sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Volto em 10 de janeiro 2012

Desejo a todos um feliz e abençoado 2012.


Até janeiro e muita paz.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Feliz 2012

É verdade, esta terminando o ano de 2011. Um ano marcado por muitos acontecimentos.

Alguns trouxeram alegrias e outros tristezas: guerras não faltaram, muitas ainda vão continuar, homens bombas, novas doenças e algumas prováveis curas, muita corrupção, violência sobrando.

E sem dúvida com muita tristeza ainda estamos vendo nossa natureza sendo destruida, o ser humano sendo esquecido e o interesse de alguns soprepondo o bem da maioria.

Silêncio, dúvidas e muitas incertezas, mas nossa esperança é maior. Deus, o Senhor da Vida é nossa eterna esperança.

Tudo isso nos trouxe em 2011, profundas experiências que nos levam a refletir sobre a preservação do meio ambiente, o valor e o sentido da vida, e tudo isso clama para que a humanidade descubra a importância da fé e do seguimento de Jesus Cristo.

Esta chegando 2012 com muito barulho , o estouro de muitas champagnes e com o estrondo de muitas montanhas se derramando e revelando a sua dor.

Outro dia alguém me lembrava uma frase: “Deus perdoa sempre, o homem alguns vezes, mas a natureza nunca”.

É esta chegando, chegou, ai esta, bem pertinho: 2012, e com certeza posso dizer: Não será o fim dos tempos!!! Abrace, sorria e deseje muita Paz!!!

Chegou com o barulho de raios, tempestades, inundações, nevascas, temperaturas muito altas e como nunca tão abaixo de zero.

Chegou em vários países, não com o brilho e o colorido dos fogos de artifícios, muitas mortes na busca da democracia, com a cor do sangue de muitos corpos explodindo, muita violência e intolerância.

É chegou 2012!

O Papa Bento XVI nos pede que oremos pela Paz e pela Vida e também por nossas crianças:

"Senhor Jesus,
que fielmente visita e inunda com a Tua Presença
a Igreja e a História dos Homens;
que no admirável Sacramento do Teu Corpo e do Teu Sangue
nos torna partícipes da Vida divina
e nos fizeste pregustar a alegria da Vida Eterna;
nós Te adoramos e Te bendizemos.

Prostrados diante de Ti, fonte e amante da vida,
realmente presente e vivo no meio de nós, te suplicamos:

Reaviva em nós o respeito por cada vida humana nascente,
torna-nos capazes de perceber no fruto do ventre materno
a admirável obra do Criador,
dispõe os nossos corações ao generoso acolhimento de cada criança
que chega à vida.

Abençoa as famílias,
santifica a união dos esposos,
torna fecundo o seu amor.

Acompanha com a Luz do Teu Espírito
as decisões das assembléias legislativas,
para que os povos e as nações reconheçam e respeitem
a sacralidade da vida, de cada vida humana.

Guia o trabalho dos cientistas e dos médicos,
para que o progresso contribua ao bem integral da pessoa
e ninguém padeça supressão e injustiça.

Dá caridade criativa aos administradores e aos economistas,
para que saibam intuir e promover condições suficientes,
afim de que as jovens famílias possam serenamente abrir-se,
ao nascimento de novos filhos.

Consola os casais que sofrem
por causa da impossibilidade de ter filhos,
e na Tua bondade, provê.

Educa todos a cuidarem das crianças orfãs ou abandonadas,
para que possam experimentar o calor de Tua Caridade,
a consolação do Teu Coração Divino.

Com Maria Tua Mãe, a grande fiel,
em cujo ventre assumiste a nossa natureza humana,
esperamos de Ti, nosso verdadeiro Bem e Salvador,
a força de amar a vida e servi-la,
ena expectativa de viver sempre em TI,
na Comunhão da Trindade Santa.
Amém."


“No dia dedicado a Maria, Mãe de Deus, a imagem da ternura encontra o seu trágico contrário nas dolorosas imagens de tantas crianças e de suas mães à mercê de guerras e violências: deslocados, refugiados, migrantes forçados. Faces marcadas pela fome e pelas doenças, faces desfiguradas pela dor e pelo desespero”.

Para que tudo isso possa acontecer, unamos nossos corações em prece e peçamos a intercessão de Maria, nossa mãe, Rainha da Paz, que faça chegar ao Pai nossa oração por toda a humanidade, pelas famílias, pelas crianças do mundo, pelos jovens, pela Igreja Católica, pelo trabalho apostólico e evangélico de nossas dioceses e paróquias e pelos governantes deste mundo e pelo coração humano para que pulse em sintonia verdadeira com o Coração Divino de Deus.

Peçamos também ao Príncipe da Paz, que nasceu no Natal, que Ele nos traga a paz verdadeira que emana do seu trono.

E a Rainha da Paz, Mãe de Jesus Cristo 'nossa paz' (Ef 2,14), confio a nossa insistente súplica por toda a humanidade no início do ano de 2012, que vislumbramos — mesmo entre perigos e problemas - com o coração cheio de esperança – a PAZ verdadeira e duradora para todas as nações de nosso planeta.

Seja Maria a mostrar-nos no seu Filho o Caminho da paz, e ilumine os nossos olhos, para que saibamos reconhecer o seu Rosto de Jesus, no rosto de cada pessoa humana, Coração da paz".

FELIZ ANO NOVO! PAZ!!!

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Ele veio nos curar

A Campanha de Evangelização abordou um belo tema para a reflexão: “Ele veio curar os nossos males!”. O testemunho dos Apóstolos é esse mesmo. Ele fez o bem a todos! O bem operado por Jesus foi, sobretudo, em favor dos doentes, dos excluídos e dos fracos. Era seu programa de vida e missão. Para Jesus realizar essa tarefa, quis despojar-se de sua divindade. Esvaziou-se de si mesmo, e assumiu a nossa frágil natureza humana, pelo mistério da Encarnação. Em sua santa Humanidade, Jesus acolhe, toca, purifica, cura, liberta, ressuscita.

Sempre movido pela compaixão. Jesus encara o ser humano como filho de Deus. Ele quer devolver-lhe a dignidade, por vezes, tão agredida e vilipendiada. E, se preciso for, briga com os mestres da lei e fariseus e, até mesmo, enfrenta o demônio e luta contra ele.

Sempre fiel a vontade do Pai, Jesus assume com paixão a libertação do ser humano. É provocado a desviar-se desse projeto, até pelos próprios seguidores. Porém ele não se deixa seduzir para trilhar outro caminho. Ele aceita plenamente a via estreita da Cruz.

O Natal que celebramos aponta-nos para esse paradoxo. O Filho de Deus vem para o que era seu e os seus não o receberam. E anunciado aos pastores pelos anjos, que cantam a glória de Deus e a paz aos homens por ele amados, mas o mundo continua violento e belicoso. Quer curar os nossos males, e a maldade continua imperando.

Frente a tudo isso sentimo-nos impotentes. Como Pedro e João diante do paralítico, não temos nem ouro nem prata para oferecer. Mas não podemos fechar nossas mãos. Menos ainda nossos corações. Acreditamos no Senhor Jesus Cristo. Seu nome tem poder para curar todos os males. Peçamos que ele cure, primeiramente, os nossos.

Deixemos que a penumbra da gruta nos ilumine! Que a simplicidade da manjedoura nos ensine a sabedoria! Que a fragilidade do Menino nos fortaleça! Que o silêncio contemplativo de Maria e José nos faça eloquentes para cantar a benevolência do nosso Deus salvador!


+ Frei Diamantino Prata de Carvalho, ofm
Bispo da Diocese da Campanha(MG)

"Cristo nasceu por nós"

Publicamos o texto da tradicional mensagem natalina, “Urbi et Orbi”, dirigida hoje por Bento XVI aos fiéis presentes na praça de São Pedro e a todo o mundo por meio da radio e da televisão. Colocamos também algumas saudações do Pontífice nas 65 línguas do globo.


Amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro!

Cristo nasceu para nós! Glória a Deus nas alturas e paz na terra aos homens do seu agrado: a todos chegue o eco deste anúncio de Belém, que a Igreja Católica faz ressoar por todos os continentes, sem olhar a fronteiras nacionais, linguísticas e culturais. O Filho de Maria Virgem nasceu para todos; é o Salvador de todos.

Numa antífona litúrgica antiga, Ele é invocado assim: «Ó Emanuel, nosso rei e legislador, esperança e salvação dos povos! Vinde salvar-nos, Senhor nosso Deus». Veni ad salvandum nos! Vinde salvar-nos! Tal é o grito do homem de todo e qualquer tempo que, sozinho, se sente incapaz de superar dificuldades e perigos. Precisa de colocar a sua mão numa mão maior e mais forte, uma mão do Alto que se estenda para ele. Amados irmãos e irmãs, esta mão é Cristo, nascido em Belém da Virgem Maria. Ele é a mão que Deus estendeu à humanidade, para fazê-la sair das areias movediças do pecado e segurá-la de pé sobre a rocha, a rocha firme da sua Verdade e do seu Amor (cf. Sal 40, 3).

E é isto mesmo o que significa o nome daquele Menino (o nome que, por vontade de Deus, Lhe deram Maria e José): chama-se Jesus, que significa «Salvador» (cf. Mt 1, 21; Lc 1, 31). Ele foi enviado por Deus Pai, para nos salvar sobretudo do mal mais profundo que está radicado no homem e na história: o mal que é a separação de Deus, o orgulho presunçoso do homem fazer como lhe apetece, de fazer concorrência a Deus e substituir-se a Ele, de decidir o que é bem e o que é mal, de ser o senhor da vida e da morte (cf. Gn 3, 1-7). Este é o grande mal, o grande pecado, do qual nós, homens, não nos podemos salvar senão confiando-nos à ajuda de Deus, senão gritando por Ele: «Veni ad salvadum nos – Vinde salvar-nos!»

O próprio facto de elevarmos ao Céu esta imploração já nos coloca na justa condição, já nos coloca na verdade do que somos nós mesmos: realmente nós somos aqueles que gritaram por Deus e foram salvos (cf. Est (em grego) 10, 3f). Deus é o Salvador, nós aqueles que se encontram em perigo. Ele é o médico, nós os doentes. O facto de reconhecer isto mesmo é o primeiro passo para a salvação, para a saída do labirinto onde nós mesmos, com o nosso orgulho, nos encerramos. Levantar os olhos para o Céu, estender as mãos e implorar ajuda é o caminho de saída, contanto que haja Alguém que escute e possa vir em nosso socorro.

Jesus Cristo é a prova de que Deus escutou o nosso grito. E não só! Deus nutre por nós um amor tão forte que não pôde permanecer em Si mesmo, mas teve de sair de Si mesmo e vir ter connosco, partilhando até ao fundo a nossa condição (cf. Ex 3, 7-12). A resposta que Deus deu, em Cristo, ao grito do homem, supera infinitamente as nossas expectativas, chegando a uma solidariedade tal que não pode ser simplesmente humana, mas divina. Só o Deus que é amor e o amor que é Deus podia escolher salvar-nos através deste caminho, que é certamente o mais longo, mas é aquele que respeita a verdade d’Ele e nossa: o caminho da reconciliação, do diálogo e da colaboração.

Por isso, amados irmãos e irmãs de Roma e do mundo inteiro, neste Natal de 2011, dirijamo-nos ao Menino de Belém, ao Filho da Virgem Maria e digamos: «Vinde salvar-nos»! Repitamo-lo em união espiritual com tantas pessoas que atravessam situações particularmente difíceis, fazendo-nos voz de quem a não tem.

Juntos, invoquemos o socorro divino para as populações do Nordeste da África, que padecem fome por causa das carestias, por vezes ainda agravadas por um estado persistente de insegurança. A comunidade internacional não deixe faltar a sua ajuda aos numerosos refugiados vindos daquela Região, duramente provados na sua dignidade.

O Senhor dê conforto às populações do Sudeste asiático, particularmente da Tailândia e das Filipinas, que se encontram ainda em graves situações de emergência devido às recentes inundações.

O Senhor socorra a humanidade ferida por tantos conflitos, que ainda hoje ensanguentam o Planeta. Ele, que é o Príncipe da Paz, dê paz e estabilidade à Terra onde escolheu vir ao mundo, encorajando a retoma do diálogo entre israelitas e palestinianos. Faça cessar as violências na Síria, onde já foi derramado tanto sangue. Favoreça a plena reconciliação e a estabilidade no Iraque e no Afeganistão. Dê um renovado vigor, na edificação do bem comum, a todos os componentes da sociedade nos países do Norte da África e do Médio Oriente.

O nascimento do Salvador sustente as perspectivas de diálogo e colaboração no Myanmar à procura de soluções compartilhadas. O Natal do Redentor garanta a estabilidade política nos países da região africana dos Grande Lagos e assista o empenho dos habitantes do Sudão do Sul na tutela dos direitos de todos os cidadãos.

