não é indiferente quem representa politicamente os nossos valores e interesses sociais. No exercício deste direito constitucional e cidadão, ninguém deve se deixar influenciar por promessas, dinheiro ou outras vantagens materiais”. Fonte: Zenit.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Uma nova igreja na Minsk pós-comunista

Graças à organização Luci sull’Est, a cidade de Minsk, capital da Bielorrússia, terá uma nova igreja. O templo será erguido em Chizhovka, um dos 32 mikrorajon (bairros fora do centro histórico da capital), na área de um antigo cemitério onde já houve uma capela. Apesar de ser uma cidade de quase dois milhões de habitantes, Minsk tem hoje apenas quatro igrejas católicas. A Associação Luci sull’Est (Luz para o Leste), que contribuiu em 2010 e 2011 com a construção da catedral em Karaganda, no Cazaquistão, cobriu uma parcela substancial dos custos iniciais do trabalho, como parte da sua missão de ajudar a expandir o cristianismo nos países que emergiam da ditadura comunista. No outono de 2011, a paróquia de Minsk recebeu permissão do município para a construção do templo. Em 19 de maio deste ano, durante a novena do Espírito Santo, foi consagrado o terreno e colocada a pedra angular da igreja, que será dedicada ao Espírito Santo. A liturgia eucarística na ocasião foi presidida pelo arcebispo metropolitano de Minsk e Mogilev, dom Tadeusz Kondrusiewicz. “O evento de hoje”, disse o prelado no início da missa, “é muito importante não só para os moradores deste bairro, mas para todos os católicos de Minsk. Sabemos que há muitos, mas nem todos podem vir todos os dias até as igrejas do centro para participar dos sacramentos e rezar. Portanto, é importante para construir um templo em cada distrito. Os mais velhos da nossa geração se lembram bem do quanto a Igreja Católica sofreu e suportou no século passado: relíquias saqueadas, igrejas destruídas. Mas agora temos um novo direito a ter fé. Na história do cristianismo há um tempo de perseguição e um tempo de renascimento. Isto aconteceu também na Bielorrússia. Como diz a Escritura, ‘as portas do inferno não prevalecerão contra a Igreja’. Hoje, nós temos mais uma prova disto”. Além dos muitos sacerdotes, dos representantes do governo do Distrito de Zavodsky e dos delegados do Departamento de Assuntos Religiosos e Étnicos em Minsk, participou da celebração o diretor da Luci sull’Est, Silvio Dalla Valle. “Graças aos nossos apoiadores italianos”, disse Dalla Valle, “conseguimos levantar 40.000 euros para cobrir as despesas pré-operacionais. Uma nova igreja será um grande alívio espiritual para todos aqueles que hoje têm dificuldade de percorrer tantos quilômetros para ir à missa ou para rezar. Apoiar os nossos irmãos na Europa do Leste, que querem se aproximar ao cristianismo depois de anos de ateísmo forçado e de totalitarismo: é por isso que a nossa associação nasceu, em 1991. E agora vamos continuar o nosso compromisso de arrecadar fundos, para que esta nova igreja possa ser inaugurada no dia 13 de maio de 2014, festa de Nossa Senhora de Fátima”. Fonte: Zenit.

