segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Bafatá, 26 de novembro de 2009

À Paróquia Nossa Senhora de Lourdes e São Judas Tadeu
Coordenação de Catequese!

Caros irmãos em Cristo!
“Deus ama a quem dá com alegria”

Temos a alegria de preparar esta cartinha para agradecer a generosidade desses catequizandos, nossos novos amigos à distância.
Vimos a lista dos colaboradores, é bonita por ter tantos participantes. A oferta de cada um ajudou a formar uma grande oferta, que para nossa diocese é muito importante.
Temos muitas necessidades, mas queremos destinar esta ajuda para materiais de catequese.
Queridos catequizandos! Agora tomo a liberdade de passar uma tarefa para vocês: Ver o que está escrito em Mt 10,42, eu gosto muito de ler este versículo.
Mais uma vez, o nosso muito obrigado, primeiro pela generosidade e depois porque estão crescendo no espírito missionário e no amor a Jesus. Quem ama Jesus tem um coração capaz de amar também os irmãos necessitados mesmo que não os conheça.
Um agradecimento muito especial ao padre Manoel Silva Filho, pela iniciativa e por fazer esta campanha para nossos irmãos além fronteiras.
Aproveitamos também para desejar os melhores votos de um Santo e Feliz Natal, com as bênçãos do Menino Jesus , da Nossa Senhora Aparecida e da Nossa Senhora da África.





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D. Pedro Carlo Zilli

Apoio à nova evangelização na América Latina



150 bispos presentes no Congresso do Caminho Neocatecumenal

Pouco mais de 150 arcebispos e bispos da América Latina reuniram-se este mês no Centro Internacional Domus Galilaeae, na Terra Santa, para o Congresso sobre a nova evangelização em seus respectivos países.
O encontro, organizado por uma equipe responsável do Caminho Neocatecumenal, formada por Kiko Argüello, Carmen Hernández e Pe. Mario Pezzi, abordou a situação da Igreja no mundo e compartilhou, com os bispos, experiências pastorais.
Esta é a primeira reunião deste tipo realizada com os bispos da América Latina, embora não seja a primeira a ser realizada na Domus Galilaeae. Na primavera de 2008, houve uma similar, com 170 bispos da Europa. Em 2007, esta mesma reunião foi realizada com bispos da África e, em 2006, com bispos da Ásia e da Oceania.
Entre outros, o cardeal Pedro Rubiano Sáenz, arcebispo de Bogotá e Nicolás de Jesús López Rodríguez, arcebispo de Santo Domingo, estiveram presentes, além de muitos bispos de Colômbia, Brasil, Venezuela, Bolívia.
Os bispos também se reuniram com autoridades civis e com os pastores de igrejas locais, incluindo Elias Chacour, arcebispo de Akka dos greco-melquitas católicos, o vigário geral do Patriarcado Latino, Dom Giacinto Boulos Marcuzzo, o custódio da Terra Santa, Pe. Pierbattista Pizzaballa, e o núncio apostólico, arcebispo Antonio Franco.
O cardeal Lopez Rodriguez destacou que no congresso se compartilharam experiências e dificuldades pastorais. “Santo Domingo foi a primeira terra americana que recebeu o anúncio do Evangelho. Preparamos para celebrar em 2011 o 500º aniversário da fundação da primeira diocese americana”, disse o arcebispo.
Desafios e dificuldades
No encontro se destacaram alguns fenômenos preocupantes, como a difusão das seitas e de utopias enganosas, fundadas em antropologias que negam a alma e o pecado original, além da volta ao indigenismo.
Destes fenômenos e das palavras dos bispos ficou evidente a urgência da nova evangelização, de uma pastoral missionária que coloque em um movimento virtuoso e dinâmico toda Igreja.
Para Dom Víctor Manuel López Forero, arcebispo emérito de Bucaramanga (Santander, Colômbia), a nova evangelização "deve ser uma característica da nossa missão pastoral", com "novo ardor, nova inspiração mística e buscando um novo rosto para a Igreja, como nos ensinou João Paulo II. "
Nova ardor
Para o bispo José Luis Escobar Alas, arcebispo de San Salvador, "é evidente que a nossa sociedade, em geral, está perdendo a fé e se torna progressivamente mais atéia, assim como a Europa: este processo está também presente cada vez mais na América Latina”.
As vocações diminuem e a família é atacada nos seus princípios e valores. Há também o flagelo das seitas protestantes, que são um autêntico acúmulo de heresias, um sistema que ameaça destruir a fé católica".
Segundo o prelado, nesse contexto, é "extremamente necessária uma resposta, e esta deve ser a evangelização e a missão, como disse o Documento de Aparecida”.
"Esta reunião quis nos animar na a fé, a fim de tomar a melhor decisão, para que possamos proclamar Cristo como a verdadeira escolha, num mundo cada vez mais materialista e desprovido de fé".
Para Dom Angelo Pignoli, bispo de Quixadá (Brasil), o grande desafio de sua diocese "é combater os problemas que afetam as famílias e os jovens”. Ele assinalou ainda a falta de formação do povo. Desejou uma “evangelização mais profunda, para chegar às consciências das pessoas e ter um cristianismo mais autêntico e eficaz”.
Família
Para Dom Hugo Barrantes, arcebispo de San José e presidente da Conferência Episcopal da Costa Rica, em país, vê-se "anticultura da morte: as pessoas não querem ter filhos, querem o casamento entre homossexuais. A família sofre assédio".
"Os bispos da Costa Rica há oito anos estão trabalhando duramente para defender a família. Neste novembro vamos marchar pelas ruas de San José por esta causa”.
“Queremos dizer aos governantes que estamos com a família, que não queremos a morte, queremos que as crianças nasçam, queremos o futuro da pátria. Este é o desafio mais importante para nós hoje”.
Sobre o desafio das seitas, Dom Barrantes disse que em seu país há seitas, mas sobretudo as pessoas abandonam a religião e não se apegam a nada, tornam-se indiferentes. “Por isso é necessário evangelizar. E colocamos nossa diocese em estado permanente de missão".


Fonte: Zenit - (Por Sara Fornari)

Bento XVI: enfermos da AIDS devem sentir consolo que vem de Deus

Apelo às vésperas do Dia Mundial contra o HIV

Os enfermos de AIDS devem poder experimentar o consolo que vem de Deus, afirmou hoje Bento XVI, falando do Dia Mundial contra a AIDS, que se celebra nesta terça-feira, 1 de dezembro.
“Meu pensamento e minha oração dirigem-se a toda pessoa afetada por esta enfermidade, em particular as crianças, os mais pobres, os que são rejeitados”, afirmou o Papa ao concluir a oração mariana.
“A Igreja não cessa de lutar para combater a AIDS, através de suas instituições e do pessoal dedicado a isso”, recordou.
O Santo Padre pediu que todos deem “sua própria contribuição com a oração e a atenção concreta, para que os que estão afetados pelo vírus HIV experimentem a presença do Senhor que dá consolo e esperança”.
E concluiu: “desejo que, multiplicando e coordenando os esforços, chegue-se a deter e erradicar esta enfermidade”.
Segundo dados do recente Informe do UNAIDS, programa da ONU sobre o HIV e a AIDS, no ano passado, a AIDS causou a morte de 2 milhões de pessoas.
Estima-se que mais de 33 milhões de pessoas estão infectadas pelo vírus HIV (das quais 2,5 milhões são crianças) e a cada ano há ao menos 2,5 milhões de novos contágios.

Fonte: Zenit.

Bento XVI: precisamos de uma esperança confiável

Intervenção com motivo do Ângelus

Oferecemos a seguir o discurso pronunciado hoje pelo Papa durante a oração do Ângelus com os peregrinos reunidos na Praça de São Pedro.
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Queridos irmãos e irmãs!
Este domingo iniciamos, pela graça de Deus, um novo Ano Litúrgico, que se abre naturalmente com o Advento, tempo de preparação ao nascimento do Senhor. O Concílio Vaticano II, na constituição sobre a liturgia, afirma que a Igreja “distribui todo o mistério de Cristo pelo correr do ano, da Incarnação e Nascimento à Ascensão, ao Pentecostes, à expectativa da feliz esperança e da vinda do Senhor”. “Com esta recordação dos mistérios da Redenção, a Igreja oferece aos fiéis as riquezas das obras e merecimentos do seu Senhor, a ponto de os tornar como que presentes a todo o tempo, para que os fiéis, em contato com eles, se encham de graça” (Sacrosantum Concilium, 102). O Concílio insiste no fato de que o centro da liturgia é Cristo, como o sol em torno do qual, como os planetas, circulam a Bem-aventurada Virgem Maria –a mais próxima– e os mártires e outros santos, que “cantam hoje a Deus no céu o louvor perfeito e intercedem por nós” (Ibidem, 104).
Esta é a realidade do Ano Litúrgico, por assim dizer, “partindo do lado de Deus”. E partindo do lado –digamos– do homem, da história e da sociedade? Que importância pode ter? A resposta sugere propriamente o caminho do Advento, que hoje empreendemos. O mundo contemporâneo necessita sobretudo de esperança: necessitam dela as populações em vias de desenvolvimento, mas também as economicamente desenvolvidas. Cada vez mais advertimos que nos encontramos em um mesmo barco e devemos nos salvar todos juntos. Sobretudo nos damos conta vendo cair tantas falsas seguranças, de que necessitamos de uma esperança confiável, e esta se encontra apenas em Cristo, quem, como diz a Carta aos Hebreus, “é o mesmo ontem, hoje e sempre” (13, 8). O Senhor Jesus veio no passado, vem no presente e virá no futuro. Ele abraça todas as dimensões do tempo, porque morreu e ressuscitou, é “o Vivo” e, compartilhando nossa precariedade humana, permanece para sempre e nos oferece a própria estabilidade de Deus. É “carne” como nós e é “rocha” como Deus. Quem deseja a liberdade, a justiça e a paz pode voltar-se a levantar e alçar a cabeça, porque em Cristo a libertação está próxima (cf. Lc 21,28) –como lemos no Evangelho de hoje. Podemos portanto afirmar que Jesus Cristo não só olha os cristãos, mas todos os homens, porque Ele, que é o centro da fé, é também o fundamento da esperança. É a esperança que todo ser humano necessita constantemente.
Queridos irmãos e irmãs, a Virgem Maria encarna plenamente a humanidade que vive na esperança baseada na fé no Deus vivo. Ela é a Virgem do Advento: está bem enraizada no presente, no “hoje” da salvação; em seu coração recolhe todas as promessas passadas, e se estendem ao cumprimento futuro. Introduzamo-nos em sua escola, para entrar de verdade neste tempo de graça e acolher, com alegria e responsabilidade, a vinda de Deus a nossa história pessoal e social.

Fonte: Zenit.

Cristo é a esperança de que necessitamos, diz Papa

Pontífice reza o Ângelus com os peregrinos na praça de São Pedro

O mundo contemporâneo precisa sobretudo de esperança, e esta se encontra apenas em Jesus Cristo, afirmou Bento XVI hoje, no discurso introdutório do Ângelus, na praça de São Pedro.
“O mundo contemporâneo necessita sobretudo de esperança: necessitam dela as populações em vias de desenvolvimento, mas também as economicamente desenvolvidas”, disse.
“Cada vez mais advertimos que nos encontramos em um mesmo barco e devemos nos salvar todos juntos”, continuou.
“Sobretudo nos damos conta vendo cair tantas falsas seguranças, de que necessitamos de uma esperança confiável, e esta se encontra apenas em Cristo.”
O Papa iniciou seu dircurso recordando que este domingo começou o tempo do Advento, período de preparação ao nascimento do Senhor, e um novo ano litúrgico.
Depois, afirmou que “o Senhor Jesus veio no passado, vem no presente e virá no futuro”.
Cristo “abraça todas as dimensões do tempo, porque morreu e ressuscitou, é ‘o Vivo’ e, compartilhando nossa precariedade humana, permanece para sempre e nos oferece a própria estabilidade de Deus”. “É ‘carne’ como nós e é ‘rocha’ como Deus”.
O Papa destacou o caráter universal da salvação de Cristo: “quem deseja a liberdade, a justiça e a paz pode voltar-se a levantar e alçar a cabeça, porque em Cristo a libertação está próxima”.
“Jesus Cristo não só olha os cristãos, mas todos os homens, porque Ele, que é o centro da fé, é também o fundamento da esperança. É a esperança de que todo ser humano necessita constantemente.”