Amados irmãos e irmãs, dirijamos o olhar para a Gruta de Belém: o Menino que contemplamos é a nossa salvação. Ele trouxe ao mundo uma mensagem universal de reconciliação e de paz. Abramos- Lhe o nosso coração, acolhamo-Lo na nossa vida. Repitamos-Lhe com confiada esperança: «Veni ad salvandum nos».

Fonte: Zenit.

sábado, 24 de dezembro de 2011

"Aqui nasceu Jesus "

Em Belém o Natal tem o peso da história. É recordado onte realmente aconteceu. A terra, a paisagem, os lugares são os de 2000 anos atrás. As pessoas que celebram o Natal em Belém podem dizer para si mesmas: “Aqui nasceu Jesus”, experimentando, ao pronunciar aquela pequena palavra, “aqui”, uma grande comoção.

O Natal de Belém é um evento que faz manchetes. Dele falam os jornais e a televisão. A Missa de meia-noite celebrada no local onde Jesus nasceu, é transmitida a todo o mundo. Mas a informação que corre através da mídia é fria, sintética, desbotada. No emaranhado das notícias, torna-se um das muitas e perde o enorme significado que deveria ter.

Para saber realmente como se desenvolve e se "vive" o Natal no lugar onde Jesus nasceu, conversamos com uma pessoa que mora em Belém, um religioso franciscano francês, padre Stephane Milovitch, 45 anos, há 20 comprometidos em realizar o seu apostolado naquela terra que sete séculos foi confiada aos cuidados espirituais dos Frades de São Francisco, indicada com o nome de “Terra Santa”.

“Cheguei aqui no ano de 1992”, diz o padre Stephane “e, exceto por um período de quatro anos passados ​​em Roma para estudar, eu sempre estive aqui. Por isso, posso dizer que "vivi" quinze Natais em Belém”.

Mestrado em teologia, poliglota, pessoa afável e grande organizador, Padre Stephane foi por seis anos secretário da Custódia da Terra Santa e desde 2010 é superior da comunidade religiosa franciscana de Belém que tem a sua sede no convento da Basílica da Natividade.

Esta basílica, de aspecto imponente e severo, é o principal objetivo de peregrinos e turistas de todo o mundo. A sua origem remonta ao 326. Foi a rainha Helena,mãe do Imperador Constantino, que a mandou construir, no mesmo local onde, segundo a tradição, aconteceu o nascimento de Jesus. Ao longo dos séculos, a Basílica tem sofrido dificuldades, destruições, reconstruções várias, mas ainda está ali para testemunhar o grande acontecimento.

A partir do seu interior, duas escadas levam a uma cripta, onde se encontra a "Gruta da Natividade", que foi a gruta-estábulo onde, como está escrito no Evangelho, Maria e José se refugiaram porque "não havia lugar para eles na hospedaria”. E enquanto estavam ali, se cumpriram os dias para Maria, o dia do parto, “e deu à luz seu filho primogênito, e envolveu-o em panos e o deitou numa manjedoura."

Na gruta há três lugares distintos de oração: o local do parto, indicado por uma estrela de prata de 14 pontas; alguns metros adiante, o presépio, ou seja, a manjedoura onde Maria colocou Jesus; e, diante, o altar dos Magos, o lugar onde pararam alguns personagens famosos, estudiosos de astrologia, que vieram do distante Oriente para adorar o Rei-criança cujo nascimento foi anunciado a eles por sinais celestes.

“É necessário esclarecer”, disse o padre Stephane “ que em Belém todos os dias é Natal. Os peregrinos, sejam os que chegam em fevereiro, julho ou agosto, veem aqui para celebrar o Natal. E nós sacerdotes, acolhendo-os, cada dia vivemos com eles o Natal. Na Basílica e na gruta, celebramos a liturgia do Natal, onde se diz "Hoje Jesus nasceu." Mas isso não tira, porém, que 25 de dezembro seja um dia completamente diferente também para nós. As emoções, os sentimentos, a alegria, naquele dia, aqui, onde há muitos anos atrás aconteceu o evento, é indescritível”.

Como se desenvolve o grande dia?

“É caracterizado pela oração. Uma imensa e contínua oração coral. A partir da tarde do 24 de dezembro até a tarde do dia 25, Belém se torna uma grande igreja onde a oração, especialmente aquela litúrgica e eucarística, é contínua. Chegam peregrinos de todo o mundo. Não só católicos, mas também de outros ritos e de outras religiões. Os sacerdotes, os bispos e todos os frades presentes na "Terra Santa" se transferem para Belém. Vem o Patriarca de Jerusalém, que é a mais alta autoridade católica na Terra Santa, e preside as cerimônias religiosas. Aí vêm as autoridades civis: o prefeito de Belém que, por lei, deve ser um cristão; o presidente da Palestina, Abu Mazen, com os seus ministros, que são muçulmanos; chegam os cônsules católicos presentes na Palestina, também o cônsul da Itália, França, Bélgica e Espanha, e chegam outros políticos, diplomatas de outros países do Oriente Médio, da Europa e de outros continentes. Belém se torna um grande centro ecumênico, preenchido por uma incrível atmosfera mística. Tudo acontece com o sinal da serenidade, da cordialidade como se o mundo se tornasse de repente uma grande família unida”.

Quando começam as cerimônias solenes?


“No início da tarde do 24 de dezembro, com a chegada do Patriarca. Uma chegada que se realiza segundo um cerimonail muito antigo”.

“O Patriarca parte da sua sede de Jerusalém acompanhado por uma procissão de carros. A polícia hebraica colabora, fecha as estradas laterais, assegura que os semáforos estejam no verde. Ao longo do caminho muitas pessoas aparecem na estrada para aplaudir calorosamente.

“A procissão de carros pára no mosteiro de Santo Elias, que está na entrada da cidade de Belém, onde o Patriarca é recebido pelas autoridades civis e religiosas da cidade. Como é sabido, Belém está cercada pelo "muro de separação" entre Israel e a Cisjordânia. A procissão do patriarca deve passar por uma porta que é aberta somente em raras ocasiões para as autoridades de grande peso. De acordo com uma antiga tradição, que remonta ao Império Otomano, o Patriarca, nesta sua viagem é também acompanhado por cinco cavalos. E, por motivos políticos, antes de atravessar o muro, os cavalos israelenses são substituídos por cavalos palestinenses.

“Tendo entrado em Belém, a procissão pára diante do túmulo de Raquel, onde o Patriarca recebe a saudação dos párocos da cidade. Em seguida, a procissão passa através da cidade habitada e chega à Basílica. Eu, como superior da comunidade, espero o Patriarca diante da porta da Humildade, dou-lhe as boas vindas e o acompanho à Igreja, onde preside a primeira função religiosa, o canto solene das Vésperas. No final, sempre em procissão, é acompanhado ao seu quarto para um breve descanso.

“Às 16hs tem-se a procissão que nós frades da comunidade fazemos todos os dias à gruta e nesta ocasião toma um aspecto de solenidade porque à ela participa também o Patriarca. Descemos à gruta, cantamos os hinos e recitamos as orações tradicionais. Neste caso sou eu que celebro e o patriarca assiste.

Terminada a função, o patriarca se retira mas nós continuamos a preparar”

O quê?

“A Igreja, em primeiro lugar. Para a missa da meia-noite há pedidos de todo o mundo. Nem mesmo a Basílica de São Pedro poderia satisfazer todas as petições. Então, somos forçados a remover os bancos. A nossa Basílica pode acomodar 500 pessoas sentadas. Ao remover os bancos, podemos dar espaço para 2000 pessoas. Claro que, para regular a presença de tanta gente somos forçados a distribuir bilhetes, que são totalmente gratuitos. São dados aos peregrinos vindos de todos os lados, enquanto que se exclui os habitantes de Belém.

“Depois praparamos a ceia da noite de Natal. A preparamos na "Casa Nova", uma estrutura que usamos para acomodar os peregrinos. A ceia frugal, franciscana, com a presença de todos os frades presentes na Terra Santa, que naquela ocasião vão todos para Belém. É uma ceia que faz parte do cerimonial e com os frades cenam as autoridades de Belém, o Patriarca, os bispos, o presidente Abu Mazen com os seus ministros, os cônsules. É uma ceia em sinal da fraternidade, da amizade e da paz.

“A cerca das 21hs nós abrimos a porta de entrada da Basílica e começamos a deixar entrar os peregrinos que tem o bilhete. Por razões de segurança, a entrada é muito lenta. Cada pessoa deve passar por um detector de metais de segurança”.

E se chega à Missa da Meia-Noite

“Às 23h e 30min começa a cerimônia principal, aquela que está intimamente relacionada ao nascimento de Jesus. É naturalmente presedida pelo patriarca e concelebrada por bispos e sacerdotes, no geral 150. Começa-se com o canto das laudes, segundo o cerimonial. Cinco minutos antes da meia-noite, chega o presidente Abu Mazen com a sua comitiva. É recebido pelo Patriarca que o cumprimenta brevemente. No curso da meia-noite, os sinos da Basílica começam a tocar, o coral entoa o "glória". Um sacristão tira o pano que envolve a parte inferior do altar, feita um berço, e na qual foi colocada a estátua do menino Jesus. É o momento mais emocionante. Lembra o nascimento do Salvador. O canto de glória, realizado naquele lugar, tem um significado especial, porque lembra o que os anjos ouviram dos pastores. Como relatado no Evangelho, "uma multidão dos exércitos celestiais, louvava a Deus e dizia: “Glória a Deus nas alturas e paz na terra entre aqueles a quem Deus ama".

“O patriarca homenageia ao Menino Jesus com incenso e depois começa a Missa, que acontece regularmente celebrada em latim, com leituras que são lidas em oito idiomas.

“Abu Mazen e seus seguidores são de religião muçulmana. De acordo com uma antiga tradição, os muçulmanos podem estar presentes na Missa, mas não no momento da comunhão. Então, após a recitação do Agnus Dei, o patriarca cumprimenta o presidente Abu Mazen, que se retira com todo o seu séquito. A missa continua com grande quantidade de pessoas que recebem a Sagrada Comunhão, enquanto o coro canta canções tradicionais do Natal.

“No final do rito eucarístico, há a cerimônia de transferência da estátua do Menino à cuna do altar no presépio. Nâo se trata de um presépio construído para a ocasião, como acontece em todas as igrejas do mundo. Aqui nós temos o verdadeiro, permanente, localizado no local onde Jesus foi colocado na manjedoura por Maria, como lemos no evangelho.

“O patriarca pega a criança e em procissão chega à gruta da natividade. A procissão é limitada aos concelebrantes e algumas outras pessoas porque na gruta o espaço é limitado. Aqui acontece uma cerimônia muito comovente. Uma espécie de sagrada representação, explicada por antigos cantos gregorianos com textos em latim que são do IV-V séculos.

A primeira etapa é o lugar onde se encontra a estrela de prata de 14 pontas que, segundo a tradição está no lugar do nascimento de Jesus. O cantor declama os passos dos Evangelhos que contam a história, mas também acrescenta os detalhes que o atualizam. Diz, por exemplo, que chegado o tempo a Virgem Maria deu à luz seu filho. E ao texto histórico acrescenta "hic" "aqui" porque ali, naquele exato lugar aconteceu o nascimento. Depois diz que Nossa Senhora envolveu o bebê em panos, e o patriarca, com gestos, como uma mãe amorosa, envolve a estátua de Jesus com panos brancos. O cantor continua dizendo que o bebê será colocado numa manjedoura porque não havia lugar para eles na hospedaria e também a esta frase acrescenta "hic" "aqui", pois a manjedoura, que está ali diante dos olhos dos presentes, na qual o patriarca coloca agora a estátua, é justo aquela onde a Virgem Maria colocou o menino Jesus. Os detalhes do canto e os gestos do patriarca recordam o evento mais importante ocorrido na face da terra e as emoções nos corações dos presentes são indescritíveis.

“Acabada a cerimônia, o patriarca volta à basílica, cumprimenta as autoridades e os fiéis e volta para o seu quarto para descansar.

“Geralmente, naquela hora já são as três da manhã. Mas, como eu disse, o Natal em Belém é caracterizada por uma oração contínua. Na gruta iniciam as Missas, que acontecerão uma após a outra durante todo o dia 25 de dezembro. Outras missas serão celebradas continuamente em outras igrejas em Belém. Onde não se reza, se canta a céu aberto. Vários coros locais, ou de turistas, realizam canções de Natal acompanhados por grupos de pessoas vindos de fora. Estas músicas, que no silêncio da noite sobem ao céu de várias partes da cidade, e que são cantos de coros, melódicos, pungentes, criam uma atmosfera de encanto e serenidade>>.

Tradução do original italiano por Thácio Siqueira
Fonte: Zenit.

O Senhor se aproxima

Em sua quarta pregação do Advento, pronunciada esta manhã, diante do Papa Bento XVI; Pe. Raniero Cantalamessa explicou como reacender a fé nos corações dos homens e indicou os leigos como protagonistas da Nova Evangelização.