A Semana Missionária acontecerá nos dias 16 a 21 de Julho de 2013

O Brasil não é só o maior país católico do mundo, mas é o maior país de juventude católica do mundo! Prova disso são os milhões de jovens que já se encontraram com os símbolos da JMJ, a Cruz e o ícone de Nossa Senhora. Tal peregrinação acabará no dia 6 de Julho de 2013, depois de quase 2 anos de caminhada pela Terra de Santa Cruz. Pela primeira vez na história da JMJ, o evento antes conhecido como "Pré-Jornada" ou "Dia nas Dioceses" será, dessa vez, uma Semana Missionária, que acontecerá do 17 ao 20 de Julho de 2013 em todas as dioceses do Brasil. Pe. Marcelo Gualberto Monteiro, Secretário Nacional da Pontifícia Obra da Propagação da Fé (POM), e um dos responsáveis da preparação e organização da Semana Missionária, conversou com ZENIT explicando um pouco o seu trabalho com a Juventude no Brasil e principalmente esclarecendo o funcionamento e organização da Semana Missionária, evento prévio à JMJ Rio 2013. Publicamos hoje a primeira parte da entrevista. *** O senhor está encarregado de preparar a semana missionária, prévia da JMJ 2013? Como é isso? Pode explicar um pouco? PE.MARCELO: Na preparação e organização da JMJ RIO 2013 temos duas equipes que gerenciam todas as atividades: uma é a equipe formada pela CNBB e a outra pelo COL / RIO (Comitê de Organização Local do Rio de Janeiro). Duas equipes? PE. MARCELO: Duas equipes e um só objetivo, preparar a juventude do Brasil e do mundo para fazer uma experiência missionária na grande celebração com o Papa na cidade do Rio de Janeiro em julho de 2013. Como se dividem o trabalho? PE. MARCELO: É de responsabilidade da equipe da CNBB todo o processo de preparação da JMJ desde a chegada da Cruz no dia 18 de setembro de 2011 em São Paulo até a saída dos missionários que estarão em missão dos dias 16 a 21 de julho de 2013. O COL / RIO fica responsável em tudo o que envolve a JMJ nos dias 23 a 28 de julho 2013. E como se divide a equipe da CNBB? PE. MARCELO: Esta equipe da CNBB é subdividida em várias equipes e uma delas é a equipe que esta pensando como fazer acontecer a Semana Missionária nas 276 dioceses do Brasil. Quem coordena? PE. MARCELO: Sob a orientação de Dom Eduardo, Bispo referencial para juventude e assessorado pelo Pe. Carlos Sávio, eu e Pe. Márcio da Comunidade Doce Mãe de Deus estamos como secretários executivos desta equipe que também é composta por representantes para a JMJ dos 17 regionais da CNBB. A semana missionária sempre existiu? PE. MARCELO: Em outras JMJ era chamado de “Dias nas Dioceses” ou “Pré-Jornada” a experiência de jovens vindos de outros países para fazerem uma experiência nas comunidades locais do país sede da JMJ. E como se tornou semana missionária? O Pontifício conselho para os Leigos acolheu o pedido do Brasil para que esta experiência fosse chamada de “Semana Missionária” dado a realidade provinda do Documento de Aparecida do estado permanente de missão e até mesmo pela característica missionária que a JMJ RIO 2013 terá, a começar pelo seu próprio tema: Ide e fazei discípulos todos os povos. E como foi a proposta lançada para bispos? PE. MARCELO: A proposta lançada para os bispos é a seguinte: A Semana Missionária acontecerá nos dias 16 a 21 de Julho de 2013 em todas as 276 circunscrições eclesiásticas do Brasil. No momento da inscrição, que começará em julho desse ano, os jovens estrangeiros que quiserem irão selecionar alguma diocese cadastrada no sistema para fazer esta experiência missionária. Todas as dioceses receberão jovens missionários? PE. MARCELO: Devido a realidade de logísticas nem todas as dioceses receberão jovens estrangeiros, porém as que não receberão estarão em comunhão também realizando a semana missionária com os jovens de suas comunidades. Essas dioceses terão alguma preparação? PE. MARCELO: Para isso nossa equipe tem trabalhado na elaboração de alguns subsídios para preparar estas dioceses. Será lançado até o fim de julho um subsídio com oito temas que preparara os jovens que irão participar na Semana missionária, e outro subsídio, também com oito temas, para os adultos, pois queremos que a JMJ não seja um momento só da juventude, mas de toda a Igreja. Outro subsídio também a ser lançado no fim de julho será uma espécie de guia para as comunidades celebrarem esta Semana Missionária, onde a sugestão irá contemplar os três eixos que devem acontecer nesta semana: Espiritualidade, Cultura e Solidariedade Missionária. Esperamos com esta preparação ,que também será traduzida em outras línguas, poder ajudar os jovens a participarem da JMJ no Rio com uma maior consciência de sua responsabilidade missionária na Igreja. Fonte: Zenit.

Bispos consternados com o "domingo negro" da Nigéria

Os bispos da Nigéria manifestaram sua consternação diante dos últimos acontecimentos no país: um novo ataque terrorista, dentro de uma já longa série de atentados contra centros cristãos, e um acidente aéreo com 153 vítimas fatais. Ambas tragédias aconteceram no último domingo. “Estamos consternados e perplexos com as duas tragédias que golpearam a Nigéria ontem: o acidente aéreo em Lagos, que provocou a morte de 153 pessoas, e o ataque contra uma igreja cristã em Bauchi”, disse à agência Fides dom Ignatius Ayau Kaigama, arcebispo de Jos e presidente da Conferência Episcopal da Nigéria, que acaba de encerrar um encontro com os bispos em Abuja. “Estou na capital federal, Abuja, em peregrinação nacional de oração. Convidamos os católicos da Nigéria, dos bispos até cada um dos fiéis, a se reunirem na cidade para orar pelo nosso país. Em particular, pedimos a ajuda do Senhor para enfrentar os incessantes ataques terroristas, com bombas, assassinatos e roubos a mão armada, cometidos contra toda a nação”. “O momento de oração celebrado em 2 de junho contou com uma participação extraordinária. Os fiéis oraram com muita intensidade”, conta dom Kaigama. “Depois da oração, os bispos se reuniram com o presidente Goodluck Jonathan, para discutir os problemas de segurança do país e os ataques contra as igrejas cristãs, especialmente no norte. A reunião foi muito frutífera”, opina o arcebispo. Neste domingo, 3 de junho, um avião de carreira que une Abuja à capital econômica nigeriana, Lagos, caiu sobre um bairro desta última cidade. Na queda, o avião com 147 passageiros e 6 tripulantes bateu contra um pequeno prédio de dois andares e em seguida se despedaçou em um terreno onde havia uma igreja e uma gráfica. No mesmo dia, em Bauchi, norte da Nigéria, um carro-bomba explodiu perto de uma igreja pentecostal, matando 15 pessoas. Fonte: Zenit