Fonte: Zenit.

Consciência e políticas públicas

Instituições católicas sob pressão

Por Pe. John Flynn, L.C.

Com a transição para uma sociedade pós-cristã, muitos países estão imprimindo uma pressão crescente sobre os crentes que trabalham em instituições de financiamento público. Um dos últimos casos envolve um projeto de lei, em Washington D.C., sobre o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
No dia 1 de novembro, explicou um artigo publicado pelo jornal The Washington Post, uma análise da proposta de legalizar as uniões do mesmo sexo revela que as cláusulas que se dizem proteger a liberdade religiosa "são lamentavelmente insuficientes e fornecem uma proteção mais ilusória do que real".
As regras propostas, detalhava o Post, não oferecem proteção adequada contra a perda de benefícios do governo por se recusar a reconhecer uniões de pessoas do mesmo sexo. Assim como há uma falta de proteção dos que discordam de modo individual, com objeção religiosa a promover uniões do mesmo sexo, caso que inclui fornecedores, músicos e fotógrafos.
De acordo com notícia publicada no dia 12 de novembro no jornal The Washington Post, a arquidiocese de Washington declarou que não será capaz de continuar a prestar os programas de serviço social que funcionam agora.
O temor da arquidiocese, por exemplo, é ser obrigada a fornecer benefícios laborais a pares do mesmo sexo.
De acordo com o artigo, as organizações de caridade católicas prestam serviços para 68.000 pessoas na cidade. Além dos recursos públicos que recebe para tais atividades, a arquidiocese dedica mais 10 milhões de dólares em recursos próprios.
O arcebispo de Washington, Dom Donald W. Wuerl, escreveu um artigo de opinião para o site do Washington Post, publicado no dia 17 deste mês.
Ali, salientava que, ainda que a Igreja Católica não concorde com a redefinição do casamento, tudo o que estão pedindo é que o projeto vise a um equilíbrio mais justo entre os diferentes grupos de interesse.
O arcebispo Wuerl afirmou que a arquidiocese e as organizações católicas estão empenhadas em continuar a prestar serviços, mas as disposições da nova lei sobre as uniões do mesmo sexo poderiam restringi-las de realizar este desejo.
Isso não tem importância para alguns editorialistas do Los Angeles Times, que animaram, a 18 de novembro, os funcionários de Washington a permanecer firmes. O editorial pedia ao governo federal que adote uma postura mais forte quanto aos fundos federais e as organizações de natureza religiosa, especificamente sobre a possibilidade de não contratar pessoas que não compartilhem seus pontos de vista religiosos.
A obrigação do aborto
Enquanto isso, no mês passado, a Austrália completou um ano desde a aprovação da legislação que impede aos médicos o direito à objeção de consciência nos casos de aborto, no estado de Victoria.
De acordo com Nicholas Tonti-Filippini, especialista em bioética do Instituto João Paulo II para o Matrimônio e a Família de Melbourne, ao menos dois médicos com objeção de consciência ante o aborto se negaram a dirigir seus pacientes a outro profissional para que pudesse provocar o aborto.
Juntamente com a descriminalização do aborto, no ano passado, a nova lei obriga os médicos objetores de consciência a expressar sua crença e encaminhar o paciente para0 outro médico.
No dia 22 de outubro deste ano, os bispos católicos do estado de Victoria publicaram uma carta pastoral sobre o tema do aborto e a reforma legislativa.
Em sua carta, os bispos observaram que, além de negar o direito dos médicos de abster-se a cooperar com um aborto, a lei também elimina a objeção de consciência dos enfermeiros.
"Certo tipo de hipocrisia já predomina nos hospitais", afirma a carta. "Em um quarto, o bebê prematuro será cuidado com muito esforço e com a melhor tecnologia. Em outra sala, uma criança por nascer, talvez já maior que o bebê prematuro, pode ser assassinada impunemente".
Os bispos também apontaram que as mulheres que procuram um aborto não têm acesso às informações precisas sobre o que acontece com seus filhos ou os riscos que corre.
Problemas mais profundos
"Não devemos ver a legalização do aborto, em Victoria, como um problema isolado, e sim como o sintoma de um problema muito mais profundo e cultural da crescente secularização e do relativismo", advertiu a carta.
"Leis como essa do aborto representam uma ameaça direta para toda a cultura dos direitos humanos, porque a teoria dos direitos humanos se baseia na afirmação de que a pessoa humana não pode ser submetida à dominação dos demais", continua a carta.
O arcebispo de Melbourne, Dom Denis Hart, presidiu um culto ecumênico de oração na Catedral de St. Patrick, no dia 25 de outubro, em reparação ao aborto.
Em sua homilia, ressaltou que desde o primeiro século a Igreja afirma que há mal moral em qualquer aborto provocado.
"O feto deve ser tratado como pessoa desde o momento da concepção; o embrião deve ser defendido na sua integridade, tratado e curado, na medida do possível, como qualquer outro ser humano", afirmou.
Mais ao norte, na capital do país, Camberra, os líderes católicos estão preocupados com a proposta de venda ao governo do Hospital do Calvário, por parte da Little Company of Mary Health.
Canberra Times informou no dia 29 de outubro que o cardeal George Pell, de Sydney está preocupado, pois os motivos do governo são ideológicos e dirigidos por elementos anticristãos.
O artigo também explica que antes, o vigário-geral da arquidiocese de Camberra, monsenhor John Woods, tinha expressado sua preocupação de que a missão da Igreja de proporcionar cuidados de saúde se veria comprometida pela venda.
Como Angela Shanahan escreveu no jornal Australian no dia 31 de outubro, há suspeita de que o governo, sob o controle de uma coalizão ‘verde-esquerda’, queira simplesmente tirar a Igreja Católica do serviço de saúde pública na capital do país.
Ela citou um relatório do partido verde que recomendava que o hospital fosse retirado das mãos católica ou vendido ao governo, porque não faria abortos, esterilizações ou "toda a gama de serviços reprodutivos".
Trabalhadores da saúde
Os Estados Unidos têm vivenciado debates desde o início do ano, quando o governo Obama rescindiu as normas que protegiam os trabalhadores da saúde que não desejam participar de abortos.
Em um comunicado datado de 23 de março, a Conferência Episcopal dos Estados Unidos declarou: "a proteção do direito fundamental da consciência assume urgência ainda maior quando os membros das profissões de cura são submetidos à pressão ou a algum risco, que seria a retirada da vida humana; fundamento que vai contra as regras da medicina”.
O comunicado também ressaltou a contradição entre a posição do governo federal em comprometimento a uma política de "escolha" no que diz respeito ao aborto, enquanto, ao mesmo tempo, eliminava a possibilidade de escolha para os enfermeiros, médicos e hospitais em não fornecer ou facilitar os abortos.
O arcebispo Raymond Burke, Prefeito do Supremo Tribunal da Assinatura Apostólica, abordou o tema da cultura da vida, no atual contexto político, em um evento realizado no dia 18 de setembro.
"Ainda que a verdadeira religião ensine a lei natural e moral, a observância desta não é uma prática confessional", observou. "É sim uma resposta ao que está inscrito no fundo de cada coração humano", disse ele.
"Se os cristãos não conseguem articular e fazer cumprir a lei moral natural, então eles falham no dever fundamental de patriotismo, de amar seu país, servindo ao bem comum", afirmou. Violar os direitos de consciência não é só uma afronta aos crentes, mas também uma negação dos princípios fundamentais que devem nortear uma sociedade secular.

Fonte: Zenit.

sábado, 28 de novembro de 2009

Primeiro Domingo do Advento

Lucas 21, 25-28.34-36
“A libertação de vocês está próxima”
Neste primeiro domingo do Ano Litúrgico, Lucas nos mergulha num dos discursos escatalógicos do seu Evangelho. Sendo assim, usa imagens e símbolos que não são da nossa cultura e época, e por isso nem sempre são fáceis a serem compreendidos pelos ouvintes de hoje. Porém, na literatura apocalíptica não é necessário interpretar cada imagem detalhadamente - o mais importante não é cada pedra do mosaico, mas o padrão inteiro - não cada imagem e símbolo, mas a sua mensagem de conjunto. O texto nos apresenta a figura do “Filho do Homem” - o título que nos Evangelhos Jesus mais usava para si mesmo, e que nós pouco usamos. Este título vem de um trecho do livro apocalíptico de Daniel: “Em imagens noturnas, tive esta visão: entre as nuvens do céu vinha alguém como um filho de homem... Foi-lhe dado poder, glória e reino, e todos os povos, nações e línguas o serviram. O seu poder é um poder eterno, que nunca lhe será tirado. E o seu reino é tal que jamais será destruído.” ( Dn 7, 13s) Então, Jesus recorda aos seus discípulos a mensagem de ânimo que trazia o Livro de Daniel aos perseguidos do tempo dos Macabeus, pelo ano 175 a.C. - que embora possa parecer que os poderes deste mundo, os impérios opressores sejam mais fortes do que o poder de Deus, isso não passa de uma ilusão. Pois, na plenitude dos tempos, Deus, através do seu Ungido - o Filho do Homem - revelará o seu poder, e estabelecerá um Reino que jamais será destruído. Isso acontece agora em Jesus! Qualquer interpretação de um texto apocalíptico que bota medo nos ouvintes é necessariamente errada, pois a função da literatura apocalíptica é de animar e dar coragem aos oprimidos e sofredores. Por isso, o ponto central do nosso texto de hoje é uma mensagem de ânimo, coragem e fé: “Quando essas coisas começarem a acontecer, levantem-se e erguem a cabeça, porque a libertação de vocês está próxima.” (v. 28) Este trecho tem uma dimensão fortemente cristológica - nos afirma que Jesus, o Filho do Homem vitorioso, tem em controle todos as forças, sejam elas de guerra (v. 9) ou do mar - símbolo de forças indomináveis na literatura judaica da época (v. 25). O versículo acima citado traz uma mensagem cheia de confiança: em contraste com a atitude de covardia dos malvados (v. 26), os discípulos ficarão com a cabeça erguida, para acolher o juiz justo, o Filho do Homem. Mesmo assim, os eleitos devem ficar atentos para não caírem. Devem cuidar muito para que: “Os corações não fiquem insensíveis por causa da gula, da embriaguez e das preocupações da vida.” ( v. 34) Pois, é fácil assumir as atitudes do mundo, sem que notemos, a não ser que sejamos vigilantes. Por isso, o texto de hoje termina com um conselho válido também para os discípulos dos tempos modernos: “Fiquem atentos e rezem todo o tempo, a fim de terem força.” ( v. 36) O Advento é tempo oportuno para que examinemos a nossa vida para descobrir se realmente estamos atentos o tempo todo para não perdermos as manifestações da presença de Jesus no meio de nós. É tempo de nos dedicarmos mais à oração, para renovarmos as nossas forças, para não cairmos na armadilha da “inatenção” no meio das preocupações e barulhos do mundo moderno, para que os nossos corações continuem “sensíveis” aos apelos do Senhor, através dos irmãos e irmãs, no nosso dia-a-dia!

Fonte: Tomas Hughes, SVD.