***
Diante do mundo ocidental secularizado e em alguns aspectos pós-cristão, o Pregador da Casa Pontifícia se questionou: “Quem sabe a fé cristã não deva voltar para a Europa, a partir dos países que foram por estes uma vez evangelizados; mas desta vez não a partir do Norte, como depois das invasões bárbaras, mas a partir do Sul.”

Ecoando as palavras que o Santo Padre falou sobre a fé encontrada na África, “mais vibrante e intensa do que aquela encontrada no Ocidente agora”, Pe. Cantalamessa indicou o surgimento de uma nova categoria de anunciantes: “os leigos”.

“Não se trata- ele explicou - da substituição de uma categoria por outra, mas de um novo componente do Povo de Deus que, vem somar aos outros, permanecendo sempre os Bispos, liderados pelo Papa, os guias competentes e responsáveis últimos pela tarefa missionária da Igreja.”

De acordo com o Pregador da Casa Pontifícia, a tarefa principal é ajudar “a humanidade a estabelecer um relacionamento com Jesus."

O Evangelho de Lucas relata que foram 72 os primeiros apóstolos que Jesus enviou em missão.

E São Leão Magno, comentando, escreve que “Jesus enviou os 72 ‘dois a dois’, porque em menos de dois não pode haver amor” e, é a partir do amor que os homens podem reconhecer que somos seus discípulos.

“Isso vale para todos - disse Cantalamessa - mas de maneira especial para os pais”, por isso são determinantes as famílias missionárias.

"A parábola da ovelha perdida - acrescentou – se apresenta atualmente invertida: 99 ovelhas estão longe e uma manteve-se à oliveira. O perigo é passarmos o tempo todo a cuidar daquela única que permaneceu, e não ter tempo, até mesmo pela escassez do clero, de ir à busca das perdidas. Isso revela a contribuição providencial dos leigos”.

E, ainda assim, "Jesus queria que seus apóstolos fossem pastores de ovelhas e pescadores de homens. Para nós, o clero, é mais fácil ser pastores que não pescadores, isto é, nutrir com a palavra e os sacramentos aqueles que vêm à igreja, do que não andar em busca dos distantes, nos mais diferentes ambientes da vida”.

Sobre as razões da eficácia dos leigos e dos movimentos eclesiais, o Pregador da Casa Pontifícia, citou um famoso canto espiritual dos negros, intitulado "There is a balm in Gilead”, que diz: "Se não sabe pregar como Pedro; não sabe pregar como Paulo, vai para sua casa e diga aos seus vizinhos: Jesus morreu por nós!”

“Em dois dias será Natal – comentou Pe. Cantalamessa - É reconfortante aos irmãos leigos, lembrar que ao redor do berço de Jesus, além de Maria e José, estavam seus representantes, os pastores e os reis magos”.

E concluiu – “tudo começou com aquele Menino na manjedoura” e “Cristo nasce hoje, porque ele realmente nasce para mim quando eu reconheço e acredito no mistério. (...) Vem, Senhor, e salva-nos!”

Por Antonio Gaspari
Fonte: Zenit.

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Que o Natal traga o fim da violência no Oriente Médio

Todas as religiões devem trabalhar juntas para construir a paz. E o respeito pela liberdade de culto é o primeiro passo essencial nesta jornada.

Em sua mensagem de Natal, o patriarca latino de Jerusalém, Fouad Twal, falou da primavera árabe e do respeito pela dignidade de todos os povos da região.

"As religiões são um fator de paz. Condenamos toda violência contra locais de culto e o desprezo pelos símbolos religiosos".

O patriarca lembrou dois momentos culminantes do ano que termina, em termos de diálogo inter-religioso: a Jornada da Paz, realizada em Assis em 27 de outubro, e o encontro de 10 de novembro entre o papa Bento XVI e todos os líderes religiosos do Oriente Médio, no Vaticano.

"O que esperamos dessas reuniões é uma superação de preconceitos e um crescimento do respeito mútuo, para aprendermos sobre os nossos valores comuns e construirmos pontes de bom senso e de boa vontade, sem nos esquecermos da importância do diálogo que ocorre na vida cotidiana, dentro das nossas escolas e das nossas várias instituições", escreveu Twal.

O patriarca menciona ainda a intenção de "unificar a data da Páscoa, conforme o desejo de Nosso Senhor e a vontade unânime do povo cristão da Terra Santa".

A respeito da primavera árabe, o líder religioso do Oriente Médio reiterou o seu apoio a todas "as mudanças que estão ocorrendo em favor da democracia e da liberdade" e fez votos de que "sejam sempre respeitados os direitos humanos e a dignidade de cada indivíduo".

Fouad Twal apelou às autoridades governamentais de vários países do Oriente Médio para que empreguem "todos os esforços a fim de acalmar os espíritos sem recorrer à violência, protegendo as minorias que fazem parte integrante desses povos. Precisamos aprender a aproveitar este momento para construir uma nova sociedade baseada na cidadania igual para todos".

O patriarca de Jerusalém também comentou sobre o pedido do reconhecimento da ONU de um Estado palestino, salientando que, a este respeito, a Santa Sé espera "dois Estados com fronteiras seguras e internacionalmente reconhecidas".

"Somos a favor do bem-estar do mundo inteiro: para a paz, a segurança, o respeito mútuo e a dignidade. A viagem já começou, mas a jornada ainda é longa", disse Twal, afirmando que "estar com uma das partes não significa ser contra a outra".

Falando à Rádio Vaticano, o patriarca latino de Jerusalém manifestou suas saudações de Natal para os ouvintes: "Desejo sempre o mesmo: que se realize o anúncio de Belém, um anúncio de paz. Precisamos alcançar a paz proclamada pelos anjos, a paz em nossos corações, antes mesmo de uma paz exterior, feita de reuniões e de acordos entre os povos".

"Peço também as suas orações, orações de todos aqueles que nos ouvem: eu preciso delas, como delas precisa a Terra Santa, como delas precisa Jerusalém: das suas orações, da sua peregrinação. Venham nos visitar e vamos rezar juntos pela paz!", concluiu Twal.

Fonte: Zenit.

Iraque: cancelada a missa da vigília em muitas cidades

Monsenhor Louis Sako, Arcebispo católico-caldeu de Kirkuk, norte do Iraque, declarou à Ajuda à Igreja que Sofre que os cristãos estão assustados com os recentes ataques.

O bispo disse que não será possível celebrar a Missa da meia-noite por causa do alto risco para a segurança dos fiéis (todas as liturgias do tempo do Natal serão celebradas durante o dia) e que os cristãos não mostrarão decorações de Natal fora das suas casas.

"A Missa do Galo para a véspera de Natal - disse o arcebispo Sako – foi cancelada em Bagdá, Mosul e Kirkuk, devido aos contínuos ataques terroristas contra os cristãos e do ataque contra a igreja de Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, ocorrido dia 31 de outubro, em que 57 pessoas foram mortas".

De acordo com o arcebispo de Kirkuk, a segurança no país está se tornando cada vez mais precária, como resultado da retirada das tropas dos EUA no início deste mês.
Monsenhor Sako argumentou, no entanto, que a situação está dramaticamente marcada por contrastes de poder político entre sunitas e xiitas.

As declarações do arcebispo foram precedidas por um grande número de incidentes no norte da província do Curdistão, antes considerada "segura", tendo atraído muitos cristãos do Sul.
Em Erbil, a capital do Curdistão, um cristão de 29 anos, Sermat Patros, foi seqüestrado na tarde do passado 12 de dezembro.

Na semana anterior, entre 2 e 5 de Dezembro, mais ou menos 30 lojas de propriedade dos cristãos foram queimadas em Zakho, na província curda de Dohuk, perto da fronteira com a Turquia. Muitas das lojas assaltadas vendem álcool e foi relatado que as violências são consequência da condenação contra as vendas de licores, proclamada durante as orações da sexta-feira.

Além destes incidentes, destacamos o assassinato de dois esposos cristãos, Adnan Elia Jakmakji e Raghad al Tawil, ocorridas num tiroteio a bordo de seu carro em Mossul, norte do Iraque, no passado 13 de dezembro. Segundo o que foi relatado, o casal foi deliberadamente observado e assassinado.

Ajuda à Igreja que Sofre tem exortado os cristãos de todo o mundo para orarem pelos seus irmãos iraquianos, durante todo o tempo do Natal, um sinal de solidariedade.

Fonte: Zenit.

Memorial dos Mártires é abençoado no Iraque

No quarto domingo do Advento, em 18 de dezembro, foi realizada a cerimônia em que o arcebispo de Kirkuk, no Iraque, Dom Louis Sako, abençoou o monumento que homenageia 36 mártires cristãos da cidade, no norte do país.

O memorial traz gravados os nomes de todos os cristãos que morreram durante os oito anos de guerra civil, após a intervenção dos Estados Unidos em março de 2003. A Operação Liberdade do Iraque derrubou o ditador Saddam Hussein e desencadeou um sangrento conflito interno, que custou a vida de 4.500 soldados americanos e de mais de cem mil iraquianos.

O monumento, definido pelo arcebispo como "testemunha do ecumenismo que distingue esta cidade multi-étnica que está no centro de lutas pelo poder", tem na sua parte superior uma estátua do Sagrado Coração de Jesus, padroeiro da catedral de Kirkuk, "de braços abertos" num gesto de acolhimento aos fiéis, a fim de "abençoar e dar coragem às famílias" das vítimas da guerra.

Durante a cerimônia, o arcebispo também destacou que "o sangue dos mártires é precioso" e significa um "convite à reconciliação para todos os iraquianos", especialmente nas últimas semanas, em que se completa a retirada das tropas dos Estados Unidos.

"Estamos vivendo a preparação para o Natal. Essa data anuncia a paz na Terra para todas as pessoas de boa vontade", prosseguiu Dom Louis. Para isso, "nós, cristãos, somos chamados a ser pontes" capazes de "unir todas as culturas".

Na celebração dos mártires cristãos estavam presentes cinco médicos italianos, chegados ao norte do Iraque em missão humanitária organizada pelo próprio arcebispo. A missão pretende cuidar de um grupo de pacientes sem distinções de religião professada, como sinal da "solidariedade cristã para com todos os cidadãos", declarou Dom Louis.

Fontes: Asia News e Rádio Vaticano

Paquistão: saúde mental de Asia Bibi corre perigo

Asia Bibi, uma mulher cristã acusada de blasfêmia contra Maomé e condenada à morte em novembro de 2010, precisa de cuidados médicos urgentes para não sucumbir a graves transtornos mentais.

O alarme sobre a situação foi lançado pela agência Fides (20 de dezembro), que coletou as últimas declarações do diretor da Fundação Masihi (MF), Haroon Barkat Masih, que presta assessoria jurídica e material para a mulher, presa desde 9 de junho de 2010. Conforme relatado pela Agência Fides, Asia Bibi precisa de "um completo exame médico".

Uma delegação internacional da fundação pôde atender Bibi nesta segunda-feira (19) na prisão de Sheikpura, para verificar suas condições, oferecer palavras de consolação e enviar saudações de Natal. Condenada à morte em primeira instância em 7 de novembro de 2010, o processo de recurso ainda está pendente na Alta Corte de Lahore.

No final da visita, a fundação divulgou uma declaração dramática. "Por causa do seu isolamento, Asia Bibi, 46 anos, parece consideravelmente mais velha, tem a pele pálida, se mostra muito frágil e até mesmo incapaz de continuar sozinha", diz o texto.

"No momento do encontro, os seus olhos vagavam no vazio, ela não conseguia entender o que estava acontecendo, revelava-se completamente confusa e espantada", disse o comunicado. "Durante toda a conversa, de mais de 2 horas e 20 minutos, seus pensamentos estavam à deriva".

O texto prossegue, informando que Bibi "respondeu a estímulos com emoções constrastantes, como rir, chorar e ficar em silêncio por longos períodos de tempo". "Nós oferecemos água, mas ela parecia com medo até da água". O comunicado também chama a atenção para as "terríveis" condições de higiene da mulher, que há mais de dois meses não toma banho.

No entanto, Bibi reiterou que "perdoou seus algozes" e que "só quer voltar para sua família".
"Se ela permanecer em isolamento, terá provavelmente uma doença mental que pode comprometer seriamente o seu equilíbrio psicológico. Exigimos que as autoridades permitam imediatamente que uma equipe de médicos a visite e lhe dê assistência", disse em entrevista à Fides o diretor da Fundação Masihi.

"Recentemente, o papa Bento XVI visitou um presídio italiano. Acreditamos que, em seu gesto, ele simbolicamente visitou todos os prisioneiros do mundo, inclusive Asia Bibi. Ela passará um Natal triste, na solidão de uma cela", disse Haroon Barkat Masih. "Apelamos a todos os cristãos do mundo para se lembrarem de Asia Bibi na noite de Natal e elevarem a Deus uma oração por ela", concluiu.


Fonte: Zenit.

A Igreja na Índia apoia novas medidas de lei

Duas medidas de lei estão para ser aprovadas pelo parlamento na Índia e recebem total apoio da Igreja.

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A primeira medida a ser aprovada é contra a corrupção no sistema público e a segunda visa garantir a segurança alimentar no país.

Em nota enviada à Agência Fides, o arcebispo de Déhli, Dom Vincent Concessao, elogiou o governo, e definiu as medidas de lei como “um passo na justa direção”, que gera “grande alivio para mim, pessoalmente, pela Igreja, as ONGs e todos os que trabalham para assegurar o sustento necessário a milhões de homens, mulheres e crianças indianas.”

A respeito do projeto de lei sobre a segurança alimentar o Bispo disse que “Deus quer que os recursos do mundo sejam adequadamente divididos por todos os habitantes do planeta” e o “passo do governo é uma tentativa de realizar o que Deus quer para todos" e prosseguiu, "a Bíblia diz claramente que a preferência de Deus é sempre para os pobres."

De acordo com a Fides, A Igreja indiana reitera “a transparência, a moralidade na vida pública e privada, a luta à corrupção, estão no DNA do compromisso social de todos os cristãos."

Maria Emília Marega
Fonte: Zenit.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Kateri Tekakwitha, a primeira santa indígena norte-americana

Ela é a primeira nativa norte-americana beatificada. Em breve, também será a primeira santa. Entre os decretos de canonização que o papa Bento XVI assinou ontem, chama especial atenção o de Catarina Tekakwitha, uma indígena “pele-vermelha” que viveu no século XVII.

Nascida em Osserneon, perto da atual Nova Iorque, em 1656, Catarina era filha de um iroquês pagão e de uma algonquina cristã. Aos quatro anos de idade, seu rosto ficou desfigurado pela varíola, que lhe causou ainda um grave enfraquecimento da visão.

Órfã, acabou confiada aos cuidados de um tio que lhe deu o nome de Tekakwitha, que significa "aquela que põe as coisas em ordem".

Foi batizada quando adulta, aos 20 anos, no domingo de Páscoa de 1676, depois de um encontro com um grupo de missionários franceses que lhe deram o nome de Kateri, versão do nome Catarina. Sua conversão provocou a ira do tio, o que a obrigou a fugir para a região da atual cidade canadense de Montreal, sob a proteção da Missão de São Francisco Xavier.

Antes ainda do batismo, Kateri havia consagrado o seu corpo a Deus, fazendo um voto de castidade que, pouco antes de sua morte, tornou-se um voto de virgindade.

Pelo resto de sua curta vida, a beata se submeteu a penitências, passando longas horas em oração, inclusive ao ar livre nos dias mais gelados do longo inverno canadense. Sua conversão ao cristianismo não foi compartilhada pela sua tribo originária. Por esta razão, Kateri sofreu discriminação e perseguições de todos os tipos.

No dia de sua morte, em 17 de abril de 1680, desapareceram milagrosamente os sinais da varíola e seu rosto foi descrito como “belíssimo”. Suas últimas palavras, pouco antes de morrer, foram: "Jesus, eu te amo". Muitos doentes ficaram inexplicavelmente curados depois de assistir ao seu funeral.

Kateri, ou Catarina Tekakwitha, foi beatificada pelo papa João Paulo II no dia 22 de junho de 1980, após um processo canônico que durou 96 anos.

Fonte: Zenit.

A futura beata argentina Madre Crescencia

Entre os decretos aprovados nesta segunda-feira (19) pelo papa Bento XVI, está o que reconhece o milagre atribuído à intercessão da serva de Deus Maria Crescencia Pérez, religiosa argentina da congregação das Filhas de Maria Santíssima do Horto.

O milagre reconhecido, segundo a agência católica argentina AICA, aconteceu com uma jovem vítima de hepatite A fulminante, agravada por diabetes infanto-juvenil. A única solução possível teria sido um transplante de fígado, que não foi feito.
Cinco dias depois de invocada a intercessão da Irmã Crescencia, sobre uma relíquia da serva de Deus, a doença desapareceu sem explicação científica.

Em 1986, o então bispo de San Nicolás de los Arroyos, Domingo Salvador Castagna, iniciou o processo diocesano de beatificação da irmã Maria Crescencia Pérez. Em 1989, a documentação foi apresentada à Santa Sé, que iniciou o processo romano e a análise da vida e das virtudes de Maria Crescencia. João Paulo II a declarou venerável.

Recentemente, o bispo de San Nicolás de los Arroyos, Héctor Cardelli, que comanda os preparativos da beatificação junto com a superiora provincial das Filhas de Maria Santíssima do Horto, disse que a beatificação acontecerá possivelmente em 2012, na cidade de Pergamino, onde Maria Crescencia passou a infância e a adolescência.

A irmã nasceu em San Martín, na província de Buenos Aires, no dia 17 de agosto de 1897. Pouco depois, a família se mudou para Pergamino.

Os primeiros anos de sua vida religiosa foram dedicados às crianças, como professora de trabalhos manuais e catequista, primeiro na casa provincial e depois no colégio Nossa Senhora do Horto, de Buenos Aires.

Em 1924, ela passou a se dedicar com o mesmo entusiasmo aos doentes, especialmente às crianças com tuberculose no hospital marítimo Solarium, de Mar del Plata. Permaneceu nesse trabalho durante três anos, expondo a própria saúde que começava a se deteriorar rapidamente. Em busca de um clima mais propício, foi enviada para Vallenar, no Chile, onde algumas das irmãs prestavam serviços no hospital local.

Foi lá que ela passou o último período de sua vida, dedicada totalmente ao serviço dos outros doentes, na alegria da vida comunitária, crescendo incessantemente no amor de Deus.

Morreu aos 35 anos, no dia 20 de maio de 1932, com grande pesar dos moradores do lugar, que a chamavam de “la santita”. Quando as irmãs do Horto partiram de Vallenar, a população impediu que elas levassem o corpo da Irmã Crescencia. O corpo, que em 1966 foi encontrado ainda incorrupto, está hoje na Capela do Colégio do Horto de Pergamino.

A causa de canonização da irmã Crescencia foi aberta em 27 de fevereiro de 1986, na diocese de San Nicolás de los Arroyos. Em 28 de outubro de 2010, em Roma, foi feita a consulta médica sobre o milagre completo da irmã Crescencia, aprovado por unanimidade.


Fonte: Zenit.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Bento XVI elogia os jovens da Ação Católica

Poucos dias antes do Natal, os jovens da Ação Católica ouviram um especial elogio do papa à sua Iniciativa para a Paz 2012. Para a ocasião, uma delegação da Azione Cattolica Ragazzi (ACR) foi recebida em audiência pelo papa na manhã desta segunda (19).

O plano de paz prevê durante o mês de janeiro o compromisso de muitas crianças e jovens na angariação de fundos para a construção de uma biblioteca e uma área de eventos no Centro piloto Qalauma, em El Alto, Bolívia.

Agradecendo aos jovens pelas felicitações de Natal feitas a ele em nome de toda a Ação Católica italiana, o Santo Padre elogiou a iniciativa prevista para janeiro: “A atenção de vocês não se volta apenas para os colegas de escola e de lazer, mas também para tantos coetâneos que não têm as mesmas oportunidades de bem-estar e de felicidade, porque lhes falta o necessário para viver com dignidade”.

O Santo Padre exortou os membros da ACR a serem "mais sensíveis para com aqueles que precisam de ajuda" e a seguirem o exemplo de Jesus, "que não deixava ninguém sozinho com seus problemas, mas sempre compartilhava suas dificuldades, ajudava e transmitira a força e a paz de Deus".

O convite a Bartimeu (“Levanta-te, Ele te chama”, em Marcos 10, 46) deve ser ouvido "todos os dias", quando os pais chamam os filhos para se levantar, prosseguiu o papa. Por trás de cada chamado desse tipo, "há um chamado de Deus para a vida".

E é justamente com o dom da vida que se manifesta o "primeiro chamado" de Deus aos homens: "Sejam cuidadosos com esse grande presente, apreciem-no, sejam gratos ao Senhor e peçam a ele uma vida feliz para cada menino e menina do mundo: que todos sejam respeitados, sempre, e nunca faltem a eles os meios para viver", completou o Santo Padre diante dos jovens presentes na audiência.

Outros chamados de Deus são o Batismo e a Santa Comunhão, que confirmam o fato de Jesus estar "sempre com vocês no caminho da sua vida".

"Queridos jovens da ACR, respondam generosamente ao Senhor que os chama a ser seus amigos. Ele nunca vai decepcioná-los!". Independentemente do tipo do chamado - casamento, sacerdócio, vida consagrada -, devemos ser sempre "corajosos ao dar uma resposta".

Responder ao Senhor nem sempre é fácil: por isso o papa manifestou sua gratidão aos educadores e aos pais da juventude católica, que "ajudam a responder ao Senhor, a fazer esta viagem junto com vocês".

"O Natal que eu desejo a vocês é este: quando vocês montarem o presépio, pensem que estão dizendo a Jesus: ‘entra na minha vida; eu sempre te ouvirei’", disse Bento XVI.

Na conclusão da audiência, o papa dedicou uma saudação especial de Natal a Dom Domenico Sigalini, assistente eclesiástico geral da Ação Católica, que sofreu em 7 de setembro um sério acidente e ainda está se recuperando.

Fonte: Zenit.

Cuba se prepara para receber Bento XVI com afeto e respeito

De acordo com o Serviço de Informações do Vaticano, o presidente de Cuba, Raúl Castro, recebeu "com satisfação" o anúncio oficial da próxima vista do Santo Padre Bento XVI, prevista para março.


O presidente Raúl Castro recebeu a visita de uma Delegação da Santa Sé, dia 18 de dezembro, em ocasião da viagem do Santo Padre a Cuba. Durante a visita, foi salientado “o excelente relacionamento entre Cuba e a Santa Sé e estabelecidos alguns pontos relacionados aos preparativos da visita Papal”.

O texto oficial da Assessoria de Imprensa lido em um telejornal nacional, dizia que Cuba se prepara para receber Bento XVI, “com afeto e respeito”.

A visita de Bento XVI coincide com a celebração organizada pelos Bispos Cubanos em comemoração dos 400 anos da descoberta da imagem de Nossa Senhora da caridade do Cobre, Padroeira de Cuba. Nossa Senhora da Caridade foi proclamada padroeira de Cuba no início do século XX, 10 de maio de 1916, pelo papa Bento XV, e solenemente coroada em 20 de janeiro de 1936, em Santiago de Cuba.

A celebração inclui uma peregrinação nacional da imagem e será concluída com uma Missa ao ar livre, dia 30 de dezembro, na avenida del Puerto em La Habana, enquanto os Bispos proclamarão o Ano Jubilar Mariano, de 7 de janeiro de2012 a5 de janeiro de 2013.

Maria Emília Marega
Fonte: Zenit.

A Conferência Episcopal Italiana se mobiliza para as Filipinas

A Conferência Episcopal Italiana mobiliziou-se para ajudar as Filipinas inundada. Em resposta ao apelo do Santo Padre, durante o Angelus do domingo, a CEI convidou a orar e apoiar as iniciativas de solidariedade promovidas pela Caritas.

A presidência da Conferência Episcopal para lidar com as emergências decorrentes do tufão recente no arquipélago da Ásia, destinou um milhão de euros dos fundos provenientes do “otto per mille”.

A comissão especial para projetos de caridade para o Terceiro Mundo vai proporcionar a entrega da soma atribuída, apoiando projetos de entes eclesiais locais, que operam em conjunto com as instituições caritativas da Diocese da Conferência Episcopal das Filipinas ou das dioceses do país.

Fonte: Zenit.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

O mistério do Natal

O nascimento do Menino Jesus realmente mudou a história da humanidade? É verdade que os potentes e o povo entenderam imediatamente a importância daquele nascimento? Por que contamos os dias desde aquele nascimento? Que sentido tem na vida de cada um fazer o presépio?



Para responder a estas e a outras perguntas, ZENIT entrevistou padre Pietro Messa, Presidente da Escola Superior de Estudos Medievais e Franciscanos da Pontifícia Universidade Antonianum.

Qual é o significado na história e no presépio feito por São Francisco, da figura do Menino Jesus?

Pe. Pietro Messa: Sabemos que os primeiros cristãos, sendo todos de religião hebraica, guardavam o sábado, mas o dia seguinte, ou seja, o atual domingo, se reuniam para lembrar a Ressurreição. Então, a primeira festa celebrada e aquela por excelência é a Páscoa. Sucessivamente, começaram a celebrar outros acontecimentos da vida de Jesus, como o seu nascimento no dia 25 de dezembro, isto é, o dia em que anteriormente celebravam o Sol invictus, ou seja, que não foram vencidos pelas trevas; visto que passado o solstício de inverno, os dias começam a ser mais longos e a luz toma conta da escuridão da noite. Da celebração passamos para as representações e a peregrinação a Belém, cidade do rei Davi de cuja linhagem nasceu Jesus.