Sugestões:

a) Cartaz: “Vem, Senhor Jesus” (Permanecer este cartaz em todos os domingos deste tempo litúrgico).
b) Cartaz só para este domingo: “A vossa libertação está próxima”.
c) Menos flores (manter em todo o Advento).
d) Colocar uma imagem da Virgem Mãe perto do ambão (manter em todo o Advento – Natal - Epifania).
e) O 1º Domingo de Advento abre um Novo Ano Litúrgico mas sem quebra de continuidade em relação aos últimos Domingos do ano que terminou (discurso escatológico no Evangelho). Convém também que os sentidos possam colher a novidade, a partir da ambientação sonora e visual da igreja: “Os outros instrumentos musicais devem usar-se, e o altar ornar-se de flores, com aquela moderação que convém ao caráter próprio deste tempo, de modo a não antecipar a plena alegria do Natal do Senhor” (CE 236).
f) Procissão de Entrada, usando o turíbulo com incenso.
g) Antes do Ato Penitencial, acender a 1ª vela da Coroa do Advento.
h) Este momento celebrativo de acender a vela poderá ser feito em cada casa, em ambiente familiar.
i) Proclamar, se possível cantado, o Prefácio I/A do Advento, para realçar o início deste tempo.
j) Leitores: 1ª leitura: a leitura deste oráculo de consolação pede um tom solene e bem compassado. 2ª leitura: importa entoar de forma diferente as duas partes do texto: até “com todos os santos” o tom é de oração e de súplica; a parte final (a partir de: “Finalmente, irmãos …”) requer um tom exortativo.
k) Proclamar, se possível cantado, a Bênção Solene do Advento
l) Durante todo o tempo liturgico do advento, estaremos disponibilizando Roteiros Completos das Santas Missas. É só fazer o dowload 1º_advento_ano_C.doc
REFLEXÕES BÍBLICO-PASTORAIS
a) Iniciamos, hoje, um novo Ano Litúrgico, muito antes do início de mais um ano civil. O ambiente social, através do comércio, da publicidade, já respira um “ar natalício”. Vale a pena aproveitar esta antecipação e valorizar aquilo que é interessante. Para nós, cristãos, o tempo tem outro sentido. O centro, a plenitude dos tempos, o núcleo do ano é a Páscoa do Senhor, o Tríduo Pascal no qual celebramos o mistério salvador da morte e da ressurreição de Jesus Cristo que nos convoca em cada domingo à eucaristia. Porém, há que preparar o Advento e as festas do Natal. Iremos preparar, novamente, o nosso interior para receber de novo, no hoje da nossa vida, o nascimento Daquele que dá sentido ao tempo, à história e à nossa vida. É importante que se note que estamos iniociando um novo tempo que é forte e importante. Ao começar o Advento, coloquemos já o nosso olhar na celebração do Natal – Epifania, como fazemos quando iniciamos a Quaresma que só tem sentido a partir da Páscoa. Na nossa celebração e na pastoral da comunidade, tudo tem que expressar que estamos começando de novo: a coroa do Advento, cartazes com frases alusivas ao tempo, cânticos adequados, a programação de uma celebração penitencial, vigílias de oração, atividades formativas e catequéticas, etc.
b) O Advento situa-nos entre as duas vindas do Filho do Homem. O Prefácio do Advento I diz-nos claramente: “Ele veio a primeira vez … de novo há-de vir”. O primeiro domingo do ano litúrgico põe-nos sempre à nossa reflexão esta segunda vinda do Filho do Homem. Para esta segunda vinda, na celebração tudo nos convida a estar preparados e vigilantes, mesmo a recordação da primeira vinda. Aguardaremos pela segunda vinda do Senhor em vigilância e oração. Mas hoje, o Senhor também está presente, porque vem assiduamente ao encontro de cada um e da história. É preciso saber descobrir o Senhor, é necessário estar atento para que Ele não passe despercebido. O momento presente não é só preparação para a vinda definitiva, mas também acolher hoje a vinda do Senhor que é salvadora.
c) Jesus diz-nos no evangelho: “Erguei-vos, levantai a cabeça, porque a vossa libertação está próxima”. Libertação de quê? Jesus dá a resposta: de todas as coisas que escurecem e preocupam demasiado o nosso coração. Que programa mais belo para o Advento: o contraste com tudo aquilo que nestes dias que antecedem o Natal nos preocupa demais; quantos negócios e compras nos preocupam demais! Tudo isto pode criar em nós uma insensibilidade a Deus que vem para nos libertar de todas as escravidões da vida. A livre pobreza do Natal recordar-nos-á de tudo isto. A nossa pregação deverá ajudar a que todos “compareçam de pé diante do Filho do Homem” que vem amorosamente à vida humana. Como São Paulo nos diz, temos que valorizar o esforço que cada um faz na sua caminhada de fé. Não vale a pena ter sempre um discurso negativo e deprimente. “Deveis proceder para agradar a Deus e assim estais procedendo; mas deveis progredir ainda mais” (2ª leitura). Só assim tem sentido o Advento. A Oração Coleta deste domingo faz-nos pedir a Deus que despertemos em nós “a vontade firme, pela prática das boas obras, para ir ao encontro de Cristo”.
d) “Para Vós, Senhor, elevo a minha alma”, cantaremos no Salmo Responsorial. É também o texto da Antífona de Entrada. Quando nos preparamos para viver de novo a “humilhação” de Deus que assumiu a nossa condição humana, exceto o pecado, deveremos corresponder com a nossa “elevação”. “Corações ao alto! O nosso coração está em Deus”, proclamaremos no início da Oração Eucarística. “Ensinais a amar os bens do Céu e a viver para os valores eternos”, diremos na Oração Depois da Comunhão. Este “subir” e “descer” que vivemos na Eucaristia tem de estar bem firme nos nossos corações “para nos apresentarmos santos e irrepreensíveis” diante de Deus. Esta é a nossa esperança, é a esperança do Advento.

Fonte: Com informações do Missal Romano, da CNBB e da SDPL

Igreja no Rio de Janeiro ganha 20 novos diáconos

Dom Orani Tempesta preside à ordenação este sábado

Vivenciar no cotidiano o Evangelho, lançar as redes e resgatar pessoas para o Reino de Deus. Essas ações, entre outras, movem os corações dos futuros diáconos permanentes da turma João Paulo II, da arquidiocese do Rio de Janeiro.
A ordenação diaconal acontece na manhã deste sábado, na catedral de São Sebastião. Durante a missa solene, os 20 candidatos receberão o sacramento pela imposição das mãos do arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta.
Foram quatro anos e meio de formação na Escola Diaconal Santo Efrém, para que os futuros diáconos possam exercer, segundo a Igreja, “o tríplice ministério: da Caridade, da Palavra e da Liturgia”.
O lema da turma é Dunc in altum! (Luc 5,4). Segundo eles, o versículo foi escolhido por causa das palavras do Papa João Paulo II, que dá nome à turma, na Carta apostólica “Novo millennio ineunte”.
Os futuros diáconos destacaram o papel fundamental da família durante o período de preparação, principalmente o papel das esposas e filhos. Nesta turma de ordenandos todos são casados.
Lembraram que, além da carta de recomendação do Sacerdote de sua Paróquia, os candidatos à Escola Diaconal devem ter uma carta escrita pela esposa, como que uma autorização para abraçar essa missão, que acaba sendo de toda a família.

Fonte: Zenit.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Desafios da evangelização no Brasil: entre seitas e sede de Deus

Entrevista com Dom Alessandro Ruffinoni, bispo auxiliar de Porto Alegre

Começa amanhã a visita ad limina apostolorum dos Regionais Sul 3 e 4 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), que compreende os Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.

Devido à extensão e ao grande número de católicos no Brasil, para a visita ad limina apostolorum –realizada pelo episcopado a cada cinco anos–, os bispos dividiram-se em 13 grupos.

ZENIT falou com Dom Alessandro Ruffinoni, bispo auxiliar de Porto Alegre, cujo trabalho pastoral focaliza-se especialmente nos imigrantes. O prelado interveio no congresso “Desafios atuais de uma Igreja a caminho”, que se realizou hoje na Pontifícia Universidade Urbaniana de Roma.

–Quais são as expectativas desta visita ad limina?

–Dom Alessandro Ruffinoni: São muitas, porque viemos bispos dos Estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. A partir de amanhã, estaremos com várias congregações e dicastérios para discutir acerca da realidade que vivemos em nossas regiões. Também falaremos das dificuldades que encontramos e especialmente queremos escutar o que nos propõem. Queremos amar nosso trabalho de bispos e pastores. É minha primeira visita ad limina porque faz quatro anos que sou bispo. Sem dúvida, é para mim um momento emocionante, sobretudo pelo encontro com o Papa.

–Quais são os principais desafios evangelizadores da arquidiocese de Porto Alegre e desta região do Brasil?

–Dom Alessandro Ruffinoni: É uma arquidiocese de 3.500.000 de habitantes, é uma grande região, onde os principais desafios que temos são a formação do clero, ter mais sacerdotes, o aumento das seitas e sobretudo uma formação de nossos leigos para formar outros leigos, porque nós lhes confiamos muitas tarefas pastorais. Devem preparar-se e preparar os outros a resistir às denominações religiosas que prometem saúde, sucesso e que às vezes, quando alguém está desesperado porque não tem saúde, eles trabalham facilmente para que se liguem a estas seitas.

–E sua expansão é cada vez mais forte, por quê?

–Dom Alessandro Ruffinoni: Não quero criticar, mas há algo real: penso que isso ocorre porque as seitas se baseiam no milagre, na cura, no sucesso econômico, de modo que as pessoas desesperadas que necessitam de saúde ou trabalho para melhorar sua vida facilmente caem nos braços destas denominações. Nós, católicos, por não termos acolhido algumas pessoas, estas se sentiram rejeitadas e acolhidas em outras religiões. Mas isso como Igreja devemos fazer um exame de consciência e acolher as pessoas que estão presentes na diocese.

–Quanto à pastoral dos imigrantes, como se desenvolve tanto em Porto Alegre como no Brasil?

–Dom Alessandro Ruffinoni: A pastoral dos imigrantes está sempre presente em todas as dioceses. Temos a Semana do Imigrante todos os anos, em junho. Temos muitos estrangeiros. Em nossa região, temos muitos países limítrofes: Argentina, Chile, Paraguai, além de muitos países orientais. Mas a maioria vem de outros Estados do país para encontrar trabalho e uma situação melhor de vida, porque o Rio Grande do Sul é considerado um dos Estados de maior progresso econômico.

–Estão se aplicando nesta região as indicações da Conferência de Aparecida?

–Dom Alessandro Ruffinoni: É um documento que é necessário colocar em prática corretamente. Fala-se muito de conversão pastoral. É necessário seguir fazendo a pastoral como se fazia antigamente. Aparecida nos convida a uma conversão pessoal: sacerdotes, bispos, cristãos. Além de uma conversão pastoral: que se faz com as estruturas que temos, como usá-las melhor, como acolher melhor as pessoas, como ir ao encontro destas pessoas que têm sede de Deus. Este é um grande desafio de Aparecida e da missão continental. Será um compromisso da Igreja na América Latina evangelizar continuamente. Ir ao encontro dos irmãos que estão próximos e daqueles que se afastaram da fé.

–Quais são principais características da fé do povo de Porto Alegre? Que podem contribuir para a Igreja universal?

–Dom Alessandro Ruffinoni: O povo brasileiro é basicamente crente. É necessário purificar algumas coisas mas é um povo que necessita do espiritual, que tem sede de Deus e por isso é necessário evangelizá-lo bem. Se nós nos contentamos em preparar as pessoas mas não lhes damos nada, elas desaparecerão porque há outras pessoas que saem ao seu encontro. Diria que o povo do Rio Grande tem fé. É verdade que há realidades exigentes que começam a abandonar esta fé, que há indiferença, mas a maioria do povo tem sede de Deus.

(Carmen Elena Villa)

Fonte: Zenit.

Crise econômica exige “novo humanismo”

Cardeal Bertone fala na Universidade Europeia de Roma


Caridade, verdade e justiça são as palavras chave para um novo humanismo também no campo econômico. Essas foram as bases da conferência dada essa terça-feira pelo cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado vaticano, na inaguração do ano acadêmico da Universidade Europeia de Roma.