As peregrinações – ao mesmo tempo, expressão e incentivo de ligação com os lugares da vida terrena de Jesus – foram motivos propulsores para a narração e representação da humanidade de Jesus. Neste contexto está o desejo de frei Francisco de Assis manifestado ao povo de Greccio em 1223, de ver "com os olhos do corpo", como o Menino Jesus estava deitado na manjedoura entre o boi e o jumento. E assim, na noite de Natal sobre a manjedoura onde estavam os dois tradicionais animais, foi celebrada a Eucaristia para que pudéssemos ver “com os olhos do corpo”, o pão e o vinho consagrados, e acreditar, graças ao espírito Santo, na presença do Corpo e Sangue de Cristo (para aprofundar cfr U.Occhialini-P.Messa, O primeiro presépio do mundo, Ed.Porziuncula, Assis 2011).

Em um âmbito secularizado como este moderno, o nascimento de Jesus Menino é banalizado e colocado no contexto de um “mito” que apenas as crianças podem acreditar. Por que, segundo os cristãos, aquele nascimento mudou o mundo?

Pe.Pietro Messa: Mas talvez a pior desmistificação do Natal não seja a de acreditar em um mito, mas o reducionismo do mesmo para a festa de bondade, do altruísmo, de ajuda aos necessitados. Não que essas coisas não sejam importantes ou presentes no Evangelho, mas o centro é o fato de que Jesus vem a nós porque fez a opção pela nossa pobreza. Ele estende sua mão até o momento em que seu braço é estendido na cruz. Como nos disse a Clarissa, irmã Clara Tarcisia do Promnastero de Santa Clara de Assis nos últimos meses de sua existência: “O importante na vida é amar, e, sobretudo deixar-se amar!”. E o Natal é o tempo propicio para deixar-se amar e isso não gera passividade porque Jesus nos ama como somos; mas não nos deixa como somos, ao contrário, nos transforma em capacidade de amar de modo criativo e eficaz. Desta forma, o encontro com a sua Presença muda e dá início a uma nova humanidade.

Os cristãos falam de Jesus como o Salvador, por quê?

Pe.Pietro Messa: Jesus de Nazaré – uma cidade que, de acordo com alguns, não poderia vir nada de bom – passou pela Palestina e, como para outras pessoas, também sobre ele perguntavam quem era. As respostas a essa pergunta foram as mais variadas, mas quem não se fecha em seus próprios esquemas, nota que toda resposta é inadequada, ou melhor, inesgotável. E assim, devagar, cada vez mais se reconhece a sua realidade de Messias, ou seja, ungido pelo Altíssimo e então o Salvador. Mas sobre a pessoa de Jesus, ainda que obtenhamos algumas certezas definidas pelos dogmas, questões ainda se abrem e, como nos mostram os santos, há sempre algo a se maravilhar, isto é, para parar e olhar com estupor para Ele.

A data, o Cometa, os Reis,... quais são os argumentos para recordar-los como fatos que realmente aconteceram na história?

Pe Pietro Messa: O acontecimento de Jesus ocorreu nas coordenadas da história, ou seja, no espaço e no tempo: o espaço é aquele da Palestina e o tempo é - como dizemos no Credo – “sob Pôncio Pilatos”. Mas isso não basta porque muitos viram a sua humanidade, escutaram suas palavras, admiraram seus milagres, mas somente alguns acreditaram na sua divindade. Como afirma Francisco de Assis na Admoestação em primeiro lugar, os discípulos viram "com os olhos do corpo" a sua humanidade, mas acreditaram na sua divindade. Assim, certamente, Jesus tem uma história, mas também alguma coisa que supera a história; por isso é importante, como nos recorda Bento XVI, que exista uma razão aberta ao mistério e uma fé racional. Caso contrário, cairíamos no racionalismo ou no fideísmo. Jesus é um acontecimento racional, mas que supera a razão e quando a razão quer ser omni-compreensiva, ou seja, pretender que com-preende tudo, cai no racionalismo. Da mesma forma, quando a fé exclui a história, a investigação da razão torna-se fideísmo, que abre a qualquer deriva, até mesmo violenta.

Quem, além dos cristãos, acolheu a importância daquele nascimento que aconteceu há mais de dois mil anos?

Pe.Pietro Messa: Muitas pessoas, incluindo os muçulmanos para os quais Jesus é um grande profeta. Dizia Monsenhor Luigi Padovese que na missa de Natal na Turquia, estavam presentes também os muçulmanos e em sua homilia inédita pela ocasião, soube acolher tal presença com sabedoria. Na verdade, ele disse que todos estavam comemorando o nascimento de Jesus, para alguns, porque era um grande profeta, para os cristãos manifestava misericórdia, ou melhor, presença de Deus entre os homens sendo o Filho de Deus.

Porque grande parte do mundo marca o tempo a partir daquele nascimento?

Pe.Pietro Messa: Em 313 houve o decreto de Constantino, de certa forma, marcou o fim das perseguições, após o qual o cristianismo se tornou a religião oficial.E assim, o cálculo do tempo começou a ser pontuado por seu nascimento, reconhecendo nele o cumprimento das profecias e promessas e o início de uma nova era. Nas palavras do Beato João Paulo II, ele é "o centro do cosmos e da história."

Por Antonio Gaspari

Fonte: Zenit.

Espanha: beatificados 23 mártires da guerra civil

Durante missa solene celebrada na catedral de Santa María La Real de La Almudena, no coração de Madri, foram anunciados ontem 23 novos beatos, todos mártires mortos pela milícia durante a Guerra Civil (1936-1939) "como vítimas do ódio pela fé". O ato foi presidido pelo cardeal Angelo Amato, prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, que representou o papa Bento XVI.

As 23 vítimas do ódio anticlerical e antirreligioso foram Francisco Esteban Lacalendola e outros 21 membros da congregação dos Missionários Oblatos de Maria Imaculada, além de um leigo, Cándido Castán San José, pai de família. A cerimônia contou com a presença do superior geral dos Oblatos, membros da congregação, o arcebispo de Madri, cardeal Antonio María Rouco Varela, e bispos de vários países, entre os quais Espanha, Paraguai e Estados Unidos. Neste ano, justamente, celebra-se o 150º aniversário da morte do fundador da congregação, Charles-Joseph-Eugene de Mazenod (1782-1861), canonizado por João Paulo II em 3 de dezembro de 1995.
As raízes da perseguição de 1936 vêm da primeira metade do anos 1800. Em 1836, o então presidente do governo espanhol, Juan de Dios Alvarez Mendizábal, proclamou os decretos de desamortización, que confiscavam todos os imóveis considerados "improdutivos",inclusive propriedades da Igreja.

Depois da queda da monarquia espanhola, em 1931, e da vitória da Frente Popular nas eleições de 1936, o anticlericalismo virou perseguição aberta contra os membros da Igreja, com prisões e execuções sumárias do clero, de religiosos e de fiéis. Os eventos obrigaram o papa Pio XI (1857-1939) a usar em setembro do mesmo ano a palavra "martírio" num discurso a um grupo de refugiados espanhóis.

Particularmente mal visto pela Frente Popular era o trabalho pastoral dos Missionários Oblatos. Após ameaças feitas em 1931 e 1934 contra a congregação, as pressões contra os frades culminaram em 22 de julho de 1936 num ataque de uma milícia armada contra a casa dos Oblatos em Pozuelo de Alarcón, a oeste de Madri, que acabou com a prisão de 38 pessoas. Oito delas, sendo sete frades e o presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores Católicos, Cándido Castán San José, foram baleadas em um parque na madrugada de 24 de julho, sem qualquer explicação nem julgamento.

Os outros foram libertados em 25 de julho, mas presos novamente em outubro e levados para o Cárcere Modelo, de Madri, onde sofreram graves maus-tratos. Dois frades foram mortos em 7 de novembro e treze outros em 28 do mesmo mês, em Paracuellos de Jarama, a nordeste da capital. Durante a execução, conforme depoimentos coletados pelo Postulador Geral da Causa de Beatificação, Pe. Joaquín Martínez Vega, OMI, ouviram-se palavras de perdão e a exclamação "Viva Cristo Rei!".

Seu martírio (da palavra grega "testemunho"), compromisso missionário e perseverança na fé "usque ad sanguinem" foram oficialmente reconhecidos pela Igreja num decreto assinado pelo Santo Padre em 2 de abril deste ano.

O cardeal Amato ressaltou: "Eles não tinha feito nada de errado. Seu desejo era só fazer o bem a todos e anunciar o Evangelho de Jesus, que é uma boa notícia de paz, de alegria e fraternidade" (Rádio Vaticano, 17 de dezembro).

Durante a celebração, o cardeal recordou também que "os mártires de todos os tempos são testemunhas preciosas da boa existência humana, que responde à brutalidade dos perseguidores e dos carrascos com a delicadeza e a coragem dos homens fortes. Sem armas e com o poder irresistível da fé em Deus, eles venceram o mal, deixando para todos nós uma herança preciosa de bem". "Os carrascos são esquecidos, mas suas vítimas inocentes são lembradas e celebradas".
Seu testemunho de fé nos deixa uma lição valiosa. "A história, infelizmente, mostra que quando o homem arranca da consciência os mandamentos de Deus, ele também rasga do coração as fibras do bem, chegando a cometer atos monstruosos. Perdendo Deus, o homem perde a sua humanidade", disse o cardeal, cujas palavras ecoam as de Bento XVI, ditas na semana passada.
O papa tinha afirmado na última quinta-feira, durante as Vésperas com universitários na Basílica do Vaticano: "Quantas vezes os homens tentaram construir o mundo sozinhos, sem ou contra Deus! O resultado é marcado pela tragédia das ideologias, que, no fim, se mostraram contra o homem e contra a sua profunda dignidade".

O pontífice saudou com alegria a beatificação dos mártires espanhóis no final do ângelus deste domingo: "A alegria pela sua beatificação se une à esperança de que o seu sacrifício ainda dê muitos frutos de conversão e de reconciliação".

Com dados do SeDoc - Serviço de Documentação da Rádio Vaticano

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Outro cristão acusado de blasfêmia no Paquistão

A Arquidiocese de Lahore no Paquistão, negou os relatos de que um católico de 24 anos teria queimado páginas do Alcorão.



As alegações de que Khuram Masih destruiu parte do livro sagrado muçulmano são infundadas - e muitos relatos da mídia sobre o caso são imprecisos – disse um porta-voz da arquidiocese à Fundação Católica Ajuda a Igreja que Sofre.

O porta-voz afirmou que Masih, preso no dia 6 de dezembro, foi falsamente acusado por sua namorada Hindu, com quem estava convivendo "fora do casamento", pois seus pais se opuseram fortemente ao matrimônio.

De acordo com a arquidiocese, a família do proprietário muçulmano da casa em que o casal estava morando, pressionou a jovem mulher – a chantageando depois que ela não quis se converter ao islamismo, ameaçando-a com o apedrejamento por "viver em pecado".

Disse que ela seria morta se não cooperasse; a namorada Hindu do Sr Masih foi forçada a chamar a polícia e acusá-lo de queimar páginas do Alcorão para ferver o chá sobre o fogo.

A polícia, que não conseguiu encontrar o Sr. Masih em casa, prendeu seu sobrinho.
Em seguida, Khuram Masih, foi para a delegacia de polícia a fim de descobrir o que estava acontecendo, mas a essa altura uma multidão se reuniu em frente à estação querendo incendiar o prédio e matá-lo. Atualmente, o jovem está na prisão aguardando julgamento.

Enquanto outras versões sobre a prisão de Khuram Masih foram publicadas por vários meios de comunicação, no qual ele é acusado de queimar as páginas ao descartar o lixo de uma construção, o porta-voz da diocese indeferiu estes como imprecisos.

Um advogado paquistanês muçulmano que defende vítimas de acusações de blasfêmia, mas cujo nome não pode ser revelado, por temor aos ataques, disse a AIS no início deste mês que 95% de todas as acusações de blasfêmia são falsas, e feitas com a intenção de prejudicar ou se vingar contra alguém.

Sob a lei de blasfêmia do Paquistão, que foi introduzida em 1986, quem insultar o Alcorão pode ser punido com prisão perpétua, e quem insultar o profeta Maomé é punido com a pena de morte.

De acordo com a Comissão da Igreja Católica para a Justiça e Paz da Igreja Católica no Paquistão, que documenta esses casos, 38 pessoas, incluindo 14 cristãos, foram acusados ​​de blasfêmia no ano passado.

A AIS apóia o trabalho da Comissão, que entre outras coisas financia a representação legal para os réus indigentes.

Por Eva-Maria Kolmann and John Newton

Fonte: Zenit.

domingo, 18 de dezembro de 2011

Elena Frassinetto - Sofrer a paixão de Cristo pelos sacerdotes

O Evangelho é a "Boa Nova", uma vida segundo o Evangelho alegra o coração e evangeliza aquele que a conhece. É por isso que escrevo.

No dia 13 de dezembro de 2011 estive em Gênova para o funeral de Elena Frassinetti (1919-2011), religiosa das Filhas do Coração de Maria (nascidas em Paris em 1792 durante a Revolução Francesa), que vivia a sua vocação em família. Filha de um diretor da companhia de navegação Costa, com sua irmã Rosetta (1916-2006) tinham tido em casa e na paróquia vizinha uma educação profundamente religiosa. Duas mulheres realmente casa e igreja.

Não se casaram, dedicaram toda a vida à família (ajudando por muito tempo pai, tio e mãe), à Igreja e ao próximo, num rigoroso regime de austeridade. Eu as conheci no 15 de agosto de 1982 na jornada missionária do leprosário de Marituba na Amazônia, acontecido na sua paróquia de Carignano em Gênova, e depois sempre as visitei.

Não tinham geladeira, nem rádio, nem máquina de lavar ou televisão. Estavam inscritas no “Avvenire”, semanal diocesano de Gênova e a algumas revistas religiosas. O grande apartamento não tinha nem sequer aquecimento. No inverno, moravam na cozinha, e iam para a cama com uma bolsa de água quente. Diziam que a mortificação é um dos pilares da vida cristã. Levando a elas “Mondo e Missione” e os meus livros, as abri para o mundo missionário. A "descoberta" da Igreja missionária foi para elas o início de uma nova vida.

Viviam retiradas, sempre ajudaram a própria paróquia do Sagrado Coração e de São Thiago, os pobres, às vezes até a Cúria Diocesana. Rosetta tinha capacidade administrativa, estava no escritório para cuidar de papeladas burocráticas; e como enfermeira cuidava dos enfermos que se dirigiam a ela. Elena dava o catecismo e lembrava sempre os sacerdotes genoveses que teve como alunos. Mas, de Elena lembro sobretudo que desde que era jovem religiosa tinha pedido a Deus a graça de poder sofrer a Paixão de Jesus pelos sacerdotes e pelas irmãs em dificuldades e o Senhor aceitou essa sua oferta.

Especialmente nos últimos 6-7 anos sofreu dores insuportáveis nas costas e pélvis: uma vértebra tinha se deslocado por causa de um esforço excessivo ao levantar Rosetta do chão. Elena caminhava toda torta, depois com ajuda de andador, apoiada em muletas, até que já não podia estar de pé e nem sequer sentada. Tinha uma anemia fortíssima e em Setembro foi hospitalizada, os intestinos foram bloqueados e não podia ser operada. Mandaram-na para casa porque disseram: "Não durará muito". Em casa, na sua cama, começou um verdadeiro Via Crucis que durou mais de dois meses, com dores excruciantes dia e noite. Morfina e outros analgésicos não faziam nenhum efeito, os próprios médicos ficavam surpresos com isso. Alimentada com soro, não podia comer e nem beber nada. Nas últimas semanas, sua mão direita havia paralisado, depois também a mão esquerda e o braço esquerdo. Todo dia recebia a Eucaristia, no final só um fragmento.

A babá búlgara, Sra. Elsa ("Uma filha minha não poderia fazer mais por mim", dizia Elena), que a cuidava desde o 2006, disse: "Morreu muito serena e também na morte conservou um sorriso no rosto. No dia antes de morrer eu lhe disse que rezamos para que no Natal podesse encontrar a sua irmão Rosetta, o papai e a mamãe. E ela deu um belo sorriso, estava feliz com isso”.

Irmã Rita das Filhas do Coração de Maria, enfermeira em vários países Africanos, conheceu Elena em 2004, quando foi à Gênova, na casa de sua congregação. Me disse: “Elena me disse que quando era jovem, tinha pedido ao Senhor para torná-la digna do sofrimento. Isso me surpreendeu. E me confiou: eu ofereci minha vida e pedi ao Senhor para sofrer a Paixão de Cristo pelos sacerdotes e religiosos em apuros".

Elena também me disse várias vezes essa sua petição a Deus. Quando a ia encontrar, eu levava a Eucaristia e passávamos mais de uma hora na sala, rezando e refletindo juntos sobre o mistério da Cruz. No final dizia: "O Senhor aceitou minha oferta, sofro com Ele na cruz e o faço de bom grado pelos sacerdotes e os religiosos em crise." Nos últimos tempos, por telefone dizia: "Piero, reza ao Senhor para vir me pegar em breve." Querida Elena, agora que você está no paraíso, é bom que se conheça o seu modo de ajudar a Igreja e seus consagrados. Os bons exemplos são Evangelho vivido e evangelizam.

Fonte: Zenit.

A serviço da esperança

Neste passado mês de novembro, Bento XVI fez uma viagem apostólica à África, na qual, entre outros discursos, destaca aquele de 19 de novembro aos membros do governo, aos representantes das instituições, ao corpo diplomático e aos representantes das principais religiões do Benin. Além do conteúdo, não dirigido só à África, mas a todo o mundo, nos surpreendem dois fatores.

Antes de mais nada o fato do silêncio da imprensa internacional (e portanto também italiana, com exceção da imprensa "especialística").

Em segundo lugar é grande a profundidade da análise não só do que acontece na África, mas também da situação sócio-econômica ocidental. De fato, se não fosse conhecida a área geográfica na qual o discurso foi proferido, bem que poderia adaptar-se às vicissitudes europeia e italiana, em particular do mês passado.

O direito inegável de todas as pessoas à felicidade tem se tornado, sempre mais, o imperativo hedonista do "ter de ser feliz" a todo custo, alimentando ilusões e apagando esperanças. O quanto esta idéia de felicidade tenha se tornado hoje uma das pedras angulares do sistema social está sob os olhos de todos, alimentando inseguranças, as frustrações e o sentimento de inferioridade que parecem caracterizar a identidade do homem moderno.

Em outros aspectos, há uma clara dissociação entre o progresso econômico e o bem-estar individual, a ascensão exponencial de novas formas de mal-estar nas sociedades ocidentais, bem como a baixa correlação existente entre os diferentes aspectos do bem-estar e do mal-estar subjetivos e as condições ou circunstâncias externas , sortudas ou azarentas, que sofrem nossas vidas. O que fazer? Abandonar-se ao desespero? Ou parar ante a maravilha do Deus feito homem?

Deixemo-nos guiar por Bento XVI: "Toda nação quer compreender as decisões políticas e econômicas que são feitas em seu nome. Ela se dá conta da manipulação, e a sua reação é, às vezes, violenta. Quer participar de um bom governo. Sabemos que nenhum regime político humano é o ideal, que nenhuma escolha econômica é neutra.

Mas devem sempre servir o bem comum. Encontramo-nos diante de uma reivindicação legítima que preocupa todos os países, para uma maior dignidade, e acima de tudo, uma maior humanidade. O homem quer que a sua humanidade seja respeitada e promovida. Os líderes políticos e econômicos dos países se encontram diante de decisões cruciais e escolhas que não podem mais evitar.

Desta tribuna, lanço um apelo a todos os líderes políticos e econômicos dos Países Africanos e do resto do mundo. Não privem o seu povo da esperança! Não amputem o seu futuro mutilando o seu presente! Tenham uma abordagem ética com a coragem de suas responsabilidades e, se são crentes, orem a Deus para que lhes conceda a sabedoria.

Essa sabedoria lhes fará entender que, como promotores do futuro do seu povo, é preciso tornar-se verdadeiros servos da esperança. Não é fácil viver a condição de servos, permanecer intactos em meio a correntes de opiniões e de interesses poderosos. O poder, qualquer que seja, cega com muita facilidade, especialmente quando estão em jogo interesses privados, familiares, étnicos ou religiosos. Só Deus purifica o coração e as intenções.

A Igreja não oferece nenhuma solução técnica e não impõe nehuma solução política. Ela repete: não tenhais medo! A humanidade não está sozinha para enfrentar os desafios do mundo. Deus está presente. E "Esta é uma mensagem de esperança, uma esperança geradora de energia, que estimula a inteligência e dá à vontade todo o seu dinamismo (...). O desespero é individualista. A esperança é comunhão. Não é este um caminho maravilhoso que nos é proposto? Convido a este todos os responsáveis políticos, econômicos, bem como o mundo universitário e aquele da cultura. Sejam, também vocês, semeadores de esperança!” E este é também nossos melhores desejos para o Natal e Ano Novo.

(Tradução Thácio Siqueira)
Fonte: Zenit.

Os católicos da Índia são solidários com os Intocáveis

As paróquias indianas comemoraram no último fim de semana o domingo da Libertação dos Dalit, durante o qual os cristãos renovaram seu compromisso com aqueles que, pela origem Dalit (intocáveis ), ainda sofrem o tradicional tratamento reservado à sua casta.

A festa é celebrada todos os anos no domingo mais próximo ao Dia Internacional dos Direitos Humanos, que acontece a cada 10 de dezembro. O tema deste ano foi o nosso Deus com as pessoas que lutam.

A Conferência Episcopal indiana e o Conselho Nacional das Igrejas indianas apoiaram a celebração; orientações especiais foram enviadas para todas as dioceses e congregações religiosas.

"A sociedade indiana ainda está sob o domínio da cultura de castas, que continua a transmitir éticas, atitudes, estruturas que favorecem a desigualdade e práticas de desumanização dos intocáveis", afirmam os bispos indianos em um comunicado publicado no seu site.

"Contrariando a visão de Cristo no Evangelho, a ‘mentalidade da casta' prevalece também na comunidade cristã. Essa viola a dignidade dada por Deus e a igualdade entre os homens. A dignidade humana e o respeito são devidos à pessoa humana e toda negação disso é um pecado contra Deus e os homens "(Declaração sobre as castas da Conferência episcopal indiana de 1982).

O site dos bispos diz que o Domingo da Libertação dos Dalit tem “transmitido ao povo de Deus a esperança de que Deus os acompanha na batalha para alcançar a igualdade de direitos para os Dalit cristãos e para os Dalit muçulmanos e os esforços para construir comunidades de justiça, paz e alegria".

Fonte: Zenit.

Rússia: líderes católicos e ortodoxos se consideram "mais fortes juntos"

"Estamos unidos em defesa dos cristãos". É a conclusão de líderes católicos e ortodoxos na recente conferência “A liberdade de religião: o problema da discriminação e da perseguição contra os cristãos”, patrocinada pelo Patriarcado de Moscou e encerrada com um apelo conjunto a combater o ódio contra os cristãos.

Na conferência de dois dias, que terminou na capital russa com um discurso do Patriarca Cirilo, participaram o núncio papal e vários líderes das Igrejas Orientais, junto com especialistas no diálogo inter-religioso.

O sucesso do evento foi celebrado por Peter Humeniuk, especialista russo da associação Ajuda à Igreja que Sofre, que contribuiu para o financiamento dos dois dias do evento.
"Estamos todos no mesmo barco. Em tempos de perseguição, a nossa solidariedade é necessária".

Humeniuk prosseguiu: "Nós, cristãos de diferentes denominações, somos inseparavelmente ligados, em tempos bons ou ruins.Os cristãos são hoje o grupo mais perseguido no mundo".
Ainda segundo Humeniuk, é preciso encontrar maneiras de levantar a voz dos cristãos no espaço internacional e trabalhar em conjunto para combater esse problema. "Iniciativas conjuntas são urgentes neste momento, dada a situação dramática. A conferência de Moscou é um passo importante nestes esforços".

A conferência acontece após a publicação de relatórios da Comissão Episcopal da Comunidade Europeia (COMECE), que mostra que pelo menos 75% de toda a perseguição hoje é feita contra os cristãos.

Também participaram do evento em Moscou Dom Ivan Jurkovitch, Núncio Apostólico na Federação Russa; o arcebispo Erwin Josef Ender, do Vaticano, e o arcebispo da diocese da Mãe de Deus em Moscou, Dom Paolo Pezzi, bem como representantes de outras religiões, incluindo Farid Salman, grande mufti da Rússia, e Pinchas Goldschmidt, presidente da Conferência dos Rabinos Europeus.

Durante a conferência sobre a liberdade religiosa, o Pe. Andrzej Halemba, especialista em Oriente Médio para a Ajuda à Igreja que Sofre, descreveu os problemas dos cristãos na região, especialmente após a chamada "primavera árabe", confirmando o compromisso de ajudar os cristãos a permanecerem na sua terra natal sempre que possível.

O Pe. Halemba enfatizou a importância da educação. "Os cristãos não devem ser menos educado do que o resto da sociedade; devem ser mais", disse ele, ressaltando que as escolas católicas estão abertas tanto para muçulmanos quanto para cristãos, e que elas promovem a compreensão e o respeito mútuo.

Segundo o especialista da Ajuda à Igreja que Sofre, é preciso ajudar também os cristãos que, para escapar da perseguição, procuraram refúgio no exterior. "A Ajuda à Igreja que Sofre sempre foi a voz daqueles que não têm voz em público", finalizou.