A encíclica Caritas in Veritate, de Bento XVI, foi o ponto de referência do discurso de Bertone. O purpurado fez referências de caráter histórico e alusivas ao magistério da Igreja, quanto aos temas econômicos e a atual crise financeira mundial.

A recente encíclica “devolve o homem ao centro de um novo humanismo, cujos valores são a caridade e a verdade”, disse o cardeal Bertone. Os dois conceitos recordados pelo Papa têm sido frequentemente objeto de “suspeita” (verdade) ou de “mal-entendidos” (caridade, sobretudo em sua acepção de ‘amor’).

O Santo Padre, no entanto, assinalou claramente a caridade e a verdade como “duas realidades fundamentais”, que não são “extrínsecas ao homem nem muito menos impostas a ele em nome de uma visão ideológica qualquer”, mas com uma “profunda raiz na própria pessoa”, afirmou Bertone.

No campo econômico, os comportamentos humanos, segundo o Papa, não devem se inspirar em um subjetivismo encaminhado para um egoísmo através de um cálculo hedonista, mas pela solidariedade fundada no bem comum”. Isso determina um humanismo “que encontra origem na doutrina do tomismo e na práxis econômica no capitalismo mercantil”.

Bertone situou o nascimento deste humanismo econômico entre os séculos XIV e XV, no centro de um “amplo e impetuoso movimento cultural europeu”, em que se “redescobre o homem levando-o novamente ao centro do mundo, quer dizer, ao centro de todos os interesses morais e espirituais”.

Encontramo-nos, nesta época medieval tardia, em um momento econômico de “impetuoso impulso”, “a maior revolução, após a neolítica e antes da industrial, da qual a Europa foi palco”. Nessa época começa a circular a moeda, os títulos de crédito e o comércio.

Entre os séculos XIV e XV, aconteceu uma revolução em que os “carismas espirituais”, es especial cristãos, tiveram um papel imprescindível.

“A Europa –acrescento o cardeal– não seria como hoje a conhecemos, inclusive sob o perfil social e econômico, sem o movimento beneditino ou o franciscanismo, a partir dos quais tiveram origem inovações fundamentais também para a que logo se converteria na economia de mercado”.

Após o ano Mil, a proliferação das abadias beneditinas estabeleceu o problema, enfrentado também por São Bernardo de Claraval, dos “vínculos que é oportuno pôr à atuação econômica da abadia” e ao “risco de uma acumulação improdutiva de terrenos e riquezas”.

Na Carta Caritatis, de 1098, delineiam-se dois princípios em resposta aos problemas antes enumerados. “Por uma parte –afirmou Bertone– afirma-se que não é lícito ‘construir a própria abundância obtendo-a do empobrecimento alheio’”.

Ademais, a mesma Carta substitui o termo “esmola” por “beneficência”. Segundo o princípio da “beneficência”, “a necessidade de quem pede ajuda deve ser valorizada com inteligência”, quer dizer, há que “compreender as razões pelas quais um pobre é tal”; ademais, “a beneficência não deve incentivar a negligência com o necessitado”.

Não menos influente é a tradição franciscana no nascimento de “instrumentos financeiros típicos de uma moderna economia de mercado: a carta de crédito; a contabilidade de empresa (pense-se no franciscano Luca Pacioli, considerado pai da contabilidade moderna, que em 1494 sistematiza de modo definitivo ‘Método das Partidas Dobradas’); as letras de câmbio; o foro dos mercadores; a bolsa; e sobretudo os Montes de Piedade”.

Após o olhar histórico, o cardeal Bertone atualizou os princípios do humanismo histórico no desejo de um “segundo humanismo” que proporcione uma resposta forte às deformações da economia atual.

Em uma época marcada pela “globalização, liberação, ‘financeirização’, novas tecnologias, migrações globais, desigualdades sociais, conflitos de identidade, riscos ambientais”, chegou-se a uma grande crise financeira determinada pelo esquecimento da “dimensão ética” das próprias finanças.

Entre os fatores desta mudança, o secretário de Estado vaticano assinalou “a mudança radical na relação entre finanças e produção de bens e serviços” e a “difusão na cultura popular do ‘ethos’ da eficiência como critério último de juízo e justificação da realidade econômica”.

A riqueza, portanto, de meios para levar uma “vida boa” converte-se em fim em si mesma. Tudo isso em coerência com a “lógica do capitalismo”, que “por natureza é ilimitada. Dever-se-ia dizer, mais propriamente, interminável. É a lógica da interminabilidade que está na base dos desastres financeiros”, observou Bertone.

Um antídoto a tal desastre econômico e ético é “o retorno da moral, que significa, sobretudo, responsabilidade da pessoa, antes que dos governos, para com os outros e sua dignidade”.

Portanto, os desequilíbrios provocados pela globalização podem-se enfrentar pelos governos nacionais especialmente “onde se estão demonstrando maiores as distorções do mercado enquanto a marginalizar áreas geográficas periféricas, classes sociais mais frágeis e economias menos competitivas”, acrescentou o cardeal.

Não se deve descuidar, no entanto, da ética da empresa, que, na economia globalizada, “deve-se dirigir cada vez mais à ética e menos ao lucro”. Neste sentido, o cardeal Bertone citou a Caritas in Veritate, que longe de distinguir simplesmente entre lucro e não lucro, descreve “uma nova ampla realidade complexa, que implica o privado e o público, e que não exclui o lucro, mas o considera instrumento para fins humanos e sociais”.

O secretário de Estado vaticano concluiu citando palavras do Papa Paulo VI, que, nos anos 70, desejou uma Igreja do futuro, a qual, “ainda que denunciasse o materialismo de toda espécie, próprio de nosso tempo, não maldissesse a gigantesca e maravilhosa civilização da ciência, a indústria, a técnica, a vida internacionalizada de nossa época”.


Fonte: Zenit.

Fenômeno das celebridades é falta de referência a princípios e pessoas

Arcebispo brasileiro convida a valorizar as pessoas insignes da história

O arcebispo de Belo Horizonte (Brasil), Dom Walmor Oliveira de Azevedo, considera que o fenômeno das celebridades revela uma falta de referência a princípios e pessoas verdadeiramente ilustres.

Em artigo enviado a ZENIT hoje, Dom Walmor convida a honrar, ao invés das celebridades, as “pessoas insignes”, que são “aquelas que tecem a trama da vida com simplicidade, despretensiosamente, mas com a singularidade de tudo fazer com amor e bem feito”.

As figuras insignes “são diferentes das figuras plasticamente transformadas em mitos, com objetivos calculados, acirrando disputas”. Elas “estão na contramão do processo que gera celebridades - que são rastros efêmeros, com tempo curto de duração, muito curto mesmo”.

Segundo o arcebispo, o “fenômeno de mitos e celebridades é revelação da falta de referência a princípios e pessoas” da história de um povo, de famílias e de instituições, “facilitando o culto a personalidades e o sonho ilusório de conquistar lugares e condições a qualquer preço por tirania do desejo”.

“Os insignes se revelam no amor do dia a dia, fruto da paixão por uma causa, consciência clara de um serviço prestado aos outros, garantindo vida, jamais calculando reconhecimentos, menos ainda prospectando resultados e proveitos em favor de si ou de outros.”

“Os insignes não são medidos simplesmente por sua audiência, nem mesmo pelo tamanho de seus feitos”, afirma o arcebispo.

“Insigne é o autêntico e zeloso pai de família, a mãe devotada e educadora, o profissional que marca suas ações com a excelência própria de seus dons, os cidadãos honestos, os amigos.”

Para Dom Walmor, o “horizonte inspirador” de figuras insignes “é o gosto pelo serviço aos outros nutrindo sempre o sonho de melhorar a vida, fecundando o empenho pela justiça”.

“Prezam, acima de tudo, a dignidade humana e o reconhecimento da insubstituível presença amorosa de Deus”, afirma o arcebispo.

(Alexandre Ribeiro)

Fonte: Zenit.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

O silêncio e o encontro com Deus



Ao mesmo tempo em que se regulamenta até quantos decibéis podemos aguentar e até que horas são liberados os aeroportos próximos às cidades durante a madrugada para que as pessoas possam dormir, vemos, por outro lado, um aumento cada vez maior do barulho ensurdecedor de uma cultura que, procurando fugir de si, muitas vezes se refugia no torpor de uma situação que a faz procurar esquecer os problemas de cada dia.Vivemos hoje no mundo cercado por sons e ruídos e por esse fato é muito difícil experimentar o silêncio. Que o digam as pessoas que compartilham as suas casas com vizinhos barulhentos e a nossa prática de estar sempre ouvindo um ou mais aparelhos eletrônicos ao mesmo tempo para não pensar muito na vida e ficarmos distraídos das agruras da vida diária.Somos impulsionados pela busca incessante de dinheiro; corremos sem cessar para acumular bens, e nesta busca somos envolvidos pelo barulho dos carros, máquinas, fax, campainhas, buzinas, rádio, TV, telefone celular, músicas estridentes, agitações e gritos. Dias atrás, com o “apagão” em grande parte do Brasil muitos ficaram sem saber o que fazer sem poder acessar a internet, ver televisão e sem utilizar-se do celular. Desaprendemos da conversa em família e muito mais ainda do silêncio.Interessante observar como nos tornamos escravos dos sons e como as pessoas parecem ter necessidade do barulho. Quantos ficam como que anestesiados pelo barulho de baterias, guitarras, gritos e agitações que lhes envolve o corpo e a alma? Desconfia-se que continuando nessa direção começaremos a nossa caminhada para a surdez ainda mais cedo. Mas, quer queiramos ou não, o silêncio é necessário para nosso equilíbrio e principalmente para nos encontrarmos com Deus e conosco mesmos.Todos conhecemos a passagem de Deus na vida do Profeta Elias (1Re 19, 11-14): passou um vento impetuoso e Deus não estava; depois houve terremotos e Deus não estava; veio o fogo e Deus não estava, e depois “ouviu-se” o murmúrio de uma brisa leve e suave e Deus se manifestou ao Profeta, o qual, ante a presença do Senhor, cobriu o rosto.Jesus é muito claro quando nos ensina a necessidade da oração interior: “Tu, porém, quando orares, entra no teu quarto, fecha a porta e ora ao teu Pai que está escondido. E o teu Pai, que vê no escondido, te dará a recompensa. Quando orardes, não useis de muitas palavras, como fazem os pagãos. Eles pensam que serão ouvidos por força das muitas palavras. Não sejais como eles, pois o vosso Pai sabe do que precisais, antes de vós o pedirdes.” (cf. Mt 6, 6-8).Essas são palavras divinas que ressaltam a importância do silêncio para que a figura do Pai possa resplandecer em nós, e, por esse fato, Jesus aconselha: fechar as portas do quarto, dizer poucas palavras, ou seja, ficar em silêncio em Sua presença.Frei Inácio Larrañaga (iniciador das Oficinas de Oração e que esteve recentemente no Brasil), no seu livro “Adorar a Deus em Espírito e Verdade” (Paulinas 1983, p. 190), diz sobre isso: “Ficar com o Pai quer dizer estabelecer uma corrente atencional e afetiva com Ele, uma abertura mental na fé e no amor. Minhas energias mentais (aquilo que eu sou como consciência, como pessoa) saem de mim, projetam-se nele e ficam com ele. E todo o meu ser permanece quieto, concentrado, compenetrado, paralisado nele e com ele.”Esse estar com o Pai nada mais é do que a oração de quietude, na qual há plena alegria tão somente de estarmos diante do nosso Deus e Pai.Os grandes místicos, como São João da Cruz, Santo Inácio de Loyola, Santa Teresa de Ávila, sempre dizem que o silêncio é essencial para que Deus resplandeça.São Bento, patriarca dos monges do Ocidente, em sua Regra, coloca o silêncio como uma realidade normal na comunidade monástica que, junto com a Lectio Divina, vida em comunidade, a liturgia, unidade na comunidade e com o Abade leva à paz interior e cria um clima orante na comunidade. São Bernardo também toma caminho idêntico, mesmo com seus afazeres fora do Mosteiro.Uma das recomendações dos pregadores de retiros é sempre aproveitar esse tempo para o silêncio externo que ajude a entrar no silêncio interior, ou o silêncio interior que ajuda a viver externamente no silêncio, procurando falar apenas aquilo que edifica e se aproveita para a vida em Cristo e a fraternidade entre nós. Nestas duas semanas nas quais dois grupos de nosso clero arquidiocesano se “retiram” para esse tempo de revisão de vida, oração e partilha dentro do ano sacerdotal, um dos passos importantes será, sem dúvida, esse encontro com Deus no silêncio de nossos corações. Assim também poderia ser nossas vidas que necessitam desse equilíbrio de silêncio, que grita a paz e a fraternidade e nos faz ainda mais animados na missão de discípulos missionários. O silêncio cristão é pleno da Palavra de Deus e ilumina as nossas vidas. É tão importante que, mesmo na liturgia, quando nos tornamos mais adultos nas celebrações, entendemos que os momentos de silêncio serão importantes para acolher as presenças de Cristo nos vários momentos da celebração.Na busca do silêncio cristão que nos leva à contemplação das verdades eternas e na busca do rosto de Deus devemos conscientizar-nos sobre a importância do silêncio para a oração e para a vida.