Fonte: Zenit.

sábado, 17 de dezembro de 2011

"Recuperar no Natal o prazer da oração"

O Papa Bento XVI recebe esta manhã, na Sala Clementina, uma delegação ucraniana composta por 500 pessoas que vieram ao Vaticano para entregar a árvore de natal que decorará a Praça S. Pedro neste Natal 2011.

Ao saudar a delegação, o Papa falou deste significativo símbolo natalino, já que a árvore, com seus ramos. evoca o perdurar da vida.
A árvore e o presépio são elementos da atmosfera típica do Natal, atmosfera de religiosidade e intimidade familiar que, segundo o Papa, devemos preservar nas nossas sociedades, onde muitas vezes parece prevalecer o consumismo e a busca de bens materiais.

Neste tempo de Advento, recordou o pontífice, a Igreja nos convida a preparar-nos ao Nascimento do Salvador, intensificando o caminho espiritual e a relação com Cristo. "A nossa época necessita de cristãos santos, entusiastas da própria fé! Quanto é preciso recuperar o prazer da oração!", exortou Bento XVI, convidando a deixar de lado o ritmo de vida que nos impede de voltar-nos para nós mesmos e admirar o mistério de Deus que habita em nosso coração.

"Natal é festa cristã e os seus símbolos constituem importantes referências ao grande mistério da Encarnação e do Nascimento de Jesus. Preparemo-nos a acolhê-Lo com fé", concluiu.

A árvore de Natal doada pela Ucrânia é proveniente da região de Zakarpattia. Trata-se de um abete vermelho (Picea abies, L. Karsten), com cerca de 30 metros de altura e pesa quase 5 toneladas.

A árvore será acesa esta tarde na presença de crianças, grupos folclóricos, autoridades ucranianas e do Presidente do Governatorato do Estado da Cidade do Vaticano, Dom Giuseppe Bertello.

Fonte: Rádio Vaticano

Universitários lotam Basílica de São Pedro para ouvir o Papa

Aproximadamente 10 mil universitários se reuniram, no final da tarde desta quinta-feira, na Basílica de São Pedro para um encontro com Bento XVI. O Papa iniciou sua homília citando o Apóstolo Tiago: “Sejam constantes, irmãos, até a vinda do Senhor”.

Após, Bento XVI fez um chamado aos universitários. “Para vocês que vivem no coração do ambiente cultural e social do nosso tempo, que experimentam as novas e mais refinadas tecnologias, que são protagonistas de um dinamismo histórico que parece irresistível, o convite do Apóstolo pode parecer um anacronismo, quase um convite a sair da história, a não desejar ver os frutos de seu trabalho, de sua pesquisa. Mas é assim mesmo?”, questiona Bento XVI.

“O convite para esperarmos Deus está ultrapassado? E ainda de uma maneira mais radical poderíamos nos perguntar: o que significa o Natal para mim; é realmente importante para a minha existência, para a construção da sociedade? São muitas, na nossa época, as pessoas, especialimente aquelas que vocês encontram nas salas de aula, que dão voz à pergunta se devemos esperar qualquer coisa ou qualquer um; se devemos esperar um outro messias, um outro deus; se vale à pena confiarmos naquela Criança que na noite de Natal encontraremos na manjedoura entre Maria e José”.

Exortando a sermos pacientes, outra vez citando o Apóstolo Tiago, que nos convida a sermos como o agricultor, o qual “espera com constância o precioso fruto da terra”, Bento XVI explicou a virtude deste sentimento.

“A paciência é a virtude daqueles que confiam em Deus e sua presença histórica. Daqueles que não se deixam vencer pela tentação de recolocar toda a esperança no imediato, em perspectivas horizontais, em projetos tecnicamente perfeitos, mas distantes da realidade mais profunda, aquela que conceda a dignidade mais alta à pessoa humana: a dimensão transcedente, o ser criatura imagem e semelhança de Deus, o de levar no coração do desejo de elevar-se a Ele”.

fonte: Rádio Vaticano

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

Os jovens na era da internet: dependências e patologias

Hoje, a comunicação social está apoiada por ferramentas modernas que nos fazem superar barreiras e as limitações de tempo e de espaço e, entre as novas formas de comunicar, a Internet é certamente um dos meios que oferece mais oportunidades.

Mas, como todas as ferramentas de comunicação, também a rede não está isenta de desvios e abusos que, nos últimos anos, têm, por vezes, levado a observar no campo da saúde mental, uma forma moderna de dependência, definida como internet-dependência.

O recurso à Internet parece intimamente ligado a uma tentativa de compensar as dificuldades relacionais, procurando na Rede amigos ou relações sentimentais por meio de um caminho mais rápido e que consente superar algumas inseguranças que, entretanto, são amplificadas pelas diárias relações cara a cara.

Alberto Di Giglio, professor no Centro Experimental de Cinematografia, estará ao lado de Alessandro Meluzzi com algumas propostas cinematográficas, mostrando grandes pedaços de filme como um estímulo para uma visão mais ampla sobre a Internet e a videodependência.

O primeiro filme analisado será I Want to be a Soldier, de Christian Molina (2011). Trata-se de um filme que conta a história de Alex, um garoto de 10 anos de idade fascinado pela violência que ele vê na televisão e nos videogames. Alex começa a ter problemas de comunicação com seus pais e colegas da escola, e por isso começa a fechar-se em si mesmo, inventando para si dois amigos imaginários: o astronauta capitão Harry e o seu alter ego, o sargento Cluster. Através da televisão, Alex descobrirá um mundo novo de tal forma que se sente completamente fascinado por tudo o que ele vê. O elemento catalisador da história será essa obsessão crescente pelas imagens de guerra e destruição.

O segundo filme, The Social Network, de David Fincher (2010), dará motivo para analisar o fenômeno do Facebook. E a verdadeira história de Mark Zuckerberg, o jovem que se tornaria o mais jovem bilionário da história, criando o social network mais usado do mundo, em 2004 era um aluno brilhante de Harvard, mas com poucas habilidades sociais. Deixado pela namorada, marginalizado dos clubes mais elitistas e com um notável complexo de inferioridade para com os atletas, criou numa noite um software que pegava todas as fotos das alunas colocadas online pela universidade e as colocou à disposição de todos na rede, com o objetivo de votar a mais bonita. A aplicação percorreu todos os computadores da área e Zuckerberg foi multado por violar os sistemas de segurança.

The Social Network é o primeiro filme a trazer um dado de fato da modernidade, ou seja que a vida na rede, para uma certa fatia da humanidade tem a mesma importância da vida real, com os relativos riscos.

Estão convidados para o encontro, professores, agentes de pastoral e os pais.


Fonte: Zenit.

A interdependência entre os povos não é uma ameaça

"A unidade da família humana é agora vista como um fato." O afirmou o Papa Bento XVI durante o seu discurso, pronunciado em francês, durante a audiência com os onze embaixadores junto à Santa Sé, por ocasião da apresentação das suas cartas credenciais.

Bento XVI referiu-se, em particular, "aos meios de comunicação social que conectam todas as partes do mundo entre si", aos "transportes que facilitam os intercâmbios humanos", às "relações comerciais que fazem as economias interdependentes", aos desafios relativos ao ambiente e fluxos migratórios.

Todos esses fenômenos nos fazem ver como a humanidade tem "um destino comum", disse o Pontífice. Porém, "diante dos aspectos positivos", a toma de consciência de tudo o que é percebido por muitos como "um fardo".

No entanto, o Santo Padre recordou que "o olhar da própria humanidade sobre si mesma deve evoluir no sentido de descobrir nesta interdependência, não uma ameaça, mas um benefício: Os homens que trabalham uns com os outros e uns para os outros".

Uma vez que todos nós somos "responsáveis por tudo", torna-se importante "ter uma concepção positiva da solidariedade", por meio da qual pode ser realizado o "desenvolvimento humano integral que permite a humanidade alcançar a sua realização."

A solidariedade que o Papa falou é, em primeiro lugar, uma solidariedade "entre as gerações" que "está enraizada na família que deve ser mantida, para continuar a cumprir sua missão na sociedade."

Outro instrumento privilegiado para a promoção da solidariedade é "a educação da juventude"; a este respeito é essencial que os governos "invistam os recursos necessários para dar aos jovens as bases éticas fundamentais" para ajudá-los a lutar contra os "males sociais" do nosso tempo: "o desemprego, as drogas, a criminalidade e o desrespeito da pessoa."

Bento XVI também destacou que o "pluralismo cultural e religioso não se opõem à busca comum do bem, do Belo e do verdadeiro". A Igreja, portanto, "sustentada pela luz da Revelação," encoraja as pessoas "a confiarem na razão que, se purificada pela fé" é capaz de elevá-los e de colocá-los em busca insondável do mistério.

Os "novos desafios", portanto, apelam para a "mobilização das inteligências e da criatividade do homem para lutar contra a pobreza e para um uso eficaz e saudável das energias e dos recursos disponíveis."

Outra questão levantada pelo Santo Padre é o da "responsabilidade de todos", para que sejam garantidos "o respeito e a promoção da dignidade humana".

O "primado do espírito", então, não é uma prerrogativa exclusiva das religiões, mas também deve ser incentivado pelas autoridades estaduais, obrigadas a colocar "políticas culturais que incentivem o acesso de qualquer um aos bens do espírito”, sem desencorajar nunca o homem do “buscar livremente a sua calma espiritual".


Fonte: Zenit.

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Vietnã: "não" dos redentoristas à uma delegação governativa de natal

O escritório provincial dos Redentoristas na capital Saigon recusou uma visita de cortesia, com motivo do Natal e do Ano Novo, de uma delegação do Gabinete de Assuntos Religiosos do governo vietnamita. Quem relatou isso, ontem, quarta-feira, 14 dezembro, foi a agência de informações das Missões Estrangeiras de Paris, Eglises d'Asie.

A secretaria provincial da Congregação dos Redentoristas enviou de fato uma carta oficial ao Gabinete de Assuntos Religiosos e de Minorias Étnicas Ho Chi Minh City (antiga Saigon). Na carta, os líderes da província vietnamita dos Redentoristas anunciaram que este ano não receberão a delegação para os Assuntos Religiosos, encarregada por apresentar as tradicionais felicitações do governo durante o Natal e o Ano Novo. A carta explica também as razões da decisão.

Como lembra Eglises d'Asie, trata-se de uma tradição consolidada desde os primórdios da República Democrática do Vietnã em 1954. Cada ano, poucos dias antes do Natal, delegações de vários órgãos governamentais transmitem seus bons votos para as principais instituições religiosas da região. Esta visita anual de cortesia foi comunicada aos Redentoristas pelas autoridades em uma carta. Liderando a delegação esteve o vice-diretor para os Assuntos Religiosos de Saigon, especificava a carta, que também foi adicionado ao programa da visita.

No dia antes da visita, terça-feira, 13 de dezembro, o secretário provincial da Congregação dos Redentoristas enviou ao Gabinete de Assuntos Religiosos um nova carta, anunciando que os responsáveis dos Redentoristas recusavam receber a delegação oficial.

A carta explica o motivo da decisão com as seguintes palavras: "Durante o ano passado, nós enviamos muitas cartas ao Gabinete de Assuntos Religiosos e das Minorias Étnicas da cidade, relativas à proibição de deixar o país, para uma viagem ao exterior, notificada ao nosso superior provincial, Padre Pham Trung Than, e ao secretário da congregação, padre Dinh Huu Thoai, e também as construções iniciadas sem autorizações nas propriedades religiosas pertencentes à Congregação dos Redentoristas (...)

Até agora, não recebemos nenhuma resposta do seu gabinete, que portanto não fez o que era seu dever mínimo. Acreditamos, portanto, que a visita e a apresentação das suas felicitações, por ocasião do Natal e Ano Novo, não fariam outra coisa do que tornar menos alegre a celebração das festas".

Os três eventos mencionados na carta dos Redentoristas são bem conhecidos. No 10 de julho passado, os agentes da Segurança Pública da cidade de Ho Chi Minh City impediram ao Padre Vicente Pham Trung Thanh de embarcar no avião para Cingapura e a mesma proibição foi notificada ao secretário dos Redentoristas. Os outros dois casos referem-se às propriedades da congregação em Saigon, confiscadas pelo Estado após a mudança de regime em 1975, nas quais as autoridades começaram certos trabalhos sem consulta prévia com os líderes religiosos.

Fonte: Zenit.

A oração de Bento XVI pela libertação dos reféns na Colômbia

"A Igreja continuará a levantar a sua súplica ardente a Deus e a trabalhar pela liberdade deles." Esta é a mensagem de Bento XVI para a Colômbia, especialmente às muitas pessoas reféns de seqüestradores, aos militares e aos policiais.

Nesta semana antes do Natal, onde muito se tem falado sobre o papel da América Latina na Igreja, o Santo Padre dirige, portanto, seu pensamento para a população colombiana, assegurando as orações necessárias.