Fonte: D. Orani João Tempesta, O. Cist.Arcebispo de São Sebastião do Rio de Janeiro, RJ

Trindade: “modelo perfeito de comunhão no amor”



Para dedica a audiência geral a Hugo e Ricardo de São Vítor


O mundo seria mais feliz se se inspirasse na Trindade, que é “modelo perfeito de comunhão e de amor para construir nossas relações humanas de cada dia”. Assim afirmou Bento XVI na audiência geral de hoje, dedicada aos teólogos Hugo e Ricardo de São Vítor, que viveram e lecionaram durante o século XII na homônima abadia parisiense.
Diante dos 7 mil fiéis reunidos na Sala Paulo VI para o tradicional encontro semanal, o pontífice explicou que Hugo de São Vítor esteve sempre muito interessado “na relação entre fé e razão” e fundou sua ciência teológica na leitura histórico-literal da Bíblia.
Segundo o monge Hugo, quando se vê o sentido da história da Bíblia, entende-se que as circunstâncias humanas estão “marcadas pela Providência divina, segundo um desígnio bem ordenado”.
Por isso, “a história não é o resultado de um destino cego ou de um caso absurdo, como poderia parecer. Ao contrário, na história humana age o Espírito Santo, que suscita um maravilhoso diálogo dos homens com Deus, seu amigo”.
“Esta visão teológica evidencia a intervenção surpreendente e salvífica de Deus, que realmente entra e age na história, quase se torna parte da nossa história, mas sempre salvaguardando e respeitando a liberdade e a responsabilidade do homem”, prosseguiu o Papa.
Ao contrário de Hugo, seu discípulo Ricardo é um místico e “privilegia o sentido alegórico” da Bíblia, chegando a propor aos fiéis “um caminho espiritual que convida antes de mais nada a exercitar as diversas virtudes, aprendendo a disciplinar e a ordenar com a razão os sentimentos e os movimentos interiores afetivos e emotivos”.
Para Ricardo, “somente quando o homem alcança o equilíbrio e a maturidade humana neste campo é que está preparado para entrar na contemplação” e, portanto, converte-se no “ponto de chegada, o resultado de um árduo caminho, que comporta o diálogo entre a fé e a razão, isto é – mais uma vez – um discurso teológico”.
“Esta aplicação do raciocínio à compreensão da fé se pratica de modo convincente na obra prima de Ricardo, um dos grandes livros da história, o De Trinitate (A Trindade)”, no qual descreve as relações de amor e a “alegria incessante” que unem as três Pessoas trinitárias.
“Como o mundo mudaria se nas famílias, nas paróquias e em toda outra comunidade as relações fossem vividas seguindo sempre o exemplo das três Pessoas Divinas, em que cada uma vive não somente com a outra, mas para a outra e na outra!”
“É o amor que realiza este incessante milagre: como na vida da Santíssima Trindade, a pluralidade se recompõe de unidade, em que tudo é complacência e alegria”, concluiu o Papa.
No final da catequese, Bento XVI cumprimentou os jovens, enfermos e recém-casados, refletindo sobre a próxima chegada do Advento.
“Eu vos exorto, jovens, a viver este ‘tempo forte’ com oração vigilante e empenho evangélico generoso – disse o Papa. Animo-vos, enfermos, a apoiar, com o oferecimento dos vossos sofrimentos, o caminho de preparação do Santo Natal do povo cristão. Desejo a vós, recém-casados, que sejais testemunhas do Espírito de amor que anima e sustenta a Família inteira de Deus.”

Fonte: Zenit.

Coração do homem “tem grande fome de beleza”, diz artista

Padre e poeta madeirense participou de encontro do Papa com mundo da arte

“O coração do homem contemporâneo tem uma grande fome de beleza, que é também a beleza total, iluminada pelo transcendente”, afirma o padre e poeta madeirense Tolentino Mendonça.
O sacerdote português, que é diretor do SNPC (Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura), participou no sábado passado do encontro de Bento XVI com 260 artistas do mundo, no Vaticano.
O encontro serviu para dizer aos artistas que “no interior da Igreja, no interior do espaço cristão, eles encontram uma casa, uma espécie de pátria”, disse o sacerdote, em declarações à Agência Ecclesia.
A arte “é sempre singular”, um “momento irrepetível” de cada artista capaz de “representar o humano e de nos comover até ao mais íntimo”.
Por isso, Pe. Tolentino Mendonça considera que, reconhecendo o que é “próprio do discurso artístico”, a Igreja deve promover uma “aliança” com a arte.
Ele destacou o “gesto de acolhimento e de reconhecimento” do Papa, frisando que “muitas vezes, numa sociedade massificada e anônima como a nossa, o artista, o criador não tem lugar reconhecido e o seu trabalho acaba por ficar demasiado remetido para uma margem”.
A Igreja –prossegue– coloca cada artista “no centro da própria experiência humana, como aqueles que são capazes de refletir as grandes linhas de construção do homem”, contribuindo para que a nossa cultura “olhe de outra maneira para a produção artística”.

Fonte: Zenit.

Papa recebe sobrevivente do Holocausto

Ao término da audiência geral

O Papa Bento XVI teve um pequeno encontro hoje, ao término da audiência geral, com uma judia de 84 anos, sobrevivente da Shoá, chamada Cäcilie Peiser, que estava acompanhada pelo salesiano Norbert Hofmann, secretário da Comissão Pontifícia para as Relações Religiosas com o Judaísmo.
A mulher entregou sua biografia ao Papa, com uma dedicatória.
“Após a Noite dos Cristais Quebrados, em 1938, aos 13 anos, eu me vi obrigada a fugir à Holanda com minha irmã menor, Jutta, e com outras crianças”, recordou ao L'Osservatore Romano.
Somente após a libertação dos Países Baixos e no final da 2ª Guerra Mundial, enquanto se dedicava ao cuidado dos ex-prisioneiros que nos campos de extermínio nazistas pegaram tuberculose, ela soube que sua mãe e seu irmão mais novo haviam sido deportados e assassinados – o pai havia morrido antes – em uma lager, enquanto sua irmã mais velha, Hannah, estava a salvo, pois se refugiou em Haifa.
“Eu também, em 1946, me transferi à Palestina – acrescentou –, onde lutei pela coexistência pacífica entre homens de diferentes culturas e religiões. Em 1957, voltei à Alemanha para ocupar-me de crianças deficientes.”
Cäcilie é, além disso, fundadora e presidente, agora honorária, da associação Child survivors Deutschland, para crianças sobreviventes da Shoá que – agora idosas – ainda têm na pele e na psique os sinais das traumáticas experiências daqueles anos.
Mártires japoneses
Segundo informou também o L'Osservatore Romano, na audiência geral de hoje estavam presentes 300 fiéis vindos do Japão, junto com 12 bispos, para agradecer ao Papa pela beatificação, há 1 ano (no dia 24 de novembro, em Nagasaki) de 188 mártires.
Para esta ocasião, trouxeram como presente um relicário com restos do jesuíta Pedro Kibe e dos seus companheiros, assassinados no início do século XVII, por sua fidelidade a Cristo e à Igreja de Roma.
O Papa cumprimentou também um grupo de voluntários da Associazione insieme fratelli indios (Aifi), procedentes da Perúgia, que se dedicam à assistência e promoção do desenvolvimento dos povos autóctones da Amazônia.

Fonte: Zenit.

Cardeal Maradiaga: universidade católica, Evangelho encarnado



Fala o arcebispo de Tegucigalpa

Por Mercedes de la Torre

Toda universidade católica tem por vocação fazer que o Evangelho se encarne na vida dos seus alunos e da sociedade na qual irradia sua atividade, constata o cardeal Óscar Rodríguez Maradiaga, arcebispo de Tegucigalpa, após a assembleia geral da Federação Internacional das Universidades Católicas (FIUC).
“Cremos que a universidade católica é promotora do autêntico desenvolvimento, de um desenvolvimento integral, porque, educando a mente, educa-se a pessoa total; não se pode pensar somente no aspecto científico”, esclarece.
O purpurado salesiano fez uma das intervenções magistrais na assembleia da FIUC, que reúne 207 instituições de educação superior, de 56 países dos 5 continentes, realizada em Roma com o lema “Ex corde Ecclesiae frente aos desafios do século 21”, de 16 a 20 de novembro.
Visão cristã
Em uma entrevista concedida à Zenit, o purpurado considera que a missão da universidade católica consiste em “oferecer a visão cristã, a visão de ser humano segundo a antropologia, a teologia, a filosofia, e isso, queiramos ou não, tem repercussões no social, político, econômico e cultural”.
“Aspiramos a que todos aqueles que passam por uma universidade católica sejam agentes de mudança, para que haja um desenvolvimento harmônico, equitativo para todos”, esclarece o cardeal, no encontro que deveria ter sido feito em julho, em Honduras, mas que teve de ser realizado em Roma por causa da crise política vivida pelo país.
“Estamos convencidos de que o ser humano, precisamente por sua dimensão transcendente, pode ser um agente de mudança; a doutrina social da Igreja não é uma teoria: é levar o Evangelho à prática e, por conseguinte, o Evangelho é força de transformação.”
“Quando vemos a atitude do Senhor Jesus Cristo frente ao mal, frente ao pecado, e ao mesmo tempo a atitude de misericórdia frente ao pecador, percebemos que o que o Senhor busca é a transformação do ser humano, uma transformação para o bem.”
Promotoras da doutrina social
“A doutrina social da Igreja, posta em prática através de todos aqueles que passam pela universidade católica, é o melhor combate contra a injustiça, contra a pobreza, contra todos aqueles males que atingem especialmente a América Latina”, afirma.
Mas, diante daqueles que dizem na América Latina que Cristo foi o primeiro comunista, o cardeal Maradiaga responde que “isso quer dizer que não conhecem nem Cristo, nem o comunismo”.
“O Senhor Jesus nos convida a ser como Ele, isto é, Ele é o protótipo do homem novo. Ele se encarnou e se fez um de nós, para dar-nos um horizonte. O ser humano está chamado a crescer e a chegar à sua estatura.”
“Deus se aproxima e se faz homem porque quer nos elevar à dignidade de filhos de Deus.”
Não é uma questão econômica
Por último, a partir da experiência das universidades católicas na América Latina, o cardeal assegura que “não são necessários sempre muitos meios econômicos para poder ter universidades de qualidade”.
“Penso que isso, em muitos lugares, causa desânimo, vendo os custos e como são necessárias instalações muito sofisticadas. É verdade, há exigências, por exemplo, da União Europeia ou dos países nórdicos etc., que são muito grandes, mas certamente na América Latina temos universidades de qualidade e não precisamos de muitos meios econômicos.”

Fonte: Zenit.

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Advento: tempo favorável para preparar o coração



Arcebispo do Rio de Janeiro convida a deixar-se transformar por Cristo

O arcebispo do Rio de Janeiro, Dom Orani João Tempesta, afirma que o Advento “constitui precisamente o tempo favorável para a preparação do nosso coração”.
“Deixemo-nos transformar por Cristo, que mais uma vez quer nascer em nossa vida neste Natal”, assinala Dom Orani, em artigo enviado a ZENIT hoje.
Segundo recorda o arcebispo, no próximo final de semana, começa o tempo do Advento, que assinala também o início de um novo Ano Litúrgico.
“No decurso dos quatro domingos do Advento, o povo cristão é convidado a preparar os caminhos para a vinda do Rei da Paz. O Cristo Senhor, que há dois mil anos nasceu como homem numa manjedoura em Belém da Judéia, deseja ardentemente nascer em nossos corações.”
Celebrar o Natal –prossegue o arcebispo– é “reconhecer que ‘Deus visitou o seu povo’. Tal reconhecimento não se pode efetivar somente com nossas palavras. A visita de Deus quer atingir o nosso coração e transformar-nos desde dentro”.
“A tão desejada transformação do mundo, a superação da fome, a vitória da paz e a efetiva fraternidade entre os homens dependem, na verdade, da renovação dos corações”, afirma Dom Orani.
Segundo o arcebispo, os fiéis são convidados, “em primeiro lugar, a aprender a ‘estar com Jesus’, e então nossa vida em sociedade verá nascer o Sol da Justiça”.
“Enquanto todos se voltam para o lucro comercial neste tempo que antecede o Natal, os católicos se preparam para que em seu coração haja espaço para o Verbo Encarnado que veio para salvar a todos.”
Dom Orani afirma que “celebrar bem a solenidade do Natal do Senhor requer que saibamos apresentar a Deus um coração bem disposto”, “um coração que busca com sinceridade a conversão é fonte de inestimável comunhão com Deus e com os irmãos”.
“Neste tempo de Advento não tenhamos medo de Cristo. ‘Ele não tira nada, Ele dá tudo. Quem se doa por Ele, recebe o cêntuplo. Sim, abri de par em par as portas a Cristo e encontrareis a vida verdadeira’”, diz o arcebispo, cintando Bento XVI.

Fonte: Zenit.

Aprender a enfrentar a AIDS como família

Exortação do “African Jesuit AIDS Network”

Por Roberta Sciamplicotti

"Aprender a enfrentar a AIDS como família” é o objetivo que o African Jesuit AIDS Network (AJAN) apresenta para o Dia Mundial da luta contra a enfermidade, que se celebra a 1 de dezembro.
Na mensagem, dirigida “a todos os jesuítas da África e Madagascar” por Fratern Masawe S.J., moderador dos Jesuítas da África e Madagascar (JESAM), recorda-se que quando a AIDS começou a açoitar a África, há 25 anos, poucos reagiram bem”.
“As pessoas soropositivas ou enfermas de AIDS podiam-se encontrar facilmente condenadas, expulsas e tratadas como ‘praticamente mortas’”, denuncia o texto.
Hoje, as coisas são e devem ser diferentes, acrescenta padre Masawe, observando que “pertencer à família de Deus significa atuar como Jesus nos ensinou”.
Segundo o sacerdote, não se pode enfrentar o problema “sem compreender o contexto, os fatores complexos que cercam cada situação humana”.
“A AIDS –junto à malária e a tuberculose– é uma pandemia que está dizimando as populações africanas e danificando gravemente sua vida econômica e social”.
Esta enfermidade, sublinhou, não deve ser enfrentada simplesmente como um problema médico-farmacêutico ou de mudança de comportamento humano, porque é uma “questão de desenvolvimento e de justiça integrais, que requer uma aproximação e uma resposta holística da parte da Igreja”.
Educar na sexualidade
Padre Masawe recorda portanto que uma das questões implicadas na realidade da AIDS e de sua difusão é o comportamento sexual.
“A sexualidade na África sempre foi vista como moralmente neutra, nem boa nem má”, diz.
A propósito disso, explicou que o “fogo, se está controlado e domesticado, é útil para preparar a comida; fora de controle, pode queimar o teto e consumir toda casa. Da mesma forma, a sexualidade deve ser canalizada e disciplinada para que seu potencial de dar vida se cumpra e sua destrutividade seja limitada”.
O sacerdote reconhece que a visão eclesial da sexualidade “frequentemente é considerada rígida, irreal ou moralista”. Na verdade, acredita, muitos buscam “um guia de como viver a sexualidade de modo sadio”.
“A abstinência e a fidelidade são não só as melhores maneiras de evitar o HIV e enfrentar a AIDS, mas também a via para uma autêntica realização pessoal”.
Neste campo, observou, é necessário que a Igreja dê uma formação pessoal e apoie publicamente os que querem promover e seguir estes valores.
Aproximação global
Além de um uso equivocado da sexualidade, outros fatores favorecem a difusão do vírus, recordou o moderador do JESAM. Há “a pobreza, fome, guerra e deslocamento forçado, violência doméstica e comércio sexual”.
Quem quiser compreender o impacto do HIV/AIDS sobre a vida humana deve considerar a economia, a política, a sociedade e a cultura, assim como as questões pessoais e familiares mais imediatas”, declarou.
Neste contexto, muitos programas da Igreja empenham-se em garantir a assistência, o alimento e o apoio. “O objetivo é viver como uma família: respeitar a dignidade e a vida de cada um, mostrar solidariedade com quem está em necessidade”.
Padre Wasabe recorda que não há que ter medo ou desanimar pela “enormidade dos problemas de nosso continente, entre os quais figuram o HIV e a AIDS”.
“É parte da vida e o será ainda por muito tempo. Como uma grande família, enfrentemos o desafio com confiança. Imploremos o apoio para enfrentar as necessidades de assistência de muitos. Sabemos que nosso Pai está do nosso lado”.
“Como Jesus, Maria e José na Sagrada Família, assim a Igreja-Família de Deus na África conhece seus filhos e filhas, suas necessidades, seus pontos fortes e suas debilidades, seus medos e esperanças –concluiu. Manifesta este conhecimento de amor em seus modos de prevenir a AIDS e de cuidar dos enfermos e de quantos são afetados pela AIDS, trabalhando pela reconciliação, a justiça e a paz”.

Fonte: Zenit.

Sofrimento dos angolanos expulsos do Congo



Obrigados a percorrer até 900 km por dia

Os governos da República Democrática do Congo e da República do Congo estão expulsando todos os angolanos residentes em seus territórios e, ao que parece, com grande brutalidade.
Os angolanos expulsos vivem “um sofrimento indizível” e devem suportar “condições horripilantes”, segundo explicaram à associação Ajuda à Igreja que Sofre o padre Andrzej Halemba e Ulrich Kny, dois colaboradores de AIS que viajaram a Angola nas duas últimas semanas.
Padre Halemba e Kny descreveram com estas palavras a situação dos campos de refugiados na cidade de Damba, no norte de Angola.
Os policiais congoleses, em uniforme ou não, “apresentam-se sem aviso e pedem aos angolanos que abandonem imediatamente o país”, explica a associação. Milhares de pessoas se veem assim obrigadas a voltar a Angola sem sequer a possibilidade de levar consigo seus já escassos pertences.
Esta situação, denuncia AIS, provoca o desmembramento de muitas famílias: há crianças que ficam sozinhas porque não conseguem encontrar seus pais, que foram expulsos, assim como pessoas angolanas casadas com congoleses que devem abandonar o cônjuge.
Os colaboradores de AIS falam de pessoas obrigadas a percorrer até 900 km a pé e de mulheres que entram em trabalho de parto durante o caminho. Muitos anciãos, mulheres e crianças chegam aos campos de refugiados sem terem comido durante dias.
Frente a esta trágica urgência, as dioceses congolesas de Uíje e Mbanza Congo se mobilizaram para auxiliar milhares de refugiados famintos, ao limite de suas forças e com frequência gravemente enfermos.
Em Damba, foram preparados cinco campos de acolhida, mas as fortes chuvas impregnaram o terreno ocupado pelas tendas, provocando uma situação catastrófica.
“Alguns refugiados decidem prosseguir no caminho para outras aldeias onde vivem seus familiares –refere Ulrich Kny. Outros não sabem aonde ir: seus povoados foram totalmente destruídos durante a guerra civil e seus parentes fugiram. Há também os que não são acolhidos por seus próprios familiares e que, com uma dor ainda maior, voltam para algum dos campos de acolhida”.
Em Damba, quatro capuchinhos e quatro irmãs da Misericórdia auxiliam na tarefa incessante de refugiados, oferecendo assistência espiritual, hospedando no convento, distribuindo alimentos, vestes, remédios e encarregando-se da vacinação contra tétano, poliomielite e outras enfermidades.
As monjas assistem cada dia centenas de pessoas, contando com a ajuda de numerosos voluntários da paróquia, mas os refugiados aumenta continuamente e é muito difícil fazer frente a todas as suas necessidades.
Nas últimas semanas, estima-se que foram expulsos cerca de 40 mil angolanos. “Tudo parece indicar que se trata de uma represália pela expulsão de Angola de imigrantes clandestinos procedentes dos países congoleses, iniciada há dois anos”, comenta AIS.
Os representantes da associação, contudo, sublinham que as expulsões dos angolanos não afetam apenas os imigrantes ilegais, mas também aqueles que residem regularmente em uma das duas Repúblicas congolesas, como refugiados da guerra civil ou por qualquer outro motivo.

Fonte: Zenit.

Meios de comunicação: vantagem ou perigo para vida consagrada?

Por Carmen Elena Villa

Os meios de comunicação são formadores ou deformadores de consciências? Favorecem ou prejudicam a vida em comunidade das pessoas consagradas? Estas perguntas foram debatidas e analisadas no congresso: “Uso e abuso dos meios de comunicação na vida consagrada”, realizado no último final de semana no Ateneu Pontifício Regina Apostolorum, da cidade de Roma.
Religiosas e consagradas, representantes de dezenas de comunidades femininas, procedentes de 4 continentes – a mais jovem tinha 24 anos e a mais velha, 77 –, expuseram seus interrogantes sobre como usar melhor os meios de comunicação.
Trata-se de “favorecer o diálogo com o mundo da cultura, sem que isso represente um perigo para a vida consagrada, entendendo que estes cada vez apresentam, de maneira mais explícita, valores alterados que podem atentar contra os conselhos evangélicos”.
A irmã Nicla Spezzati, em uma conferência intitulada “A vida fraterna à intempérie mediática”, destacou como, cada vez mais, a mídia procura despertar sensações, mais do que formar consciências ou gerar opiniões.
“É necessário cultivar a atitude crítica diante do que nos cerca”, sem “demonizar” nem exaltar, mas dando o peso justo ao que a mídia oferece.
A religiosa afirmou que a mídia não pode preencher os vazios afetivos que podem ser vividos na vida religiosa. Advertiu também sobre os perigos que alguns meios como o facebook, skype, uso do celular (sms) podem causar à vida comunitária. Para isso, disse, é necessária uma comunidade bem constituída, na qual se viva claramente o ágape fraterno.
Mídia e votos
Por outro lado, Marcela Lombardi, consagrada do Movimento Regnum Christi, falou de como a mídia pode representar um perigo para a vivência da obediência, da pobreza e da castidade, se o usuário não faz uma leitura crítica e não vive de maneira consistente e fiel a sua vocação.
Indicou que é fundamental para uma pessoa consagrada “não fugir da realidade navegando na internet; aceitar que as relações pessoais são, em primeiro lugar, com a irmã de comunidade”.
Advertiu também como a mídia pode criar “necessidades”, que representam uma tentação contra o voto de pobreza.
Para isso, disse que é fundamental que cada consagrada faça um exame de consciência: “Sobre as últimas coisas que comprei ou pedi à minha superiora: com que critério o fiz? São necessidades reais ou caprichos?”.
Quanto à obediência, a consagrada afirmou que a mídia apresenta muitas vezes a figura de autoridade como um mero cargo de poder e não como um lugar de serviço à comunidade. “A autoridade é vista como algo que nos oprime. Por isso, a pessoa acaba achando que deve se rebelar e não obedecer.”
“A pessoa consagrada entregou sua liberdade nas mãos de Deus porque Ele pode dispor dela como bem entender. E o faz através de instrumentos humanos.”
Indicou a importância de “não nos deixarmos fascinar pelo que provoca uma sensação imediata, mas não leva a uma verdadeira riqueza espiritual”.
Olhar positivo
A última conferência do encontro esteve a cargo da escritora e também consagrada do Regnum Christi Ángeles Conde, sobre os novos areópagos e o uso adequado dos meios de comunicação. “Assim como a primeira geração de cristãos se esforçou por encontrar o ambiente pagão e romano, nós temos de nos esforçar por encontrar uma cultura por parte dos meios modernos.”
Recordou que os romanos eram pagãos e tinham uma moral muito difícil de mudar. Com o esquema de ver-julgar-agir, Conde fez um percorrido por diferentes sites católicos que procuram evangelizar e oferecer instrumentos de formação através dos novos meios.
Assim, apresentou-se neste evento acadêmico uma atitude crítica e ao mesmo tempo positiva com relação aos meios de comunicação, que podem ser um caminho, mais que um obstáculo, para construir laços de fraternidade nas comunidades e evangelizar as novas realidades.