O Papa num telegrama assinado pelo Cardeal Secretário de Estado, Tarcisio Bertone, e dirigido ao secretário-geral do episcopado colombiano, Mons. Juan Vicente Córdoba, pede ao Senhor "a conversão dos seqüestradores e que se abram caminhos de diálogo para que se possa alcançar a paz tão ansiada pelo povo colombiano".

Dirigindo-se, então, diretamente a todas as famílias das vítimas de sequestro, Bento XVI manifestou sua proximidade "diante da angústia causada por este sofrimento injusto, afirmando que nenhuma autêntica reivindicação social ou política justifica".

No transmitir a todos a bênção apostólica de conforto, o Papa colocou as vítimas das violências na protecção da Virgem Maria, Mãe da esperança, encorajando-as para que possam "lidar com coragem heróica com as difíceis provas do tempo presente."

Os bispos da Colômbia, em resposta a esta mensagem do Papa, convidaram a todos os fiéis e pessoas de boa vontade a dedicarem a Novena de Natal para a libertação dos reféns.

Fonte: Zenit.

O Governo de Cuba satisfeito pela visita de Bento XVI

Em um pedido de entrevista do ZENIT, o embaixador de Cuba junto à Santa Sé, Eduardo Delgado, declarou que o governo cubano expressou satisfação pela visita que o Papa Bento XVI fará à ilha caribenha.

"A declaração feita segunda-feira, 12 dezembro, por Sua Santidade Bento XVI na sua homilia durante a Missa do bicentenário da independência dos países latino-americanos, confirmando a sua intenção de fazer uma viagem apostólica ao México e à Cuba antes da Páscoa de 2012, foi recebida com grande satisfação pelo governo e pelo povo do nosso País", afirmou o embaixador.

O diplomata acrescentou que "a Conferência dos Bispos, por sua vez, reiterou a sua grande alegria por esta visita, pela qual trabalhou com grande empenho."

"Todos os latino-americanos, especialmente o povo cubano, acolherão o Papa com grandes expressões de afeto e respeito, oferecerão hospitalidade e testemunharão os valores da sua cultura e da sua ética", sublinhou Delgado.

O embaixador ressaltou que esta é a segunda visita de um Papa a Cuba e também a segunda visita de Bento XVI em um país latino-americano.

Em relação à Cuba, a visita coincide com o 400 º aniversário da descoberta da imagem da Virgen de la Caridad del Cobre, que goza de uma devoção muito profunda na ilha. Proclamada Padroeira de Cuba em 1916 pelo Papa Bento XV, foi coroada pelo Papa João Paulo II durante a sua histórica visita à ilha, em 1998.

O embaixador de Cuba junto à Santa Sé também lembrou que a imagem de Nossa Senhora começou por toda a ilha em agosto de 2010, uma peregrinação que vai acabar em breve na capital de Cuba. No próximo mês de março também se terminará no El Cobre o Ano Jubilar de Cuba.

"A unidade entre a doutrina e o pensamento revolucionário para a fé e os crentes encontra a sua raíz nos próprios fundamentos da nação cubana e a sua base principal é o senso de justiça, de amor ao próximo, de igualdade e ajuda aos necessitados, seja do nosso povo que de uma nação irmã ", continuou o diplomata cubano.

O embaixador concluiu sua declaração ao Zenit, dizendo que "o governo cubano, através do embaixador junto à Santa Sé reafirma a sua especial satisfação pela visita apostólica de Sua Santidade e declara que ele será recebido com todo o respeito e o amor que merece e que vai fazer tudo o que for da sua competência para dar-lhe uma feliz estadia para que leve consigo uma grata memória do nosso povo e da sua estadia, como foi o caso com o Beato João Paulo II quando ele fez sua viagem em janeiro 1998 ".

Fonte: Zenit.

O apelo ao Pai é a força que cura

Apresentamos o resumo da catequese feita pelo Papa, durante a Audiência geral nesta quarta-feira, aos fiéis e peregrinos presentes na Sala Paulo VI.



Queridos irmãos e irmãs,

No Evangelho, vemos Jesus rezar ao Pai do Céu, antes de realizar os milagres. Assim acontece na cura de um surdo-mudo, como ouvistes ler no princípio da Audiência: «erguendo os olhos ao Céu», Jesus entra em relação com o Pai, que atua através d’Ele. A força que curou o surdo-mudo foi certamente provocada pela compaixão pelo doente que Jesus quer ajudar, mas provém do seu apelo ao Pai. Temos um exemplo ainda mais claro na ressurreição de Lázaro: diante do túmulo, Jesus «erguendo os olhos ao céu, disse: “Pai, dou-Te graças por Me teres atendido”» (Jo11, 41). Sabemos assim que, desde quando soube do amigo gravemente doente, Jesus não cessou um momento sequer de pedir pela sua vida. Esta oração continua e reforça a união de Jesus com o seu amigo Lázaro e, ao mesmo tempo, confirma a sua decisão de permanecer em comunhão com a vontade do Pai, com o seu plano de amor que previa a doença e a morte de Lázaro como lugar onde havia de manifestar-se a glória de Deus.



Saúdo cordialmente os grupos brasileiros da diocese de Pato de Minas e da paróquia de Silvânia e restantes peregrinos de língua portuguesa, a todos recordando que a oração abre a porta da nossa vida a Deus. E Deus ensina-nos a sair de nós mesmos para ir ao encontro dos outros que vivem na prova, dando-lhes consolação, esperança e luz. De coração, a todos abençôo em nome do Senhor.

Fonte: Zenit.

Miguelito por nascer e já tem página

O nascituro que chamaremos, por exemplo, no caso de alguém duvidar de que é humano, Miguelito, já tem sua própria página. A criou um grupo pró-vida do Chile.

O Projeto Nasciturus é uma iniciativa em defesa da vida de uma criança por nascer em conformidade à ordem jurídica e constitucional da República do Chile que garante a vida por nascer no seu Art. 19, No. 1. Agora estréia página.

"A fim de promover uma consciência a favor da vida e seu respeito como um direito humano fundamental inerente à pessoa humana em um estado de direito, este site é apresentado como um meio de formação e informação para defender a vida. Todos aqueles que desejam defender, respeitar e promover os direitos humanos estão convidados a participar na defesa do mais fundamental dos mesmos: a vida ", afirmam seus criadores.

Este site em defesa da vida em gestação foi iniciativa do padre Francisco Javier Astaburuaga Ossa, como este informa ao ZENIT.

O protagonista da página é o nascituro e verdadeiramente se beneficia da beleza de umas imagens de alta qualidade que comunicam ao leitor a ternura dessas vidas em processo, desde o ventre de suas mães. Pode-se ler em espanhol e Inglês.

"Este meio pretende ser uma ajuda para a família, profissionais, terapeutas, advogados, profissionais da saúde", afirma o sacerdote Astaburuaga.

Para mais informações: www.nasciturus.cl

Fonte: Zenit.

A regulação não é censura

Delegados da Pastoral da Criança se reuniram do 6 ao 11 de Dezembro, em Belo Horizonte, para se posicionarem sobre a pauta do STF que busca declarar a inconstitucionalidade do artigo 254 do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ao final do encontro emitiram um comunicado. Neste, diz que o artigo em vigor penaliza com “multa de 20 a 100 salários de referência” programas de rádio ou televisão que sejam apresentados fora dos horários autorizados. O juiz pode até mesmo chegar a “determinar a suspensão da programação da emissora por até dois dias”.

E, “caso o STF optar pela supressão das penalidades previstas no artigo 254 do ECA,” correremos o risco de “expor as crianças e os adolescentes a uma produção radiofônica e televisiva incompatível com sua formação integral.”, continua o comunicado.

“Se é verdade que a educação de crianças e adolescentes é uma obrigação da família, também é verdade que o Estado e a sociedade não podem se eximir desta responsabilidade conforme o art. 227 da Constituição Federal” – afirma o comunicado. E lembra que esse artigo “determina como dever da família, da sociedade e do Estado assegurar a integridade física, psicológica e moral das crianças, dos adolescentes e dos jovens.”

Portanto, “acreditando na importância de manter a classificação indicativa nas programações para “respeitar valores éticos e sociais das pessoas e da família”, os delegados veem a regulação como “decisivo mecanismo de orientação às famílias sobre a programação da televisão e da rádio” e como “um válido instrumento para proteger as crianças e adolescentes”.

Por fim, o comunicado diz que “a regulação não é censura, prática esta que somos contrários, mas um mecanismo que obriga as produtoras e as emissoras a prezar pela qualidade ética e moral de sua programação.”

Para ler o documento na íntegra pode acessar: http://www.cnbb.org.br/site/imprensa/noticias/8294-pastoral-do-menor-manifesta-ser-contraria-a-acao-de-inconstitucionalidade-a-respeito-da-classificacao-indicativa


Fonte: Zenit.

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Cuba tem um plano provisório para a visita papal

Apesar do papa não ter especificado as datas exatas de sua visita à Cuba o arcebispo de Santiago de Cuba, Dionisio García Ibáñez, declarou em uma entrevista que já preparou um cronograma preliminar .

"Gostaríamos de que no El Cobre tivesse uma celebração mariana e o encontro com os bispos cubanos junto da Mãe” no santuário, indicou. Também prepara-se uma Eucaristia em Santiago de Cuba em presença da imagem.

Em 1998 João Paulo II presidiu uma Missa campal na praça Antonio Maceo. Desta vez, poderia ser organizado do outro lado da mesma praça. Os planos para toda a estadia Papal serão concretizados com a visita, em meados de dezembro, do enviado do Vaticano.

O Papa Bento XVI confirmou a sua anunciada visita, nesta segunda-feira 12 de dezembro, durante a missa na Basílica de São Pedro, na festa de Nossa Senhora de Guadalupe. Calculando as datas do início da primavera e do começo da Páscoa a mídia previu que a visita aos dois países seria entre o 23 e o 29 de março. Não houve confirmação oficial.

Em conversas informais os bispos cubanos já haviam manifestado sua esperança de que a visita a Cuba coincidisse com a data da Encarnação do Verbo, 25 de março. Nesta festa, "Maria tem um lugar, mas Jesus é o centro", afirmou o bispo de Holguin, Emilio Aranguren, recordando o tema do Jubileu: A Jesus por Maria: a caridade nos une.

Durante o processo de preparação para o 400 º aniversário, a Igreja cubana insiste no sentido bíblico de um jubileu, no qual as dívidas são perdoadas e libertados os prisioneiros. A visita de Bento XVI poderia resultar num gesto de clemência por parte do governo cubano, a grupos de prisioneiros, como mulheres ou pessoas doentes.

Após a visita de João Paulo II em 1998, o governo cubano proclamou o feriado do Dia de Natal. Agora, com esta visita papal, perto da Páscoa, poderia dar-se outro gesto pelo governo, dado que a Sexta-feira Santa foi, no passado, uma data de feriado e não laboral.

Há também certa expectativa de que a visita papal poderia dar um novo impulso ao processo de beatificação e canonização do Servo de Deus Félix Varela y Morales. Seu nome aparece com freqüência nos discursos papais relacionados com Cuba. Um exemplo é a carta de Bento XVI aos bispos de Cuba no 2008 pelo Cardeal Tarcisio Bertone, na qual lembrava que a proclamação "do Evangelho chegou há cinco séculos e cujos valores tiveram grande influência no nascimento da nação, através principalmente do trabalho do Servo de Deus Félix Varela".

Esta visita de Bento XVI não é uma surpresa para a Igreja cubana que já tem três anos se preparando para o Ano Jubilar Mariano.

O primeiro convite para o Papa visitar Cuba como parte do Ano Jubilar foi feito pelos bispos em visita ad limina de 2008. Levaram para ele uma réplica da imagem do heremitério do Cayo de la Virgen que o Papa abençoou e tiraram uma foto com o papa e com a imagem.

Como parte das etapas preparatórias deram-se passos na execução de vários templos: o projeto do heremitério no Cayo de la Virgen aguarda a aprovação para iniciar sua execução e a construção do templo de Barajagua já está avançada. Também foram feitas melhorias no santuário do El Cobre e se estabeleceu uma rota de peregrinos sob o nome "El Camino de la Virgen", com vários "passos" pelos lugares que percorreu a imagem original, após a sua descoberta em 1612, até sua chegada ao santuário atual, localizado a cerca de quinze quilômetros de Santiago de Cuba.

Estes dez quilômetros serão os que possivelmente percorrerá o comboio do papa por estrada para visita de Bento XVI para El Cobre de Santiago como peregrino da Caridade.

Monsenhor Garcia Ibanez indicou que na sua arquidiocese já foram feitos os contatos necessários com as autoridades provinciais “e estão muito dispostos a colaborar pelo sucesso da visita”.

A Igreja em Santiago estabeleceu uma comissão diocesana ", composto, quase metade metade, por pessoas que tiveram responsabilidades na visita de João Paulo II e pelos jóvens comprometidos que têm responsabilidades na partoral diocesana”, disse o bispo. “Já temos um esboço do que queremos e estamos esperando", acrescentou.
Por Araceli Cantero Guibert

Fonte: Zenit.