Fonte: Zenit.

Pe. Juliano Ribeiro lança CD



No dia 27 de novembro, festa de Nossa Senhora das Graças, o Padre Juliano Ribeiro, que trabalha na paróquia do bairro IBC, em Cachoeiro de Itapemirim, lança o seu primeiro disco. O álbum se chama "Aos pés do Senhor", mesmo nome do programa diário que o sacerdote apresenta na Rádio Diocesana (960 AM).Pe. Juliano tem 29 anos e foi ordenado presbítero há pouco mais de 3 anos. "Definitivamente, não sou cantor", comenta ele, "mas não posso esconder as composições que fui sendo inspirado a fazer a partir da minha experiência de fé". O CD tem 13 faixas, com canções inéditas, letras e músicas de autoria do Pe. Juliano. Os arranjos são de Rhamon Macedo (RHM Estúdio), com supervisão artística de Laurindo Poleto.A música de trabalho é o já conhecido hino de abertura do programa de rádio que Pe. Juliano apresenta - a última pesquisa Enquete em Cachoeiro revela que é o programa de maior audiência no horário em toda a região. "Há canções já antigas, como a “Jesus, Maria e José”, que compus há 8 anos para as bodas de prata dos meus pais", confessa o padre. "A “Vem curar tua Igreja” já era entoada em missas na paróquia de Itapemirim, onde trabalhei por 3 anos”. Ouvindo otrabalho pronto, a de que eu mais gostei foi Mãe Imaculada”, que gravei com Sílvia Bellumat".O lançamento será logo após a missa na festa de Nossa Senhora das Graças, no dia 27 de novembro, às 19h30, no terreno em frente à Igreja Matriz do bairro IBC, em Cachoeiro. O álbum custa R$ 15,00 e poderá ser adquirido nas livrarias Diocesana, Silêncio de Maria e Agnus Dei, no centro da cidade.


Fonte: Marataizes.com.br

segunda-feira, 23 de novembro de 2009

Ataques contra bispo e padres em Guajará-Mirim em São Francisco



O povo católico de São Francisco do Guaporé ficou revoltado pelos ataques e calúnias contra seu Bispo, Dom Geraldo Verdier, contra um padre de sua diocese, Padre Josep Iborra Plans (Pe. Zézinho) e contra o CIMI (Conselho Indigenista Missionário), por parte de políticos do Município de São Francisco e por um Deputado Estadual de Rondônia. A Audiência Pública, convocada pela Câmara dos Vereadores, aconteceu no dia 7 de novembro de 2009, na Linha 6 de Porto Murtinho, na Escola Polo Pereira e Cáceres, com a presença de 150 pessoas. O Senador Valdir Raupp e a Deputada Marinha Raupp estiveram presentes numa parte da audiência. Foi depois da saída deles que o ambiente se tornou de uma violência intolerável, chegando até à instigação do povo para a efusão de sangue! Vamos aos fatos.
1. Ausência do Bispo na Audiência O Senhor Prefeito de S. Francisco do Guaporé, Sr Jairo Borges Faria chamou a atenção do Bispo Guajará-Mirim de modo inconveniente : “Cadê a Igreja? Cadê o bispo? Eu quero o bispo aqui explicando para a gente o que realmente está acontecendo, porque eles querem tomar nossas terras! Porque o Bispo não veio a esta audiência?
- Senhor Prefeito, em 31 anos de administração diocesana, jamais falhei a um compromisso assumido. Jamais fugi de uma situação de crise, de violência, de injustiça atingindo meus diocesanos. Se não estive presente em São Francisco (1.000 km de Guajará), é simplesmente pelo fato que o Presidente da Câmara não me informou, nem me convidou por internet, telefone ou fax, nem por intermédio do Pe da Paróquia, Pe Francisco Trilla.
Quanto à grave acusação : “Estes padres não gostam de quem planta na terra, eles querem que a gente passe fome, se humilhe na fila do sopão, que a gente fique mendigando e passando necessidade”, estas palavras demostram que Va Excia não conhece a atuação dos padres, das Irmãs e dos leigos voluntários da Igreja Católica nesta região, desde 1932. A Igreja mantém obras sociais e promocionais como o HOSPITAL BOM PASTOR (45 anos) e a Escola Profissionalizante “CENTRO DESPERTAR” (20 anos) em Guajará-Mirim, para 500 alunos, e agora está formando 1.000 operários, a pedido da Firma “Camargo Correia”, para a Barragem de Jirau. A diocese construiu, ainda em Guajará-Mirim, uma bela e espaçosa casa para os anciãos, a CASA SÃO VICENTE DE PAULO. Além do mais, criou em Costa Marques, há quarenta anos, um JARDIM DE INFÂNCIA, “BEIJA FLOR”, que forma 350 crianças, a maioria de famílias carentes. Em termos de promoção social, o padre Zezinho espalhou dezenas de placas solares para os ribeirinhos e colonos do Vale do Guaporé, e por iniciativa dele um grupo de 26 agricultores das paróquias desta região, dois deles das Linhas de Porto Murtinho, são beneficiadas por um projeto de agroecologia, e a Igreja Católica tem financiado a construção dos dormitórios da Escola Família Agrícola (EFA) de São Fancisco do Guaporé.. Temos ainda um escritório para a documentação dos Bolivianos no Brasil e uma equipe que financia telhados para os carentes, construindo sua primeira casa.
E quando Va Excia fala de “humilhar-se na fila do sopão”, lembro que aqui, em S. Francisco do Guaporé, o Irmão José Maria Sala atende no seu sopão, há quase 7 anos, com recursos próprios e do povo generoso desta cidade, 2 vezes por semana, 30 famílias carentes! Sopão que, infelizmente, poderá ser fechado por falta de ajuda suficiente, pois recebe apenas 400 RS mensais de vossa administração municipal. 2. Graves acusações do deputado Estadual Lebrão O senhor José Eurípides Clemente (deputado Lebrão) foi mais contundente ainda em suas ofensas e acusações. Isto me choca tanto mais, este que sempre me manifestou respeito e atenção. Nesta Audiência Pública ele passou dos limites. O primeiro ataque frontal foi contra os estrangeiros: “Não sei por que têm tantos estrangeiros aqui nessa região? Eles são todos espiões! Querem explorar nossas riquezas”. Deputado, todos entenderam que Va Excia se referia ao bispo e aos padres Claretianos da região. Dizer que “são todos espiões” é uma calúnia e uma injustiça que ofendem toda a Igreja Católica! Enquanto ao número de estrangeiros, quero salientar o seguinte: Pe José Roca, Irmão José Maria, Pe Zézinho e eu mesmo somos naturalizados brasileiros. Uma vez aposentado, pretendo deixar meus ossos na beira do Guaporé, nesta terra e no meio deste povo que amo e que me manifesta tanto carinho. Para tranquilizá-lo, informo que os três quartos de meus padres são brasileiros natos! Nem acreditei quando li no relato da Audiência esta afirmação que muito me chocou: “Basta olhar para os meninos de olhos azuis correndo por ai e perguntar de quem são filhos?”. Esta infeliz ironia machucou o povo católico que conhece a dignidade de vida de nossos padres e sua dedicação. Enfim a declaração mais grave: “Vocês, moradores, precisam defender suas terras com unhas e dentes, nem que corra sangue na canela!”. Deputado, esta incitação à violência dá a impressão que regredimos num tempo em que a Amazônia era uma terra sem lei! O que não é o caso, o senhor bem sabe! Tudo isso me deixou estarrecido! Passamos agora à posição da Igreja no conflito entre colonos e índios, que motivou a Audiência Pública: . Sabemos que anos atrás, ali no Limoeiro e no Rio Mané Correia , tinha índios e foram expulsos de suas terras. A história nos diz isso e os documentos o comprovam. Sabemos que muitos posseiros, vieram de outros lugares à procura de um pedaço de terra para o sustento de suas famílias, sem saber se ali seria área indígena ou não. Muitos morreram com malária e outras doenças. Outros não suportaram o sofrimento e foram embora. Mas muitos resistiram às doenças, estradas ruins, dificuldades financeiras e etc. E hoje, essas pessoas se encontram com a grande preocupação de perderem suas terras. A igreja, nem o CIMI, tem poder de decidir se as terras voltam para os índios ou se ficam com os posseiros. Isto é privilégio e dever dos orgãos governamentais, que só respondem pela demarcação de terras. Portanto, a Igreja e o CIMI não respondem pela demarcação de terras, como alguns dizem ou pensam. A Igreja, porém, não pode ficar fora da luta. Ela sempre está e estará ao lado dos mais injustiçados e sofridos. Nós, Bispo, Padres, Irmãs, missionários leigos, brasileiros e estrangeiros não possuímos nenhumas terras aqui. Somos simplesmente enviados em missão de evangelizar e de lutar por um mundo mais justo. O Padre Zezinho, o mais criticado, tem visitado as comunidades dos ribeirinhos e ajudado naquilo que ele pode. Não existe nenhum político que tenha feito um trabalho a favor deste povo ribeirinho (saúde, reconhecimento das comunidades quilombolas e placas solares) como o padre Zezinho, povo esse, que muitas vezes fica abandonado pelos políticos. Nós como Igreja, vamos continuar fazendo a nossa parte. Por isso, diante dos fatos ocorridos, declaramos que: · Os Índios Puruborá têm o direito de recuperar uma parte das terras que lhes tiraram; e os Índios Miguelenos têm o direito de voltar à área do Limoeiro que eles reivindicam. · Nenhum pequeno produtor que conseguiu sua terra com esforço e dignidade, perca esta terra ou seja prejudicado. · As autoridades responsáveis pela demarcação de terras agilizem esta demarcação, para que todos, índios e colonos, tenham paz e possam viver como irmãos. · Qualquer pessoa, antes de acusar a Igreja, procure conhecer o trabalho que ela realiza com amor e justiça há décadas! Dito isto, vamos continuar, com serenidade e confiança em Deus, o nosso trabalho de evangelização e lutar, sem ódio, mas com firmeza, por um mundo de justiça, solidariedade e paz. São Francisco do Guaporé, 20 de novembro de 2009.


Dom Geraldo Verdier Bispo de Guajará-Mirim


Fonte: tudorondonia.com

Brasil: encerra Ano Catequético




A festividade de Cristo Rei, Dia Nacional dos Cristãos Leigos e Leigas no Brasil, hoje, coincide com o encerramento do Ano Nacional Catequético, lançado pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) no mês de abril.
Segundo o presidente da Comissão Episcopal para o Laicato da CNBB, Dom José Luiz Bertanha, há duas razões para a escolha desta data.
“Nessa ocasião (festa de Cristo Rei), os leigos e leigas da Ação Católica faziam sua adesão de pertença a esse movimento e, nessa festa, a cada ano, renova-se o compromisso com o reinado de Jesus de Nazaré, de maneira especial, contribuindo com a construção da sociedade justa, fraterna e solidária para que haja vida para todos”, recorda o bispo, em declarações ao site da CNBB.
“O Concílio Vaticano II resgatou o papel fundamental dos leigos como membros povo de Deus e protagonistas da Evangelização e da promoção humana”, explica Dom Bertanha. “São homens e mulheres da Igreja no mundo e homens e mulheres do mundo na Igreja”, completa.
“Precisamos valorizar e incentivar os Conselhos de Leigos, seja no âmbito nacional, regional, assim como nas Igrejas Particulares, pois são instrumento válido, ativo e necessário para contribuir com a melhor compreensão da vocação laical bem como sua missão no meio do mundo e na comunidade eclesial”, recorda dom Bertanha.
Ano Catequético
Neste ano, a comemoração do Dia dos Leigos coincide com o encerramento do Ano Catequético Nacional lançado pela Igreja no Brasil. Segundo cálculos da CNBB, no país há mais de 600 mil catequistas e a maioria são leigos.
“O Ano Catequético ajudou a despertar para uma nova concepção de catequese, entendida como formação permanente, e não voltada apenas para crianças”, diz a assessora da Comissão Episcopal Bíblico-catequética da CNBB, Irmã Maria Zélia Batista.
Segundo a religiosa, o Ano Catequético fez surgir escolas catequéticas, cursos de pós-graduação em catequese, além de ter suscitado inúmeras mobilizações como congressos, caminhadas, romarias com os catequistas. Para 2010, está previsto um Congresso sobre animação bíblica.


(Com CNBB)

Ateu defende a religião

Assinala dívida da civilização com as religiões

Por Pe. John Flynn

De acordo com o ateu Richard Wawkins, a Igreja Católica é, no mundo, uma das maiores forças do mal. Esta é apenas a mais recente das muitas observações feitas por ele contra a religião e contra Deus.
Seus comentários foram publicados no dia 23 de outubro, na seção de religião do site ‘Washington Post’, quando foi convidado para comentar a entrada de anglicanos na Igreja Católica.
A polêmica sobre a religião, devido à enxurrada de livros publicados sobre o assunto e diversos comentários feitos nos últimos anos, continua a fluir livremente. Um recente debate em Londres, intitulado "A Igreja Católica é uma força para o bem no mundo", atraiu mais de 2.000 pessoas, de acordo com o relato de Catholic Herald, no dia 23 de outubro.
Stephen Fry e Christopher Hitchens, que apontavam o lado negativo da Igreja, tiveram uma significativa vitória sobre seus adversários, Ann Widdecombe, um parlamentar do partido conservador e, Dom Onaiyekan, arcebispo de Abuja, na Nigéria. O resultado foi 1.876 votos contra 268.
Outro exemplo recente foi evidenciado em uma coluna australiana, onde Catherine DeVeny põe Deus no divã da psiquiatria e proclama: "Deus tem transtorno de personalidade narcisista".
No dia 2 de setembro, em artigo publicado pelo jornal The Age, DeVeny afirmou que Deus sofre de "sentimentos de grandiosidade", de uma obsessão "com fantasias de sucesso", junto a uma falta de empatia, que faz "se comportar de forma arrogante".
A ofensiva dos ateus deu origem a inúmeros livros a favor de Deus e da religião organizada. Uma reviravolta interessante no debate vem de um livro recém-publicado por alguém que não acredita em Deus, mas ainda assim defende a religião.
Sob uma ótica positiva
Na obra An Atheist Defends Religion: Why Humanity is Better Off with Religion Than Without It, (Um Ateu Defende a Religião: Por que a humanidade está em melhor situação com a religião do que sem ela - Alpha Books), Bruce Sheiman oferece uma nova perspectiva para a competição entre os crentes e ateus.
A "questão de Deus" não pode ser resolvida a contento das partes em conflito, afirma o autor. Sheiman chama a considerar o valor da própria religião. Ele não procura provar que Deus existe, mas defende a religião como uma instituição cultural.
Sheiman explica que, apesar de não ser uma pessoa de fé, não "pretende repudiar a Deus". Ele se descreve como um “aspirante a ateu", porque "a religião oferece uma combinação de benefícios psicológicos, emocionais, morais, comuns, existenciais, físicos e até mesmo à saúde que nenhuma outra instituição pode replicar."
Explica em sua introdução ao livro que a melhor maneira de julgar o caso de forma convincente para o ateísmo não é por argumentos que tentam como intuito provar a existência de Deus e sim demonstrar a contribuição duradoura da religião.
"A religião também pode trazer malefícios, mas as ações benéficas realizadas diariamente por bilhões de pessoas é a verdadeira história da religião, que acompanha o crescimento e a prosperidade da humanidade", conta Sheiman.
Um dos benefícios da religião é dar sentido à vida. De acordo com Sheiman, estamos conscientes de que vivemos em um mundo de grande poder e potencialidade, mas, em contraste com os animais que só vivem em uma relação utilitarista com o mundo, os seres humanos estão conscientes de que este mundo existe fora de nós mesmos.
O autor, em seguida, relata alguns exemplos de sociedades primitivas que procuravam dar sentido a suas vidas por meio da religião. Os mitos e rituais dos povos ajudaram a conectar a realidade mortal com o ‘eterno e espiritual’.
A ciência moderna, em muitos casos, exclui a religião a fim de explicar o mundo e o universo. Contudo, Sheiman aponta que nós podemos aceitar o que a ciência diz sobre o funcionamento do universo, porém, as constatações não implicam em nossas vidas.
Em outras palavras, a forma com que o mundo funciona não é a mesma que explica o porquê o mundo funciona.
Natureza Moral
Outra característica da região é no âmbito moral. É claro que as pessoas podem ter moral sem possuir religião. De acordo com o autor, entretanto, também é evidente é que a religião torna as pessoas boas. Na verdade, afirma Sheiman, os seres humanos apresentam um comportamento ético que vai muito além do poder explicativo.
Sheiman cita uma pesquisa que demonstra a forma com que a atividade religiosa está associada a uma maior interação social. Assim como a religião edifica a comunidade no âmbito moral.
Ele analisa esta questão entendendo que a ação moral é o caminho para a união com Deus e que temos uma espécie de contrato moral, praticando o ‘bem maior’.
A crença na bondade é intrínseca à todas as religiões, explica Sheiman. Os ateus muitas vezes não compreendem a moral religiosa, ele argumenta. Não é uma simples recompensa ou sistema de punição. "O mais cínico vê na religião uma obediência cega à autoridade moral e um sistema de controle opressivo comportamental", comentou.
Enquanto alguns adeptos religiosos exibem uma orientação autoritária, isso também pode ocorrer com muitas pessoas não-religiosas, conclui Sheiman. Para muitas pessoas, Deus é visto como um pai amoroso e dono de superioridade moral à qual os seres humanos aspiram, destacou.
Uma contribuição da religião para a sociedade é a noção cristã de que os seres humanos são feitos à imagem de Deus, explica Sheiman. Desde que os seres humanos estão destinados a compartilhar da natureza divina devem ser respeitados como filhos de Deus.
Tal visão leva a inúmeros atos de sacrifício e compaixão a cada dia, comenta. Fatos e estudos sociológicos demonstram que as pessoas religiosas têm mais carinho, compaixão e dão mais dinheiro para a caridade do que as não-religiosas. Esta prática não está restrita a uma religião em particular, ressalta o autor.
A religião também fornece uma base sólida para o comportamento moral através de uma adesão a valores absolutos. Em contrapartida, observa Sheiman, sem religião as pessoas podem ter moral. Contudo, os preceitos morais são feitos por um homem falível e não substancial, pois envolve opiniões pessoais ou mesmo interesse pessoal.
Isso leva a crer que nossas mentes acreditam em uma verdade relativa. Como humanos nós assinalamos que o imperativo moral não depende de Deus, então ele não é absoluto e permanece relativo.
A ciência por si só não pode levar a uma cultura moral, ele continua. "O certo e o errado não são explicados pela física ou biologia", afirma.
"A religião torna-se assim a mais importante fonte cultural e institucional dos princípios éticos, precisamente porque ela é considerada acima do capricho humano", acrescenta.
Progresso
Em outro capítulo do livro, Sheiman relata como a religião esteve detrás do progresso do mundo ocidental, nos caminhos da democracia, liberdade, ciência e tecnologia.
Ao longo do tempo, temos crescido como civilização em grande parte devido à religião, argumenta. Isto nos leva a concluir que a religião global teve um impacto positivo, conclui.
Seria possível imaginar a alternativa de uma trajetória de progresso sem religião. Mas isso seria inacreditável, de acordo com Sheiman. Os historiadores não podem identificar qualquer outra força cultural tão robusta como a que a religião poderia ter realizado ao longo de civilização.
Sheiman também critica a leitura seletiva da história, realizada por parte de alguns ateus, que é demasiadamente eficiente para atribuir os aspectos negativos da história religiosa, embora raramente admita a dívida da civilização com a religião.
Um crente poderia muito bem responder a Sheiman que sua fé em Deus não depende de algum tipo de lucro, perda de credibilidade na história ou de sua vida pessoal. No entanto, numa altura em que muitos ateus denigrem as Igrejas e a fé, dizendo que estas são totalmente irracionais e negativas, o livro de Sheiman serve como um antídoto útil para este ataque tão superficial e sem nexo à crença.

Fonte: Zenit.

Cristo é um Rei que domina com o amor, explica Papa



Não se impõe, mas respeita a liberdade

Cristo é um Rei que domina com o amor, sem impor-se, respeitando a liberdade do homem, explicou Bento XVI na solenidade de Cristo Rei, que a Igreja celebrou neste domingo.
A realeza de Cristo não é a dos grandes deste mundo, mas consiste no poder de derrotar o mal e a morte, de “acender a esperança”, inclusive no coração mais endurecido, acrescentou o pontífice, ao rezar ao meio-dia a oração mariana do Ângelus.
No último domingo antes do início do Advento, o tempo litúrgico de preparação para o Natal, o Santo Padre explicou aos fiéis reunidos na Praça de São Pedro que o poder de Cristo “não é como o dos reis e dos grandes deste mundo; é o poder divino para dar a vida eterna, para libertar do mal, derrotar o domínio da morte”.
“É o poder do Amor, que sabe extrair bem do mal, enternecer um coração endurecido, levar paz ao conflito mais agudo, acender a esperança na escuridão mais densa. Este Reino da Graça não se impõe jamais, mas respeita sempre nossa liberdade”, acrescentou, falando da janela dos seus aposentos.
Segundo o pontífice, “o título de ‘rei’ referido a Jesus é muito importante nos Evangelhos e permite dar uma leitura completa da sua figura e da sua missão de salvação”.
“Pode-se observar, neste sentido, uma progressão: começa-se com a expressão ‘rei de Israel’ e se chega à de ‘rei universal’, Senhor do cosmos e da história; portanto, muito além das expectativas do próprio povo judeu”, esclareceu.
Diante da grandeza desta realeza, diante do paradoxo do seu sinal, a cruz, toda consciência tem que realizar necessariamente uma “opção”, indicou Bento XVI: “A quem quero seguir? Deus ou o maligno? A verdade ou a mentira?”.
“Optar por Cristo não garante o êxito segundo os critérios do mundo, mas assegura essa paz e essa alegria que somente Ele pode dar”, reconheceu.
“Demonstra-o, em toda época, a experiência de tantos homens e mulheres que, em nome de Cristo, em nome da verdade e da justiça, souberam opor-se às adulações dos poderes terrenos com suas diferentes máscaras, até selar esta fidelidade com o martírio”, concluiu.

Fonte: Zenit.